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CONCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS BRASILEIROS EM RELAÇÃO À

CONTRATAÇÃO DE HAITIANOS

Nesta seção, reúnem-se os dados obtidos por meio de entrevista dirigida a dez funcionários hoteleiros do município de Balneário Camboriú (SC), de nacionalidade brasileira. Por questões éticas, tanto os nomes dos entrevistados quanto seus respectivos locais de trabalho são mantidos no anonimato. Tal entrevista é composta por seis perguntas, sendo que com a primeira delas buscou-se identificar o que pensam sobre a imigração de haitianos no município. Nesta questão registrou-se os seguintes posicionamentos favoráveis.

E1: Acredito que é muito válido, pois estão buscando melhores condições, assim como muitos brasileiros buscam condições melhores em outros países. Vivemos em um mundo com muitas “barreiras imaginárias” e eu acredito que devemos cada vez mais derrubar este conceito.

E4: Bom, pois são pessoas que buscam empregos em qualquer área.

E6: Acredito que a imigração não somente em Balneário Camboriú, mas também em todo litoral tenha sido positiva, pois a nossa cidade estava precisando de mão de obra em alguns setores como: garçom e serviços gerais.

E7: Acredito ser importante, precisamos recebê-los corretamente e incluirmos em nossa sociedade. Também é necessária uma maior abertura deles para aprenderem nossos hábitos e conseguirmos trabalharmos juntos, porque temos necessidade de mão de obra comprometida e qualificada.

Frente ao exposto, observa-se que dos dez entrevistados, apenas quatro brasileiros manifestarem-se favoráveis a este movimento de migração dos haitianos. Do E1 destaca-se a expressão ‘muito válido’, no qual percebe-se o entendimento que se deve derrubar as barreiras imaginárias para que todos sejam acolhidos, independentemente de sua pátria de destino. Nesta perspectiva, percebe-se também que a chegada dos haitianos veio suprir a falta de mão de obra em ocupações do nível operacional, conforme se verifica nas considerações tanto do Entrevistado 4 quanto do E6, os quais restringem a ocupação dos haitianos a garçons e serviços gerais.

Verifica-se também que o Entrevistado 7, apesar de se manifestar favorável a este movimento migratório, destaca que cabe aos haitianos

aprenderem os “nossos hábitos” para que o trabalho em equipe seja possível.

A isso entende-se que a maioria das oportunidades são para mão de obra não especializada. Somente no Brasil, de acordo estudos, até 2030 a escassez de mão de obra chegará a 40,9 milhões de funcionários. Apesar de estarmos precisando de mão-de-obra muitos brasileiros julgam que os imigrantes são um problema, pois acreditam que estão roubando-lhes empregos (SILVA, 2015).

Em contrapartida, quatro funcionários não se mostraram satisfeitos com a migração de haitianos no município, conforme se verifica nos diálogos a seguir destacados.

E2: Não acho nem um pouco legal, além de pegar nossos empregos e trazer doenças de fora ficam incomodando nas ruas tentando vender bugigangas.

E5: Acredito que seja ruim, pois a cidade já não tem vagas suficientes para suprir a demanda de desemprego dos moradores locais. Isto aumenta ainda mais estes números, podendo causar a longo prazo a criminalidade, por falta de recursos para se manterem aqui.

E8: Desnecessária. O Brasil tem uma péssima infraestrutura não tem o porquê ficar custeando imigrantes, devem investir em escolas, creches e hospitais para os brasileiros.

E9: Nos primeiros anos, quando começaram a chegar, achava que seria bom, pois ouvia que eram bons trabalhadores.

Nota-se que esses brasileiros demonstraram aversão à migração dos haitianos. E2 frisa que os imigrantes estão tirando a oportunidade dos brasileiros em relação ao emprego e que estão vindo ao nosso país trazendo doenças e sendo inconvenientes. Esse pensamento desfavorável aos haitianos em relação aos empregos também é citado por E5, que ressalta que a migração é ruim, pois não há “vagas suficientes” nem mesmo para os moradores locais; também reforça que devido a esse motivo pode-se aumentar a criminalidade no município.

Os entrevistados E5 e E8 destacam que o país não tem recursos para custear a imigração haitiana, ademais E8 evidencia que essa migração é “desnecessária” e que o município deveria investir na infraestrutura, em escolas, creches e hospitais, destacando que esses recursos deveriam ser para “brasileiros”. Além disto, E9 somente foi favorável à imigração nos primeiros anos, entretanto, ao longo do período se mostrou adverso.

Os haitianos vieram ao Brasil em busca de incentivo econômico, ou seja, de uma vida melhor, entretanto estão sendo vítimas de comentários xenofóbicos desde que desembarcaram no país. Para que esse cenário mude é necessário que o Governo invista em reformas na imigração e que os brasileiros compreendam a importância dos imigrantes para o crescimento econômico do país (SILVA, 2015).

opinião concreta sobre este questionamento, conforme se verifica nas respostas a seguir destacadas.

E3: Não sei opinar.

E10: É uma pergunta complicada, porque quando percebi, a cidade já estava com muitos imigrantes, ou seja, acho que a cidade não foi preparada adequadamente para receber e entender as dificuldades dos haitianos. 

Percebe-se que o entrevistado 10 ressalta que a “cidade não foi preparada adequadamente” para recebê-los e devido a isto é difícil responder ao questionamento.

O segundo questionamento tem como objetivo identificar se os funcionários brasileiros praticaram discriminação, racismo, atos xenofóbicos ou outros tipos de agressões contra os haitianos especificamente no ambiente de trabalho. Nesta pergunta, alguns entrevistados demostraram que não praticaram nenhum dos atos mencionados anteriormente, conforme se verifica nos relatos a seguir apresentados.

outro local. E2: Não.

E3: Não, normalmente me dou bem com a equipe em geral.

E4: Não. E5: Não.

E7: Não, nunca pratiquei nenhum desses atos. E8: Não, acho inadmissível qualquer tipo de ato descrito acima, contra qualquer ser humano, independentemente da situação. 

E9: Não.

E10: Nunca pratiquei, não tenho muito contato com o funcionário haitiano de nosso hotel. O entrevistado 1 destacou que não praticou quaisquer dos atos descritos acima no trabalho e em “nenhum outro local”. Seguindo essa afirmação os entrevistados E7 e E9 também não praticaram, destacando-se que o entrevistado 8 acredita esdestacando-ses atos são “inadmissíveis” contra qualquer humano, independentemente da situação. Apesar de nove dos entrevistados informarem não terem praticado nenhum ato de discriminação, xenofobia, racismo ou alguma agressão, observa-se na entrevista com os funcionários haitianos que seis deles declararam ter passado por alguma das ações aqui mencionadas.

É fundamental ressaltar que somente um funcionário brasileiro ao ser entrevistado assumiu ter praticado discriminação, conforme descrito na resposta por ele dada, a saber:

E6: Inicialmente, quando os haitianos estavam chegando em nossa cidade, acabei praticando discriminação por acreditar que eles estavam disputando empregos com os brasileiros, depois repensei a minha opinião e percebi que tem espaço para todos.

Cada vez mais, segundo o Portal Brasil (2015), os imigrantes haitianos estão tendo obstáculos para serem contratados, sendo alvos de discriminação. Mesmo aqueles que dominam o português acabam tendo dificuldade na adaptação em solo brasileiro, pois são vítimas de preconceito (SCHREIBER, 2015). Entretanto, o Departamento de Gestão de Pessoas deve sempre buscar criar um bom relacionamento entre os seus funcionários e promover ações para diminuir os conflitos que surgem no ambiente de trabalho (PEREIRA, 2014).

Na terceira pergunta, os funcionários foram questionados se sofreram alguma punição pelo departamento de Gestão de Pessoas ao praticarem algum ato ofensivo contra os haitianos.

E1: Nunca pratiquei. E2: Não.

E3: Não. E4: Não.

E5: Não.

E6: Não, pois consegui reparar a injustiça que tinha cometido antes de se agravar.

E7: Não.

E8: Qualquer ato desta natureza deve ser punido pelo departamento correspondente; além da punição disciplinar deve ser feito um trabalho voltado à educação, respeito e solidariedade com nossos semelhantes.

E9: Não. E10: Não.

Neste caso, para todos os funcionários a resposta foi não. Salientando que o E6 havia assumido que praticou discriminação, mesmo assim não recebeu nenhuma punição administrativa, pois conseguiu reparar a “injustiça” cometida. Além disso, o entrevistado 8 aponta que quaisquer um dos atos deve ter “punição” e que deveria existir uma punição disciplinar voltada a trabalhos voluntários que envolvem os imigrantes haitianos.

A isso entende-se que dos nove dos funcionários nenhum sofreu punição, pois alegaram não terem praticado nenhuma ação desumana contra os imigrantes, assim como o único que assumiu conseguiu reparar a injustiça em tempo.

Na questão quatro, foi questionado o que os funcionários brasileiros achavam de os imigrantes estarem sendo contratados no segmento hoteleiro. A seguir são destacadas algumas das respostas.

E1: Acho normal a contratação, desde que não seja para exploração dos mesmos. Como muitos aceitam condições piores de trabalho e salários menores, até mesmo por não falar o idioma, algumas empresas acabam abusando neste sentido.

E3: Acho importante que eles sejam contratados, porém a dificuldade de comunicação com eles acaba gerando pequenos conflitos e/ou dificuldades no ambiente de trabalho. Acredito que para uma inclusão completa, além da contratação devem ser ofertados cursos de capacitação específicos para os colaboradores haitianos, uma vez que as questões culturais são distintas e é importante que eles aprendam não apenas o nosso idioma, mas também o modo receptivo que o brasileiro tem, principalmente na hotelaria, onde a receptividade é fundamental.

E4: Fazem o trabalho que os brasileiros não querem fazer...

E6: Isso é verdade, somente no hotel em que trabalho temos dois imigrantes haitianos e são muito trabalhadores. Essa inclusão é ótima. E7: Tenho a visão, que por termos cultura diferentes, nossos hábitos de limpeza são diferentes... estamos tendo dificuldades de inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho. A dificuldade da língua também é outro ponto difícil. Mas, podemos com

o tempo evoluir em termos haitianos qualificados para as funções que necessitamos.

E8: Não só na hotelaria, mas em todos os setores a qual eles se enquadram, conforme suas experiências e conhecimentos. Acho interessante, mas houve uma certa precipitação em querer ajudá-los sem capacitar a nossa realidade hoteleira.

Diante dos questionamentos, seis entrevistados apoiaram a contratação de haitianos em hotéis do município, sendo que o E1 enfatiza que é a favor desde que não sofram “exploração” das empresas pelas quais foram contratados.

Frente ao exposto, E3 afirma que os haitianos deveriam ter uma inclusão completa ao serem contratados e acesso a cursos de capacitação específicos visto que possuem um idioma e cultura distintos. Essa questão de capacitação também foi destacada por E8, que acredita que os haitianos foram contratados de modo precipitado, pois não tinham conhecimento necessário; bem como confia que os haitianos devem ser contratados conforme suas experiências e conhecimentos, quebrando assim o estereótipo de que devem ocupar apenas funções em cargos inferiores. A dificuldade no idioma também foi mencionada pelo E7, que reforça que estão com problemas na adaptação dos imigrantes no ambiente de trabalho, entretanto, acredita que com o tempo pode-se qualificá-los para os cargos necessários.

imigrantes são necessários vez que são contratados para funções que os brasileiros não querem exercer. Já E6 demonstrou-se satisfeito com o trabalho dos haitianos, ressaltando que são “muito trabalhadores” e que a “inclusão é ótima”.

Contudo, os maiores desafios na contratação de haitianos, destacados nesta questão foi a “inclusão profissional” e o “idioma”. A integração é fundamental para um bom processo na adaptação do contratado na empresa, é preciso que o departamento pessoal faça uma atividade com o recém-chegado para acalmá-lo, e em seguida, dê andamento ao processo de integração (PEREIRA, 2014). De acordo com Vale (2015), a língua portuguesa acaba se tornando uma barreira na busca de empregos, confirmando assim o argumento apresentado por E7.

Entretanto, nem todos demonstraram-se favoráveis à contratação dos imigrantes, conforme destacado nas respostas abaixo relacionadas.

E2: Não gosto por roubarem nossos empregos e fazem trabalho meia boca, principalmente em relação à limpeza.

E5: Acredito que devem primeiramente dominar a língua portuguesa, pois isto torna complicada a comunicação com os clientes.

E9: Atualmente a realidade não é mais essa. Os haitianos que ainda não voltaram para sua terra, já não têm um bom rendimento e os hotéis já não contratam muito.

E10: Como falei antes, acho desnecessário ter imigrantes no Brasil. Temos muitos brasileiros precisando de emprego, creio que os hotéis devem dar prioridade para quem é brasileiro.

Frente ao exposto, verifica-se que o funcionário brasileiro possui um pensamento hostil ao acreditar que os imigrantes estão “roubando” os empregos dos brasileiros e julga seus trabalhos de maneira pejorativa. Da mesma forma E9 ressalta que os haitianos já não têm um bom rendimento no serviço. Seguindo essa posição de aversão aos imigrantes no segmento hoteleiro, E10 destaca que é “desnecessária” a contratação deles, pois há muitos brasileiros desempregados, sendo assim os hotéis devem dar “prioridade” a esse público.

Na quinta pergunta os funcionários responderam se os hotéis estão promovendo adequadamente a inclusão profissional de haitianos. Frente a essa pergunta, a maioria respondeu que não acredita, conforme assinalado a seguir:

E2: Acredito que não. E3: Não.

E5: Não. Ainda há casos isolados da adequação, os demais apenas evitam a contratação.

E7: Não estamos preparados. Precisamos de mais ações, de treinamentos mais específicos e um acompanhamento maior. E até mesmo

aprendermos a língua deles e melhorarmos a comunicação.

E8: Não acredito, como já comentei nas questões anteriores, faltou um preparo em capacitar e entender as necessitadas dos profissionais haitianos. Dos dez entrevistados, verifica-se que cinco pensam que os haitianos não estão sendo adaptados corretamente. Destaca-se que E5 acredita que há poucos casos de inclusão e que muitos hotéis evitam a mão de obra haitiana. Enquanto isso, E7 e E8 voltam a enfatizar a necessidade de capacitação. Além disso, E8 frisa a importância de “aprendermos” o idioma deles, podendo assim ajudá-los na adaptação e ao mesmo tempo aprender uma nova língua.

A isso entende-se que o encarregado de conduzir o departamento pessoal de qualquer organização deve possuir o conhecimento necessário para contratar o funcionário certo para cada função (SCHERMERHORN JÚNIOR, 2014). Afinal, segundo Spector (2010), as decisões na empresa deveriam levar em consideração o desempenho do contratado, sendo que todos deveriam ser tratados de forma igualitárias e possuírem as mesmas oportunidades conforme o merecimento (LACOMBE, 2011). Tudo isso com o objetivo de criar uma vantagem competitiva perante as outras empresas por meio do desenvolvimento do capital humano da organização (SCHERMERHORN JÚNIOR, 2014).

Adiante, verifica-se que quatro dos entrevistados acreditam que os treinamentos estão sendo adequados, conforme assim mencionado:

E4: Sim, acredito que estão sendo tratados como funcionários da mesma forma que brasileiros em questão de empregabilidade.

E6: É difícil opinar sobre isso, pois não sei direito como deve ser um processo de inclusão adequado. Mas especificamente no ambiente em que trabalho, acredito que sim, pois vejo que estão se esforçando para que aconteça uma boa inclusão.

E9: Sim.

E10: Provavelmente sim.

Verifica-se que E4 ressalta que na questão trabalhista os haitianos e brasileiros estão sendo tratados de maneira igualitária; entretanto, E6 demostra não conhecer plenamente como deve ocorrer o processo de inclusão, porém avalia que em sua empresa esteja correto, pois analisa que o departamento de gestão está se esforçando no processo de adaptação dos imigrantes.

Percebe-se que quatro dos entrevistados acreditam que o departamento de Gestão de Pessoas está fazendo a adaptação do imigrante de forma correta. Compreende-se que o incumbido desse cargo está desempenhando um bom trabalho e contribuindo para uma melhor socialização do imigrante haitiano com os funcionários brasileiros, afinal, de acordo com Schermerhorn Júnior (2014), a socialização por meio da integração é uma forma de influenciar os modos de um novo funcionário e aproximá-lo dos outros contratados.

de vista definido, conforme relato abaixo:

E1: Não consigo opinar nesta questão, pois nos hotéis em que trabalhei não haviam haitianos contratados, somente estrangeiros de países de língua espanhola. Acredito que o idioma dificulte um pouco a contratação na hotelaria.

Frente a isso, o E1 não soube opinar, pois não teve experiências com haitianos no seu ambiente de trabalho. A isso entende-se que E1 (devido ao não convívio) não possui uma opinião concreta, entretanto, aborda uma questão importante: a do idioma. O haitiano possui mais dificuldades na adaptação, pois o seu idioma é originário do francês, creole (SANT’ANNA; PRADO, 2016).

Além da linguagem, outro fator que atrapalha é a dificuldade de revalidar os diplomas dos estrangeiros no Brasil. Notou-se que são pouquíssimos os haitianos que trabalham na área que possuem qualificação, sendo que em 2014 constava que havia 440 haitianos com curso superior trabalhando, no entanto, somente 15 deles exerciam as funções que constavam no diploma (SCHREIBER, 2015).

A última questão abordada foi em relação às medidas que os funcionários brasileiros acreditam que o departamento de Gestão de Pessoas deveria proceder ao constatar que os funcionários estão praticando discriminação, racismo e atos xenofóbicos. Os relatos a seguir

apresentam os dados coletados.

E1: Desligamento do funcionário e encaminhamento aos órgãos oficiais, visto que esses atos são crimes.

E2: Para não haver atritos nem racismos, a empresa deveria criar uma política de não contratar haitianos ou então advertir os funcionários que praticam estes atos, mostrando que todos somos iguais.

E3: Racismo é crime. Acredito que o departamento de Gestão de Pessoas deve identificar e avaliar a situação. Caso advertências e/ou conversas não surtam resultado, o colaborador que praticou o ato deve ser desligado da empresa por justa causa. E4: Verbal e em outros casos tirar “férias no sistema penitenciário”.

E5: O funcionário deverá ser advertido. Em casos extremos, considerar o desligamento da empresa. E6: Caso o indivíduo não se arrependa, demissão por justa causa.

E7: Acredito que nenhuma dessas práticas são atos a serem repetidos, a nenhuma pessoa, independente de raça ou cor. Combate-se com informação, conversa, carinho e atenção. É necessária informação, para tentarmos diminuir esse tipo de situação. Caso ocorra, primeiramente

é preciso conversar abertamente para que todos dentro da organização tenham a informação correta, que todos somos iguais, seres humanos e não podemos humilhar e ser humilhado por ninguém. E certamente os líderes tem que ser os primeiros a darem exemplos, repelindo esse tipo de situação. E8: Discriminação, racismo e atos xenofóbico devem ser combatidos rigorosamente, mas também devem fazer um trabalho de educação, para as pessoas entenderam que nossas diferenças são o que nos tornam únicos, respeito ao próximo deve ser algo normal e não opção. 

E9: Advertência verbal, escrita e suspensão de quem pratica.

E10: Demissão.

Em relação a essa pergunta, todos os entrevistados julgam serem necessárias medidas administrativas como: advertência verbal e escrita, suspensão e desligamento. Entretanto, E2 ressaltou que para não ocorrer esses atritos a empresa deveria ter uma política de “não contratar haitianos” e, caso contratasse, advertisse quem praticasse algum ato contra os mesmos. Enquanto isso, E4 destaca que se a pessoa que praticou algum tipo de ofensa ou agressão aos haitianos não se arrependa, deve tirar “férias no sistema penitenciário”.

Frente a isso, E7 salienta que ninguém deve sofrer nenhum dos atos descritos na questão, independentemente de raça ou cor, seguindo do pensamento que para combater esses atritos o que é preciso é a

“informação” e um bom diálogo no ambiente de trabalho. Dando sequência a essa reflexão, E8 acredita ser necessária “educação” para combater esses atos de discriminação, racismo e xenofóbicos.

Independentemente da medida decidida pela empresa, se faz necessário que a organização tome uma atitude perante esses atos. Pode ser considerado discriminação qualquer ato que envolva constrangimento, agressão físicas e insultos contra qualquer um no ambiente de trabalho. Esses atos desagradáveis e ilegais acontecem por vários motivos, dentre eles: o descontrole dos gestores e falta de apoio do departamento de Gestão de Pessoas (SPECTOR, 2010).