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O PAPEL DO FACILITADOR

No documento CONSTELAÇÃO FAMILIAR (páginas 161-164)

No trabalho com doentes, vivenciei Bert Hellinger como alguém que, sem a ajuda de remédios, por meio de sua percepção, de seu ser e de sua ação, tinha o poder de desencadear processos curativos em pacientes. Meu sentimento foi o de ter encontrado o que buscava. Stephan Hausner.

O terapeuta é um catalisador da mudança curativa no paciente. Não é ele que cura, mas ele cria condições para que alguém se cure.

Além disso, as constelações familiares nos mostram como os traumas dos antepassados a que nos vinculamos pelo destino continuam a atuar através de gerações e influenciam a vida dos descendentes.

Precursoras para o desenvolvimento das constelações familiares foram as intuições de Bert Hellinger sobre as formas de atuação da consciência moral e sobre o que envolve alguém, dentro de uma família ou mesmo fora dela, no destino de outra pessoa, assim como sua permanente observação e o êxito que obteve na tentativa de desenvolver meios para dissolver esses envolvimentos. Cada ser humano nasce numa família.

Isso gera um vínculo que o liga a todos os membros dessa família.

Uma instância oculta, que Bert Hellinger chama de “consciência familiar” vela pelas condições que reinam na família enquanto compartilha de um destino comum.

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A essas condições estamos expostos e subordinados, independentemente de nossa vontade.

Essa instância vela pelo vínculo no sistema, pelo equilíbrio entre o dar e o receber, assim como no destino, e pela preservação da ordem.

A ordem prescreve que todos os membros da família, inclusive os falecidos, possuem igual direito de pertencer a ela.

Quando um membro da família é excluído, desprezado ou esquecido - por exemplo, uma criança que nasceu morta -, essa consciência coletiva faz com que um outro membro, geralmente de uma geração posterior, inconscientemente se identifique com a pessoa excluída.

Nesse enredamento o segundo torna-se semelhante ao primeiro e reproduz aspectos do destino dele, sem que saiba por que é sem poder evitá-lo.

Uma segunda ordem que vela a consciência coletiva é a hierarquia pelo tempo. Dessa maneira, os pais têm prioridade em relação aos filhos, o primeiro filho em relação ao segundo etc. Entre famílias, a que foi fundada ou surgiu por último tem precedência sobre a anterior. Portanto, a família atual tem precedência sobre a família de origem e a segunda família sobre a primeira, mesmo que tenha se originado por meio de um filho extraconjugal.

Em oposição à consciência moral pessoal, por onde percebemos imediatamente se nosso modo de agir coloca em risco nosso pertencimento, a consciência coletiva, atuando de modo oculto, vela pela preservação e pela coesão da família.

Apegamo-nos a muitas doenças e sintomas pelo anseio de proximidade com nossos pais ou pela necessidade de pertencer à nossa família. Muitas vezes atua aí uma necessidade inconsciente de compensação, quando nos sentimos culpados ou exibimos uma pretensa reivindicação.

Ou então a doença nos obriga a uma parada quando infringimos uma ordem com nossa atitude ou nosso comportamento.

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Por meio da investigação sobre possíveis envolvimentos familiares de membros individuais, o trabalho com as constelações sistêmicas levou a um conceito ampliado de família, onde se incluem todos os que são abarcados pela consciência do grupo familiar.

Nesse sentido pertencem a ela todos os filhos, portanto nós e todos os nossos irmãos e meios-irmãos, inclusive os natimortos, bem como os filhos que foram dados, ocultados ou abortados.

Além disso, pertencem à família os pais e todos os seus irmãos, os avôs, algumas vezes também os seus irmãos, principalmente quando tiveram um destino especial, e por vezes ainda os bisavôs.

Além dos parentes, pertencem ainda ao sistema familiar todos aqueles que de algum modo sofreram uma perda por intermédio da família, ou cujo destino proporcionou a ela um ganho.

Tais são, por exemplo, os parceiros anteriores dos pais ou dos avós, que tiveram de ceder ou liberar o seu lugar.

Nesse contexto também são considerados como pertencentes ao sistema familiar aqueles que foram vítimas de violência por parte de membros da família. Além disso, em razão do vínculo especial que nasce entre vítimas e perpetradores, nas famílias em que houve vítimas de crimes e violências também pertencem a ela os assassinos.

Todas as pessoas mencionadas constituem a família como uma comunidade que participa de um destino comum. O corpo fala a linguagem do espaço. Próximo, distante...a constelação utiliza a sensação percepção e traz a imagem e elementos chaves.

Nós não temos consciência, não compreendemos e ignoramos o corpo,

E melhor ao fazer uma constelação e verificar o que o corpo está me dizendo. Temos que ter a relação desses elementos.

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Então um constelador que sabe desse trabalho e vai ver os elementos que estão dificultando a sua saúde e o dinheiro, deixar que o corpo mostre dentro do espaço quem está perto quem está longe.

Pega aquilo que você vinha sentindo e faz a imagem daquilo e quando você vê a imagem que é fácil de compreender a sua mente junta as partes.

O seu sentir como percepção que forma uma imagem e a mente faz a compreensão. O método ideal para mostrar os efeitos trans geracionais dessa consciência coletiva oculta é a constelação familiar.

O fenômeno surpreendente, e até agora inexplicável, é que os representantes, uma vez posicionados pelo paciente devidamente centrado, são tomados por um movimento e imediatamente passam a sentir-se como as pessoas reais que representam, manifestando sentimentos delas e por vezes exibindo sintomas físicos semelhantes, quer estejam representando pessoas vivas ou já falecidas. A partir do modo como os representantes se inter-relacionam, dos seus sentimentos e expressões e dos impulsos que manifestam, o “constelador” e o paciente reconhecem os acontecimentos relevantes da história familiar e as dinâmicas que atuam nessa família e que podem estar em conexão com a doença e os sintomas do paciente.

No documento CONSTELAÇÃO FAMILIAR (páginas 161-164)