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CONTEXTO HISTÓRICO INTERNACIONAL

No documento Download/Open (páginas 33-36)

A origem histórica da EAD, para alguns autores, inicia-se no século XV com a invenção da imprensa pelo alemão Johannes Guttenberg, pois a partir da imprensa foi possível massificar a circulação das informações, separando o emissor e o receptor no espaço e no tempo. Nessa época, tornou-se mais econômico transmitir as informações sem a co-presença do mestre (professor) e dos seus discípulos (alunos), tendo em vista os elevados custos dos livros escritos à mão, que existiam na época, e eram lidos em voz alta para os alunos. Nesse período, as escolas apresentavam certa resistência ao livro impresso, pois se pensava que com o livro em mãos a presença do professor seria desnecessária, e com suas leituras nas residências, todos teriam acesso à educação (ALVES, 2005; SARAIVA, 2010).

O primeiro registro da EAD consolidado no mundo foi no século XVIII, em 1728, quando o jornal Gazette de Boston, Estados Unidos, na edição de 20 de março, publicou o anúncio do curso de Taquigrafia, que oferecia aulas semanais por correspondência, ministradas pelo professor Caleb Philips. Depois de outras iniciativas, no século XIX, a EAD passa a ser ofertada institucionalmente, com ofertas de cursos, segundo Saraiva (2006), de Taquigrafia, Música e Língua Estrangeira.

Em 1829, o Instituto Líber Hermondes, na Suécia, oportunizou mais de 150.000 pessoas a realizarem cursos na modalidade a distância. A Faculdade Sir Issac Pitman, em 1840, na Grã-Bretanha ofereceu o primeiro curso de Taquigrafia por correspondência. Em 1856, a Sociedade de Línguas Modernas, em Berlim, ofertou curso de Francês por correspondência (VASCONCELOS, 2006). Os primeiros certificados, nessa modalidade, foram concedidos, em 1858, pela Universidade de Londres. Outras Instituições passaram a ofertar cursos por correspondência, como: O Skerry’s Colege, em 1880, ofertou cursos preparatórios para concursos públicos. Quatro anos depois, em 1884, cursos de Contabilidade foram oferecidos pela Foulkes Lynch Correspondence Service. Posteriormente, em 1891, surge a oferta do curso de Segurança de Minas, organizado por Thomas J. Foster, nos Estados Unidos. No ano seguinte, em 1892, o departamento de Extensão da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, ministra cursos por correspondência para preparação de professores. Nessa mesma época, as universidades de Oxford e Cambrigde, na Grã- Bretanha, também ofereceram cursos de extensão (NUNES, 2009).

No início do século XX, novos cursos por correspondência foram criados em vários países, e novos meios de comunicação, como o rádio e a TV, passaram a ser utilizados por algumas Instituições. Dentre elas, a BBC de Londres, em 1928, que promoveu cursos via rádio para Educação de Jovens e Adultos, e o Japonese National Public Broadcasting Service complementou os conteúdos da escola oficial através de programas via rádio. Na França, em 1947, a Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Paris passou a transmitir através da Rádio Sorbonne aulas das disciplinas literárias (NUNES, 2009; ALVES, 2011).

De acordo com Moore e Kearsley (2008), em 1956, programas educativos da TV fechada foram utilizados em escolas públicas do Washington Country, na Maryland. Nesse mesmo ano, a Chicago TV College transmitiu seus primeiros programas educativos em faculdades. A partir de 1961, o Programa do Meio-Oeste para Instrução pela Televisão contou com a participação de seis estados na criação de programas veiculados por transmissores transportados em aviões. Esse projeto contribuiu para transmissões de programas educativos via satélite.

Moore e Kearsley (2008) afirmam que, no final da decáda de 1960 e início da década de 1970, as experiências do Articulated Instructional Media Project (Projeto AIM) da Universidade da Wisconsin e a Universidade Aberta da Grã-Bretanha foram destaques na EAD para alunos não-universitários, pois conduziram novas técnicas e recursos humanos para EAD. Os seus cursos ofereciam guias de estudo impressos e orientação por correspondência, transmissão por rádio e TV, audioteipes gravados, conferências por telefone, kits para realização de atividades experimentais nas residências dos alunos e recursos de uma biblioteca local. Além desses recursos, havia articulação para estudos em grupos locais e o uso de laboratórios de universidades durante o período de férias. A ideia do Projeto AIM foi oferecer diferentes mídias aos alunos para que pudessem escolher a combinação mais adequada de acordo com seu ritmo de aprendizagem e de suas necessidades. Esse projeto serviu de referência para outras instituições, inclusive para a Universidade Aberta (UA), primeira Universidade Nacional de Educação a Distância, criada no Reino Unido, em 1969, com oferta de cursos superiores, empregando uma diversidade de tecnologias de comunicação.

Posteriormente outras universidades foram fundadas, tais como: Universidade Nacional Aberta, em 1977, na Venezuela; Universidade Estadual a Distância, em 1978, na Costa Rica; Universidade Aberta, em 1984, na Holanda; Universidade

Aberta, em 1988, em Portugal; Implantação da rede Européia de Educação a Distância, em 1990, baseada na declaração de Budapeste3, entre outras (VASCONCELOS, 2006). De acordo com Alves (2005), os grandes difusores da EAD foram França, Espanha e Inglaterra, que criaram seus centros educacionais, servindo de modelo para outros países. Dentre eles: “Centre National de Enseignement a Distance”; “Universidad Nacional de Educación a Distancia” e a “Open University”, respectivamente. Ainda hoje, a Open University continua sendo referência na oferta de cursos, na modalidade a distância.

Para Moore e Kearsley (2008), a criação das Universidades Abertas oportunizou uma nova organização na modalidade, com utilização de tecnologia e recursos humanos, que proporcionaram consórcios entre instituições, novas técnicas de instrução e nova teorização de educação. Nessa perspectiva, o avanço tecnológico possibilitou a utilização de outros recursos na EAD, como: a tecnologia por satélite, a telefonia de fibra óptica, o computador e a internet, que favoreceram transmissões de TV, teleconferência interativa, videoconferência interativa, webconferência, aulas virtuais em ambientes de aprendizagem, baseados na web, entre outros.

Diante da diversidade dos recursos de comunicação, a história da EAD é dividida por vários autores por meio de gerações. As divisões geralmente estão voltadas ao tipo de tecnologia empregada e diferenciam entre eles. Assim, consideramos as ideias de Moore e Kearsley (2008), que afirmam que a EAD evoluiu em cinco gerações, destacadas no Quadro 2.

Quadro 2 – Gerações de EAD baseadas em Moore e Kearsley (2008)

Gerações da EAD

1ª Correspondência

2ª Transmissão por rádio e televisão 3ª Universidades abertas

4ª Teleconferência

5ª Internet/Web

Fonte: Moore e Kearsley (2008, p. 26).

Nessa perspectiva, o Quadro 2 apresenta a evolução histórica da EAD através das mídias e tecnologias, que contribuíram, e ainda hoje contribuem no processo de

3 Declaração de Budapeste – voltada para a ciência e o uso do conhecimento científico, que enfatizou

ensino e de aprendizagem. Os recursos utilizados em cada geração auxiliaram na formação de diversas pessoas e, ainda continuam a ter forte presença em instituições credenciadas que ministram cursos na modalidade a distância. A quinta geração, especialmente, tem oportunizado a integração de multimídias em espaços virtuais de aprendizagens, combinando texto, áudio e vídeo, favorecendo o acesso mais rápido às informações, e contribuindo na construção do conhecimento de todos os participantes envolvidos, gestores, professores, técnicos e alunos.

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