• Nenhum resultado encontrado

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.3 COMPETÊNCIA ORGANIZACIONAL E INFORMACIONAL

Como já discutido, o mundo da economia globalizada e de grandes avanços tecnológicos apresenta um novo contexto de atuação para os gestores, bastante diferenciado daquele que se conheceu há anos atrás. Essa condição posiciona os profissionais da administração como recursos fundamentais para o sucesso das organizações, exigindo destes um alto grau de competência para lidar com as complexidades dos problemas a serem enfrentados, como também com o grande volume de informações disponíveis e relacionadas à solução desses problemas.

A evolução do pensamento estratégico nos últimos cinqüenta anos reflete essas mudanças e é caracterizado por um redirecionamento gradual do foco, saindo de uma economia industrial, passando por uma perspectiva baseada em recursos e chegando a uma perspectiva de capital humano e intelectual.

Nas décadas anteriores, o modelo organizacional vigente mantinha as diversas competências distribuídas e desarticuladas nos setores específicos das organizações, sem uma integração que permitisse uma atuação estratégica quanto ao futuro dessas organizações.

Mas, com o advento da chamada sociedade da informação, um novo modelo organizacional passou a ser visualizado, um modelo pautado na identificação, localização, tratamento e uso da informação para o processo de tomada de decisão.

Em 1995, Hamel e Prahalad já alertavam que,

As diferentes tarefas que se desenvolverão dentro da nova moldura organizacional exigirão informações especializadas e seletivas. Os dados deverão ser escolhidos com relevância e propósito e, em alguns casos, deverão ser obtidos imediatamente após sua ocorrência, para orientar, por exemplo, as aplicações financeiras. [...] A informação é, hoje, recurso imprescindível para a tomada de decisões e assume um caráter crítico para subsidiar a implementação do processo de gestão estratégica. A identificação oportuna de sinais externos permite o desenvolvimento eficiente e efetivo das estratégias competitivas adequadas. Para tanto, é preciso adotar mecanismos que possam promover sua coleta, tratamento e difusão.

As informações que subsidiam o processo decisório são de caráter externo e interno às organizações. No que diz respeito ao nível externo, é necessário o monitoramento de eventos, fatos, tendências, sinalizadores de cenários e mudanças, acerca do macro ambiente no qual está inserida a organização, e com o qual e para o qual esta terá de desenvolver suas ações. Já no nível interno, terá de dispor de informações relevantes e decisivas que subsidiem sua interação com o ambiente externo. Nesse sentido, torna-se importante que as organizações capacitem seus profissionais para compreenderem a importância da informação e para trabalharem com ela, como também é fundamental que passem a criar uma infra-estrutura informacional que conte com profissionais da informação atuando de forma integrada aos seus gestores.

A administração de uma empresa e/ou organização é um complexo muito grande de atividades gerais e específicas, compreendendo análise, decisões, comunicação, liderança, motivação, mensuração e controle. Entre essas atividades

salientam-se as questões da tomada de decisões, pois esta representa a pedra angular de uma administração com êxitos. Conforme Drucker (apud ANSOFF, 1990, p.13), “Decisões e ações são o produto final da administração.”, sendo que as decisões, sejam elas tomadas explícita, ou implicitamente, sempre antecedem a ação.

Existem diversas e amplas conceituações ou definições sobre a Administração formuladas por autores e especialistas da Ciência da Administração, mas se pode iniciar pela definição terminológica apresentada por Ferreira (1986, p.47), que em seu dicionário da língua portuguesa registra Administração como:

Ação de administrar, 2. Gestão de negócios públicos ou particulares, 3. Governo, regência, 4. Conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado, 5. Prática desses princípios, normas e funções: administração de uma empresa.

Partindo-se para as conceituações apresentadas na literatura da área da Administração, destaca-se a definição de Chiavenato (2006), no prefácio da sua obra Princípios da Administração, em que declara:

Administração significa planejar o que será feito, preparar o futuro que virá, alinhar recursos, tecnologias e competências, convergindo tudo isso em direção a um objetivo predeterminado, criando condições para gerar valor e criar riqueza, atender as expectativas de todos os grupos de interesses envolvidos, monitorar continuamente o desempenho e, sobretudo, oferecer resultados.

Ao mesmo tempo esse autor destaca como é essencial que as bases da administração sejam compreendidas dentro de uma visão estratégica, em um mundo de negócios altamente dinâmicos e competitivos, para que se possa transformar as organizações (microempresas, empresas de médio ou grande porte, governamentais ou não governamentais, entidades de todos os tipos e características, municípios, estados e nações) em exemplos de sucesso, qualidade de vida, progresso e desenvolvimento aplicados com ética e responsabilidade social.

A essa conceituação se pode acrescentar as palavras de Maximiano (2002), quando ele declara como essencial para se entender o que significa Administração, a compreensão do papel que esta desempenha nas organizações e na sociedade, observando-se as palavras-chave ligadas a essa atividades como: objetivos, decisões e

recursos que, por se relacionarem à ação de administrar, estão inseridas na sua

prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos [...]” (MAXIMIANO, 2002, p. 26). Para oferecer maior visibilidade em torno desse conceito da Administração, buscou-se na Figura 2 oferecer uma representação da interação dinâmica desses elementos na administração e, a partir da qual, se pode observar o papel relevante dos recursos de pessoas, de informação e de conhecimento para a concretização positiva dessa ação especializada de administrar.

Figura 2 – Representação dos elementos constitutivos da ação de administrar

Fonte: Adaptação do autor baseada em Maximiniano (2002).

Ao se analisar as conceituações de Administração e a própria representação exposta na Figura 2, percebe-se que a informação estimula a autocorreção de políticas e ações, em cada âmbito de responsabilidade, ao permitir que os indicadores sejam adequadamente considerados e os sinais corretamente interpretados. Deve-se assim, evitar o excesso ou a falta de informações, eliminando as que não tenham significado e zelando pela adequada quantidade e oportunidade para as várias instâncias do processo decisório.

As definições e pré-requisitos das ações da Administração se amparam na aprendizagem baseada em recursos, liga-se diretamente as competências organizacionais, que, com base no pensamento estratégico contemporâneo. faz-se

RECURSOS