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6. Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho

6.2. Sixth internacional Conference of Labour Statisticians (4 August 1947)

6.2.4. Tipos de Taxas de Frequência

Propôs-se acrescentar um sub parágrafo as definições como segue:

(1) As taxas de frequência deviam ser calculadas separadamente para lesões fatais e não fatais.

(2) No caso das taxas de lesões não fatais devia ser sempre dada uma indicação acerca da duração da incapacidade, o que definia a lesão que estava a ser incluída no cálculo.

(3) Sempre que praticável, as taxas de frequência deviam ser calculadas separadamente para períodos mínimos de incapacidade de um dia, dois dias, três semanas, quatro dias, uma semana, duas semanas, e para incapacidades parciais permanentes e incapacidades totais permanentes, para que essas comparações pudessem ser feitas com taxas iguais para outras indústrias e outros países.

(4) Taxas de frequência para casos que requeriam assistência médica, devia ser também apresentada de forma separada sempre que praticável.

Para comparações internacionais, as taxas gerais, ou a taxa total, de frequência dos acidentes tinham pouco valor. As taxas gerais podiam ser valiosas para indicar mudanças na frequência dos acidentes num país; mas entre diferentes países, sendo eles afetados de forma tão diferente pelas definições que regiam a inclusão dos acidentes menores, que o seu valor para fins internacionais era limitado. Por outro lado, as taxas de lesões fatais foram relativamente comparáveis. Portanto, para a comparação internacional de taxas, era indispensável o cálculo das taxas de acidentes fatais separadas das outras.

O fracasso da Primeira Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho em incluir uma cláusula acerca deste ponto na Resolução adotada em 1923, pode ter sido em parte responsável pelo fracasso de vários países em apresentar as suas taxas de lesões fatais separadamente nas suas estatísticas de acidentes e, assim, em fornecer dados na forma mais útil para comparações internacionais (International Labour Office Geneva, 1947).

18 In the case of coal-mine accidents in Great Britain and Germany, rates are shown per 100,000 man-

shifts. Assuming the shift to be eight hours, the time unit basis for the rates is then approximately 800,000 man-hours.

Por tal, como já foi observado, as excelentes estatísticas da Nova Zelândia não publicaram separadamente as taxas de frequência para lesões fatais, no entanto, neste caso estas taxas podiam ser calculadas facilmente a partir dos dados fornecidos nas suas estatísticas. No caso da Palestina, contudo, as indústrias manufatureiras disponibilizaram as taxas gerais, mas, infelizmente, omitiram os índices de lesões fatais necessários para calcular as taxas de acidentes fatais. Se fosse reconhecido que, para a realização de comparações internacionais, as taxas fatais deviam ser apresentadas separadamente, seria dado um grande passo no sentido de uma melhor comparabilidade (International Labour Office Geneva, 1947).

No que diz respeito às taxas de frequência não fatais, devia ser sempre indicado nas tabelas a duração mínima da incapacidade, que por sua vez definia a lesão (International Labour Office Geneva, 1947).

Relativamente à duração mínima da incapacidade, a divergência era grande nos diferentes países. Por exemplo, na mineração de carvão, enquanto a maioria dos países definia, para lesões em termos de incapacidades, durações mínimas de um dia, dois dias, três dias, ou quatro dias, muitos países tinham um mínimo de uma ou duas semanas. 1 É evidente que se não se considerasse a influência das diferenças nas durações mínimas das incapacidades, essas taxas não eram comparáveis de país para país.

Para estabelecer uma comparabilidade internacional das taxas de acidentes, existiam três possibilidades: (1) recomendar uma definição única e padronizada após a decisão de quais as taxas a comparar; (2) publicar taxas em termos de uma série de durações mínimas standard, em que cada um deles seria comparável à medida em que os dados estivessem disponíveis nos diferentes países; e (3) adotar um ou mais mínimos standard e estimar as taxas nos países em que os dados forem incompletos para compará-los com os países com a totalidade dos dados (International Labour Office Geneva, 1947).

As dificuldades na obtenção de um acordo numa definição padrão eram sérias. Se se recomendava uma definição padrão, havia muita coisa ainda a ser dita relativamente a uma definição totalmente inclusiva, abrangendo todas as lesões relacionadas com a incapacidade, para além da data em que ocorreu cada acidente.2 (Em alguns países, eram apenas notificadas e tabuladas as lesões que implicavam assistência médica, juntamente com aquelas que implicavam incapacidade.) Embora pareça duvidoso que essa definição recomendada fosse adotada, uma vez que ela implicava uma mudança na legislação e nas práticas de muitos países, no entanto, podia ser útil para promover o desenvolvimento das estatísticas de acidentes internacionalmente comparáveis para que fosse adotadas uniformizadamente uma definição de lesões que envolvessem incapacidade, para além da data da lesão (International Labour Office Geneva, 1947).

Na ausência de uma definição padrão, ou de forma a complementá-la, o recurso óbvio era publicar taxas de frequência de acidentes não fatais (ou lesões) com uma discriminação que mostrasse as diferentes durações da incapacidade, para que estas comparações pudessem ser feitas entre países com base em taxas semelhantes, à medida que estas estivessem disponíveis. Assim, se um país que mostra taxas não fatais para todas as lesões que impliquem incapacidade de um dia ou mais, indica o número (ou taxas) de lesões com incapacidade de um dia, dois dias, três dias, quatro dias, uma semana, duas semanas, etc., podiam ser calculadas taxas de frequência separadas para durações mínimas diferentes, por exemplo, para uma duração mínima de três dias, para comparação com taxas de frequência de países em que a duração mínima é de três dias ou para uma duração mínima de uma semana para comparação com a taxa de frequência para países onde a duração mínima é de uma semana, etc. Desta forma, podiam ser feitas comparações internacionais entre países com base em taxas de frequência de lesões não fatais semelhantes (International Labour Office Geneva, 1947).

Para além disto, este procedimento permitia, se desejado, a adoção de uma definição padrão para fins de comparação internacional, por exemplo lesões com uma duração mínima de incapacidade de um dia (ou de três dias, ou uma semana), e, partindo daqui, o número de lesões de curta duração que não são notificadas em países em que a duração mínima da incapacidade é maior do que aquela adotada na definição padrão, podia ser estimado com base nas tabelas de frequência de lesões, e as lesões com uma duração inferior à definição padrão em países em que a duração mínima da incapacidade é menor do que a adotada na definição padrão, poderiam ser eliminadas, de modo a estabelecer taxas comparáveis (International Labour Office Geneva, 1947).

Propõe-se, portanto, no mínimo: (1) recomendar que todas as taxas não fatais (bem como todas as taxas que incluem taxas não fatais e fatais) deviam estar sempre acompanhadas de uma declaração da duração mínima da incapacidade, que definia a lesão incluída na estatística; (2) Recomendar que fosse estabelecida uma série de durações mínimas padrão para as taxas de frequência de lesões não fatais e que fossem feitas comparações entre taxas semelhantes em diferentes países, desde que estes o permitam. Desta forma, seria alcançado um grau máximo de comparabilidade, e além disto, seriam acumuladas evidências a partir das quais se poderiam fazer estimativas de lesões não fatais de curta duração; (3) incluir durações mínimas de um dia, bem como de casos de assistência médica, entre as taxas de frequência recomendadas para indicar que tais taxas devem ser consideradas como metas desejáveis para o desenvolvimento de taxas de lesões com o objetivo da prevenção de acidentes (International Labour Office Geneva, 1947).