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3 O PROTAGONISMO DO COLETIVO ROSAS LIBERTÁRIAS NAS

3.4 Coletivo Rosas Libertárias em 2018

Os movimentos se apresentam de forma nebulosa pelas fronteiras indefinidas e com uma densidade variável. Além disso, pelo fato de comportar uma escassa divisão do trabalho e uma inevitável duplicação de função entre os diversos componentes, um semelhante modelo organizativo parece pouco adequado para assegurar eficácia e eficiência da ação coletiva.159

Os movimentos sociais podem passar por momentos delicados, principalmente por se tratar de ações coletivas, formando ambientes compostos por várias pessoas. Quando se trata de coletivo, ―podemos observar um conjunto de indivíduos que, agindo coletivamente, se definem como um ‗nós‘ e ao qual tendem a atribuir-lhes a mesma unidade‖160, então, quando há a falta de união dentro de uma ação coletiva, pode ocorrer o desgaste e até a diluição dessas ações.161

O CRL, no ano de 2018, passou por uma reorganização entres as componentes. Essa problemática no coletivo estava ocorrendo desde 2017, e a respeito disso, Sergiana relata que ―o ano de 2017 foi um ano muito, assim, introspectivo para o coletivo, que a gente avaliou inclusive se o coletivo ia acabar ou não, diante da saída de algumas meninas.‖162

Alguns fatores teriam influenciado esse momento de crise de existência do coletivo. A situação do CRL, conforme Brígida Oliveira:

Bom, atualmente o Coletivo Rosas Libertárias ele tá dormindo. É... algumas pessoas se afastaram, outras foram para outras cidades e a gente foi perdendo força, sabe?! A gente não conseguiu agregar pessoas e rolaram várias discussões internas pra saber motivos e tals. A gente fez várias avaliações e... aquela coisa vamos fazer, vamos fazer e na hora ninguém fazia.163

Na narrativa de Brígida Oliveira, nota-se que o Coletivo Rosas Libertárias, depois de mais de três anos de formação, passou por um momento de inflexão. Sua página no Facebook ainda se encontrava ativa no ano de 2018, mas sua última publicação data do dia 02/07/2018. A dificuldade de manter o coletivo ocorreu devido a alguns motivos, dentre eles o

159

MELUCCI, Alberto. ―A invenção do presente‖ A invenção do presente: movimentos sociais nas sociedades complexas. Petrópolis: Vozes, 2001. p.96.

160

Ibid., p. 156 -157. 161

Ibid., 2001. 162

SANTOS, Sergiana Vieira dos. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 17/04/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura –GEPHISC.

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OLIVEIRA, Brígida de Souza. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 18/08/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura –GEPHISC.

59 afastamento de algumas das integrantes que ajudaram a construir o CRL. Camila Ramos também relata que:

Devido a muitas questões assim...de outros caminhos a serem traçados e que foram sendo traçados, né?! E que estão sendo traçados e que é...não conseguimos dá uma organizada, vamos dizer assim. Pode ser sim por falta de organização da nossa parte no sentido de tipo uma tá fazendo mestrado e aqui em Delmiro não tem mestrado, né?! Ai tá fora e vem poucos dias na semana e tem que trabalhar também, né?! TCC, e aí correndo com o TCC não posso ir nas reuniões. É...tô faze..passei na graduação, vou pra fora. É... e aí ele começou a ir morrendo e morrendo, porque é... por conta dessas demandas.164

Esse momento de quietude do coletivo também pôde ser visto como uma forma de reformulação, pois Camila Cruz ressaltou que ―existem momentos que o coletivo vai dar uma caminhada mais lenta, mas que a gente precisa tá dando esse gás‖.165 Para ela, o ano de 2018 serviu como um período de rearticulação e que essa pausa pôde ser vista e sentida de diferentes formas. Para Layanne Queiroz, o coletivo encontrava-se em 2018 ―parado, desarticulado, magoado‖.166

O processo de rearticulação e renovação de movimentos sociais e ações coletivas aparentam ser um processo natural. A exemplo disso, pega-se o feminismo que, no início do século XX, passou por um processo de renovação, porém teve a sua continuidade questionada, levando a questionamento sobre o seu fim.167 Segundo Céli Pinto:

Não resta dúvida que o feminismo tal como existiu nas décadas de 1970 e 1980 – como grupos de reflexão, associações fortes, manifestações públicas – tem atualmente muito pouca expressão, tanto no Brasil como na Europa e nos Estados Unidos. Entretanto parece bastante equivocado simplesmente decretar o fim do feminismo. Deve-se prestar atenção nesse início de milênio às novas formas que o pensamento e o próprio movimento tomaram, e, para tanto, dois cenários são particularmente importantes: o primeiro refere-se à dissociação entre o pensamento feminista e o movimento; o segundo, à profissionalização do movimento por meio do aparecimento de um grande número de ONGs voltadas para a questão das mulheres. Essas duas movimentações são complementares e, se generaliza, o movimento, por meio das ONGs, se especializa.168

É possível entender que o feminismo, em todo o mundo, não acabou, apenas passou por um processo de renovação e tomou novos rumos. O feminismo conhecido décadas atrás

164

RAMOS, Camila Faustina Santos Pereira. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 06/09/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura –GEPHISC.

165

CRUZ, Camila Rodrigues da. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 03/05/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura –GEPHISC.

166

QUEIROZ, Layanne Morais. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 17/09/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura –GEPHISC.

167

PINTO, Céli Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo. 2003.

168

60 deu espaço para novas expressões feministas. O feminismo, portanto, passou por um processo de reformulação. Ao pegar esse gancho e tendo como base as entrevistas realizadas com as integrantes, é possível perceber que a saída de algumas integrantes que estavam desde o início da formação, assim como a falta de novas mulheres para compor o coletivo, acabou acarretando no enfraquecimento das ações do CRL no ano de 2018.

Com isso, o enfraquecimento que já vinha ocorrendo desde o ano de 2017 levou o CRL a parar com suas ações, pois sem uma boa quantidade de pessoas para desenvolver, tanto as atividades quanto a organização do coletivo como um todo, dificultou no seu desenvolvimento.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a finalização deste trabalho, podemos perceber que os estudos sobre a luta das mulheres na cidade de Delmiro Gouveia/Alagoas, ainda estão começando. Mas a quantidade de autores/as que vêm estudando a história das mulheres revela como essa história tem ganhado cada vez mais proporção no âmbito das pesquisas acadêmicas, no final do século XX e início do XXI. Os autores/as abordados no decorrer desta pesquisa, assim como as entrevistadas escolhidas, contribuíram imensamente para pensar a formação do Coletivo Rosas Libertárias na cidade de Delmiro Gouveia/Alagoas.

As entrevistas feitas com algumas das integrantes do CRL para esta pesquisa foram de extrema importância para fazer uma análise da construção deste coletivo, pois suas narrativas serviram para conhecer e refletir sobre a sua construção na cidade de Delmiro Gouveia/ Alagoas, bem como os posicionamentos de suas componentes.

No primeiro capítulo, ―A marcha das vadias e a construção do Coletivo Rosas Libertárias, na cidade de Delmiro Gouveia/Alagoas (2012-2015)‖, relatamos e analisamos sobre o movimento MDV, dando uma pincelada sobre seu surgimento e sua relação com o CRL. Com a construção do CRL, foi possível perceber a atuação das mulheres em uma cidade do Sertão alagoano, a qual nos leva a refletir também sobre os movimentos sociais contemporâneos e a atuação das mulheres nesses movimentos.

No segundo capítulo, ―O protagonismo do Coletivo Rosas Libertárias nas experiências de luta feminista, na cidade de Delmiro Gouveia/Alagoas (2015-2018)‖, discutimos sobre a questão de gênero, assim como de raça e classe, e como esses temas foram abordados no CRL. Com a abordagem dessas questões, percebemos o quanto esse assunto era amplo e complexo dentro do CRL. Analisamos também sobre violência contra a mulher, assim como a atuação do CRL no debate sobre a violência doméstica na cidade de Delmiro Gouveia, relatando alguns eventos promovidos por esse coletivo. Foi perceptível, também, dificuldade desse coletivo em se manter ativo no ano de 2018, devido à ausência de novas integrantes que pudessem dar continuidade a suas ações.

Além disso, neste trabalho pudemos analisar que, tanto as ações coletivas quanto os movimentos sociais contemporâneos, são válidos para a sociedade, porém não podemos eliminar o fato de que essas ações podem se desfazer e se desgastar em função também de problemas de organização.

62 Com isso, finalizamos o presente trabalho ressaltando a seriedade de tratar da história das mulheres, assim como a maneira de pensar a sua história. Pensar nessa história a partir do Coletivo Rosas Libertárias, coletivo sertanejo, é uma possibilidade de aumentar o leque dessa história. Conhecer esses movimentos, tanto a MDV quanto o CRL, é necessário para entendermos como as diferentes histórias das mulheres precisam ser descortinadas.

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OLIVEIRA, Brígida de Souza. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 28/05/2019 Entrevista realizada através da ferramenta de comunicação WhatsApp In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura – GEPHISC.

QUEIROZ, Layanne Morais. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 17/09/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura – GEPHISC.

RAMOS, Camila Faustina Santos Pereira. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 06/09/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura – GEPHISC.

SANTOS, Sergiana Vieira dos. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 17/04/2018 In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura – GEPHISC.

SILVA, Wanubya Maria Menezes da. Entrevistada por Samyres da Silva Vieira 21/04/2018 Entrevista realizada através da ferramenta de comunicação WhatsApp In: Acervo do Grupo de Estudos e de Pesquisa em História, Sociedade e Cultura – GEPHISC.

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SITES CONSULTADOS

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Questionário para as integrantes do Coletivo Rosas Libertárias

1° O que você entende por coletivo?

2° Quando e onde surgiu o Coletivo Rosas Libertárias?

3° De que maneira ocorreu a sua entrada no Coletivo Rosas Libertárias? 4° Quais são os fatores que te influenciaram a participar do coletivo? 5° Você já havia participado de algum movimento social?

6° O que você entende por feminismo e gênero?

7° Quais são as questões e idéias centrais discutidas pelo coletivo Rosas Libertárias e por quê essas questões eram discutidas?

8° Qual é o alvo principal do Coletivo Rosas Libertárias? 9° Como é a forma de organização desse coletivo?

10° Onde ocorriam as reuniões para tratar de questões pautadas pelo Coletivo Rosas Libertárias? Porque escolheram tal lugar?

11° Nas reuniões do coletivo são utilizados textos para discussões? Se sim, quais são esses textos?

12° Atualmente o Coletivo Rosas Libertárias é composto por quantas pessoas? 13° Como e porque escolheram o nome ―Rosas Libertárias‖?

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Questionário para integrante Brígida de Souza Oliveira

1° O que foi o ―Tambores de Safo‖? 2° Em que ano e local surgiu esse grupo? 3°) Como foi sua participação nesse grupo? 4°) Você participou da Marcha das Vadias?

5°) Como foi seu envolvimento na Marcha das Vadias?

6º) A princípio, o Coletivo Rosas Libertárias foi um coletivo virtual e em seguida se tornou um coletivo físico?

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UNIVERIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DO SERTÃO

CURSO DE HISTÓRIA

I – Identificação do projeto de pesquisa

1 – Projeto de Pesquisa.

Entre a ―Marcha das Vadias‖ e a construção do ―Coletivo Rosas Libertárias‖: movimentos de mulheres em Delmiro Gouveia/Alagoas (2012-2018)

2 – Responsável pelo projeto: Samyres da Silva Vieira

3 - Pesquisadores do projeto: Samyres da Silva Vieira

4 - Dados pessoais do entrevistado: Nome: Brígida de Souza Oliveira Data de Nascimento: 25/06/1989 CPF: 041.546.683.07

5 - Data e local da entrevista: 18/08/2018

72 Resumo:

A presente entrevista teve como objetivo fazer um levantamento sobre o processo de formação do Coletivo Rosas Libertarias. O levantamento dessas informações serviu para a construção do Trabalho de conclusão de curso, no qual abordou sobre os movimentos sociais contemporâneos, as ações coletivas, tendo como foco o coletivo supracitado.

Palavras-chave: Movimentos Sociais, Ação Coletiva e Coletivo Rosas Libertárias

Entrevista

Entrevistado [Brígida de Souza Oliveira]: - Meu nome é Brígida de Souza Oliveira, sou

artesã, sou estudante do curso de História da UFAL Sertão, sou mãe, sou mulher e é isso.

Entrevistado [Brígida de Souza Oliveira]: - Bem, o que eu entendo por coletivo... é um

grupo de pessoas é que se juntam com o intuito de ajudar outras pessoas. É, não são pessoas com o pensamento individualista, são pessoas que pensam no coletivo, no social e... ultimamente tem surgido vários coletivos com o intuito de pelo menos discutir algumas pautas que são bem pertinentes da nossa sociedade doente de hoje.

Entrevistado [Brígida de Souza Oliveira]: - Bem, o coletivo Rosas Libertárias ele surgi de

um grupo de amigas que a gente se juntava sempre na casa da Fernanda, uma amiga nossa aqui de Delmiro, de Curitiba na verdade, e ai é... a gente já discutia temas relevantes né?! sobre o feminismo e tal. E ai teve um dia que a gente pensou, nossa a gente podia formar um coletivo? Só que na verdade o coletivo já estava formado, né?! A gente só deu nome e burocratizou a coisa, começou a fazer ata, começou a fazer reuniões periódicas e tudo, mas surgi meio que é... deixe eu achar a palavra, não involuntariamente, mas meio que inconscientemente. Ele surgi naturalmente, amos dizer assim.

Entrevistado [Brígida de Souza Oliveira]: - A minha entrada no coletivo ocorreu de forma

espontânea, eu já era amiga das meninas e...eu tava num momento bem estranho, precisando de ajuda e de pessoas por perto e foi uma coisa natural também, foi ficando e quando a gente

73 se deu conta a gente já estava fazendo fala em mesa de simpósio essas coisas, indo pra reuniões na prefeitura e tal. Mas a minha entrada se dá nesse sentido de.. foi bem espontâneo, eu já fazia parte desse grupo de meninas que começou, entendeu?!

Entrevistado [Brígida de Souza Oliveira]: - Os fatores que me influenciaram a entrar

foram.. interesse mesmo, interesse na temática e porque eu vi a necessidade de... Delmiro ter um coletivo sabe?! Um coletivo feminista pra discutir coisas. Tudo bem que a gente não vai mudar o mundo, mas pelo menos discutir a gente pode, né?! Não faz mal a ninguém, a gente não estava atingindo ninguém. E a gente começou a...é...levar a sério isso, então o nosso intuito, do coletivo né..foi..é...discutir mesmo, trazer essas questões pro sertão alagoano, sabe?! Questões que antigamente não..ninguém falava sobre aborto, ninguém falava sobre é... homoafetividade essas coisas é..a solidão da mulher negra sabe?! Então foi acontecendo naturalmente, eram coisas que a gente já discutia.

Entrevistado [Brígida de Souza Oliveira]: - Sim, eu já participava do fórum Cearense de