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Concepções dos Professores Regentes

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3 FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES E ESTÁGIO CURRICULAR

6.1 CONCEPÇÕES DE GESTORES E PROFESSORES REGENTES DE

6.1.3 Concepções dos Professores Regentes

Os seis professores regentes das escolas campo de estágio, considerados na amostra, foram identificados seguindo a mesma ideia da subseção 6.1.2, isto é, através da letra P e números (P1, P2, P3, P4, P5 e P6), acrescidos das letras C, J ou L, correspondentes às iniciais dos polos Carpina, Jaboatão e Limoeiro (P1C, P2C, P3J, P4J, P5L e P6L). Abaixo, apresentamos as cidades em que esses professores atuam:

o P1C - Carpina; o P2C – Lagoa de Itaenga; o P3J – Recife; o P4J – Recife; o P5L – Belo Jardim; o P6L – Feira Nova.

Nas respostas dadas ao questionário (Apêndice D) sobre os aspectos em que a presença do estagiário ajuda a aula, alguns professores responderam diretamente no instrumento (P2C, P5L, P6L), e os demais (P1C, P3J e P4J) responderam oralmente, enquanto a pesquisadora foi transcrevendo no questionário. Em relação a essa questão, os professores ressaltaram:

P1C – “Acompanhar os alunos junto com o professor, participando das aulas de regência”.

P2C – “É através da observação do estagiário que são detectadas algumas dificuldades dos alunos que o professor não tinha observado. Sendo assim, com a interação entre o professor e o estagiário, é possível haver aperfeiçoamento nas aulas, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem”.

P3J – “[...] Ajuda no sentido de ser uma pessoa nova e ela chama a atenção. Os alunos ficam mais atentos. Procuram saber porque um rapaz tão jovem, está participando e vivendo essa realidade de sala de aula. Promover essa relação de querer saber porque ele está estudando Física”.

P4J – “[...] Ajuda no sentido de os alunos darem uma importância maior à aula. A presença estimula os alunos a fazerem uma licenciatura, terem uma profissão, e estudarem Física. Ver um profissional na escola. A regência de aula do estagiário é uma maneira de contribuir e de poder dividir com o professor regente”.

P5L – “A atenção dos alunos melhorou. Os experimentos realizados foram estimulantes”.

P6L – “A educação é um processo gradativo em busca do conhecimento, e o estagiário vem com novas ideias, de diferenciar a aula, com novas visões, podendo contribuir com a prática do professor. Com essa visão ele pode dinamizar a aula”.

Nesses registros, percebemos que a presença do estagiário na aula contribui para os processos de ensino e de aprendizagem. As intervenções na sala de aula, trazendo novas ideias e experimentos, favorecem uma maior participação dos alunos

na disciplina, despertam o interesse dos mesmos pela profissão “Professor”, contribuindo com a prática do professor regente da escola campo de estágio.

Em relação aos aspectos em que a presença do estagiário atrapalha a aula, todos os professores ressaltaram que “não atrapalha”. Apenas o professor P6L acrescentou: “o estagiário não contribui com o andamento das aulas se o mesmo não tiver domínio e clareza dos conteúdos que estarão sendo vivenciados”.

Quanto às sugestões para melhoria do estágio vivenciado na aula, foram feitos os seguintes relatos:

P1C – “A presença diária do estagiário nas aulas”.

P2C – “Durante as observações realizadas pelo estagiário, foi possível perceber que ele observou bastante as aulas e no momento de execução em sala, constatou-se que ele foi bastante dinâmico e interativo, com um possível sucesso no decorrer do seu magistério com a experiência adquirida”.

P3J – “[...] o estágio para ser melhorado dentro da escola precisaria, não elogiando ele, mas ele veio, procurou saber, se informou, assistiu minhas aulas, conversou, comentou. Já tive outros estagiários de outras instituições que vieram só para assinar [...]. O estagiário é que tem que se interessar [...]”.

P4J – “Aumentar a carga horária do estágio. Se o estagiário tivesse mais tempo seria melhor para ter mais intimidade com os alunos”.

P5L – “Para melhor conforto do estagiário, usar microfone e tomar água durante as aulas. Usar relógio”.

P6L – “Já está sendo feito no que se refere ao acompanhamento, tanto do professor regente, quanto do professor orientador da graduação, com isso são verificados os erros cometidos pelo(a) estagiário(a) e auxiliando na melhoria”.

A fala de P1C corrobora a visão do representante da Secretaria de Educação e diretores, de um modo geral, de que uma presença mais constante dos estagiários, iria contribuir para um estágio mais eficaz. Pudemos perceber que as sugestões para

melhoria do estágio foram voltadas para maior interesse do estagiário no desenvolvimento das atividades, observação das aulas do professor regente e o acompanhamento do estagiário pelo professor regente da escola e o professor orientador de estágio da universidade. Desse modo, verificamos, nas sugestões dos professores, a importância do trabalho em conjunto entre as instituições, no acompanhamento dos estagiários. Consideramos que a presença da pesquisadora e professora da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado V, contribuiu para essas observações, uma vez que sua presença na escola campo de estágio possibilitou uma interação do diretor e professor de cada escola com uma representante da universidade, dando ensejo à troca de ideias relevantes para o funcionamento do estágio, que ainda não havia ocorrido até então.

No questionário, no item observações, a maioria dos professores não fez nenhum registro. Apenas os professores P5L e P6L fizeram os seguintes comentários:

P5L – “A estagiária pediu orientações sobre a melhor forma de continuar o conteúdo das primeiras aulas. Apesar das observações, sua aula é diferente da minha. Gostei do domínio de turma”.

P6L – “Acredito que o estagiário, tendo esse acompanhamento com certeza vai tornar- se um professor/educador bem mais preparado”.

No relato do professor P5L, percebemos o quanto os momentos vivenciados pela estagiária e pelo professor regente foram significativos. As trocas de ideias sobre o conteúdo e a metodologia contribuíram para o desenvolvimento da regência da estagiária, bem como para o professor regente da escola, que percebeu as diferenças entre a sua própria aula e a da estagiária, ressaltando que “apesar das orientações,

sua aula é diferente da minha”. No nosso entendimento, o professor regente teve a

oportunidade de vivenciar, através da estagiária, uma outra forma de abordagem do conteúdo e de discussões dos conceitos físicos, que no caso foi feita através de experimentos. Nesse sentido, reportamo-nos a Schön (2000), que enfatiza a relevância da reflexão sobre as ações, especialmente quando essas se referem à própria prática. Desse modo, o trabalho desenvolvido em conjunto (estagiária e professor regente) oportunizou a ambos, momentos reflexivos voltados para o espaço da sala de aula, contribuindo para a construção de novos conhecimentos.

Quanto ao posicionamento do professor P6L, o mesmo se referiu à proposta da disciplina Estágio Curricular Supervisionado V, desta pesquisa, reportando-se ao acompanhamento do licenciando/estagiário tanto pelo professor orientador de estágio da universidade quanto pelo professor regente da escola. Para ele, esse tipo de acompanhamento contribuirá para a formação de futuros professores mais capacitados para o desempenho das suas funções durante sua carreira profissional. Desse modo, percebemos, nas concepções apresentadas pelo representante da Secretaria de Educação e por alguns professores regentes, a relevância dos conhecimentos do conteúdo, do currículo e pedagógicos, destacados por Shulman (1987) e os saberes acadêmicos e os baseados na experiência, que são destacados por Porlán e Rivero (1998), para o desenvolvimento das ações no contexto escolar.

6.2 CONCEPÇÕES INICIAIS DE LICENCIANDOS DE FÍSICA EM RELAÇÃO À

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