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Existe um Elixir da Longa Vida? Eis aí uma pergunta que vem sendo feita através dos séculos, a todas as escolas do saber. É o homem procurando retardar a morte e permanecer mais tempo na Terra. Isso nos leva a indagar: o que o homem iria fazer em uma vida mais longa na carne? Se, mesmo sabendo que o seu período de permanência na matéria é relativamente curto, ele não procura aproveitar o tempo com vantagem para a sua evolução, como ele usaria esses anos suplementares? Se ele insistir em viver contrariamente às leis naturais, entregando-se aos vícios, não só ao fumo, à bebida e aos tóxicos, mas, também, aos maus hábitos da linguagem, do pensamento e da escrita, jamais encontrará a fórmula tão desejada.

No universo reina a harmonia. Sendo o corpo um microuniverso, é necessário que ele viva em harmonia com a natureza.

Nós vivemos cercados por um turbilhão de informações negativas, bastante assimiláveis pelas criaturas. Para que possamos fazer uma seleção dessas informações, nós devemos procurar nos aproximar da perfeição, aprendendo a suportar a convivência com pessoas que não pensam como nós; devemos nos acostumar ao uso do perdão, desenvolvendo o amor, não somente em relação àqueles que nos amam: é preciso abandonar a gleba do egoísmo e da usura e cultivar o uso das forças que devem ser usadas para o Bem e que, desvairadamente, desviamos para alimentar nossas inferioridades.

É indispensável que aprendamos a renovar as forças em um manancial que fica bem pertinho da nossa mente: o coração. Esta região dos sentimentos ainda é uma grande desconhecida para a humanidade. Eis porque Allan Kardec, sob a inspiração do Alto, fala em Educar e Instruir, duas forças poderosas que, sendo esquecidas, nos trarão problemas sem conta.

O homem sem educação enfrentará sérios problemas de relacionamento, além de sofrer as consequências dos seus próprios atos, e aquele sem instrução, não será capaz de vencer bem, nos caminhos que percorre. Seguidas estas diretrizes, surgirá a iluminação interior, que dá condições às criaturas para serem felizes, para tanto, haveremos de descarregar o nosso fardo para torná-lo leve e suavizar o jugo.

Como poderá nascer o sol interior na criatura que carrega um carma sufocante, se ela não se esforçar para diluir as nuvens da inferioridade que obscurecem os raios da luz espiritual?

As águas barrentas da inferioridade surgem da fonte que está dentro de ti mesmo; limpa essa fonte e os efeitos desaparecerão.

grande mestre que ensina no silêncio as mais profundas lições. Há escolas iniciáticas que ensinam os discípulos a ficarem alegres com tudo, a aceitarem todas as situações, para viverem em paz. Mas a coisa não é bem assim: encontramos alienados mentais que permanecem rindo a vida inteira, sem que seus distúrbios melhorem. Até o sorriso exige uma certa arte. A aceitação não deixa por menos; a verdade tem seu lugar e a palavra requer o timbre adequado ao lugar e à hora. Não podes desaprovar uma investida de assuntos inconvenientes, sorrindo. O bom senso deve ser a força predominante, onde quer que estejamos.

Maturidade, eis o ingrediente básico para a felicidade! *

Recolhemos noventa candidatos nessa noite. Foi dada a instrução necessária para que eles pudessem ajudar a volitação em grupo. De tudo eles têm que aprender um pouco.

Padre Galeno atendeu a um chamado de um aprendiz encarnado que fazia parte do grupo e, como nosso querido padre recebia forças de Celes e de Kahena para permanecer bem visível, aproximou-se dele com toda atenção e o ouviu com serenidade.

— Irmão Galeno, há muito que um tópico do Evangelho me preocupa, por não conseguir entendê-lo perfeitamente. Queria, se fosse possível, que o senhor aplicasse o significado destes dois versículos da Boa Nova:

E acrescentou:

— Jesus, lembra-Te de mim quando entrares no Teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo, que hoje mesmo estarás comigo no paraíso. Pois bem. Muitas vezes, tanto o senhor como os outros que nos instruem já disseram que ninguém, em momento algum da vida, recebe o que não merece e que o reino de Deus, a glória eterna, a felicidade, são conquistadas passo a passo de esforço em esforço, com o tempo e com a transformação que depende de milênios incontáveis. Como pode um simples ato de arrependimento levar um homem de má vida ao céu?

Todos se calaram, querendo escutar a resposta do Padre Galeno que, com um leve sorriso, esclareceu com tranquilidade:

— Querido companheiro em Jesus Cristo, que Deus te abençoe e ajude a fazer grandes progressos na carne! Jesus disse que iria para o Pai, mas que enviaria o Consolador que ficaria conosco eternamente e nos ensinaria todas as coisas. E, como tudo que Jesus prometeu tem acontecido, o Consolador já veio até nós, e o fez em forma de doutrina, sendo seu codificador o professor Hippolyte Leon Denizard Rivail, popularmente conhecido como Allan Kardec. A Doutrina dos Espíritos está capacitada para te responder e tirar as tuas dúvidas acerca da interpretação evangélica, e de todos os aspectos da vida. Cada ponto do universo é uma escola, cabendo ao aluno saber retirar os ensinamentos oferecidos por cada uma delas. Mas, vamos esclarecer a passagem evangélica a que te referiste, onde Jesus está entre dois ladrões e conversa com aquele que é conhecido como o bom ladrão. Foi-nos dado saber que, na verdade, Jesus o levou às regiões iluminadas, depois que ele se afastou do fardo físico, e; foi mostrado a ele, o bom ladrão, o paraíso espiritual destinado aos justos, os Espíritos

limpos das mazelas humanas. No entanto, nunca foi dito àquele Espírito que ele permaneceria naquela região de luz. Um pequeno estágio lá foi a recompensa ao arrependimento e a prova da misericórdia do Pai para com aqueles que estão dispostos a melhorar. Natura non facit saltus, meu filho. A sua marcha é lenta, mas, progressiva e constante.

Fez um pequeno intervalo na conversa, para que pudéssemos meditar, e acrescentou com bom humor:

— Quando a gente pede a um nosso amigo para visitarmos a sua casa, não quer dizer que vamos passar a morar com ele, não é? Além do mais, Talis vita, finis ita. Como nós, com um simples arrependimento, vamos tomar como moradia um lugar de pureza se ainda estamos carregados de mazelas por dentro, que somente o tempo poderá limpar? Não vamos nos sentir bem em um lugar cuja faixa de sintonia é outra. Jesus já disse que onde está o nosso tesouro, aí estará o nosso coração.

Finalizou, dizendo compassadamente:

— Qui habet aures audiendi, audiat: Todos sorrimos, felizes com a explanação. Saímos a volitar todos, em plena atmosfera terrestre. A sensação era das melhores e a gente sentia aquela segurança, ainda mais por estarmos sendo dirigidos por entidades da nossa confiança.

Galeno estava à frente com Miramez, mas somente o padre estava visível para os encarnados e falava sem cessar sobre as coisas de Deus, buscando na natureza todas as informações que nos fossem úteis. O efeito da eletricidade na Terra vista do alto, é um fenômeno maravilhoso, porque as grandes metrópoles, assim como as cidades menores, são vistas como focos de luz, que denunciam aglomerações de criaturas em vários processos de resgate cármico que o progresso delibera em nome de Deus. Os faróis dos carros nas rodovias parecem fios de luz, indicando o roteiro a seguir.

Chegamos ao nosso destino. Era uma residência ampla e confortável que, entretanto, não mostrava nenhum luxo. Grande movimentação de pessoas e música acelerada indicavam alguma comemoração.

Penetramos todos nós no ambiente, sem modificar a nossa intenção de aprender e de ajudar.

Parei um pouco para observar os pares que dançavam, por ter a atenção atraída para algumas entidades espirituais ligadas aos dançarinos. Achei interessante o fato de Espíritos se comportarem como se ainda estivessem na carne. Miramez, solícito como sempre, esclareceu-me sorrindo:

— Lancellin, não te lembras do provérbio citado por Galeno, tal vida, tal morte? A vida continua do mesmo modo que o Espírito viveu na Terra. Encarnados e desencarnados estão ligados por sentimentos afins e, deste modo, se entrosam com seus valores e se acasalam com seus vícios. Continua a tua observação.

Cheguei a pensar que iria atrapalhar a nossa missão, mas, encorajado por Miramez, me senti em casa, no dizer popular, e logo acompanhei um casal. Era uma mulata bem posta e um homem também elegante e que, embora aparentasse ser algo idoso, deixava transparecer muita vitalidade.

A música estridente e o vozerio que dificultavam a seleção dos assuntos para quem observava de fora, aliados à penumbra, cooperavam, de certo modo, para as

atitudes não condizentes com um ambiente familiar. Alguém acendeu a luz, momentaneamente, para observar o rótulo de uma garrafa de vinho e, logo, todos protestaram; a meia-treva era realmente o desejo de todos, principalmente do casal ao qual estamos nos referindo.

Ali, ninguém se preocupava em observar os outros pares; era cada um, voltado para si, com ou sem más intenções. A música era o ópio do ambiente. A mulata, ouvindo uma voz rente aos seus ouvidos com um tom que estimulava os sentidos para os impulsos inferiores, achegou-se ao velho provocantemente.

Distraído pela cena de sensualidade, me esquecera do objetivo que me atraíra até aquele ambiente de distração mas, logo os olhos de Miramez me feriram, apontando o motivo que nos fizera parar naquele salão. Eram as entidades espirituais que acompanhavam os dançarinos encarnados. Logo balancei a cabeça, como que jogando fora os pensamentos indesejados e passei com facilidade a observar dois Espíritos que acompanhavam o casal no salão.

Era uma mulher de certa beleza, no entanto, os seus gestos a tornavam antipática e a sua sensualidade transparecia em todos os seus gestos. Ela estava ligada à mulata em perfeita simbiose espiritual e, ainda mais, sabia estimular os centros genéticos dos dois em festa. O outro Espírito era um homem musculoso, de aspecto animalizado, com uma fúria difícil de ser vista em um ser humano, que usava o velho como um verdadeiro médium, fazendo-o desejar a mulata, com toda a pujança de sua mocidade interior.

Após conseguir o seu intento, aquele estranho casal de Espíritos saiu a dançar animadamente, sob os aplausos de muitas outras entidades espalhadas pelo salão. A festa era dominada por eles, os Espíritos, cujos instintos mostravam sua categoria.

De repente, o homem começou a suar por todos os poros. Já sentados em uma mesinha recuada, a moça deu umas palmadinhas em seu rosto, chamando-o pelo nome mas, ele desfaleceu. Ela, aflita, pediu socorro. Ao mal-estar do velho, entretanto, pouca atenção deram os convivas e muitos riram, criando piadas para mais humor na noite.

Inquieto, busquei o auxílio de Miramez. Não foi preciso contar o ocorrido, pois ele logo foi dizendo:

— Esse homem tem uma mediunidade bem acentuada, e a energia animalizada daquele Espírito que o usava como médium para o ato a que se propunha realizar, passou para o seu perispírito. Como o velho está encarnado, essa força negativa espalhou-se pela coluna vertebral agredindo todo o sistema nervoso central, chegando ao terceiro ventrículo do cérebro. Daí, essa aparência de desfalecimento, como se fosse um leve infarto, por aglutinação de energias inferiores veia aorta. Isso é muito comum nas horas de muita emoção e pode, por vezes, levar à morte, dependendo do estado de saúde da criatura. A pressão sobe em demasia mas, neste caso, não há de ser nada grave. O próprio organismo tem as suas defesas neste momento, já devem ter sido acionadas para socorrer o motor orgânico.

Pensei intrigado: "E por que a mulher nada sofreu?". O nosso instrutor esclareceu-me prontamente:

— Vê a diferença de idade entre os dois e compara a diferença da energia que circula nos dois organismos. Além disso, o homem idoso é sensitivo, e ela ainda não

demonstra essa faculdade. A entidade se aproximou dela para sensações mais diretas, sem, ou com pouca, participação dela.

Estava sem saber exatamente porque estávamos ali e levei essa dúvida a Miramez, que me respondeu prestativo:

— Estamos aqui em serviço de informação. Nós estamos procurando ambientes que possam nos fornecer assuntos que sirvam de exemplo para os encarnados, para que eles tomem cuidados especiais em tais ou quais lugares. É preciso saber que a lei de afinidade é universal, e é pelo pensamento que mudamos nossos sentimentos, que atraímos as companhias que nos cercam e nos ajudam naquilo que desejamos, seja de natureza elevada ou inferior. Além disso, o irmão escolhido para o serviço de desdobramento desta noite, mora aqui, sendo que hoje ele se encontra em condições bem difíceis para nos atender como desejávamos. O ambiente de festa alterou suas condições sentimentais.

Fiquei satisfeito por saber que em qualquer lugar podemos operar no bom sentido, escolhendo casos elucidativos para a nossa educação espiritual.

Já era tarde da noite e alguns participantes da festa, exalando álcool, ressonavam em cadeiras confortáveis; outros, continuavam dançando mas, sem aquele entusiasmo de antes. É bom lembrar que ali se estava festejando um casamento, cujos noivos estavam em preparo para sua noite nupcial.

O nosso candidato, que vamos passar a chamar de Trinta, estava lendo, recostado em grandes travesseiros em seu quarto, esforçando-se por fugir à influência do ambiente. Em dado momento, surgiu em seus pensamentos ainda meio desordenados, o par de recém-casados, e ele, como não cortava imediatamente as ideias, permitiu que elas tomassem corpo, crescessem e passassem a dominar a sua mente.

Ele largou de lado o livro que folheava e deu continuidade aos pensamentos inferiores, visualizando situações que não lhe diziam respeito.

Surgiu, então, ao seu lado, antigo inimigo que sempre procurava oportunidades para mais uma vingança, e sugeriu mentalmente ao Trinta a leitura de um livro pornográfico que o candidato ao desdobramento guardava consigo que mostrava fotografias semelhantes às suas fantasias mentais.

Em pouco tempo, ele já não apresentava mais condições para o aprendizado programado e, adormecendo, logo partia em espírito para outros sítios, atraído por sentimentos análogos aos que apresentava.

Nada mais restando a fazer, e para completar o nosso aprendizado, passamos a desfechar perguntas em Miramez. Fui o primeiro a perguntar sobre coisas que me intrigavam:

— Por que não foi dada assistência ao Trinta, que já se encontrava recolhido com boas intenções para um contacto mais direto com o mundo espiritual?

— Ele foi inspirado a recolher-se, lendo obras dignificantes, mensagens que o ajudassem a formar um ambiente sadio, facilitando, assim, a sua saída astral. Porém, alguém lhe sugeriu outro livro, com figuras de sexo desvirtuado, instigando a sua mente, ainda em desequilíbrio, a essas intenções. Foi onde se abriu uma brecha para o Espírito que o espreita há muito tempo e que, se ele não tiver muito cuidado, acabará prejudicando as suas promessas para com o Bem.

— Esta residência, que me parece ser digna de respeito, como pode ser invadida por tamanha algazarra de Espíritos inferiores, com ideias fixas somente no sexo? E os guias da casa? E os Espíritos superiores?

— Residência aprazível no aspecto físico não quer dizer que atraia Espíritos superiores para o seu convívio. O eixo de um lar são os pais; se eles estão moralmente desequilibrados, abrem as portas para as trevas e essas passam a dominar a sequência de todas as suas atitudes inferiores. Viste o requinte do salão, as bebidas e a penumbra. Essas são as primeiras ideias estimuladas pelos Espíritos sensuais. Em diversão, quem quer esconder o que faz, não está fazendo coisa certa. Além disso, não houve tempo da sua parte, de verificar o resto da família, o que eles estavam fazendo. Não há erro na lei de atração; a sintonia é um fato universal em todos os quadrantes da criação de Deus. Os guias da casa se retiraram, por não terem sido convidados. O convite, aqui, não se refere a coisas escritas ou faladas, mas, a atos.

— Por que não tentar trazer o Trinta para o nosso meio, conversar com ele e aproveitar esta noite que estava deliberada para sua experiência?

— Lancellin, nós estamos na frequência da lei de amor, de justiça e de respeito aos direitos de todos os homens e almas desencarnadas; por isso, não devemos afrontar a quem quer que seja naquilo que é de seu próprio domínio. Além disso, determinadas impregnações de fluidos, quais os provindos da sensualidade inferior, não saem do perispírito de uma hora para outra, requerendo o tempo exigido pela natureza, que está encarregada de fazer esse trabalho.

Queria perguntar mais, entretanto, o bom senso me lembrou dos outros companheiros, e acenei para Celes, que perguntou com ansiedade sobre um assunto que nós já tínhamos conversado muito a respeito, sem, contudo, decidir por uma resposta mais lógica e sensata.

— O senhor poderia nos responder, com certa clareza, por que esse entrave do sexo, no decorrer dos serviços espirituais? O que ele tem em si de ruim, diante dos trabalhos pelo bem da coletividade? E, ainda, por que a gente sente uma vergonha com esse ato, que parece condicionada em nós por nossos antepassados, e que nos impede até mesmo de fazer uma oração? A consciência nos condena e nos marginaliza, por algum tempo, e ficamos cada vez mais constrangidos frente às coisas espirituais.

Miramez meditou um pouco e argumentou com simplicidade:

— Celes, não é o fato de ser o sexo, que assinala perigo nos exercícios espirituais; é a desobediência às leis naturais que nos governam. São regras a que, por vezes, desobedecemos e que nos marginalizam. A humanidade tem uma idade espiritual e, nesta faixa atual, a educação e a disciplina exigem determinado modo de viver, para que a harmonia não seja quebrada. O homem, na evolução em que se encontra, é ativado por uma bissensibilidade; tanto ele absorve as coisas boas como as indesejáveis. Ele não aprendeu a segurança, aquele equilíbrio moral de pureza incomparável ensinado no Evangelho de Jesus, tanto que, para exemplo, podemos analisar o nosso irmão Trinta; como pessoa de bons princípios, de bom coração, entregue à caridade, na mesma hora em que se encontrava envolvido em bons pensamentos, passou a aceitar inspirações negativas, chegando a ponto de concretizá-las. A civilização não estruturou o banheiro para as necessidades físicas e o asseio corporal? E se alguém fosse usar a rua, o jardim

ou a varanda para tal coisa, o que sucederia? Quem assim o fizesse iria parar no hospital psiquiátrico, não é? Assim o sexo, assim a vida; para cada coisa, o lugar apropriado. Esta é a lei que favorece a paz. Os dirigentes espirituais da Terra programaram o lar para que grupos de Espíritos pudessem encontrar na carne aqueles mesmos antagonistas, ou os seus afins, dando-lhes forças para a subida espiritual, e nenhuma mão humana pode destruir essa célula da humanidade. Todas essas manifestações humanas para desmerecer a família, passam com o tempo. Elas, por si, se destroem, porque são ideadas pelas trevas, e só a Verdade prevalece. Não somos contra o sexo. Seria um contrassenso, por ser ele o agente da reencarnação. Não obstante, empenhamos para que sua prática seja regulada, obediente às leis espirituais, das quais todos são conscientes. Não é preciso descrever regras para as práticas sexuais; todos conhecem essas leis, tanto de Deus como do país que lhe ofereceu a oportunidade de renascer de novo.

Miramez fez uma pausa e continuou com serenidade:

— Nós, do mundo espiritual, não estamos aflitos pelos desregramentos sexuais no mundo da carne, na atualidade. Isso, no processo de evolução das criaturas, é falta de conscientização evangélica. O Cristo ainda dorme nesses que se servem do sexo para alimentar e extravasar seus instintos inferiores. A sublimação do sexo é para o amanhã, mas os espíritas e todos os demais cristãos verdadeiros devem começar essa educação hoje, sem demora.

Sem perder tempo, Celes partiu para nova pergunta:

— Ainda falando sobre sexo, como se poderia responder às crianças que indagam sobre sua prática?

— O que respondes para uma pessoa que te pergunta o que é Deus? O muito que fazes é imitar o apóstolo João, dizendo que Deus é amor, por não saber certamente os detalhes da Sua magnânima existência. Não há a menor necessidade de se explicar de forma detalhada o sexo a uma criança. Por que o médico, o astrônomo, o engenheiro, o

No documento Iniciação - Viagem Astral - João Nunes Maia (páginas 126-148)