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4 JORNAL DO ALMOÇO – RBS TV SANTA ROSA/RS

4.3 Como os profissionais da emissora avaliam as mudanças

A disseminação de mídias permite aos profissionais trabalharem no mesmo espaço físico. Porém há dificuldades. Os jornalistas de jornais, por exemplo, tendem a ver os da TV

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como superficiais e os da rádio como uma categoria inferior. Os da Web nem são considerados jornalistas e por isso há a necessidade de treinamento e mudança de rotinas. Os repórteres de jornais deverão aprender a manejar câmeras de vídeo digital, editar fotos digitais e serem capazes de apresentar relatos orais. Já os da TV têm de aprender técnicas de redação, usar máquinas fotográficas digitais e contextualizar a informação.

A fusão que vem acontecendo entre os veículos impressos, a televisão e o rádio com a Internet é o que se pode chamar de convergência midiática. Programas de redes de telecomunicações que possuem seu espaço na Internet são exemplos disso, nos quais as informações dadas pelo programa exibido na televisão são postadas na mídia, através de um site.

Nota-se que essa busca por profissionais multimídia vem ocorrendo tanto em empresas nacionais como internacionais. Os mais entusiastas acreditam que dessa maneira se constrói o jornalista do futuro em que o homem dos mil e um recursos trabalha sozinho, equipado com uma câmera de vídeo digital, telefone satélite, laptop com software de edição de vídeo e HTML, e ligação sem fios à Internet. Assim será capaz de produzir e editar notícias para várias mídias: televisão, um jornal impresso, o site da empresa na Internet, e ainda áudio para a estação de rádio do grupo.

O que se percebe é a busca dos profissionais por se tornarem completos, saber manipular vídeos e áudios, escrever bem e entender de fotografia. Um profissional com capacidade técnica para produzir dentro dos diversos suportes que a mídia oferece é mais valorizado que os demais. No telejornalismo essa necessidade por profissionais multimídia vem sendo cada vez mais exigida e necessária devido aos novos formatos adotados pelas emissoras de televisão, em busca de audiência.

A RBS TV Santa Rosa conta com uma equipe de telejornalismo formada por seis repórteres, três cinegrafistas e três técnicos de edição. Os profissionais com mais tempo de casa são Lisiane Sackis, com 22 anos de experiência, responsável pela coordenação de jornalismo e apresentação do Jornal do Almoço, e Maristani Weiand, com 14 anos de experiência, editora e apresentadora do RBS Notícias. Com dois telejornais bem diferentes um do outro, o perfil de cada apresentador também é distinto. Cada uma seguiu o estilo que se adequava mais a sua personalidade e formação.

A RBS TV Santa Rosa abrange 69 municípios. É a segunda maior emissora do grupo com a maior abrangência. Está atrás apenas de Passo Fundo, como já destacado anteriormente. Com dois telejornais locais, a equipe produz para os dois programas. O caso de estudo desta pesquisa é o Jornal do Almoço, porém, para analisar as mudanças e o perfil do

formato, vamos abordar o estilo do RBS Notícias como referência. Como os profissionais produzem para ambos e no interior o jornalista deve ser multitarefas, polivalente, a pesquisa foi feita com alguns comunicadores e técnicos da emissora.

O jornalismo é uma das áreas mais afetadas pela convergência multimídia e as empresas estão começando a se adaptar a essa realidade. Por dois motivos simples: o domínio da notícia em todos os suportes, o que gera os grandes grupos de comunicação que não se limitam a abranger apenas um meio; por outro lado, o profissional multimídia é financeiramente mais viável, tendo em vista que pode suprir necessidades momentâneas em outros campos que não sejam o seu específico.

A realidade em muitas emissoras de televisão é de conflito entre os campos, pois os jornalistas tradicionais, acostumados a utilizar apenas um meio, encaram essa nova realidade como uma competição. Os diferentes suportes estão juntos em redações integradas e há uma dificuldade de crença em benefícios dessa mudança.

Para observarmos essa situação buscamos um case de sucesso onde o profissional de televisão desenvolve várias atividades, mostrando uma relação mais próxima com o telespectador desde a produção da reportagem até a apresentação da notícia. O Grupo RBS criou uma interação entre seus meios de abrangência. Seus jornalistas trabalham em conjunto em redações integradas e nem sempre tendo um profissional responsável por cada mídia do grupo.

Acompanhamos a rotina da RBS TV na preparação do Jornal do Almoço da região de Santa Rosa e observamos como é o dia a dia de produção e apresentação do programa. A equipe de profissionais que prezam pelo trabalho em grupo desenvolve atividades claras e vastas sobre o que acontece não só na região, como também no estado. Sempre visando informar com competência e agilidade, o grupo desenvolve matérias para diversos meios de comunicação, destacando-se entre os demais por ser um meio televisivo que trabalha com diversas formas de mídias, sendo assim uma ferramenta multimídia no meio da comunicação e da informação entre seus telespectadores.

Para ser um profissional de televisão não é necessário que se dominem todas as áreas do jornalismo, mas conhecer os suportes que se relacionam com ela é um grande diferencial. Esse é o caso de Gelson Waier, hoje repórter da RBS TV Santa Rosa. Graduado em administração e jornalismo, ingressou no Grupo RBS através de um convite da equipe, assumindo o cargo de vendedor. Alguns anos depois Gelson passou para cinegrafista do grupo, onde permaneceu por cerca de cinco anos e, então, surgiu o desejo de trabalhar na produção de reportagens. Atualmente Gelson desenvolve vários papéis dentro da RBS TV.

Um deles é substituir, eventualmente, a âncora do Jornal do Almoço, Lisiane Sackis, quando necessário.

Durante o tempo na TV, o jornalista não se limitou ao seu cargo, sempre buscou conhecer um pouco mais. Em entrevista realizada com Gelson Weier5, ele ressalta a importância de ser um profissional multimídia e afirma como avalia essa transformação dentro do telejornalismo:

Tudo que aprendemos além da nossa função agrega, tanto profissionalmente como pessoalmente também. Você aprende a estar sempre ligado. Aprende a querer aprender mais sobre tudo. Isso acaba agregando ainda mais experiência. A parte de edição como a de cinegrafista, funções que exerci durante esses anos de RBS TV, auxiliaram a reportagem. Hoje, como repórter, percebo como, muitas vezes, construo a matéria em cima das imagens. Quando era apenas cinegrafista, não tinha essa percepção. Agora vejo como o trabalho de um ajuda para o do outro. Isso eu acho que é um ponto positivo que tenho em relação aos demais, no processo. Atualmente posso afirmar que trabalhar com telejornalismo é muito mais gratificante. Temos um contato mais próximo com o público, podendo esclarecer com credibilidade e clareza os fatos ao telespectador (WAIER, 2014).

Durante a rotina do jornalista, as tarefas se dividem em captação das informações, direção das imagens a serem coletadas, texto do off, cabeça da matéria para a âncora do jornal, gravação do off e edição da matéria. Além disso, Gelson ainda dá um suporte, quando necessário, em outras áreas da edição que, como cinegrafista, aprendeu a fazer e hoje dá auxílio para os outros funcionários.

Imagem 8 / Repórter Gelson a campo (fonte: André da Costa)

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Segundo Gelson, a experiência de ter trabalhado em várias áreas dentro do jornalismo só tem ajudado na execução das tarefas que realiza atualmente no telejornalismo. Em relação à função de apresentador do Jornal do Almoço, papel que exerce quando necessário, na substituição da coordenadora de telejornalismo Lisiane Sackis, Gelson destaca como uma tarefa atenciosa. Com as mudanças que o grupo sofreu nos últimos anos, não pegou o formato antigo, apenas de bancada. Analisando o atual cenário, avalia como satisfatório, pelo fato de aproximar o âncora do telespectador, por ser mais conversado e interativo.

Essa quebra de paradigma na apresentação da notícia está sendo fantástica. Antes as pessoas eram como robôs. Você fazia um texto e tinha que entrar ao vivo falando exatamente o que estava escrito, sem mudar nada. Hoje não, você chega e faz um bate-papo com o telespectador. É uma conversa onde se explica o que está acontecendo de uma maneira informal. Um exemplo que a gente sempre usa é que devemos explicar uma situação, assim como se estivéssemos explicando à esposa em casa, para a própria família. Temos que usar uma forma natural. Precisamos contar para o público o que, de fato, está acontecendo. É exatamente isso que o jornalismo virou. Não está mais aquele quadradão. A informalidade quebrou um pouco o clima distante. Aproximou o telespectador do repórter, do apresentador. Veio a favorecer. Porém, ainda temos muito a aprender, por ser uma coisa ainda nova. Você está anos trabalhando de um jeito e de uma hora para outra muda tudo. Você acaba ficando meio deslocado, mas com o tempo isso vai favorecendo. Essa nova linguagem é algo bem legal, bem produtivo, tanto para nós, jornalistas, como para o público, que está em casa nos assistindo (WAIER, 2014).

A profissional Lisiane Sackis é mais uma das profissionais do telejornalismo que o nosso estudo apresenta. Formada em letras e jornalismo, a comunicadora conta um pouco de sua história e trajetória ao longo de seus 22 anos atuando na telinha. Lisiane revelou como começou a trabalhar na televisão e como encarrou essa mídia:

O interesse pela profissão de comunicadora surgiu ainda na faculdade. Porém, nunca pensei em trabalhar com televisão. Com algumas experiências de TV em comerciais, chamei a atenção do grupo RBS na época que implantavam a emissora na região. Chamada para fazer um teste, fui, meio receosa, mas encarei o desafio. Com mais de 200 pessoas concorrendo à vaga, tive o privilégio de ser selecionada. Sem pensar muito, arrisquei e aceitei o desafio. Hoje, com 22 anos de casa, vejo que foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida profissional. Com o tempo me formei em letras/inglês e posteriormente em jornalismo, no entanto me dediquei mais à segunda formação. A comunicação se tornou um vício e não me arrependo por ter me entregado a isso (SACKIS, 2014).

Hoje com mais de duas décadas de carreira, Lisiane é apresentadora e coordenadora do telejornalismo da RBS TV Santa Rosa. Chegando à emissora aproximadamente às 9hs de cada manhã, Lisiane se dedica a organizar o material que será exibido ao meio dia no jornal local. Ela escreve, revisa, modifica, escolhe as matérias que serão exibidas, cronometra o tempo de telejornal, coordena a edição e ainda grava offs.

Ao longo desses 22 anos, a prática e a experiência já fazem parte do dia a dia da jornalista. Em questão de minutos, ela se veste e se maquia, e ainda acha tempo para dar uma segunda revisada no material pronto, com a finalidade de cortar ou reestruturar alguma matéria. Depois de toda a correria para colocar as notícias e informações no cronograma do jornal, Lisiane assume o papel de apresentadora, transmitindo ao vivo, em rede regional, informações claras e de importância relevante para a sociedade.

Imagem 9 / Apresentação atual do Jornal do Almoço Santa Rosa (Fonte: André da Costa)

Encerrando o telejornal a chefe de redação segue gravando a chamada com as notícias que serão passadas no dia seguinte no Jornal do Almoço. Para finalizar a corrida da manhã que ainda não acabou, às 13hs ela tem uma áudio-conferência com os editores de todo o estado e o editor-chefe de Porto Alegre.

Atualmente ela apresenta sozinha o Jornal do Almoço. No início, dividia a bancada, que aparecia como formato principal no telejornal. Segundo Lisiane, a posição em que ficava era mais estática do que hoje. Ficava sentada na bancada o tempo inteiro. Não levantava, não caminhava, não se locomovia. A troca de informações e a apresentação era feita com mais dois colegas. Os assuntos eram variados, como ainda é hoje. Porém, o perfil do JA sempre foi,

desde o início, um estilo de revista, de conversa, de entrevistas, envolvendo o factual com notícias fortes também.

A mudança foi se acentuando ao longo dos anos. Foi todo um processo de pesquisa. Um processo de elaboração do telejornal que é considerado o principal da emissora. É o mais importante, por ser apresentado no ponto de encontro das famílias, de amigos, ao meio dia. O horário que ele é transmitido é o momento em que as pessoas estão almoçando e ao mesmo tempo se informando. O Jornal do Almoço tem esse viés de rádio também. As pessoas acabam só ouvindo a televisão e não vendo. Com isso, a emissora foi cada vez mais buscando essa identificação com o público gaúcho na linguagem. Nós usamos a linguagem mais coloquial, mais conversa, cada dia mais. Procuramos circular. Com essa mudança total, temos mais liberdade dentro do estúdio. Ficamos de pé, ficamos sentados. Nos locomovemos. Mostramos para o público que a nossa apresentação é feita como se estivéssemos dentro da própria residência dele. Querendo ou não é ser a vida da gente dentro de casa (SACKIS, 2014).

Com essa mudança, a apresentadora destaca a importância do estilo para o âncora. A responsabilidade aumentou. De acordo com Lisiane, é necessário estar mais preparado, bem informado. A nova linguagem deu espaço também para mais ao vivo dentro do telejornal, onde o repórter entra em tempo real no JA, de algum local externo, trazendo mais informação sobre determinado assunto. Dessa forma, a interação entre ele e o apresentador é maior: “Hoje o apresentador, assim como o repórter, não tem mais aquele texto tão pronto. Ele tem que improvisar” (SACKIS, 2014).

Com base no relato da âncora, percebe-se que a nova linguagem destaca-se como um ganho aos profissionais. O formato aproximou a televisão do telespectador. Outro ponto favorável para o aprimoramento da transmissão da notícia foi a exigência pelo gestual. A linguagem corporal foi fundamental no processo de implantação do estilo. Pelo fato de os jornalistas estarem caminhando, eles não podem exagerar. O cuidado deve ser tomado com a postura, com a comunicação. Isso tudo acaba envolvendo uma parte de teatro também. Por a televisão ser um veículo muito completo, onde as pessoas ouvem e também enxergam, os profissionais tiveram que atentar ao conjunto que a comunicação visual apresenta. Conforme Lisiane: “Hoje, o grande momento da televisão, depois da mudança para a TV HD que aconteceu em 2013 na RBS TV Santa Rosa, é, sem dúvidas, a nossa linguagem” (SACKIS, 2014).

Essa realidade, da nova linguagem, de novas ferramentas para facilitar a proximidade com o público, vem dos telejornais nacionais. Willian Bonner assevera isso, quando destaca a importância do detalhamento tanto na produção da notícia quanto na apresentação. Quanto mais claro o texto, mais conversada a transmissão, mais objetiva a informação chegará ao telespectador. Ele ressalta que os profissionais do Jornal Nacional tentam escrever os textos

imaginando que serão ouvidos por alguém que não seja nem analfabeto nem pós-graduado, mas sim um cidadão comum, que chega do trabalho cansado e quer apenas ligar a TV para se equipar de informação clara e direta.

O nível de detalhamento que o Jornal Nacional oferecerá aos espectadores dependerá da complexidade do assunto tratado e da familiaridade que nós imaginamos que aquele determinado espectador tenha com o tema. Quanto mais distante uma notícia for do universo do nosso espectador médio, mais necessário será um detalhamento maior na apresentação dos fatos (BONNER, 2009, p. 2015).

No Jornal do Almoço local, as histórias têm sido o foco da produção. Isso tem sido um dos métodos usados pela produção para dar mais entendimento ao público. Fazendo com que o telespectador se identifique com o personagem apresentado, ele vai perceber como aquela realidade mostrada na televisão está próxima dele. De acordo com a apresentadora do Teledomingo, da RBS TV, e eventualmente do Jornal do Almoço Estado, Daniela Ungaretti6, isso faz com que o comunicador esteja, cada vez mais, próximo da comunidade. O espectador percebe que o fato é real e que a notícia pode influenciar na sua vida também. Essa percepção faz com que o jornalista ouça mais o público, o que tem sido o principal motivo das mudanças no telejornalismo há quase dez anos, desde que a bancada começou a sair de cena.

A gente tem que ouvir o público. Ele é o principal. O que adianta eu estar lá, dando uma notícia, se o público não está ali? É pra ele que temos que fazer jornalismo. A gente tem que saber o que ele quer ver, da forma como quer ver. Hoje temos muitas possibilidades de se comunicar com o telespectador que antes não tínhamos. Antigamente recebíamos cartas, hoje em dia existem as redes sociais. As pessoas vão lá e nos enviam uma mensagem, sugerindo, criticando, participando de alguma forma. Todas as formas de comunicação hoje nos dão essa possibilidade de entender o que o público quer. Não é fácil, mas existe uma aproximação por meio disso bem maior e é isso o mais importante (UNGARETTI, 2014).

No mês de outubro, Greice Mattos7 completou dois anos de RBS TV. Repórter do grupo, iniciou sua carreira em sucursais, onde a exigência sobre o repórter é bem maior, por ter que trabalhar em uma equipe menor e sem muito apoio, distante da coordenação. Inicialmente, trabalhava na cidade de Santo Ângelo. Há dois meses foi transferida para Santa Rosa. Como profissional da nova safra, como costuma se definir, já começou a carreira usando a nova linguagem do telejornalismo. Mais descontraída, interativa e próxima do telespectador, sente-se mais à vontade com matérias leves, que lhe permitem ousar na criatividade, porém fazendo uso sempre da sensibilidade. Segundo Greice, são esses dois

6 Entrevista concedida ao autor na Unijuí no dia 16 de setembro de 2014. 7

elementos que dão o toque necessário e essencial para a produção jornalística exigida pelo público atual.

Às vezes a gente vai fazer pautas muito parecidas, muito iguais, e aí vai depender do teu olhar. Tem vezes que não é nem só criatividade, é sensibilidade. Essa sensibilidade de contar uma história. Isso está sendo muito instigado nos repórteres, e acho que é o que as pessoas também querem saber. Essa linha da superficialidade, da gente ser meio geral, está perdendo espaço (MATTOS, 2014).

O telespectador acaba se identificando com o que é mostrado na reportagem. Com isso, ele também percebe até que ponto o jornalista se envolveu com o fato. Além do repórter transmitir essa relação, esse envolvimento, com a pauta o apresentador também tem que mostrar que sabe do que está sendo falado. Mostrar intimidade, aproximação com o assunto, é um ponto muito importante para fazer com que o público sinta-se parte do telejornal ao vê-lo.

Ao longo desses dois anos na RBS TV, Greice apresenta o JA e também o RBS Notícias às vezes. Já habituada ao cenário e à movimentação que o novo formato exige, sente- se mais à vontade na apresentação do Jornal do Almoço. No entanto, na produção, se identifica mais com a notícia mais séria, mais hard news8. Conversar com o telespectador, usando uma linguagem corporal e também falada mais informal, faz com que o telejornal seja mais natural, na percepção de Greice, e é exatamente isso que ganha o gosto dele pela apresentação. A naturalidade é uma forma de mostrar para o pessoal de casa que os âncoras são de carne e osso e não robôs, que apenas ficam em frente a uma câmera, lendo um texto pronto.

Essa postura, nova linguagem, nos aproxima do telespectador, mas também nos facilita a comunicação. No estúdio, não ficamos presos na bancada, presos em um formato. Ao dar a cabeça de uma matéria, sabemos que temos a liberdade de dá-la com a nossa própria percepção. É uma forma de se tornar mais próximo. A gente tem que colocar o assunto ao público da maneira mais humana possível. Isso dá um novo gás ao nosso trabalho, por lidarmos com gente (MATTOS, 2014).

Já Maristani Weiand9, que está na emissora há 14 anos, é defensora do hard news. Por ser apresentadora do RBS Notícias há 12 anos, a seriedade e a formalidade são as principais características do formato do telejornal. O News, como o telejornal é chamado, tem uma apresentação “quadrada”. No Jornal do Almoço, com o novo formato, se caminha no estúdio, se sorri quase que o tempo todo. Tem uma interação maior, uma troca de informação mais