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No documento CONSTELAÇÃO FAMILIAR (páginas 30-34)

Bert Hellinger e o surpreendente efeito de aceitar “tudo que me lamento, queixo ou acuso”.

Tudo aquilo de que me lamento ou queixo, quero excluir, segundo Hellinger.

A frase é o início de um texto que segue abaixo sobre um tipo de postura ou atitude psíquica reativa diante de algo ou alguém. Diante do mundo, basicamente.

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Hellinger é um estudioso e um experimentador nato, um psicoterapeuta que une um lado poderoso da observação e da capacidade de compreensão com a experiência aberta e comprometida com a verdade, então não é uma atitude muito prudente simplesmente negar essas afirmações sem uma reflexão séria.

E partindo do princípio que todos nós já nos lamentamos, criticamos ou nos queixamos de alguma coisa ou de alguém, ou que podemos estar fazendo isso com certo engajamento, pode ser interessante entender o que esse curador veterano tem a dizer sobre a dimensão mais profunda dessa atitude.

Mais interessante que isso pode ser considerar a sugestão de Hellinger: integrar o que se rejeita. Fazer isso é acolher a própria sombra, reconhecer o que tivemos alienando em nós mesmos há muito tempo, e assim uma libertação de nós mesmos e de todos os outros.

Não é fácil, pois a tarefa de acusar e criticar é, em si mesma, um mecanismo de não ver e de continuar não vendo (vemos nos outros). Mas a frase inicial tem um poder especial, que talvez suscite uma curiosidade em nossa consciência, de talvez aceitá-la, de talvez pesquisá-la, de talvez experimentá-la.

“Tudo aquilo de que me lamento ou queixo, quero excluir. Tudo aquilo a que aponto um dedo acusador, quero excluir. A toda a pessoa que desperte a minha dor, estou a excluí-la.

Cada situação em que me sinta culpado, estou a excluí-la.

E desta forma vou ficando cada vez mais empobrecido.

O caminho inverso seria: a tudo de que me queixo, fito e digo: sim, assim aconteceu e integro-o em mim, com todo o desafio que para mim isso representa.

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Seja o que for que me tenha acontecido, tomo-o como a uma fonte de força.

É surpreendente o efeito que se pode observar neste âmbito.

Quando integro aquilo que antes tinha rejeitado, ou quando integro aquilo que é doloroso para mim, ou que produz sentimento de culpa, ou o que quer que me leve a sentir que estou a ser tratado de forma injusta, o que quer que seja… quando tento incorporar tudo isso, nem tudo cabe em mim.

Algo fica do lado de fora. Ao consentir plenamente, somente a força é internalizada. Tudo o resto fica de fora sem me contaminar.

Ao invés, desinfeta, purifica-me. A escória fica de fora, as brasas penetram no coração.”

NO MOMENTO QUE VOCE LIDA COM O DESTINO PODEMOS NOS ABRIR A MUDANÇAS...

Os vínculos do destino são vínculos de amor. Entretanto, ao tornar-se consciente, o mesmo amor que leva à doença pode também desfazer os laços que nos prendem a destinos funestos.

É exatamente nesse momento que o olhar fenomenológico dá lugar ao pensamento sistêmico e o Profissional que atua com as Constelações Familiares, pode dar lugar para seus conhecimentos sobre os processos. Ao fazer isso, entende que o cliente não está ali apenas por ele e sim trazendo consigo todo o seu Sistema Familiar, pais, avós, bisavós, trisavós e todos os outros, além de irmãos e todos os parentes.

Assim, o profissional bem formado, escuta de forma ativa, ética, respeitosa e sobretudo calcada na humildade

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Perante o sistema que se apresenta a nós de modo único, nessa única oportunidade no tempo, pois, o sistema não é algo fixo e imutável, é algo que sempre busca o equilíbrio, mas jamais alcançando.

Sendo que desse modo a perfeição está em seu movimento em favor da vida, que segue além das vidas individuais de cada um de seus elementos, mas em favor de seu direito de pertencer, ser honrada e não permanecer com injustiças que causaram desequilíbrios, separações e exclusões e dá um lugar para todos do sistema e como diz Bert Hellinger, no livro Ordens da Ajuda:

“QUÃO POUCO LIVRE SOMOS...”

Assim, o mestre Bert Hellinger chamou essas leis universais que regem os sistemas e nossa vida. Pois, ele observou que essas três leis coexistem e atuam ao mesmo tempo, mesmo que não haja consentimento prévio das pessoas. Essas leis naturais acontecem e muitas vezes nós nem sabemos de sua existência ou mesmo de seu conteúdo.

Essas leis ficam em ação, atuando para que haja harmonia e a sobrevivência do sistema aconteça, por isso mesmo, é importante que nós as respeitemos, assim evitaremos desordens no sistema, que são os tristes e penosos emaranhamentos sistêmicos.

AS 3 LEIS

HIERARQUIA E ORDEM, PERTENCIMENTO E EQUILÍBRIO

“REVIVEMOS SEM O NOSSO CONHECIMENTO OU VONTADE UMA ESPÉCIE DE REPETIÇÃO COMPULSIVA...”

DESTINOS PASSADOS, SITUAÇÃO FUNESTA, E SITUAÇÕES NÃO RESOLVIDAS. EMPATIA SISTÊMICA

Uma postura de extrema importância quando em uma escuta no processo de Constelação Familiar é que costumamos nos colocar como defensores do nosso

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cliente, desse modo, quando ele se refere à outras pessoas do sistema e explica como elas são inadequadas, ou erradas, ou com as mais diversas características que julgamos negativas.

Muitos profissionais concordam com o cliente e empatizam com ele, pois sentem suas dificuldades, inúmeras vezes inclusive sentem pena.

Porém, ao entrar nessa empatia com o cliente, passa a estar a serviço da desunião e rompimento de relações do sistema.

AS CONSTELAÇÕES NOS MOSTRAM ISSO DENTRO DO

No documento CONSTELAÇÃO FAMILIAR (páginas 30-34)