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CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO COOPERATIVO AO PROCESSO

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3 FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES E ESTÁGIO CURRICULAR

6.4 CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO COOPERATIVO AO PROCESSO

Nesta seção, trataremos de expor e discutir os relatos produzidos pelos licenciandos/estagiários dos três polos, Carpina, Jaboatão e Limoeiro, a respeito da proposta do Grupo Cooperativo, apresentados durante a fase da Revisão

Construtiva do Ciclo da Experiência Kellyana.

6.4.1 Contribuições Registradas no Questionário da Fase da Revisão Construtiva e no Relatório Final de Estágio

Nesta subseção, analisaremos as concepções dos licenciandos/estagiários através das suas respostas à terceira questão do questionário (Apêndice F), aplicado no último encontro presencial, em cada polo, da disciplina Estágio Curricular Supervisionado V, e daquelas contidas no Relatório Final de Estágio, referentes à proposta do Grupo Cooperativo. Destacaremos também os aspectos apontados pelos licenciandos/estagiários que não conseguiram participar das aulas de regência vivenciadas no método da aprendizagem cooperativa.

Analisando as respostas dadas à questão três do questionário: Como você

avalia a proposta do Grupo Cooperativo (aspectos que favoreceram e/ou dificultaram a aprendizagem)?, e as apresentadas no Relatório Final de Estágio, observamos que

iniciarmos as discussões, notamos que, no polo Carpina, as respostas dadas não indicaram nenhuma dificuldade de aprendizagem.

Em relação aos aspectos que favoreceram a aprendizagem, verificamos nas anotações descritas, tanto no questionário quanto nos relatórios: as trocas de experiências da prática docente; contribuição para o planejamento das aulas;

feedback do trabalho desenvolvido e conhecimento de novas metodologias. Dentre os

vários relatos, destacamos os seguintes:

Boa proposta que preza pelo feedback de nosso trabalho, podendo melhorá- lo (Relato de C1 – Questionário da Revisão Construtiva).

A avaliação do grupo cooperativo foi muito proveitosa, pois pude trocar experiências de metodologias diferentes da minha (Relato de L5 Questionário da Revisão Construtiva).

O grupo cooperativo favoreceu muito o planejamento das aulas em função da união de profissionais experientes no exercício da docência, com futuros profissionais cheios de ideias, e em período de formação. Essa relação nos permitiu o contato com profissionais que vivenciam em seu cotidiano o ensino de Física, auxiliando em questões como a escolha da melhor metodologia a ser utilizada ou o melhor livro a ser adotado (Relato de J4 – Relatório Final de Estágio).

As aulas contaram com a participação de algumas colegas de turma, por meio do Grupo Cooperativo, a participação iniciou-se desde o planejamento das aulas até a aplicação. [...] No Estágio Curricular Supervisionado II, tivemos a oportunidade de recebermos orientações para montar os Planos de Aula e Ensino, e agora no Estágio Curricular Supervisionado V pudemos ver como é essencial o planejamento. O planejamento é o primeiro passo para uma boa aula (Relato de L1 – Relatório Final de Estágio).

Nessas reflexões, observamos que a metodologia desenvolvida proporcionou trocas de informações, compartilhamento de ideias, desenvolvimento da autonomia e a construção do saber coletivo, que estavam relacionados aos elementos básicos da aprendizagem cooperativa. No relato de C1, percebemos o Princípio da Avaliação do trabalho em grupo, contribuindo para o processo de ensino e de aprendizagem.

Constatamos, no comentário de J4, o Princípio da Responsabilidade Individual

e Grupal, em que cada membro realizou as atividades atribuídas desde o

planejamento das aulas à presença na escola campo de estágio para acompanhamento das aulas de regência. A Interdependência Positiva ocorreu no momento em que cada participante do Grupo Cooperativo teve tarefas distintas para

o desenvolvimento do trabalho, em prol da aprendizagem do outro. Percebemos, também, na declaração de J4, a Interação face a face, quando destacou o contato com os professores experientes, e com os futuros profissionais (licenciandos/estagiários) da educação.

Outros aspectos, enfatizados no trabalho do Grupo Cooperativo, foram a segurança repassada pelo colega de turma no momento da prática da regência; interação entre o professor regente da escola campo de estágio, professora orientadora de estágio, professores tutores e colegas, e a contribuição para a autoavaliação do licenciando, como pode ser observado nas ideias expostas por J3 e L2:

Positivo, pois o fato de termos um colega dando apoio dentro da sala no período das aulas de regência dá bastante segurança (Relato de J3 – Questionário da Revisão Construtiva).

O grupo cooperativo foi importante para que houvesse uma avaliação crítica construtiva em relação ao nosso trabalho. Por exemplo, às vezes cometemos erros sem perceber que são erros, e tendo um colega com uma mesma formação ou formação superior a nossa que possa nos orientar em relação a esses “erros” nos ajuda a não mais cometê-los (Relato de L2 – Questionário da Revisão Construtiva).

Nos relatos mencionados, pudemos observar os elementos básicos da aprendizagem cooperativa propostos pelos pesquisadores Johnson e Johnson (2009). A interação entre os colegas de turma e os professores, caracterizando, mais uma vez, a Interação face a face, contribuindo para as interrelações pessoais, bem como as Competências Pessoais, como saber ouvir e expor suas ideias, como declarado por L2, “às vezes cometemos erros sem perceber que são erros, e tendo um colega com uma mesma formação ou formação superior a nossa que possa nos orientar em relação a esses erros”. Além desses, verificamos a Interdependência Positiva, em que cada integrante do grupo tem tarefas distintas, mas agindo em prol da aprendizagem de todos, assim como a Responsabilidade Individual e de Grupo, e a Avaliação do

Processo do Trabalho Grupo, em que os membros do grupo analisam as ações dos

próprios companheiros, de modo que o colega possa perceber os erros cometidos, levando-o à reflexão para construção de novos conhecimentos, propiciando a aprendizagem de todos os integrantes.

No tocante às dificuldades, os licenciandos/estagiários apontaram a incompatibilidade nos horários das aulas de regência e a localização geográfica.

A ideia foi interessante, porém exigiu sacrifícios para o seu cumprimento, por causa de horários e distâncias dos colegas. Mesmo com essa dificuldade ela, soma porque tem-se a visão de alguém que está no mesmo nível que você, isto é, de alguém sem experiência em sala de aula (Relato de J5 – Questionário da Revisão Construtiva).

Essas colocações reforçam as especificidades da Educação a Distância, em que professores e alunos se encontram separados geograficamente e temporariamente. Ao propormos a metodologia do Grupo Cooperativo, aos licenciandos/estagiários dos três polos, Carpina, Jaboatão e Limoeiro, estávamos cientes das dificuldades com que nos depararíamos. Entretanto, mesmo com as dificuldades encontradas, conseguimos desenvolver um trabalho utilizando o Ciclo da Experiência Kellyana (CEK) da TCP, e o trabalho de equipe com grupos cooperativos, em diferentes polos, que se encontravam em regiões diferentes, possibilitando desenvolver uma metodologia para o Estágio Curricular Supervisionado V.

Diante dos relatos dos licenciandos/estagiários, percebemos como o CEK, e o método da aprendizagem cooperativa, foram fundamentais para o estágio, oportunizando momentos de reflexões sobre a prática docente entre os licenciandos/estagiários e os professores, contribuindo para a construção do conhecimento de cada integrante do grupo.

6.5 CONTRIBUIÇÕES DA VIVÊNCIA DO ESTÁGIO CURRICULAR

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