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IDENTIFICAÇÃO JUNTO AO DEPARTAMENTO DE GESTÃO

DE PESSOAS DAS PRINCIPAIS

DIFICULDADES NOS PROCESSOS

DE ADMISSÃO E INTEGRAÇÃO DOS

IMIGRANTES HAITIANOS

Nesta divisão, serão apresentadas as informações coletadas por meio de uma entrevista com seis questões, realizada com dois funcionários do departamento de Gestão de Pessoas que trabalham em hotéis localizados no município de Balneário Camboriú (SC). A primeira pergunta levantou a questão das denúncias feitas em 2015 que acusam hotéis de Balneário Camboriú de maus-tratos contra haitianos, nos quais os responsáveis pelo setor de Gestão de Pessoas responderam o porquê acreditam que situações como esta aconteceram.

E1: Penso que o principal motivo seria a xenofobia; apesar de trabalharmos em um hotel voltado ao público turista, sinto que quando contratamos haitianos e outros estrangeiros alguns funcionários apresentaram dificuldades em se relacionar com eles, uma certa antipatia.

E2: Apesar de estarmos em pleno século XXI, ainda acredito que o preconceito é constante em nosso país.

Conforme os dados coletados, nota-se que os entrevistados possuem uma opinião formada sobre a questão abordada, sendo que o primeiro entrevistado pensa que o principal motivo é a xenofobia e já percebeu a reação de antipatia de funcionários brasileiros com contratados estrangeiros. Enquanto o entrevistado 2 informa que o principal motivo pelas reações de maus tratos é o preconceito.

Diante de possíveis atos xenofóbicos, maus tratos, discriminação e preconceito, segundo Santini (2014), é necessário que o Brasil reformule as leis para que esses imigrantes tenham suporte ao realizarem denúncias. É importante observar que as principais dificuldades na admissão e na integração dos haitianos, segundo os dois entrevistados, são as seguintes:

E1: Idioma e a documentação. E2: Idioma e realizar a adaptação.

Nota-se que ambos informam que o idioma é um obstáculo na admissão e integração. A entrevistada 1 também acredita que a burocracia dificulta esses processos e o entrevistado 2 possui dificuldades em realizar a adaptação.

Frente ao exposto, segundo Vale (2015), o idioma é a principal barreira na comunicação; além da linguagem, as empresas também possuem dificuldades com a burocracia para contratação dos haitianos.

O governo criou diversas classificações para esses imigrantes, por meio das quais são classificados como: refugiado, migrante e apátrida. Essas catalogações acabam gerando complicações no entendimento dos haitianos e das empresas em relação a quais documentos são necessários para que o haitiano seja contratado.

A terceira questão buscou saber qual o papel do departamento de Gestão de Pessoas no processo de inclusão de contratados haitianos.

E1: É indispensável. O nosso departamento tem como missão fazer a inclusão do melhor modo possível não somente com haitianos, mas também com todos os funcionários.

E2: O setor de Recursos Humanos é necessário para uma boa inclusão profissional, sem este departamento os funcionários ficariam sem suporte.

Ambos os entrevistados descreveram a importância do departamento de Gestão de Pessoas sendo que o primeiro entrevistado salienta que o setor é “indispensável”, pois busca adaptar os contratados da melhor maneira possível; enquanto o entrevistado 2 informa que esse setor é necessário, pois são eles que dão suporte aos funcionários. A isso entende-se que o departamento de Gestão de Pessoas é responsável por gerenciar outros indivíduos, independentemente de seu setor, função

ou cargo (BANOV, 2011).

Na questão 4 buscou-se averiguar se os entrevistados já receberam alguma denúncia por parte dos contratados haitianos de maus tratos e que providências tomaram.

E1: Não, nunca. E2: Não.

É fundamental ressaltar que nenhum dos entrevistados recebeu denúncias de maus tratos nos hotéis em que trabalham. Entende-se, deste modo, que mesmo que não tenham recebido nenhuma denúncia é preciso ter muita atenção, pois diversas foram feitas contra hotéis no município de Balneário Camboriú, envolvendo maus tratos e racismo (ALVES, 2015).

Constata-se na pergunta 5 que os entrevistados informaram que providências tomariam ao receberem denúncias de maus tratos em seus hotéis.

E1: Bom, nunca passei por isso, não saberia ao certo como deveria reagir. Primeiramente iria contatar o meu superior.

E2: É delicado este assunto, pois dependeria muito do que aconteceu com este imigrante. A primeira entrevistada informa que não saberia como lidar com a situação, pois nunca passou por isso, enquanto o entrevistado 2 ressalta que esta situação é delicada e que basearia as suas ações de acordo com o que ocorreu com o contratado haitiano. Percebe-se que ambos nunca passaram por esta situação e devido a este motivo possuem dificuldade para analisar as providências que tomariam ao receber acusações de maus tratos.

Na última pergunta, foi verificado se os entrevistados acreditam possuir todas as ferramentas necessárias para realizar uma inclusão profissional de imigrantes haitianos.

E1: Não, tenho dificuldade em me comunicar e principalmente de explicar os direitos deles e as leis trabalhistas.

E2: Apesar das dificuldades que mencionei, acredito que podemos realizar uma boa integração, porém precisamos ter muita atenção à reação dos outros funcionários.

A entrevistada 1 acredita não possuir, pois tem dificuldades com o idioma e na explicação das leis trabalhistas; entretanto o entrevistado 2 possui as ferramentas necessárias para realizar a integração, porém

precisa ter atenção aos outros funcionários durante o processo de adaptação deste imigrante.

Nota-se novamente que a questão do idioma e as dificuldades com as leis trabalhistas são citadas. Também se constata a importância em dar atenção às reações dos outros funcionários na contratação de imigrantes haitianos, evitando assim qualquer ato discriminatório. De acordo com Schermerhorn Júnior (2014), a discriminação ocorre quando um indivíduo sofre rejeição por justificativas incompatíveis à função que exerce.