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1 INTRODUÇÃO

4.4 CONCEITOS GERAIS SOBRE OS SERVIÇOS

O Decreto n.º 2.521/98 define o conceito de linha como sendo o serviço de transporte coletivo de passageiros executado em uma ligação de dois pontos terminais, nela incluída os seccionamentos e as alterações operacionais efetivadas, aberto ao público em geral, de natureza regular e permanente, com itinerário definido no ato de sua delegação (BRASIL, 1998). Em outras palavras, a linha delimita a área de atuação onde a empresa presta os

serviços, sendo definida como o próprio serviço. A regulamentação e a regulação da prestação dos serviços de TRIP abrangem outros conceitos que merecem ser resgatados e elucidados, tais como:

a) Política tarifária: compreende o nível da tarifa, e sua estruturação, que pode ser única, por tempo de utilização da rede, por horário do dia, por dia, em função da distância percorrida, por área, por segmento de usuário, ou por tipo de serviço prestado (IPEA e MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004). No que diz respeito às permissões de serviços públicos de TRIP, a política tarifária foi estabelecida pelas Leis n.os 8.987/95 e 9.074/95 (BRASIL, 1995a e 1995b), em cumprimento ao inciso III do art. 175 da Constituição Federal de 1988, e pode ser caracterizada pela equação econômica do contrato de permissão. Essa equação envolve tanto a receita tarifária e as receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com vista à modicidade da tarifa, quanto os custos, o ônus da permissão, a amortização dos investimentos efetuados pela permissionária e o lucro, estando tudo isso relacionado com o prazo de quinze anos da permissão (AMARAL, 2003). No entanto, cabe destacar que a política tarifária no âmbito do TRIP também abrange entre outros aspectos os relativos à concessão de benefícios tarifários para alguns grupos de pessoas, como por exemplo a gratuidade para idosos;

b) Modelo de remuneração: forma como os serviços são remunerados, podendo ser diretamente pela receita tarifária, com ou sem subsídios governamentais, ou por pagamentos efetuados pelo Poder Público com base na produção dos serviços, utilizando- se ou não de compensação de receitas e custos das empresas (IPEA e MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004);

c) Coeficiente tarifário: constante representativa do custo operacional do serviço, calculada por quilômetro, por passageiro, para reajustar a tarifa dos serviços com intuito de manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato (BRASIL, 1998);

d) Tarifa: valor a ser cobrado pela prestação dos serviços a fim de remunerar, de maneira adequada, o custo do transporte oferecido em regime de eficiência e os investimentos necessários à sua execução, e bem assim a possibilitar a manutenção do padrão de qualidade exigido da transportadora (BRASIL, 1998);

e) Custo operacional do serviço: envolve a análise técnica e econômica do mecanismo de variação das relações entre custos, produção, equipamento e infra-estrutura empresarial (DNER, 1984);

f) Justa remuneração do investimento: importa na avaliação do que e de quanto deverá ser remunerado pelo usuário, através de tarifa, ao permissionário, pelos investimentos em equipamento e instalações na prestação dos serviços (DNER, 1984);

g) Serviços operacionais eficientes: aqueles em que as respectivas tarifas não cubram ineficiências da operação dos serviços, traduzidas por produtividades baixas ou custos elevados, considerando-se a diferenciação de serviços e de equipamentos e o custo da operação (DNER, 1984);

h) Modicidade tarifária: incluída entre os atributos que caracterizam o serviço adequado, conforme definido no § 1º do art. 6º da Lei n.º 8.987/95 (BRASIL, 1995a). Não há um conceito expresso na lei para modicidade tarifária, mas levando-se em conta os conceitos de política tarifária, de tarifa, de justa remuneração do investimento e de serviços operacionais eficientes pode-se sugerir que a tarifa é módica quando remunera os custos e os investimentos inerentes tão-somente aos serviços prestados em regime de eficiência, considerando a remuneração do capital investido condizente com os riscos do empreendimento e o repasse de parte dos ganhos de produtividade auferidos pelas permissionárias;

i) Ligação: neste estudo será considerada como sendo um par de cidades que caracterizam uma origem e um destino, de modo que a ligação pode ser classificada como inter- regional, quando as cidades estão situadas em diferentes regiões geográficas do país, ou como intra-regional, quando as cidades estão localizadas em uma mesma região geográfica do país;

j) Pontos terminais: pontos extremos do itinerário de uma linha de transporte público (EBTU, 1988);

k) Seção ou seccionamento: serviço realizado em trecho de itinerário de linha, com fracionamento de preço de passagem (BRASIL, 1998), ou seja, é a ligação que pertence à linha;

l) Serviço de transporte rodoviário internacional de passageiros: o que transpõe as fronteiras nacionais (BRASIL, 1998);

m) Serviço de transporte rodoviário interestadual de passageiros: o que transpõe os limites de Estado, do Distrito Federal ou de Território (BRASIL, 1998);

n) Alterações operacionais: dizem respeito à realização de viagem direta; à realização de viagem semidireta; à implantação de serviço diferenciado; à ampliação da freqüência mínima; à alteração de horários de partida e de chegada; à alteração de pontos de parada; e à alteração de pontos de apoio (BRASIL, 1998); e

o) Serviço regular e permanente: aquele que é voltado para o atendimento contínuo das necessidades básicas de transporte da população, obedecendo às condições estabelecidas no contrato de permissão (EBTU, 1988).

A ligação entre as cidades que determinam os pontos terminais das linhas é denominada de seção principal, sendo responsável pelo nome da linha. A seção principal, da forma como foi preconizada, implica que os usuários dos serviços ofertados nessa seção obrigatoriamente embarcam no terminal de origem e somente desembarcam no terminal de destino. Cumpre registrar que não são permitidas ligações entre cidades da mesma unidade da federação, não só para evitar a concorrência com o transporte intermunicipal, mas também porque descaracterizaria o próprio transporte interestadual.

4.5 - ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES OPERACIONAIS DA PRESTAÇÃO