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COMO PROCEDER NESSE PASSO:

No documento CONSTELAÇÃO FAMILIAR (páginas 84-89)

Os modelos mentais ajudam a construir ou manter a estrutura atual da realidade. Para gerar mudanças profundas é preciso identificar como os modelos mentais

geram ou influenciam a realidade em questão para que seja possível compreende-las, modifica-las e assim buscar sustentabilidade como um todo. Não se deixar levar pelo que a pessoa conta, porque conta a história como ela

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vivia ou está vivendo, porque não consegue sair, não é a história verdadeira. não porque mente, mas porque não está consciente.

A visão não é clara porque está emaranhada, a necessidade da sobrevivência, o amor de vínculo. Ela faz tudo pela família. No instinto inconsciente de reconciliar algo na família, sentem-se bem com isso, não consegue sair porque se sentiria infiel a família

Segundo Capra “O grande desafio que se representa ao século XXI é o promover a mudança do sistema de valores que atualmente determina a economia global e chegar-se a um sistema compatível com exigências da dignidade humana e da sustentabilidade ecológica.” Momento de reflexão no que o TODO precisa de mim? Como chegar nesse todo?

Princípios Ordem do amor Da observação fenomenológica do processo das constelações nos sistemas familiares, Bert Hellinger compreendeu que o sistema familiar tem uma consciência que exige que o sistema se encontre em ordem. Também descobriu os princípios que determinam como isto acontece:

1)VÍNCULO/PERTINÊNCIA: todos tem um mesmo direito a pertencer ao seu sistema familiar.

2)ORDEM: existe uma hierarquia temporal

3) DAR E RECEBER: que nos trazem experiências de culpa e inocência, se refere ao equilíbrio entre dar e receber

As leis do amor na constelação familiar “Muita gente julgam que o amor tem o poder de superar tudo, que é preciso apenas amar bastante e tudo ficará bem. ... para que o amor dê certo, é preciso que exista alguma outra coisa ao lado dele.

É necessário que haja o conhecimento e o reconhecimento de uma ordem oculta do amor.”

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1) Lei: Pertinência-Vínculo

Todos têm o igual direito de pertencer. O que isso quer dizer? Quer dizer que não importa o que uma pessoa faça de “condenável”, “pecaminoso”, “reprovável” ou “errado” ela continua tendo o direito de pertencer ao sistema familiar.

Isso não quer dizer que ela esteja isenta de repreensões, restrições e até punições legais, mas apesar de tudo ela continua tendo o mesmo direito de pertencer a um sistema familiar.

Suas atitudes podem diminuir sua credibilidade, confiabilidade e até sua proximidade, mas não tiram seu pertencimento.

Quando esses membros da família são reconhecidos é possível haver uma reconciliação pacífica entre todos. Esses momentos demandam uma grande coragem pois exige dos membros de uma família que superem seus julgamentos morais em favor da reinclusão daquele membro excluído.

Pelo bem maior da família que transcende a condenação moral os membros incluídos ganham um espaço precioso no coração de seus membros.

Dessa forma, todos devem voltar a sentir a paz que lhe foi interrompida pelo acontecimento doloroso do passado. O resultado individual é que um dos membros que carregava a sensação de não se sentir aceito em nenhum lugar acaba.

A “sensação de voltar para casa” dentro de si é incrivelmente libertadora e a felicidade é possível.

A Exclusão Podemos excluir membros de nosso coração de muitas maneiras. Podemos evitar o luto ou simplesmente esquecer quem morreu jovem.

Podemos negar abortos, crianças que tenha sido entregues para a doação, relações extraconjugais ou relações anteriores.

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Há pessoas que podem ser excluídas diante de sua orientação sexual ou crenças políticas ou outras formas de desonra e rebeldia.

Nestes casos as consequências podem ser sentidas por indivíduos em gerações posteriores sem que eles tenham consciência do porquê é que sentem o que sentem.

Por exemplo, uma criança pode carregar o peso de não pertencer e pode carregar esse sentimento por um tio homossexual que foi excluído do sistema familiar.

2) Lei: Dar e receber

Na conhecida oração de Francisco de Assis se diz que “Se é dando que se recebe”. E essa é uma frase que resume muito do pensamento religioso. Bert Hellinger, no entanto, percebeu que nas famílias existe uma ordem natural da dar e receber entre pais e filhos e, nos casais.

A ordem natural vem do mais antigo para o mais jovem. Os pais dão e os filhos

recebem. Os pais dão a vida e os filhos aceitam. Os pais dão amor e os filhos o tomam em seu coração. Daí decorre um grande

aprendizado: os filhos precisam dos pais, mas os pais não precisam dos filhos. Mas esse amor é cego e não traz solução real e sim um agravamento do problema. Muitos pais acabam abdicando de sua vida de casal para nutrir 100% das necessidades dos filhos e se esquecem que a base familiar é o casal fortalecido. Os desejos dos filhos se alegram quando os pais deixam de se amarem um ao outro para serem exclusivos deles, mas suas almas sobrecarregam. E inconscientemente eles acabam pagando com um sentimento de expiação.

E toda expiação é sem sentido, não traz crescimento, pois nenhum mal se paga com sofrimento. No momento que os pais identificam que a criança passou a ter mais importância na família é momento de refletir sobre essa dinâmica de relação. Reassumirem o papel de pais e tirarem a sobrecarga dos filhos para que eles sigam suas vidas.

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A melhor forma de os filhos retribuírem o amor que receberam dos pais é passando isso adiante para as próximas gerações. Portanto, para que o amor dê certo é fundamental que o reequilíbrio entre dar e receber seja respeitado. Há uma necessidade de compensação entre as perdas e ganhos, de dar e receber, como uma lei sistêmica ela atua em todos os níveis: consciente e inconsciente. Tem-se a necessidade de compensação, e às vezes isso ocorre fazendo com que se perca algo, com que se vivencie algo ruim, mesmo sem a aparente necessidade ou sem se perceber de onde isso vem.

É como se houvesse um sentido de equilíbrio que dita se há crédito ou débito com alguém. Equilibrando o dar e receber

É quase matemático: se você deu algo, então você espera receber algo também ainda que não seja na mesma moeda.

O outro, por sua vez sente uma pressão para retribuir, dar também. Se deve algo, há uma pressão para pagar, devolver, para quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo ou negativo. A troca equilibra as

relações tomando possível uma convivência longa e saudável. 3) Lei: Hierarquia-Ordem

Os pais vêm primeiro e os filhos depois.

Na prática quer dizer que os pais são grandes e os filhos pequenos. A relação dos pais é a prioridade numa família e os filhos vêm depois para

completar o sentido da união do casal. Os pais dão aos filhos e os filhos recebem.

Quando os filhos se sentem maiores, mais importantes e mais capazes que os

pais e se portam como se os pais fossem incapazes, isso fere esse princípio. A Alma do filho sente um desconforto que se manifesta em forma de sofrimento

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Filhos que se arrogam o direito de mandar na vida dos pais ou de exigir tudo desses por longos anos de vida acabam se impondo (inconscientemente) uma vida turbulenta e cheia de dor.

Mas quando conseguem reconhecer a grandeza da vida e perceber que isso é o bastante, a ordem se restabelece no sistema familiar e o amor pode voltar a fluir livremente. Há uma outra hierarquia similar, mas menos intensa, entre irmãos e irmãos, respeitando a sua ordem de nascimento.

Existem, segundo Hellinger

Três tipos de consciência: pessoal, a coletiva e a espiritual.

1) Consciência pessoal: é aquela que nos faz sentir bem ou mal perante um grupo.

Todo grupo tem suas regras, exigências, limites e leis morais.

Lá é dito explícita ou implicitamente que devemos ou não fazer, o que é permitido ou não sentir e expressar.

2) Consciência coletiva: é aquela que garante o pertencimento de todos os membros do grupo. Como já foi dito, todos tem o igual direito de pertencer. 3) Consciência espiritual: é uma dimensão mais ampla de entendimento que só surgiu para Bert Hellinger nos anos recentes. Ele notou que essa consciência supera os limites das demais consciências para além do bem e do mal e do pertencimento e da exclusão

No documento CONSTELAÇÃO FAMILIAR (páginas 84-89)