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A noite estava carregada de nuvens negras, impulsionadas pelo vento, entre o ribombar dos trovões e as descargas elétricas, no fenômeno natural de purificação do ambiente terreno. Aves e animais assustados, procuravam refúgio onde sua visão não percebesse o aguaceiro prenunciado.

Quanto a natureza entende a necessidade do homem e de todos os demais seres viventes na moradia planetária! O mar é uma fonte inesgotável de vida que abastece vidas; as águas sobem em forma de vapor, modificam-se nas alturas, recompõem-se por coesão molecular e, novamente como água, caem pela lei da gravidade nos pontos que as inteligências superiores acham conveniente. Contudo, face às provas coletivas pelas quais a humanidade ainda tem que passar, alguns pontos do mapa, principalmente no Brasil, enfrentam grande escassez de chuvas.

Em certas linhas paralelas aos meridianos da Terra, fisicamente, há forças magnéticas que expulsam as nuvens de determinadas regiões. Para esse ambiente é que são direcionados os seres que deverão passar pelos testes de carência desse líquido sagrado. Não obstante, eles são agraciados por outros meios, onde o coração e a inteligência são beneficiados, de sorte a manter o equilíbrio do fardo, colocando Deus como a Eterna Justiça e o Amor sem limites.

Quando esses Espíritos deixam o corpo físico e despertam no mundo espiritual, conscientizam-se de que tudo está certo no programa universal de Deus.

Tudo o que ocorre na Terra, no campo material ou moral, é para o bem da humanidade. O mundo está passando por rudes processos de reajustamento, e o desfecho desse fim de cicio irá suplantar todas as profecias, por estar a atmosfera planetária sobremodo carregada de forças deletérias que irão cair em tormenta sobre seus próprios geradores, em diversas formas. Tudo isso constitui processos evolução de todos os povos.

Os sofrimentos serão morais e físicos, porque um sempre está ligado ao outro, por fios invisíveis mas, indestrutíveis.

O Brasil está em uma posição privilegiada, na trajetória das forças destruidoras que estão por vir; no entanto, não é um privilégio, na acepção verdadeira do termo: é porque o rebanho que reencarnou sob as luzes do Cruzeiro, nas terras da promissão, já conquistou esse direito, nos caminhos tortuosos dos reajustes e no esgotamento cármico das suas velhas dívidas de nação a nação. Porém, há milhares de almas que, mesmo sem nascerem aqui nas terras brasileiras, ao pressentirem a aproximação da besta apocalíptica e do magnetismo explosivo dos ódios, vão ser acolhidas nas terras do Evangelho como aves de arribação, porque os seus fardos já estarão leves. Há, ainda,

milhares de Espíritos que nasceram aqui por misericórdia de Deus, no sentido de guardarem a esperança de retornarem, um dia, ao coração desta pátria de luz. Serão atraídos, entretanto, para o meio dos explosivos retificadores, de onde sairão renovados na fé e arrependidos dos desvios dos sentimentos.

O planeta em que vivemos, encarnados e desencarnados, por força do progresso, haverá de alcançar mais um grau na ascensão espiritual. Mas, o nosso dever, no momento, não é alimentar profecias, nem despertar o medo nas criaturas: a tarefa mais urgente que nos chama é o aprimoramento íntimo, é descobrirmos a nós mesmos, em atendimento ao convite do Cristo, que chega a nós de todas as direções.

As religiões se aproximam, no silêncio dos anos, sem que os homens, em sua maioria, deem por isso. Elas tendem a se fundir, tendo como princípio somente o bem e, como necessidade premente, difundir as verdades espirituais.

Quem dirige as religiões, como outros ramos de atividades humanas, não são os homens; primeiramente, se encontra no leme do barco de todos os nossos destinos, a mão de Deus, Supremo Criador de todas as coisas e Infalível Inteligência, que comanda toda a sabedoria universal.

Parte da humanidade, principalmente os religiosos, se preocupa muito em se salvar, esquecendo-se de que essa salvação depende muito mais da obediência as leis irremovíveis do Pai, ou seja, às leis naturais que nos regem a todos. Não será uma simples leitura, nem uma simples palavra, que irá nos colocar como anjos diante do Senhor mas, a purificação dos sentimentos, a pureza dos pensamentos e, principalmente, a vivência permanente das leis de Deus, ministradas por Jesus.

Deus não criou ninguém destinado à perdição. Todos se salvarão, porque para isso Ele deixou os caminhos delineados para todas as criaturas, de sorte a se purificarem por variados processos.

Se Ele é onisciente, como iria fazer alguns para se perderem definitivamente? E como, sendo a Perfeição Absoluta, iria fazer coisas imperfeitas? A razão não nos deixa acomodar em tais ideias.

O mundo espiritual está atento a todos os passos da humanidade, e ela tem, certamente, o livre arbítrio, mas, com limites, como o pássaro dentro de uma gaiola. A liberdade maior somente será dada quando o liberto conhecer seus reais deveres diante da grandeza do Criador, supremo mandatário em toda a extensão do infinito.

Falanges e mais falanges de Espíritos superiores, comandados por Jesus Cristo, descem para a atmosfera da Terra neste fim de século, para receberem luzes de outros mundos que irão coadjuvar as inteligências que aqui permanecerem e distribuir almas endurecidas para outras plagas onde se afinizem por lei dos iguais.

No entanto, não ficará ninguém sem as bênçãos do Senhor, que tudo nos deu para sermos felizes junto a Ele, na eternidade.

Estamos coletando dados, pela misericórdia do Pai, em todos os campos, sentindo a vida e colhendo experiências com a finalidade de que todos nós encontremos a nós mesmos e descubramos as leis naturais que garantem a harmonia de todas as coisas criadas.

Os homens criam as leis e não podemos duvidar que elas, quando formuladas por legisladores justos, são inspiradas na Grande Lei. São, entretanto, instáveis, servindo

ao limite de evolução de um povo. O progresso arrasta nações e continentes, mundos e sóis, constelações e galáxias, forçando todos esses ambientes a modificarem seus sistemas de vida, onde ela exista, pelo empuxo evolutivo.

Quando a criatura chega a um nível evolutivo, começa a perceber a harmonia da vida e, afinizando-se com ela, tudo em si também se harmoniza. Ela sente, então, o prenuncio da felicidade. Existem muitos métodos de conquistar esse estado, porém, o maior deles é o tempo, que age em todos nós, pelas mãos de Deus.

*

Reunimo-nos em um grande salão, onde o respeito a Deus e a Jesus era a tônica do ambiente, pois estávamos em um templo que obedecia às normas da Reforma.

Chegamos ali em busca de mais dados para o nosso aprendizado. A Igreja estava cheia; quase todos se encontravam de bíblia nas mãos, lendo e procurando discernir os textos e notávamos um mundo de perguntas e respostas, em forma de monólogo.

O pastor já se encontrava em seu lugar de destaque, meditando sobre vários tópicos, passagens belíssimas da vida do Divino Mestre, entretanto, o raciocínio o levava a outras interpretações, e os sentimentos despertavam em seu coração um ambiente agradável, por ir se encaminhando por outras deduções mais elevadas. Mas, o condicionamento de regras já fixadas na sua consciência o prendiam de maneira cruciante. Passava as mãos na cabeça já grisalha, como que a tirar certos pensamentos que não desejava. Lembrava-se da escola onde se formara, do velhinho de cabelos de neve que já nascera ouvindo o livro sagrado e tornou-se um pastor de renome internacional. Lembrava-se das suas advertências sobre o modo pelo qual poderiam surgir na mente, interpretações diferentes daquela que o Espírito Santo ordenara e sobre o cuidado com Satanás, que é sutil e penetra em ambientes nos quais, por vezes, a razão não desconfia; ele não aceitava a evolução das ideias nas interpretações dos textos evangélicos, nem o progresso, em se referindo às coisas de Deus.

Balançava a cabeça, em um gesto que lhe era próprio e desviava o pensamento, conversando com alguém que estava próximo. Gostaria de descobrir de onde vinham aquelas ideias, que não se coadunavam bem com as linhas da Igreja. Pensava em perguntar, conversar com os outros irmãos do mesmo nível, mas, o que iriam pensar? Aquilo tornou-se um drama que povoava a sua mente. Procurou esquecer, porém, foi nascendo em seu coração uma tristeza indizível, transformando até as suas próprias feições.

Não sentindo melhora, mesmo quando entre os outros companheiros que, notando algo diferente, procuravam despertá-lo para a alegria e o entusiasmo na missão grandiosa de ser instrumento da difusão da Boa Nova de Jesus, pediu licença e buscou refúgio na oração a sós, em uma sala destinada à meditação sobre as coisas do Senhor. Levava a bíblia contra o peito, como se fosse a coisa mais sagrada do mundo e, se pudesse, a colocaria dentro do coração. Emocionado, orou com humildade:

Meu Deus! Como posso Te servir, de sorte que a consciência não desaprove minhas atitudes? Como entender na profundidade que os Céus desejam, os assuntos deste

livro que, por excelência, é santo? Senhor, Tu bem me conheces! O Teu coração conhece o meu e bem sabes que eu quero ouvir a Tua verdade acima de todas as ideias das ciências, das filosofias das religiões, incluindo esta, à qual pertenço que muito respeito e a que me entreguei como pastor de almas, mesmo sabendo que Tu és a realidade universal, que nos apresentas mais evidente na inconfundível presença de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Que fazer, meu Deus, com essas ideias que, de quando em vez assolam minha mente, povoando o meu coração? Não tenho o direito de julgá-las como sendo negras, pois me trazem um bem-estar intraduzível. Encontro-me num dilema que já passa a conflito, no meu mundo interior.

Sei que o Espírito Santo nos inspira para falarmos dos conceitos deste livro, para ampliar com cuidado os ensinamentos que vertem das páginas deste pergaminho de luz, mas, não podemos sair das regras traçadas pelos nossos superiores. Eles passaram, deixando a herança das revelações, como planta na lavoura dos nossos corações, a serem cuidadas pela nossa inteligência educada, nas diretrizes que nos deste, por intermédio dos profetas consagrados no Velho Testamento e dos companheiros de Jesus Cristo. E essas ideias que estão vindo a minha mente? Será que estou sendo provado, como o testemunho que teve Jesus no deserto, sendo tentado pelo maligno? Tudo isso me confunde, por ver as ideias que ouço no coração trazerem uma clareza de conceitos nunca antes ouvidos por mim, nem lidos em livros que vêm as minhas mãos.

Silenciou, para que as lágrimas pudessem aliviar o coração, enxugou o pranto como criança indecisa, ao pensar que tudo o que fazia estava errado. Com a voz embargada, pressionada pela verdade, ele continuou:

"Faça-se a Tua vontade, Senhor, e não a minha. Entrego-me aos Teus desígnios, sem escolher o que devo fazer".

Todos estávamos reunidos ali, respirando igualmente aquele salutar ambiente de luz e de paz. Flores de luz brincavam no recinto de oração, buscando no corpo físico do pastor, por afinidade de vibrações, a integração psicossomática. A aura do nosso companheiro tornava-se um arco-íris cercando a sua alma, como se fosse um resguardo na garantia da serenidade. Ele quis se levantar, já conformado e ciente de ter cumprido o seu dever, mas, não conseguiu: algo invisível o impedia.

Fernando que, pelo olhar sereno e seguro de Miramez, se aproximara dele, locando a destra no encaixe da medula alongada com o cérebro. Da sua mão, notava-se um feixe de luz de intensidade deslumbrante, visitar todos os departamentos intercerebrais do nosso irmão, atingindo, por último, as duas glândulas, minúsculas lâmpadas, dentro da cabeça daquele que acabara de orar ao Senhor.

Fernando saudou-o, falando-lhe brandamente:

— O Senhor esteja contigo! Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo! O pastor abriu os olhos, olhou em torno; nada via, nem escutava pelos ouvidos da carne. Meio espantado por nunca ter ouvido algo com tamanha nitidez, em voz tão suave e confortadora, sentiu alegria no coração; fechou novamente os olhos e pensou com ansiedade:

"O que queres que eu faça?"

fenômeno maior, característico, que todos admirávamos, eram as imagens transmitidas em consonância com os sons espirituais. A televisão está, por assim dizer, mil anos atrás do que assistíamos naquele momento, de alma para alma. Disse Fernando:

— Meu filho, na época dos profetas bíblicos, os benfeitores espirituais falavam aos seus intermediários dizendo que eram o próprio Deus, firmando a sua personalidade com Isaque, Jacó, Moisés e uma interminável linha de profetas, diante da estrutura do povo da época, que somente acreditava na palavra direta do Senhor. Esses profetas tinham ordens para assim proceder, ordens da Divina Força que nos sustenta. Porém, os tempos passaram. Depois, os homens começaram a ouvir o Espírito Santo, trazendo as mesmas leis, ampliadas de modo inteligente, que poderiam interpretar como sendo o próprio Criador, em esquema diferente, dividindo-se em Pai, Filho e Espírito Santo. Agora, na dimensão em que te encontras, na época em que vives, quem fala não é Deus, nem o Seu Filho Maior, tampouco o Espírito Santo. É um teu irmão em Cristo, que abre os braços para Ele, assim como tu, pedindo orientação, pedindo refúgio, pedindo trabalho. O maligno, no qual tanto pensas, somente existe no teu pensamento; é criação condicionada, que se integrou ao teu psiquismo e tomou corpo no teu mundo mental. Por vezes, pode até ser visto. O que crias, anda contigo, lado a lado. Não gastes tempo precioso temendo Satanás. Faze o bem, em lugar do tempo que gastas te preocupando com o mal e te defendendo. A maior defesa contra o mal, é fazer o bem. Pensar no mal, é atraí-lo.

A mente do pastor estava acesa, ouvindo tudo, como se estivesse frente a frente com alguém, que lhe falasse com toda a autoridade. Fernando continuou em tom paternal:

— Nós precisamos ter a coragem necessária para dizer a quem quer que seja, aquilo que a consciência nos inspira. Foste chamado para pastorear almas; és o orientador de um rebanho, todavia, se a tua orientação não for mudando acompanhando a evolução, ficarás para trás, como a simbologia nos ensina ao se referir à mulher de Ló. A Bíblia certamente é um livro sagrado, pela força educativa que ela encerra, porém, com facilidade poderás descambar para os extremos de determinadas exigências e, eis o pior, exigências estas feitas em nome de Deus e de Jesus. Quando os Céus notaram o exagero nas interpretações do Velho Testamento, Deus enviou Seu filho querido, para explicar as leis, na sua profundidade espiritual. Chegou a ponto de condensar os dez mandamentos em dois apenas, quando disse: "Aqui está toda a Lei e os profetas". Não achas que isso é muito sério? Se Jesus veio tornar livre a letra do Novo Testamento, e disse que enviaria outro consolador que ficaria eternamente conosco, esse consolador, certamente, viria trazer outra feição das leis naturais, em uma dimensão que comportasse todos os tipos de raciocínio, uma fé que pudesse encarar a verdade face a face. Os teus ancestrais andaram a pé, montados em animais, em carros de bois e adestrados cavalos. E quantas vezes nos vemos viajando em aviões velocíssimos, reclinados em cadeiras de que os antigos deuses, forjados pelos homens, sentiriam inveja? Por que nesta parte ninguém é conservador? Isto é o progresso, e o progresso é força de Deus em todas as direções da vida. Avança, principalmente na moral, que concerne a todo o tipo de aperfeiçoamento das criaturas. Se tens um emprego a assegurar e regras a obedecer, se milhares de pessoas exigem a tua fidelidade na direção

de uma igreja, atende primeiramente à tua consciência, porque é somente pela consciência amadurecida pelo tempo, que Deus fala àquele que escolheu para educador. Negando-se a isto, não terás paz. Que Deus te abençoe!

O pastor, que de ora em diante passaremos a chamar de Vinte e Sete, ou Reverendo, saiu daquela meditação profunda como se estivesse hipnotizado, mas, lembrando-se de tudo. Se quisesse, poderia, por sua boa memória, escrever tudo o que ouvira daquela voz, pela qual passou a sentir afeição e amor. Levantou-se de onde estava e murmurou, para que somente os anjos o escutassem:

— Meu Deus, sinto-me iluminado por fora e por dentro, graças a Deus! Voltamos ao templo e o encontramos repleto. As cadeiras não comportavam todos e centenas de irmãos de crença permaneciam de pé, para ouvir a palavra do nosso querido Vinte e Sete, que naquela noite se sentia outro homem. A mansidão ocupava seus sentimentos; não obstante, a energia era dona da sua límpida inteligência.

Subiu à tribuna e falou demoradamente acerca da missão de Jesus Cristo mas, de um modo que os companheiros de fé jamais haviam ouvido. Alguns dos ouvintes se assustaram, com os conceitos avançados e que não constavam das diretrizes da Reforma; outros, o abraçaram depois do culto, dizendo:

— O senhor estava com o céu nos lábios e Cristo no coração!

Passamos a verificar os assistentes: mais ou menos oitocentas pessoas encarnadas, degustando o manjar espiritual da noite, lendo e relendo trechos do livro santo, não percebiam mais de três mil desencarnados de todos os tipos, de todos os graus evolutivos e com os mais variados interesses, que se movimentavam dentro do salão.

Um Espírito de grande elevação se postava acima da casa, com uma corte de cooperadores em uma cabine espaçosa, de onde transmitia suas bênçãos em forma de luzes de todos os matizes, de conformidade com o caso de cada um. Somente essa cúpula de diretores dos trabalhos espirituais pôde nos ver, recebendo-nos fraternalmente e abrindo portas para o nosso diretor Miramez realizar conosco as experiências que desejasse. Nosso benfeitor, aproveitando a oportunidade de nos ser útil, dirigiu-se a nós, nestes termos:

— Companheiros de ideal! Agradeçamos a Deus pelo que pudemos fazer, no que tange ao aprendizado. Recolhemos alguma coisa que nos fez enriquecer o coração e ampliar a nossa inteligência. É bom que sintamos que em tudo no mundo, ou em todos os mundos, em todas as faixas de vida, existe direção espiritual. Mas essa direção, mesmo sendo de alta hierarquia, respeita os direitos de todos em conjunto e de cada um em particular; dá a cada um segundo as suas necessidades e ninguém, em plano algum, recebe o que não merece. Só o que merecer, por ter plantado na lavoura de Deus, em qualquer lugar do universo, receberá, sem que lhe falte um ceitil no seu salário. Essa é a justiça que se espalha na criação de Deus como o éter cósmico que tudo interpenetra, como o amor que vibra no coração da vida.

Miramez deu uma olhada para a massa humana e espiritual que ali estava e falou com dignidade:

— Quando temos ordens para mudar um pouco o modo de pensar, como o que fizemos com o nosso amigo desta noite, sabemos que nem todos irão aceitar essas

interpretações do Evangelho. Ele pode falar aqui, todos os dias se quiser no entanto, somente quem já se encontrar preparado é que irá entender. A água aparece quando o poço está pronto. Todas as religiões estão se modificando. O tempo está encarregado dessa mudança, mas, é tão sutil, que poucos percebem esse mágico despertar das almas. Estamos todos caminhando para a realidade maior e Deus sabe a hora certa de subirmos mais um degrau na escala evolutiva. Ninguém engana o Senhor, nem acrescenta nada no programa da Divina Providência. Existem muitos religiosos que temem a dissolução das suas religiões e têm medo de que elas caiam no esquecimento do povo, pela mudança do comportamento das novas gerações. A esses, dizemos que não devem temer pois, somente a Verdade ficará de pé e, quem estiver com ela não cairá.

Seguimos o nosso Vinte e Sete rumo a sua casa. Ele permanecia meditativo, pouco disposto a conversas naquela noite, porém, por dentro estava alegre, solfejando um hino ao Pai.

Paramos em uma grande residência. Em enorme mesa na sala de refeições,

No documento Iniciação - Viagem Astral - João Nunes Maia (páginas 101-114)