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O professor G1AL apresentou aspectos que marcam uma posição otimista em relação ao que ensina aos alunos. Para esse professor, o crédito que os alunos oferecem a ele é tão grande que ela até se sente desconfortável com o excesso de informações. O professor G2UL coloca a dualidade (a científica e a religiosa) como um fator de dificuldade que ele encontra ao abordar esse assunto.

Na escola do professor G3AL, a maioria dos alunos tem formação evangélica e, por essa razão as resistências dos alunos nesse conteúdo tornam-se maiores. No entanto, o professor reforça a idéia evolucionista utilizando argumentos de provas que cobram uma postura mais científica dos alunos em suas respostas (ENEM), ou seja, impõe controle de conhecimento escolar sobre estudantes.

O professor G4AL não apresentou muitas dificuldades, somente quando ele fala do assunto “religião” em outros tipos de abordagem.

O professor G5AL determinou que existe um impacto alto na utilização das imagens, mas as perguntas feitas pelos alunos são para entender e não para questionar. Não há espaço para debate nesse caso.

O professor G6AL apresentou tranqüilidade na sua fala, pois apresenta seus argumentos em termos científicos sem espaço para o uso da religião, e sugere uma visão epistemológica mais sofisticada.

O professor G7AL encontra polêmicas no assunto quando aborda assuntos políticos que têm a religião como foco (Caxemira e Irlanda). O professor acha que o conflito que envolve assuntos religiosos é mais ligado á política e não ao evolucionismo.

Pergunta 4 (d):

Se você utiliza textos para explicar esta teoria, como você os classificaria: informativos ou provocativos?

Respostas:

Professor G1AL:

Professor G2UL:

“Geralmente o texto do livro. Há autores que têm essa preocupação em mostrar esse viés da questão religiosa também”.

Professor G3AL:

“Não, só da apostila, porque não dá tempo, esse ano eu usei quatro aulas para dar essa aula, mas a gente ficou muito nas aulas teóricas, eles participam bastante”.

Professor G4AL:

“Eu uso dois materiais: a apostila da escola, e poemas que falam sobre o céu e o universo. E uso o texto da Dança do universo7*, de Marcelo Gleiser”

Professor G5AL:

“Sim. Didáticos (da apostila)”.

Professor G6AL:

“Sim, informativos, do próprio livro didático”.

Professor G7AL:

“Costumo citar o Saramago, naquele trecho da questão que eu uso em prova. O autor fala que as religiões foram feitas para congregar homens, mas foram responsáveis por morticínios inenarráveis. E a maioria dos conflitos que a gente vê tem um fundo religioso. Então a questão religiosa está mais presente nas aulas de geopolítica”.

COMENTÁRIOS SOBRE AS RESPOSTAS DA PERGUNTA NÚMERO 4(D):

O professor G1AL não utiliza textos, apenas sua própria lousa. Os professores G2UL, G3AL, G5AL e G6AL utilizam os textos dos livros didáticos e de suas apostilas que usam nas aulas. O professor G4AL, que possui uma abordagem mais complexa como foi citado na resposta 4(b), em que apresenta argumentos de outras ciências como a física e a astronomia utiliza o texto de Marcelo Gleiser “A dança do universo”.

7 Marcelo Gleiser, A Dança do Universo – dos Mitos de Criação ao Big-Bang (São Paulo: Companhia das Letras, 1997. O autor do livro citado trata de como a física contemporânea vê o mundo, e que caminho ela percorreu antes interpretá-lo cientificamente.

O professor G7AL, que sempre apresentou em suas respostas uma postura mais política, utiliza os textos de José Saramago, com a intenção de mencionar que a religião, apesar de ter um objetivo de congregação, foi responsável por conflitos de mortes pelas intolerâncias vigentes. O professor apresenta uma atenção maior aos assuntos geopolíticos.

Pergunta 5:

Ao abordar os conteúdos você menciona em algum momento o Criacionista?

Respostas:

Professor G1AL:

“No final da aula, quando dá tempo eu falo do criacionismo, mas eu gosto de enfatizar que o que eu estou falando ali é ciência, que segue um método muito rigoroso, mas que por outro lado existe um lado teológico, religioso, que não utiliza o método científico, ou seja, o Velho Testamento, que é a mitologia dos hebreus. Eu procuro traçar um paralelo entre a mitologia dos hebreus e a ciência. O criacionismo é uma visão teológica, sem método científico algum, e que criou agora uma tentativa desesperada em defender o criacionismo, que é a do Design Inteligente”.

Professor G2UL:

“Sim, eu me sinto na obrigação de mencionar dizendo que o aluno tem a plena liberdade de escolha. Mas é minha função colocar a teoria evolucionista que é cada vez mais palpável, dado a explicação teórica e embasada. Eu faço a comparação, mas evidentemente eu trabalho com a teoria evolucionista. Porém, eu trato da teoria criacionista para não ferir muito essas posturas dessas pessoas”.

Professor G3AL:

“Esse ano aqui eu achei interessante que eu fiz uma comparação com o criacionismo. Até a gente pegou alguns textos da Bíblia, o que ela fala tentando encaixar isso até com as eras geológicas, estava em casa pensando com a tabelinha e as eras geológicas, os sete dias, a maneira como a Bíblia descreve que tem uma relação de como a Terra se desenvolveu, eu cheguei a falar e fazer essa comparação. Mas eu não explico que é a teoria criacionismo, eu só faço uma comparação”.

Professor G3AL:

“Sim, eu acho que eles entendem mais facilmente se eu fizer essa comparação, até porque eu acredito nisso. Acho que o evolucionismo não consegue explicar tudo, e a Bíblia, bem...a Bíblia é a verdade.”

Professor G4AL:

“Sim, no final. No começo eu até brinco com eles e falo que eu não sou padre, pastor ou pai de santo. Então a gente vai conversar sobre isso, mas eu quero que eles fiquem à vontade sobre esses assuntos. Do que ele vê em casa e o que ele está vendo ali no colégio. No final que eu fiz esse trabalho, eu perguntei para eles o que eles achavam sobre isso. A dificuldade deles de se libertarem da família é muito grande. Teve até um momento que eu achei engraçado onde eu pedi a uma aluna para ler, que era uma das melhores alunas da sala e ela falava que era muito difícil acreditar numa explosão. E eu disse a ela que era tão difícil para ela acreditar em uma explosão, assim como para outros era acreditar em Deus. A função da escola e da ciência é afirmar o que se vê em casa. As leis da física mostram só o deus maravilhoso para muita gente. Exatamente por isso, acontece essa discussão só no final. Eu acredito sinceramente, que mesmo aquele aluno que não acredita em nada que foi falado, em algum momento ele gostou da aula”.

Professor G5AL: “Não”.

Professor G6AL:

“Menciono como uma opinião contrária. Diferenciando os tipos de conhecimento e hierarquizando, como sendo uma perspectiva contrária, pois ela se fundamenta numa idéia religiosa, um olhar religioso. É uma hipótese que pode ser mudada ao longo do tempo. A polêmica que existia a gente abafava no sentido de tentar levá-los a diferenciar os tipos de conhecimento. Não são teorias concorrentes, estão em campos diferentes”.

Professor G7AL: “Não”.