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A dialogue between psychology and education

5. Conclusão

Os resultados observados na pesquisa apontam para a mediação escolar como uma ferramenta útil ao processo de inclusão escolar de alunos com necessidades escolares especiais e, principalmente, para a relação direta entre a frequência da mediação escolar e o desenvolvimento destes no ambiente escolar. Evidenciando a necessidade de expandir a oferta de mediadores nas escolas da 10ª CRE proporcionalmente ao número de alunos com necessidades educacionais especiais matriculados nas escolas da região.

Contudo, as colocações de professores, responsáveis e dos próprios estagiários mediadores demonstram que, além de expandir a oferta da mediação, é necessário ainda melhorar a qualidade dessa oferta por meio da capacitação dos mediadores, visto que mesmo quando os alunos estão sendo acompanhados por eles a atuação destes, na maioria das vezes, é avaliada como insuficiente ou sem resultados aparentes.

Como responsáveis por atuar diretamente com os alunos no reconhecimento de sua necessidade e elaboração de intervenções, os mediadores tornam-se agentes promotores da inclusão escolar e precisam estar devidamente orientados em suas práticas para o cumprimento dessa finalidade. Ao contrário disso, o que ocorre atualmente é que, além da seleção pouco criteriosa dos estagiários mediadores, estes não têm suas práticas supervisionadas por um profissional formado com experiência na área ou recebem qualquer tipo de treinamento, o que quer dizer que atuam basicamente com base na premissa do aprender na prática, como ressalta A., estagiário mediador: “Muitas vezes não sabemos como lidar com a criança, o auxiliador no geral aprende com o tempo, conhecendo mais a criança. Porém, seria bom um auxílio de algum especialista”.

Tendo em vista a aparente impossibilidade da 10ª CRE na superação desses desafios ao aprimoramento da mediação até o momento atual, propõe-se estabelecer parcerias desta com instituições de ensino superior da região para a criação de programas de incentivo aos seus alunos para candidatura às vagas de estagiário mediador, bem como a criação de modalidades de estágio e supervisão para estes com professores de seus respectivos cursos de formação.

Universidades da região já possuem programas de estágio no modelo sugerido. Nos cursos de Psicologia, por exemplo, há opções de estágio em instituições públicas nas áreas da saúde mental, saúde da mulher, jurídica, entre outras, e em todas elas os alunos têm suas práticas orientadas por professores com experiência nas respectivas áreas.

Atualmente, a 10ª CRE aceita alunos em formação em diversos cursos de ensino superior como estagiários mediadores, o que permitiria que a criação de modalidades de estágio na área escolar fosse extensível a uma variedade de cursos de graduação, com o objetivo de aumentar substancialmente o quantitativo de mediadores atuantes na rede. Além disso, a oferta da supervisão de professores experientes suplementaria a capacitação deficitária oferecida pela 10ª CRE, ancorando as práticas dos mediadores em referenciais teóricos sólidos, na ética e no comprometimento com o desenvolvimento acadêmico e profissional. Acredita-se que tais iniciativas representariam impactos positivos sobre a expansão e a qualidade da oferta da mediação escolar, aprimorando-a como ferramenta de inclusão escolar e potencializando sua capacidade de transformação social.

Há ainda expectativas de que o estabelecimento desse diálogo entre a comunidade acadêmica das instituições de ensino superior com a comunidade escolar fomente a produção científica sobre a inclusão escolar e sobre a grande temática da educação básica, fundamental para a compreensão e modificação do atual cenário aqui descrito.

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