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OS COMPONENTES DA PAISAGEM IMPORTANTES PARA A DIFERENCIAÇÃO DE AMBIENTES URBANOS A NATURAIS NA RMSP E NO MSP

CAPÍTULO 3: A OBTENÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DA ÁREA URBANA E DAS NATURAIS DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO (RMSP) ATRAVÉS

3.6 OS COMPONENTES DA PAISAGEM IMPORTANTES PARA A DIFERENCIAÇÃO DE AMBIENTES URBANOS A NATURAIS NA RMSP E NO MSP

Solos

O solo tem forte vínculo com a geologia, quanto ao quadro natural da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), pode ser representado pela geologia (SÃO PAULO, 1978).

A importância da geologia pode ser verificada nas afirmações abaixo, veja-se: Quanto aos tipos de solos do Estado de São Paulo (SETZER, 1949), tanto na RMSP quanto no Município de São Paulo (MSP), em linhas gerais, os solos estão associados a rochas ígneas e metamórficas (cristalino), sedimentares e aluviões.

Na RMSP, as planícies aluvionares e colinas em sedimentos terciários têm baixa suscetibilidade à erosão dos solos, nos terrenos cristalinos a suscetibilidade é predominantemente alta (SANTOS; NAKAZAWA, 1992). No MSP predominam três tipos de solos: nas várzeas os hidromórficos, sedimentos terciários nas colinas e complexo cristalino nos trechos de formação serrana (SÃO PAULO, 1985b). Desse modo, conclui-se que também no MSP ocorrem as planícies e colinas pouco suscetíveis à erosão e os terrenos cristalinos mais suscetíveis.

Dessa forma, constata-se que qualquer abordagem do componente solos para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: planícies aluviais de destaque regional (planície do Tietê e seus principais afluentes), sedimentos terciários e rochas cristalinas.

A Figura 6 ilustra a predominância de tais unidades para a RMSP e o MSP, será apresentada após a explicitação do componente geologia, já que ilustra também as unidades deste.

Geologia

O embasamento pré-cambriano ou Complexo Cristalino das Bacias de São Paulo e Taubaté expõe-se principalmente nas porções meridionais e setentrionais da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), é constituído por rocha granítico- gnaissica-migmatítica (SÃO PAULO, 1994a). Litologicamente é representado pelo Complexo Embu do Grupo Açungi ao Sul e pelo Grupo São Roque ao Norte (SÃO PAULO, 1994a). O Grupo Serra do Itaberaba pertence ao Grupo São Roque nesta referência. Em meio a essas duas litologias se destacam vários corpos intrusivos de suítes graníticas e granitóides distribuídos por todo o Complexo Cristalino da RMSP (SÃO PAULO, 1994a). Dessa forma, são esses dois tipos de litologia que se destacam no cristalino de tal unidade administrativa, analisando-se os mapas Distribuição das Grandes Unidades Litoestratigráficas da RMSP de Rodriguez (1998) e Geologia de São Paulo (1978), constata-se que tanto o Complexo Embu quanto o Grupo São Roque são constituídos, basicamente, por rochas metamórficas, já as Suítes Graníticas são constituídas por rochas ígneas.

Analisando-se o mapa Distribuição das Grandes Unidades Litoestratigráficas da RMSP de Rodriguez (1998), constata-se também que os sedimentos aluviais e os sedimentos terciários se destacam em toda a RMSP. Analisando-se tal mapa e o dos municípios da RMSP de Galvão (2011) (Figura 1), constata-se que no Município de São Paulo (MSP) predominam tais tipos de embasamento rochoso somados às já citadas rochas metamórficas e ígneas associadas ao Complexo Embu /Grupo São Roque e Suítes Graníticas, respectivamente.

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente geologia para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: sedimentos aluviais, sedimentos terciários, suítes graníticas e rochas metamórficas.

Figura 6 – Unidades geológicas predominantes na RMSP e MSP. Sedimentos aluviais (areias, argilas e cascalhos), sedimentos terciários (areias e argilas), rochas cristalinas / suítes graníticas (granitos e migmatitos associados) e rochas cristalinas / metamórficas (filitos, metarenitos e conglomerados, micaxistos, gnaisses e migmatitos). Fonte: mapa Geologia (SÃO PAULO, 1978) e bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Declividade

As classes de declividade propostas para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) são de 0 a 5%, 5 a 20%, 20 a 40% e >40% (SÃO PAULO, 1980).

No Município de São Paulo (MSP), a declividade média predominante é de até 20%, nas várzeas é abaixo de 5%, em alguns trechos periféricos ao Sul, Norte, Leste e Oeste a declividade é de até 40%, só na Serra da Cantareira e extremo Sul ocorrem trechos com declividade média acima de 40% (SÃO PAULO, 1985b). Nesta referência constata-se que tais classes de declividade ocorrentes na RMSP, também ocorrem no MSP.

Como já foi dito neste trabalho, segundo São Paulo (1979), quanto às classes de declividade da RMSP, só acima de 40% não favorece em nada a urbanização, até 5% é plana, de 5 a 20% é favorável e de 20 a 40% a urbanização pode ocorrer, mas com medidas restritivas (SÃO PAULO, 1979).

O mapa apresentado em Rosa (1989) (Figura 7) reflete esta afirmação ao espacializar somente as declividades acima e abaixo de 40% para toda a RMSP, verifica-se que o MSP abriga essas duas classes.

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente declividade para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: classes acima e abaixo de 40%.

Figura 7 – Unidades de classes de declividade da RMSP presentes no MSP. Fonte: mapa Sítio da Região Metropolitana de São Paulo (ROSA, 1989) e bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Relevo

Da análise do mapa Unidades Geomorfológicas na Região Metropolitana de São Paulo de Batista (2002) (Figura 8), pode-se constatar que na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e também no Município de São Paulo (MSP) ocorrem as planícies aluviais, as colinas sedimentares, os morros cristalinos, as serras graníticas e as escarpas da Serra do Mar.

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente relevo para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: planícies, colinas, morros, serras e escarpas.

Figura 8 – Unidades geomorfológicas da RMSP presentes no MSP. Fonte: mapa Unidades Geomorfológicas na Região Metropolitana de São

Paulo (BATISTA, 2002), mapa Compartimentação Geomorfológica e Bacias Hidrográficas da GSP (GROSS; MALHEIROS; SAITO,

1984) e bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Altitude

Em relação aos extremos de altitude na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) tem-se o seguinte: a altitude máxima é de 1350 m na Serra de Itaberaba e a mínima é de 100 m na escarpa da Serra do Mar, no vale do Rio Branco no extremo sul do Município de São Paulo (MSP) (SÃO PAULO, 1983). Em relação à importância das cotas hipsométricas, os terrenos abaixo dos 600 m são mínimos e a cota 750 m é muito expressiva na RMSP (abarca as planícies do Tietê e Pinheiros e os principais trechos agrícolas), tanto é que se trabalha com espaçamento de 100 m entre suas cotas, mas abre-se uma exceção para se considerar a cota 750 m nos intervalos 700-750 m e 750-800 m (SÃO PAULO, 1983).

Em relação aos níveis altimétricos mais importantes, deve-se ressaltar:

O nível altimétrico geral do Planalto Paulistano é de 720-860 m (SÃO PAULO, 1982b). Sabe-se, conforme demonstra a bibliografia geral, que tal planalto é a unidade geomorfológica que predomina tanto na RMSP quanto no MSP. O MSP localiza-se no contexto de terras altas do Planalto Atlântico, entre 720 e 850 m (SÃO PAULO, 2002).

No MSP ocorrem as várzeas dos principais cursos d‟água, ou seja, Tietê- Pinheiros entre 720-750 m; as colinas atingem os 800 m, chegando a 850 m em alguns pontos; ao Norte, a Serra da Cantareira atinge mais de 1000 m (SÃO PAULO, 1985b).

Observa-se assim que o MSP caracteriza o padrão de altitudes da RMSP, ou seja, o predomínio de altitudes superiores a 600 m, atingindo mais de 1000 m, se destacando o espaço entre os 700 e 800 m, mediado pela cota 750 m. As informações abaixo corroboram esta idéia.

O Município de São Paulo, quanto à hipsometria, ocorre em zonas de planaltos e serras, com altitudes abaixo de 740 m até acima de 980 m (SÃO PAULO, 1985b). Menores que 740 m correspondem às várzeas dos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e principais afluentes; as altitudes de 740 a 780 m abrigam grande parte da mancha urbana e zona rural; de 780 a 820 m ocorrem nas encostas do Espigão Central, e também a Leste, Sudoeste e Sul; de 820 a 860 m ocorrem no topo do Espigão Central, e em trechos a extremo Leste, Sul e Norte; de 860 a 980 m, ao Norte, ocorrem na meia encosta da Serra da Cantareira, a Noroeste, no Pico

do Jaraguá e também no extremo Leste; a Serra da Cantareira e o Pico do Jaraguá possuem altitudes acima de 980 m, atingindo 1212 m (SÃO PAULO, 1985b).

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente altitude para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: altitudes abaixo de 800 m, onde ocorre a cota 750 m e as acima de 800 m.

A análise do mapa Hidrografia e Relevo de São Paulo (1978) (Figura 9), permite verificar que tais unidades ocorrem tanto na RMSP, quanto no MSP.

Figura 9 – Unidades de altitudes predominantes na RMSP presentes no MSP. Fonte: mapa Hidrografia e Relevo (SÃO PAULO, 1978) e bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Pluviosidade

Da leitura de São Paulo (1983) se apreende que chove mais nas porções de serras e escarpas e menos nas porções mais baixas da bacia sedimentar e terrenos cristalinos adjacentes localizados mais ao centro da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Segundo França (1945), nas serras, a pluviosidade é maior, já nas porções mais baixas constituídas por colinas e várzeas ocorre o contrário.

Climaticamente, em certos aspectos, tantos os terrenos sedimentares quanto os cristalinos se assemelham. Chove mais nas porções de serras e escarpa e menos nas porções mais baixas da bacia sedimentar e terrenos cristalinos circunjacentes localizados mais ao centro da RMSP (SÃO PAULO, 1983).

Monteiro (1973) considera que a Bacia Sedimentar de São Paulo representa um compartimento individualizado no Planalto Atlântico, pois tem pluviosidade menor em relação aos planaltos vizinhos e ao litoral da Baixada Santista.

São Paulo (1972, p. 2/5) define bem o padrão pluviométrico que ocorre em toda a RMSP:

O regime pluviométrico mantém certo paralelismo com o relevo, sendo que onde este é mais acidentado, as vertentes expostas diretamente ao avanço das massas úmidas provocam a condensação da umidade, resultando disso chuvas orográficas. Assim, as regiões serranas dos arredores de São Paulo são as mais úmidas. Da análise da carta de isoietas médias (linhas de mesma precipitação) do Planalto Paulistano, observa-se que a faixa imediatamente paralela às escarpas da Serra do Mar possui valores médios anuais de chuva, de 4000 mm.

O decréscimo geral das cotas faz-se, grosso modo, de acordo com a topografia, atingindo seus valores mínimos no aglomerado paulistano central, com menos de 1300 mm. Ao Norte do Tietê repete-se a linha dos 1300 mm, que continua aumentando na região serrana da Cantareira e do Norte, até atingir 1500 mm, à altura da barragem projetada do Rio Juqueri, infletindo-se depois para Noroeste.

Os municípios situados ao Sul da RMSP abrigam os maiores índices de pluviosidade (mais de 4000 mm anuais) e comportam o maior número de isoritmas, demonstrando grande variedade na quantidade de chuvas recebidas (Biritiba Mirim, São Bernardo do Campo e São Paulo) (SÃO PAULO, 1994a). Outros municípios recebem a mesma quantidade de chuva em todo ano (predominam poucas isoritmas em seu território), são eles: Itapevi, Barueri, Carapicuíba, Jandira, Taboão da Serra

e Diadema (SÃO PAULO, 1994a). Guararema, Biritiba Mirim e Mogi das Cruzes são os que possuem os menores índices pluviométricos na RMSP: 1200 mm anuais (SÃO PAULO, 1994a). Constata-se que em Biritiba Mirim ocorre tanto o setor mais quanto o menos chuvoso.

Segundo França (1945), Santo Amaro [possivelmente bairro do Município de São Paulo - MSP] e Itapecerica da Serra se localizam nos trechos menos chuvosos da bacia sedimentar (1100 a 1050 mm), esse valor é próximo ao de Mogi das Cruzes que também é bem seco, já nos trechos de escarpas da Serra do Mar os valores são muito altos (4500 mm).

No MSP tal diferença de quantidade de chuvas também ocorre: “as áreas serranas da Cantareira no extremo Norte do Município apresentam totais anuais de chuva superiores a 1500 mm” (SÃO PAULO, 1985b, p. 27).

No Município de São Paulo, segundo São Paulo (1985b, p. 13)

Quanto à pluviosidade média anual, verificou-se a existência de um nítido gradiente de chuvas de Sul para Norte com os totais máximos (> 1600 mm) concentrando-se no extremo sul do Município, além Parelheiros, na direção da Serra do Mar. Estas áreas acusam alturas pluviométricas anuais acima de 2000 mm.

A maior parte da área urbanizada está entre 1350 e 1450 mm de pluviosidade. [...]

As áreas a jusante das Represas de Guarapiranga e do Rio Grande apresentam sensível decréscimo de pluviosidade (< 1350 mm), o mesmo ocorrendo no vale do Rio Tietê na Zona Leste.

No mapa Pluviometria de São Paulo (1978) (Figura 10), é possível constatar que esse gradiente de chuvas é mínimo na parte central tanto da RMSP quanto do MSP e aumenta gradativamente em direção a Norte e Sul para ambas unidades administravas.

Da leitura de São Paulo (2002) é possível constatar que a pluviosidade na RMSP é influenciada pelos desníveis topográficos (serras e morros) e proximidade do oceano. Isso fica claro ao se analisar os mapas Geologia, Hidrografia e Relevo e Pluviometria de São Paulo (1978) (Figuras 6, 9 e 10). Quanto mais próxima a presença de morros e serras constituintes de níveis altimétricos mais altos e dos oceanos, ambos, em linhas gerais, situados nas periferias ao Norte e Sul respectivamente, maior o índice de chuvas. Resta na parte central da RMSP e do

MSP setor menos chuvoso, associado à bacia sedimentar, grandes planícies aluviais e terrenos cristalinos mais próximos.

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente pluviosidade para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: pluviosidades menores associadas às colinas sedimentares e grandes planícies que abrigam e maiores associadas a morros, serras e escarpas de maiores altitudes ou localizados próximos ao mar.

Figura 10 – Unidades pluviométricas predominantes na RMSP presentes no MSP. Fonte: mapa Pluviometria (SÃO PAULO, 1978) e bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Temperatura do ar

Segundo França (1945), nas serras a temperatura media é menor, nas porções mais baixas constituídas por colinas e várzeas ocorre o contrário.

No mapa de Isotermas Anuais do Estado de São Paulo de Setzer (1946) (Figura 11), é possível observar que esse gradiente de temperaturas médias anuais é mínimo na parte central tanto da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) quanto do Município de São Paulo (MSP) e aumenta gradativamente em direção a Norte e Sul para ambos.

Isso fica claro ao se analisar tal mapa de Setzer (1946) (Figura 11) e os mapas Unidades Geomorfológicas na Região Metropolitana de São Paulo de Batista (2002), Geologia e Hidrografia e Relevo de São Paulo (1978), Figuras 8, 6 e 9, respectivamente. Os terrenos cristalinos, em que predominam morros e serras principalmente, situados nas periferias ao Norte e Sul, abrigam média de temperatura do ar menor. Resta na parte central da RMSP e do MSP setor com temperatura do ar maior, associado às colinas sedimentares e grandes planícies aluviais nelas situadas.

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente temperatura do ar para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: temperaturas do ar menores associadas às colinas sedimentares e grandes planícies que abrigam e maiores associadas a morros e serras de maiores altitudes.

Figura 11 – Unidades de temperaturas médias anuais da RMSP presentes no MSP. Fonte: mapa Isotermas Anuais do Estado de São Paulo (SETZER, 1946) e bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Temperatura da superfície

Há uma forte associação entre a temperatura da superfície e a vegetação. Onde a vegetação está presente, a temperatura da superfície, em geral, é menor, isso ocorre nas parcelas em que a cobertura vegetal é significativa, como nas matas da Serra da Cantareira e ao Sul, nas proximidades da Serra do Mar e nos bairros jardins (SÃO PAULO, 2002).

No Município de São Paulo (MSP), em relação à temperatura da superfície,

a isoterma de 28 a 30ºC abrange boa parte da Área Central da

Metrópole (indústrias e bairros áridos); a faixa abrangida pelas isotermas de 27 a 28ºC engloba praticamente quase toda a mancha

continuamente urbanizada; o anel externo em relação a essa mancha urbana (menor densidade de ocupação), bem como alguns bairros verdes (por exemplo Jardins) e outros serranos (Cantareira), ficam entre 26 a 27ºC; as áreas com temperaturas menores que 26ºC

apresentam pequena interferência da estrutura urbana da cidade. (SÃO PAULO, 1985b, p. 27).

O mapa Densidade de Raios de Naccarato, Pinto e Pinto (2003) elaborado para trecho que abrange a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e o MSP, evidencia de forma indireta que o gradiente de temperaturas da superfície mais altas associadas à mancha urbana, bem como as mais baixas associadas ao cinturão verde que a envolve, se dá tanto para a RMSP quanto para o MSP (Figura 12). Isso porque a alta densidade de raios tem grande coincidência com as temperaturas da superfície mais altas e vice-versa.

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente temperatura da superfície para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: temperaturas maiores na mancha urbana e menores nas parcelas vegetadas localizadas dentro da mesma ou associadas ao cinturão verde que a envolve.

Figura 12 – Unidades de temperaturas da superfície da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) presentes no Município de São Paulo (MSP). 1 – Paulínia, 2 – Campinas, 3 – Sorocaba, 4 – São José dos Campos, 5 – Jacareí, 6 – Guarulhos. É fato que, além do MSP, somente Guarulhos localiza-se na RMSP, sendo assim, a parcela investigada no Estado de São Paulo se demonstra maior que a da RMSP. Fonte: mapa Densidade de Raios, da Mancha urbana e de Temperatura aparente da superfície do MSP (NACCARATO; PINTO; PINTO, 2003), bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas e Software Google Earth. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

Vegetação

Ao se analisar o mapa Remanescentes da Mata Atlântica na Região Metropolitana de São Paulo de Cruz (2005) (Figura 13) e também o mapa Uso e Ocupação do Solo da RMSP: Vegetação de Atlas do Uso e Ocupação do Solo dos Municípios da RMSP (2006), constata-se que tanto a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), quanto o Município de São Paulo (MSP) abrigam três tipos de unidades relacionadas à vegetação: vegetação densa – mata atlântica remanescente, vegetação aberta ou não nativa – capoeira, campo, vegetação de várzea, demais tipos de vegetação (basicamente associados a reflorestamento, atividades agrícolas e vegetação não identificada) e sem vegetação – zona urbana. Isso porque, em linhas gerais, os trechos que não correspondem a matas no mapa de Cruz (2005) correspondem a formações mais abertas ou não nativas apresentadas no mapa de Atlas do Uso e Ocupação do Solo dos Municípios da RMSP (2006).

Desse modo, constata-se que qualquer abordagem do componente vegetação para a RMSP e presente no MSP a ser utilizada nas amostras deve ser tratada neste trabalho quanto à consideração das seguintes unidades: mancha urbana praticamente sem vegetação, vegetação aberta ou não nativa, com menor densidade e quantidade de massa vegetal e vegetação fechada, florestal, com maior densidade e quantidade de massa vegetal.

Figura 13 – Unidades de vegetação da RMSP presentes no MSP. Fonte: mapa Remanescentes da Mata Atlântica na Região Metropolitana de

São Paulo de SOS MATA ATLÂNTICA18 (2005 apud CRUZ, 2005), mapa Uso e Ocupação do Solo da RMSP, Vegetação (ATLAS

DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DOS MUNICÍPIOS DA RMSP, 2006), bases cartográficas digitais utilizadas no Plano de Manejo dos Parques Naturais localizados ao longo do trecho Sul do Rodoanel Metropolitano de São Paulo Mário Covas e Software Google Earth. Adaptação e montagem: Eduardo Silva Bueno – 2013

CAPÍTULO 4: A CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DA ÁREA URBANA E DAS

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