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2.10 COMPORTAMENTO EM ÁREA INTERNA

Também nesse caso, como nos BS a seguir a localização (sala de aula do Jardim 2) e os elementos humanos e não-humanos são os mesmos (ou muito semelhantes), inicialmente serão descritos o ambiente, as pessoas e a satisfação proporcionada pelos settings. Também é importante salientar que, a título de exemplo, serão descritos apenas 3 entre os muitos BS verificados em sala de aula. – (Figuras 12 a 14).

As pessoas:

A turma do Jardim 2 é composta por 24 crianças (11 meninos e 13 meninas) com idade entre 5 e 6 anos, sob a responsabilidade de uma professora. No dia da observação nenhuma criança havia faltado (embora faltar seja rotineiro). Nas situações estudadas todos podem ser substituídos, embora para ocupar a função da professora seja necessário preparo profissional. O ambiente:

A sala de aula do Jardim 2 (Figura 9) fica localizada no bloco específico e volta-se para a fachada Sudeste, sendo a sala central no corredor. Ela mede 22,00m2, tem uma porta de acesso, e duas janelas (1,5 X 1,90m, com peitoril a ,90m), com 4 folhas em madeira e vidro pivotantes. Portas e janelas são pintadas na cor bege. As paredes receberam faixa (altura 1,35cm) pintada em esmalte sintético na cor verde água e arrematada com faixa decorativa; o restante da parede e o teto são pintados com tinta PVA lavável cor bege. No teto existem 1 ventilador e 6 luminárias com uma lâmpada fluorescente cada.

FIGURA 9- Escola Bamboleio: Planta Baixa da sala de aula/atividades do Jardim 2

O mobiliário é composto por seis (6) mesinhas quadradas (lado de .80 cm e altura de 40cm) com tampo em revestimento melamínico bege e 4 cadeiras cada uma. Existem 01 armário (embutido) para material didático e brinquedos entre as janelas. Numa das paredes laterais fica um quadro negro (medindo ,90 x 1,70m) e uma escrivaninha para a professora. As paredes suportam grande quantidade de elementos decorativos e trabalhos das crianças.

Satisfações proporcionadas:

• Crianças: possibilidade de freqüentar uma escola que proporcione boas condições para seu desenvolvimento, exercitando o convívio social e o aprendizado de rotinas e normas, trabalhando cognição, afetividade, linguagem, psicomotricidade, hábitos de higiene, etc.

• Pais: deixar seus filhos numa escola que confiam

• Professora: remuneração, bom ambiente de trabalho; prazer de exercer a profissão e trabalhar com crianças. • Equipes administrativa, de apoio e manutenção:

remuneração, prazer de exercer a profissão.

• Pesquisadora: observar o comportamento das crianças nos setting a fim de obter material para o trabalho.

(i)Behavior Setting Interno: FAZER E USAR UM DOMINÓ (Figura 10)

Cena típica:

Em suas mesinhas as crianças confeccionam o material, assessorados pela professora.

Limite temporal:

Aconteceu numa quarta-feira, entre 14:10 e 15:00 horas.

Componentes humanos:

1 professora (assessorando os trabalhos), 24 alunos

Componentes não-humanos:

Mesinhas e cadeiras, material previamente preparado, tesourinhas sem ponta, lápis de cor, toque do sinal para recreio musical (componente apenas auditivo).

Programa básico (resumido):

A professora distribui o material previamente preparado (folhas de papel sulfite com o desenho de algumas peças de dominó) e dá as instruções. As crianças pintam as peças, usando uma cor (seu critério) para cada número. Depois disso as recortam e, em duplas, brincam com o material produzido (que será levado para casa). A professora fiscaliza todo o processo e auxilia quem precisar. Quando o sinal toca a atividade acaba e todos saem correndo.

Função pedagógica:

Exercitar a discriminação de cores e números, a psicomotricidade fina, a participação em jogos simples, e a capacidade de realizar uma atividade complexa (3 etapas) e entender que pode confeccionar brinquedos.

Hierarquia de posições:

A professora comportou-se como líder único, as crianças como participantes ativos. O pesquisador foi espectador.

Número de pessoas:

Mínimo de 1 professora e 2 alunos (para que estes possam jogar entre si em igualdade de condições); nessa turma, o número máximo é o observado.

Satisfações proporcionadas pelo setting:

Repetem-se as citadas inicialmente, destacando-se, para as crianças: desenvolver a capacidade de discriminação, a psico-motricidade e a sociabilidade.

Logo no início da atividade um dos meninos (mecanismo sensor) percebeu que havia deixado sua tesourinha em casa e, sem ela, não poderia fazer o trabalho (problema). Ele comunicou isso à professora (reação do mecanismo sensor), que procurou outra tesoura sem ponta no armário e entregou-a ao menino (mecanismo executor 1), solicitando que o mesmo a devolvesse ao terminar o trabalho.

Sinomorfia:

Houve sinomorfia entre as crianças, suas mesinhas e cadeiras, e o material didático, especialmente a tesoura (própria para mãos infantis).

Ponto focal de comportamento:

A tarefa desenvolvida.

Figura 10 - BS: Fazer e usar um dominó

Figura 11 - BS: Vivo ou morto

(ii) Behavior Setting Interno: VIVO OU MORTO (Figura 11)

Cena típica:

Sentados em circulo no centro da sala, professora e crianças brincam descontraídos.

Limites:

Acontece 1 ou 2 vezes por semana no fim da aula.

Componentes humanos:

1 professora, 24 crianças (alunos).

Componentes não-humanos:

Não necessários.

Programa:

Através de votação a turma decide que vão brincar de vivo ou morto. Todos afastam as mesinhas e cadeiras para perto das paredes, deixando o centro da sala livre. Sentam-se em circulo. A professora deu as instruções: iriam cantar juntos. Quando ela dissesse a palavra “vivo” todos se levantavam, e permaneciam assim até ser dita a palavra “morto”, quando se sentavam de novo, e assim por diante. O último a atender ao comando saía do circulo, sendo observador. Tal procedimento continuou até que só restasse uma criança, que foi a vencedora.

Função pedagógica:

Desenvolver a psicomotricidade ampla e a atenção.

Hierarquia de posições:

A professora comportou-se como líder única, as crianças foram participantes ativos e a pesquisadora foi espectadora da ação.

Número de pessoas:

O número mínimo de pessoas seria 3 (a professora e 2 alunos), o que acontece no final; Nessa turma o número máximo é 25 (24 crianças, 1 professora), mas, em outras situações a quantidade de crianças pode ser maior.

Além dos citados no começo, ressalte-se o desenvolvimento de habilidades psicomotoras e de atenção, além de constituir-se uma momento de descontração relacionado ao final das atividades diárias.

Sistemas auto-reguladores:

Na metade do jogo, a menina “X” foi a última a sentar-se frente ao comando “morto”, embora a professora tenha se confundido e indicado a menina “Y” para sair (problema). As crianças que já estavam fora identificaram logo o engano (mecanismo sensor) e começaram a apontá-lo, todos falando ao mesmo tempo (mecanismo de manutenção contra-desviante). A professora acatou os protestos e mudou sua decisão (mecanismo executor) apontando a menina “X” para sair. O jogo continuou até o final, com esse ocorrência repetindo-se mais duas vezes.

Sinomorfia:

Para a realização da atividade em si não houve qualquer problema de sinomorfia. Entretanto, como a brincadeira gerou bastante descontração e participação, em certo momento a professora de uma das salas em frente entrou para pedir menos barulho (“Por favor, gritem mais baixinho, ta?”) Ela foi atendida, mas por pouco tempo, já que o comportamento anterior retornou logo.

Ponto focal de comportamento:

A brincadeira em si, e a professora, da qual emanavam as “ordens” e que funcionava como principal sinalizador na indicação de quem deveria sair.

3- AVALIAÇÃO PELOS USUÁRIOS

Observação inicial: os gráficos encontradas nesse item foram extraídos das tabelas indicadas em suas bases (item 5 do relatório).