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A análise financeira refere-se ao estudo da viabilidade, estabilidade e capacidade de geração de lucro de uma companhia, ao analisar as informações dos demonstrativos financeiros é uma forma de aferir seu desempenho. Esta análise, abrange um conjunto de instrumentos e métodos que permitem obter um diagnóstico sobre a situação econômica e financeira de uma organização, bem como de um desempenho futuro, e para que o analista possa verificar a situação, é essencial a utilização de recurso, assim alguns indicadores apresentam a vantagem de informação mais precisa para a tomada de decisão, como também ao aderir as práticas de governança corporativa, as empresas reduzem a possibilidade de irregularidades e fraudes, proporcionando melhor transparência nas informações contábeis.

Diante disso, neste estudo o objetivo foi de investigar a relação da governança corporativa e a eficiência econômico-financeira das empresas financeiras, foram pesquisadas 25 empresas listadas na B3 do setor financeiro, separadas por níveis de governança corporativa e do mercado tradicional, estas foram analisadas por meio do cálculo dos indicadores de liquidez, endividamento, lucratividade e rentabilidade.

Em relação aos índices de liquidez, o segmento do Nível 1 é o nível com menos exigência de governança corporativa, mas que exibiu a melhor média diante dos demais segmentos, assim considerando as médias das empresas do nível 1, o Banco Bradespar S.A. e o Banco Itausa S.A. tiveram destaques positivos, com os melhores resultados, no entanto o Banco Mercantil Investimentos S.A. do segmento Tradicional que é o mais básico dos níveis, ganhou destaque também por demonstrar valores altos e crescentes durante o período, enquanto que o Banco do Brasil S.A. do nível Novo Mercado do segmento mais exigente de governança, apresentou índices baixos ao que é considerado adequado para cada indicador.

Com relação ao endividamento, a melhor média foi do Nível 1, onde novamente o Banco Bradespar S.A. e Banco Itausa S.A. se destacaram apresentando os melhores resultados, no que tange um baixo nível de endividamento, enquanto que no segmento Mercado Tradicional, o Banco do Estado do Espirito Santo BANESTES S.A, Banco do Estado do Sergipe BANESE S.A, Banco Mercantil do Brasil S.A, Banco do Nordeste do Brasil S.A e Banco Bradesco Leasing S.A, apresentaram os maiores valores, aumentando suas dívidas de curto prazo e longo prazo, permanecendo com

um alto grau de endividamento no período analisado. O Banco do Brasil S.A. do segmento Novo Mercado, também apresentou índices elevados ao considerado adequado para este indicador.

Quanto a situação dos indicadores de lucratividade considerando a média da margem líquida, O Banco Itausa S.A. do segmento Nível 1 apresentou as melhores margens, visto que demonstrou também destaque positivo de liquidez, bem como um baixo nível de endividamento. Por conta do Banco Indusval S.A. e do Banco Pine S.A. apresentarem margens elevadas e negativas, estas empresas operaram com prejuízo, assim o Nível 2 não demonstrou bons resultados, ficando com uma média negativa no período analisado.

Os índices de rentabilidade apresentaram valores que variaram de positivos, ou seja, acima de um, e negativos, abaixo de um, assim o Nível 1 apresentou a melhor média e ganhou destaque novamente com o Banco Bradespar S.A., além de apresentar uma boa liquidez e um baixo nível de endividamento, também apresentou boa rentabilidade no primeiro e segundo ano, porém demonstrou prejuízo no terceiro ano. O segmento do Novo Mercado com o Banco do Brasil S.A. e o segmento Tradicional demonstraram um bom retorno sobre os investimentos, o Banco Indusval S.A. e o Banco Pine S.A. do Nível 2, além de apresentarem uma baixa liquidez, apresentaram também prejuízo tanto na lucratividade como na rentabilidade e estão mais endividados.

O objetivo de investigar a contribuição da Governança Corporativa em relação a eficiência econômico-financeira das empresas financeiras listadas na B3 foi concluído, de acordo com os resultados apurados durante o estudo. O problema também foi respondido, onde o estudo partiu do princípio que ao aderir aos níveis diferenciados de governança corporativa, as empresas atendem por meio do compromisso assumido, as exigências estabelecidas no regulamento. Comparando- se os indicadores obtidos, percebe-se que, o Nível 1 ganhou destaque em todos os indicadores analisados demonstrando os melhores índices, sendo o nível com regras e políticas com menos exigências, o Nível 2 além de atender a esses requisitos impostos do Nível 1, também precisam cumprir com outras obrigações, no entanto, observando de modo geral os indicadores não apresentaram bons resultados. O Novo Mercado por ser um segmento considerado mais exigente, apresentou resultados positivos, mas não tão bons quanto ao nível 1 e o Tradicional por ser considerado o mais básico e sem regras de governança apresentou bons resultados, o que significa

que a governança corporativa demonstrou eficiência econômico-financeira no segmento menos exigente e através da análise desses indicadores foi possível perceber que o esperado não se confirmou, no qual os níveis mais exigentes não evidenciaram os melhores resultados.

Salienta-se que o estudo aplicado tem como prerrogativa as empresas financeiras analisadas, ou seja, todo o setor financeiro, não sendo aplicado esse resultado para outros setores da GC e dos Mercados Tradicionais.

Assim, cabe sugerir para as próximas pesquisas a serem estudadas sobre este tema, comparar as análises dos indicadores para verificar a situação em diferentes setores das empresas que aderem à governança corporativa.

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