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Competências de partida no momento zero do Estágio

3.4. Gestão do currículo

3.4.1.4. Competências de partida no momento zero do Estágio

Com base na análise diagnóstica da turma, realizada através de uma observação instrumentada (utilizando listas de verificação), foi possível determinar com alguma acuidade o nível de desenvolvimento das competências no grupo de crianças aquando o inicio do nosso estágio. Este distinguir de competências permitiu definir a situação de aprendizagem realizada pelos alunos assim como o caminho que ainda faltava percorrer. A nível das competências na área da Matemática pretendia-se desenvolver a comunicação matemática e, em simultâneo, promover a organização do pensamento e a sistematização do conhecimento:

- Reconhecimento dos números inteiros e decimais e de formas diferentes de os representar e relacionar, bem como a aptidão para usar as propriedades das operações em situações concretas, em especial quando aquelas facilitam a realização de cálculos; - Compreensão do processo de medição e a aptidão para fazer medições e estimativas em situações diversas do quotidiano utilizando instrumentos apropriados.

Em relação à área de Língua Portuguesa, a nossa atenção recaiu na continuação do desenvolvimento da expressão oral, principalmente na organização de ideias e na intervenção adequada a diferentes contextos, e da expressão escrita, a nível da correcção

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Este ponto foi desenvolvido pelas três estagiárias.

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Ver Anexo 62

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ortográfica e na produção de textos por iniciativa própria, fomentando o gosto pela partilha dos mesmos. Destacámos ainda o trabalho de interpretação e compreensão de textos. Assim:

- Capacidade de se exprimir de forma confiante, clara e audível, com adequação ao contexto e objectivo comunicativo;

- Capacidade para decifrar, de forma automática, cadeias grafemáticas, para localizar informação em material escrito e para apreender o significado global de um texto curto;

- Capacidade para produzir textos escritos com diferentes objectivos comunicativos; - Capacidade de usar o conhecimento da língua como instrumento da aprendizagem da leitura e da escrita;

- Conhecimento […] de regras gramaticais básicas.

Na área de Estudo do Meio/Área Projecto pretendia-se desenvolver o respeito pela natureza e a compreensão da importância que outras espécies vivas têm no equilíbrio do ambiente, procurando ir ao encontro dos objectivos preconizados no projecto que se encontrava em desenvolvimento, no âmbito do programa Eco-Escolas:

- Compreender a existência de seres vivos e seres não vivos;

- Compreender que a acção humana pode conduzir ao desequilíbrio ambiental e à extinção de espécies.

Destacava-se ainda a necessidade de desenvolver competências a nível do trabalho em grupo, principalmente no que diz respeito à aceitação da opinião do outro e à visão do grupo como uma unidade de interacção no qual todas as actividades perseguem um objectivo comum:

- Esperar pela sua vez de intervir;

- Ter organização nos trabalhos e sentido de responsabilidade;

- Valorizar as suas experiências de vida em grupo (família, escola, meio); - Cumprir tarefas que lhe são atribuídas;

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- Conhecer e actuar de acordo com as normas do grupo. 3.4.1.3. Competências de saída78

Com as competências adquiridas e o desenvolvimento das acima referidas, pretendia-se uma aproximação aos objectivos gerais que passamos a enunciar:

Matemática:

- Explicar e confrontar as suas ideias com as dos seus companheiros, justificar as suas opiniões e descrever processos utilizados na realização das actividades;

- Desenvolver estratégias pessoais de resolução de problemas e assumir progressivamente uma atitude crítica perante os resultados.

Língua Portuguesa:

- Exprimir-se, com progressiva autonomia e clareza, em função de objectivos diversificados;

- Exprimir-se oralmente tendo em conta a oportunidade e a situação;

- Experimentar percursos individuais ou em grupo que proporcionem o prazer da escrita;

- Descobrir aspectos fundamentais da estrutura e do funcionamento da Língua, a partir de situações de uso.

- Aperfeiçoar a competência de escrita pela utilização da auto e de hetero-correcção. Estudo do Meio:

- Identificar problemas concretos relativos ao meio;

- Reconhecimento e utilização no quotidiano de unidades de referência temporal;

- Caracterizações das estações do ano, utilizando diversos indicadores resultantes da observação directa e indirecta;

- Observação directa dos aspectos naturais e humanos do meio e realização de actividades práticas e trabalho de campo no meio envolvente à escola;

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- Reconhecimento da utilização dos recursos nas diversas actividades humanas e como os desequilíbrios podem levar ao seu esgotamento, à extinção das espécies e à destruição do ambiente;

- Realização de registos e de medições simples utilizando instrumentos e unidades adequados;

- Participação em actividades de grupo, adoptando um comportamento construtivo, responsável e solidário, valoriza os contributos de cada um em função de objectivos comuns e respeita os princípios básicos do funcionamento democrático;

- Utilização de formas variadas de comunicação escrita, oral e gráfica e aplica técnicas elementares de pesquisa, organização e tratamento de dados;

- Participação em actividades lúdicas de investigação e descoberta e utiliza processos científicos na realização de actividades experimentais;

- Construção de instrumentos simples, utilizando o conhecimento das propriedades elementares de alguns materiais, substâncias e objectos;

- Identificação de alguns objectos e recursos tecnológicos, reconhece a sua importância na satisfação de determinadas necessidades humanas e adopta ema postura favorável ao seu desenvolvimento.

3.4.2. Pré-Escolar

A Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar, declarada como Decreto-Lei n.º 5/97 de 10 de Fevereiro, reconhece no capítulo II, no artigo 2.º, o princípio geral de que “a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida”. São vários os autores que definem currículo na educação pré-escolar como todas as experiências devidamente preparadas ou livres que são facultadas às crianças no contexto escolar, cuja sua fonte é a própria criança. Ou, dito de outra forma, “a origem adequada do currículo em educação pré-escolar é o conjunto dos objectivos que são os fins da educação para as crianças. Trata-se, no essencial, de uma declaração de valor sobre o que a criança deve ser” (Spodek, 1993: 14). Desta forma, nas considerações de Vasconcelos (1990: 9), “um currículo apropriado em termos de desenvolvimento é planeado de forma a ser adequado ao nível etário das crianças dentro do grupo e é

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implementado, tendo em atenção as diferentes necessidades, interesses e graus de desenvolvimento dessas crianças”. Contudo, pelas leituras a este nível, verifica-se uma certa indefinição curricular na actuação na educação pré-escolar, provocando a “necessidade de desenhar currículos capazes de organizar as particularidades da acção educativa” (Rodrigues, 1995: 39). No entanto, esta lacuna é facilitada pelas orientações oficiais. Um documento, emanado pela administração central, alvo de bastante reflexão por parte de profissionais e investigadores, ao longo de dois anos, refere “pólos de referência, pontos de apoio, guias, que indicam aos educadores, aos pais e à sociedade em geral, as experiências e saberes importantes que o jardim-de-infância proporcione às crianças nestas idades” (Vasconcelos, 2000: 37). Como tal, a mesma autora (idem: 38) garante-nos que as orientações curriculares definem o que a educação pré-escolar deve oferecer às crianças. A National Association for the Education of Young Children aprofunda o tema e escreve (1991: 29) que as orientações curriculares são “normas e princípios organizativos que permitem a apreciação e a tomada de decisão sobre as acções educativas”. Sendo assim, o documento reconhece a existência de várias práticas e modelos curriculares. E, considerado referência incontornável é, de facto, o espelho da prática dos educadores. Esta apreciação leva-nos, novamente, aos escritos de Vasconcelos (2000: 38) que referem que “o educador [é] o gestor do currículo […] tendo como quadro de referência o documento das orientações curriculares articulado e contextualizado de acordo com a realidade em que o educador está inserido, os saberes e necessidades das crianças e seus famílias e a realidade mais ampla que envolve o jardim-de-infância”. Para findar, as OCEPE “implicam a intencionalização da actividade educativa, o que quer dizer que o exercício da docência deve incluir planificação, intencionalização do quotidiano pedagógico, avaliação e registo” (Vasconcelos, 20000: 37). E um momento desta intencionalização deveras fulcral para o desenrolar do ano lectivo é o desenvolvimento do Projecto Curricular de Grupo.