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A relação da governança corporativa com a eficiência econômico-financeira de empresas financeiras listadas na B3

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LAURIANY BARBOZA KISATA

A RELAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA COM A EFICIÊNCIA

ECONÔMICO-FINANCEIRA DE EMPRESAS FINANCEIRAS

LISTADAS NA B3

IJUÍ (RS)

2020

(2)

LAURIANY BARBOZA KISATA

A RELAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA COM A EFICIÊNCIA

ECONÔMICO-FINANCEIRA DE EMPRESAS FINANCEIRAS

LISTADAS NA B3

Projeto de trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Prof.ª Orientadora: Ma. ROSELAINE FILIPIN

(3)

RESUMO

A contabilidade tem como finalidade apresentar a posição patrimonial da empresa em determinado período, uma vez que ao elaborar as demonstrações contábeis elas servem como um instrumento importante de análise para os administradores, auxiliando no processo de tomada de decisões, cuja contabilidade financeira serve como ferramenta administrativa e estratégica nas empresas, para fornecer informações relevantes aos proprietários, acionistas, gestores e investidores. Dessa forma, as empresas aderem as práticas de governança corporativa para que haja mais transparência, gestão de qualidade e segurança em seus investimentos, junto do incentivo de redução dos conflitos de agência. Esse estudo teve como objetivo investigar a relação da governança corporativa com a eficiência econômico-financeira das empresas do setor financeiro listadas na B3, por meio de pesquisa descritiva, bibliográfica, documental, de campo e quantitativa. Os resultados encontrados revelaram que a governança corporativa demonstrou mais eficiência econômico-financeira no Nível 1 que é o menos exigente dos segmentos, onde os níveis mais exigentes e o mais básico não demonstraram destaques tão significativos.

Palavras-chave: Contabilidade. Demonstrativos Contábeis. Análise Financeira. Governança Corporativa.

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ABSTRACT

Accounting aims to present the company's equity position in a given period, since when preparing the financial statements they serve as an important instrument of analysis for administrators, assisting in the decision-making process, whose financial accounting serves as an administrative tool and strategic in companies, to provide relevant information to owners, shareholders, managers and investors. Thus, companies adhere to corporate governance practices so that there is more transparency, quality management and security in their investments, together with the incentive to reduce agency conflicts. This study aimed to investigate the relationship between corporate governance and the economic and financial efficiency of companies in the financial sector listed in B3, through descriptive, bibliographic, documentary, field and quantitative research. The results found revealed that corporate governance showed more economic and financial efficiency at Level 1, which is the least demanding of the segments, where the most demanding and the most basic levels did not show such significant highlights.

Keywords: Accounting. Financial Statements. Financial Analysis. Corporate Governance.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Coeficientes de Liquidez...47

Tabela 2 - Coeficientes de Endividamento...54

Tabela 3 - Coeficientes de Lucratividade...62

Tabela 4 - Coeficientes de Rentabilidade...69

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 8 1.1 TEMA ... 9 1.2 PROBLEMA ... 9 1.3 OBJETIVOS ... 11 1.3.1 Objetivo Geral ... 11 1.3.2 Objetivos específicos ... 11 1.4 JUSTIFICATIVA ... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14 2.1 CONTABILIDADE... 14 2.2 DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS ... 16 2.2.1 Balanço Patrimonial ... 17

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 18

2.2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ... 19

2.2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa ... 20

2.2.5 Demonstração do Valor Adicionado ... 21

2.2.6 Notas Explicativas ... 22

2.3 ANÁLISE FINANCEIRA ... 23

2.3.1 Indicadores Econômicos e Financeiros ... 25

2.4 GOVERNANÇA CORPORATIVA ... 32

2.5 ACORDO DE BASILEIA ... 36

3 METODOLOGIA ... 40

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA... 40

3.1.1 Quanto aos objetivos ... 40

3.1.2 Quanto aos procedimentos ... 41

3.1.3 Quanto à abordagem ... 41

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3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 43

3.4 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 44

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 46

4.1 ANÁLISE INDICADORES DE LIQUIDEZ ... 46

4.2 ANÁLISE INDICADORES DE GARANTIA DE DÍVIDAS ... 53

4.3 ANÁLISE INDICADORES DE LUCRATIVIDADE ... 61

4.4 ANÁLISE INDICADORES DA RENTABILIDADE ... 67

4.5 LUCRO POR AÇÃO ... 73

5 CONCLUSÃO ... 77

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1 INTRODUÇÃO

A forma de gestão e a constante preocupação dos acionistas e administradores são evidenciadas há muito tempo (FERREIRA et al., 2013), dessa maneira a governança corporativa, vem atender a demanda da geração de informação prestada, a partir dos demonstrativos financeiros.

A análise das demonstrações contábeis tem como objetivo observar e proporcionar o confronto dos elementos patrimoniais e os resultados das operações, onde indicam os fatos que ocorreram e que determinaram a situação atual, e que permite também uma percepção futura da empresa, no entanto, com isso ela se torna importante para as organizações (OLIVEIRA et al., 2010).

A governança corporativa trata de um conjunto de mecanismos e princípios, que foram criados para que haja a devida consideração e garantia de que não aconteça abuso de poder, perante os acionistas minoritários sobre um melhor retorno de seus investimentos (SILVA; MARTINS, 2018).

Segundo Crisóstomo e Melo (2015), para que as empresas tenham mais segurança em seus investimentos, é viável adotar as práticas de governança corporativa, ou seja, praticar a gestão com mais qualidade e transparência, diante da pressão do mercado.

A Governança Corporativa ganhou vantagem no Brasil quando foi fundado o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), no qual o seu objetivo foi de melhorar a capacidade da gestão das empresas brasileiras. De acordo com Vieira et

al. (2011), as empresas são separadas por níveis na B3, de acordo com a prática de

governança corporativa, que propõem para a empresa um melhor processo de controle, informação, rendimento e proteção para os acionistas minoritários, assim foram adotados os níveis classificados em: Novo Mercado, Nível 1, Nível 2.

A partir disso, uma necessidade a ser aderida pelas empresas, é adotar a prática da governança corporativa, sendo ela de grande rendimento em relação à transparência e ética diante dos acionistas, dentre outros. Quando se trata do mundo nos negócios, várias decisões são realizadas para que se possa determinar o alcance do sucesso ou até mesmo o fracasso em uma entidade (SILVA; SOUZA, 2011).

O trabalho está estruturado em capítulos, inicialmente no primeiro capítulo consta a introdução, a definição do tema de estudo, a problematização de pesquisa, os objetivos gerais e específicos e a justificativa.

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No segundo capítulo está apresentado o referencial teórico, com os devidos conceitos teóricos necessários para esta pesquisa, sendo através de pesquisas em fontes como livros, artigos e trabalhos científicos que abordam a contabilidade.

Na sequência, está exposto o terceiro capítulo com os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa, classificando a pesquisa quanto aos objetivos, aos procedimentos e quanto à abordagem. Neste mesmo capítulo está também, universo e amostra, os instrumentos utilizados para o plano de coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos dados.

No quarto capítulo foi calculado e analisado os indicadores econômicos financeiros, afim de responder aos objetivos deste trabalho quanto a eficiência econômico-financeira das empresas do setor financeiro listadas na B3 em relação a Governança Corporativa. Na sequência segue as considerações finais e as referências utilizadas.

1.1 TEMA

A Contabilidade Financeira demonstra informações para agentes externos da entidade, ou seja, ela apresenta a elaboração das demonstrações financeiras para terceiros. Como ferramenta a análise econômica e financeira é utilizada para acompanhamento da saúde financeira do negócio e interpretação dos relatórios, como o balanço patrimonial, demonstrativo do resultado do exercício e demonstrativo de fluxo de caixa (TRIGUEIRO, 2017). Nesse contexto o tema de estudo é a Contabilidade Financeira, especificamente sobre a Governança Corporativa e a eficiência econômico-financeira por meio de indicadores econômicos financeiros de empresas financeiras.

1.2 PROBLEMA

A Governança corporativa tem como foco o aumento de segurança quanto aos interesses entre donos do capital e o gestor, de maneira que melhora o nível de exigência das informações (CORREIA; AMARAL; LOUVETI, 2011).

As informações advindas da contabilidade por meio dos demonstrativos seguem normas e atributos de forma transparente, pela razão de se tornar mais

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compreensíveis para todos os usuários interessados, onde acontece uma redução na possibilidade de fraudes e irregularidades (DALMÁCIO, 2004).

Diante da relação entre principal que são os acionistas ou proprietários, e os agentes que são os gestores, existem interesses diferenciados, em que pode favorecer uma gestão oportunista, diante disso, surgem os conflitos de agência, em que o agente deseja obter um aumento na sua satisfação pessoal. Para uma redução de conflitos a GC ganha destaque, sendo utilizada para contribuir com a superação do conflito de agência, com um conjunto de melhores práticas, que tem por objetivo aumentar a transparência, junto com a confiabilidade das ações organizacionais (MACHADO; FERNANDES; BIANCHI, 2016).

Macedo e Corrar (2012) evidenciam que ao passar do tempo e com base no estudo sobre GC, ela passou a ser uma das principais credenciais para um desenvolvimento positivo nos negócios, sendo ela uma proposta de elemento bastante estratégico no auxílio dos lucros e oportunidades de desempenho, logo aderindo às práticas de governança corporativa, a empresa terá melhorias no alinhamento de interesses entre os acionistas e as demais partes interessadas.

Vieira et al. (2011) o estudo avaliou se a adoção de práticas de governança corporativa altera a estrutura de capital e o desempenho das empresas. A amostra totalizou 84 empresas possuidoras de ações negociadas na BOVESPA e listadas no N1, N2 e NM. A pesquisa utiliza testes de diferenças com vistas a identificar alterações de estrutura e desempenho e aplica a regressão em painel com o propósito de avaliar se a governança corporativa influencia as variações na estrutura de capital e no desempenho das empresas. O resultado mostrou pouca influência exercida pelas variáveis independentes na variável dependente, logo não se pode inferir que as práticas de governança corporativa adotadas pelas empresas que ingressaram no N1, N2 e NM tenham contribuído expressivamente para as variações no desempenho e na estrutura de capital das empresas, pelo menos nos limites dessa amostra.

Nascimento et al. (2018) analisaram as relações entre Governança Corporativa, Risco e Endividamento e seus impactos no Desempenho Financeiro e no Valor das firmas, seus resultados apontaram com positivo, o relacionamento entre Endividamento e Desempenho Financeiro, Endividamento e Risco, Desempenho Financeiro e Valor de Mercado e entre Endividamento e Governança nas análises compreendendo todas as observações e após a segmentação pelo porte das firmas.

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Nesse contexto cabe a seguinte questão problema: Qual a relação da Governança Corporativa nos resultados econômico-financeira das empresas financeiras listadas na B3?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O estudo tem como objetivo investigar a relação da Governança Corporativa e a eficiência econômico-financeira das empresas financeiras listadas na B3.

1.3.2 Objetivos específicos

a) Separar as empresas por Segmento financeiro e níveis;

b) Calcular os indicadores econômicos e financeiros de cada empresa;

c) Comparar os indicadores econômicos e financeiros de acordo com os níveis de Governança Corporativa e Mercado Tradicional.

1.4 JUSTIFICATIVA

Tavares (2006) destacou que o fato de uma empresa ingressar em um dos níveis de governança corporativa da BOVESPA nem sempre representa um reflexo imediato no seu desempenho ou valor total de mercado, visto que o estudo partiu da premissa que, ao entrar em um dos segmentos, a empresa assume compromissos de governança que impactam no desempenho da organização, bem como na sua rentabilidade e valor de mercado. Sendo um desses compromissos uma relação de estreitamento com investidores, no qual para obter sucesso a empresa necessita demonstrar mérito de confiança desses agentes para continuar investindo e a melhor maneira de realizar esse requisito é por meio da comprovação de boas perspectivas de retorno econômico-financeiro, que pode ser adquirido através da transparência para os investidores por meio da corporação.

O estudo verificou o desempenho de uma seleção de empresas listadas nos níveis de governança corporativa da Bovespa e empresas listadas também no mercado tradicional, onde foi abordada a relação de mercado de empresas com boas

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práticas de governança corporativa e em empresas que ainda não haviam aderido às práticas. Diante dos benefícios oferecidos pela boa governança corporativa, a carteira formada pelas empresas do índice de ações com Governança Corporativa (IGC) alcançou uma evolução média de valor de mercado para o Nível 1 de 14,09% para o Nível 2 de 6,48% e para empresas do Novo Mercado de 13,28% enquanto que nas empresas listadas no mercado tradicional alcançaram crescimento médio de 8,29%. Em relação a esses resultados foi possível sugerir que as exigências a serem realizadas pelas empresas que fazem parte do IGC garantiram um maior crescimento da empresa, no qual o Nível 1 que tem poucas exigências de práticas de governança corporativa, obteve o maior resultado (VILLA, 2009).

Catapan, Colauto e Barros (2013) defendem que parte do crescimento da economia do Brasil depende do desenvolvimento das empresas de capital aberto com ações que são listadas na B3, no qual a evolução da economia pode ser influenciada por conta de atributos empresariais de Governança Corporativa que estão ligados a Transparência, Equidade, Prestação de contas (Accountability) e Responsabilidade corporativa. Diante disso, os indicadores de desempenho econômico-financeiro e de valoração de empresas, também estariam positivamente ligadas à implementação destes mecanismos.

Ferreira et al. (2013) o estudo verificou se existem diferenças entre a eficiência técnica e a produtividade de empresas dos segmentos de governança corporativa com a eficiência técnica e a produtividade de empresas de outros segmentos da Bovespa, demonstrou que não há diferenças estatisticamente significativas entre os escores de eficiências técnica dos grupos de empresas com e sem governança. No entanto, nos anos de 2008 e 2009 as empresas com ações negociadas em outros segmentos da Bovespa apresentaram um melhor nível de eficiência técnica. Observou-se, nos três anos analisados, que o valor de mercado das empresas dos segmentos de governança corporativa é inferior ao das empresas de outros segmentos de negociação de ações. Os resultados permitem um novo ângulo de análise na avaliação das empresas, de forma específica para a adoção de boas práticas de governança corporativa.

O estudo justifica-se na condução de verificar a contribuição da relação da Governança Corporativa com os resultados econômicos e financeiros apresentados pelas empresas. Como fonte de pesquisa, o estudo contribui com interessados no debate a respeito do tema, permitindo aprofundar o assunto.

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Desta forma, a análise de indicadores econômico-financeiro demonstra várias informações relevantes a respeito do desenvolvimento das empresas, desse modo a importância deste estudo está aliado ao desempenho de atuação da governança corporativa frente aos indicadores econômicos e financeiros das organizações.

Para a acadêmica, a realização deste trabalho é de grande importância, onde houve um aprofundamento do tema escolhido, gerando assim agregação de conhecimentos diante do mesmo. A B3 sendo um assunto que envolve a economia do país será de grande importância que este estudo sirva de incentivo aos acadêmicos, para que no futuro haja mais realizações de pesquisas relacionadas ao tema.

Para a universidade, o estudo auxilia na contribuição de conhecimentos para futuros acadêmicos interessados nesta área da contabilidade, para que a eles aconteça a possibilidade de haver curiosidade e interesse diante do tema e também para que forneçam mais aprofundamento das informações deste assunto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo está o embasamento teórico necessário para o desenvolvimento do estudo, sendo abordado basicamente os temas referentes à contabilidade financeira e seus demonstrativos contábeis, análise financeira e governança corporativa com seus princípios, níveis e aplicabilidade nas empresas financeiras.

2.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade é bastante antiga e sempre existiu para ajudar as pessoas em suas tomadas de decisões. Ela é um instrumento que promove o máximo de informações úteis para a devida tomada de decisão em uma organização (MARION, 2015).

Basso, Brizolla e Filipin (2017) conceituam a contabilidade como a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das organizações em seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e como conjunto de normas, regras e padrões gerais, se compõe na técnica de coletar e registrar informações de suas variações e situação, de natureza patrimonial, econômica e financeira.

Para Ribeiro (2012, p. 10) “A Contabilidade é uma ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle permanente do Patrimônio das empresas”.

O Patrimônio é o objeto da contabilidade, onde no geral é composto por um conjunto de bens, direitos e obrigações que pertencem a uma determinada entidade, onde o patrimônio é enfocado pela contabilidade sob o aspecto qualitativo que considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista da sua natureza e sob o aspecto quantitativo que considera os bens, direitos e obrigações do ponto de vista monetário intrínseco. Os autores também mencionam que os bens são objetos materiais ou imateriais que integram um determinado patrimônio, os direitos são os haveres que a organização tem a receber de terceiros, pessoas físicas ou jurídicas e que as obrigações são valores que a organização tem a pagar (BASSO; BRIZOLA; FILIPIN, 2017).

Müller (2009) menciona que a contabilidade capta dados para assim processar e fornecer aos seus usuários na forma de demonstrativos contábeis ou relatórios, onde são elaborados de acordo com as necessidades desses indivíduos, que geralmente

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são usuários de caráter interno, como diretoria e gerência e de caráter externo como os acionistas, clientes, bancos e etc.

A Contabilidade pode ser estudada para todas as empresas ou utilizada em certo ramo de atividade ou setor da economia, no qual a sua aplicação pode ser em vários ramos de atividades, como Contabilidade Comercial, Industrial, Pública, Bancária, Hospitalar, Agropecuária, Securitária e etc. O autor também comenta sobre quais são os usuários da informação contábil, onde ele destaca os investidores, bancos, empregados, fornecedores, clientes, governo e analistas (MARION, 2015).

A informação contábil incluída nas demonstrações contábeis deve oferecer revelação completa sobre a empresa, bem como facilitar a realização do propósito do usuário, revestindo-se de atributos indispensáveis, como a verificabilidade que faz com que o usuário aceite a informação contábil e use como base de decisões, a tempestividade que se aplica a informação contábil para que ela possa chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil e assim utilizá-la para seus fins, a compreensibilidade onde tem que ser divulgada em formato bem compreensível para o seu usuário, para que possa ter conhecimento da contabilidade da entidade e a comparabilidade que deve proporcionar ao usuário o conhecimento do desenvolvimento entre determinada informação no decorrer do tempo, numa mesma empresa ou em diversas empresas (BASSO; BRIZOLLA; FILIPIN, 2017).

Os usuários da Contabilidade são todas as entidades econômico-administrativas ou aqueles que direta ou indiretamente, utilizam do fornecimento de informações contábeis para acompanhar o desenvolvimento da organização, para assim tomar decisões ou para saber as garantias que a entidade oferece no cumprimento de seus compromissos para com seus clientes, fornecedores e fisco (RIBEIRO, 2012).

Com base nas funções principais da Contabilidade Basso, Filipin e Enderli (2015) destacam alguns dos principais objetivos da contabilidade como: controlar o patrimônio da organização, apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da organização, atentar para o cumprimento de normas, leis e dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da organização e entre outros.

As técnicas básicas empregadas pela contabilidade são para esclarecer e ser úteis para seus usuários, onde a escrituração é a que trata dos registros dos fatos contábeis nos livros de escrituração contábil (Diário e Razão), os demonstrativos

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contábeis são os relatos econômicos e financeiros originados da escrituração contábil, a auditoria que envolve a escrituração e as demonstrações contábeis para que haja a certificação de legalidade, correção e fidedignidade, e por fim a análise de balanços que elabora os indicadores, dados e informações de situações passadas e presentes, para assim haver a projeção do futuro (BASSO; BRIZOLLA; FILIPIN, 2017).

2.2 DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

As Demonstrações Financeiras ou Contábeis obrigatórias estão previstas na Lei nº 11.638/07 e são chamadas de Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Fluxos de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado (MARION, 2015).

Para Basso, Filipin e Enderli (2015) as demonstrações contábeis são relatórios que ligam dados e informações de ordem econômica e financeira sobre algum determinado patrimônio, que está composto em uma organização específica, no momento da sua realização.

A obrigatoriedade das demonstrações contábeis não é igual para qualquer tipo ou tamanho de organização, como por exemplo, a demonstração do resultado abrangente em pequenas e médias empresas pode ser substituída pela demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, e sendo obrigatória nas empresas em geral e em sociedades anônimas de capital aberto, e já a demonstração do valor adicionado, só é obrigatória em companhias de capital aberto (SANTOS, 2019).

De acordo com Bazzi (2019) se houver um controle efetivo da área financeira e da área contábil, haverá segurança para a tomada de decisão, no qual é por meio das demonstrações financeiras que é compreendido, analisado e monitorado o desempenho da entidade em relação ao mercado. O autor ainda complementa que é de suma importância compreender as demonstrações contábeis, que também são chamadas de demonstrações financeiras, para que haja uma boa administração do negócio que a empresa está inserida, visto que ela serve também como análises posteriores e como base para planejar os negócios.

O CPC 26 (R1) (2011, p. 6) define como finalidade que:

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das

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demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados.

As companhias que são caracterizadas por seu capital dividido em partes iguais chamadas de ações, devem publicar suas demonstrações financeiras no Diário Oficial, bem como em outro jornal de grande circulação editado no local onde a empresa se situa, e já a caracterizada por seu capital dividido em quotas, não é necessário publicar em jornal, mas deve apresentar as demonstrações financeiras com o Imposto de Renda por meio de preenchimento da declaração do mesmo ou para atender o Código Civil (MARION, 2015).

Conforme Müller (2009) as demonstrações financeiras que atendem às demandas dos usuários de caráter externo, em certas circunstâncias, podem pedir informações adicionais que esclareçam sobre alguma informação apresentada, sendo a Comissão de Valores Mobiliários, o órgão responsável pelo controle e fiscalização das sociedades de capital aberto, que solicita as informações em frequência semestral e trimestral.

2.2.1 Balanço Patrimonial

Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017) o Balanço Patrimonial pode ser compreendido como uma representação quantitativa e sintética de itens que compõem o patrimônio de uma organização numa determinada data, em que revela a posição financeira e patrimonial estática, ou seja, na data do seu levantamento.

O Balanço Patrimonial tem os valores do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido, onde ele é dividido em duas colunas, sendo a da esquerda o Ativo e a da direita do Passivo, o qual se divide em dois, sendo as obrigações em geral da entidade com terceiros e o Patrimônio Líquido (BARROS, 2005).

De acordo com Bazzi (2019, p. 7):

O Balanço Patrimonial é um conjunto de peças que se interligam por meio de efeitos operacionais que se refletem nas condições financeira e econômica. É uma peça financeira que, ao contrário da demonstração de resultados, é

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econômica. O evento econômico se traduz pela gestão da operação, e o financeiro, pela sua realização monetária.

O Balanço Patrimonial é a Demonstração que evidencia, resumidamente, o Patrimônio da empresa, nos seus aspectos quantitativos e qualitativos (RIBEIRO, 2012).

No Ativo constam as aplicações de recursos representados pelos bens e direitos da empresa, no Passivo constam as origens de recursos de terceiros representados pelas obrigações da empresa, resultante de suas atividades e de financiamentos alcançados de empresas financeiras ou de investidores pessoas físicas ou jurídicas e no Patrimônio Líquido constam os recursos próprios da empresa e seu valor que é representado pela diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (BASSO; BRIZOLLA; FILIPIN, 2017).

O grupo do Ativo Circulante compõe o dinheiro disponível em poder da entidade e todos os votos que serão convertidos em dinheiro a curto prazo, geralmente as duplicatas a receber e os estoques, onde o autor também menciona sobre o Ativo Não Circulante que compreende os itens que serão transformados em dinheiro a longo prazo, bem como em período superior a um ano, ou de acordo com o ciclo operacional da atividade prevalecente (MARION, 2015).

Marion (2015) também menciona sobre o Passivo Circulante onde ele afirma que o mesmo apresenta todas as dívidas com terceiros que serão pagas a curto prazo, sendo as dívidas com fornecedores de mercadorias, salários a pagar, impostos a pagar e entre outros, e sobre o Passivo Não Circulante o autor afirma que este grupo é constituído principalmente pelo exigível a longo prazo que entende as obrigações com terceiros que serão liquidadas a longo prazo, visto que as dívidas a longo prazo geralmente se referem aos financiamentos realizados junto às financeiras e bancos de desenvolvimento e de investimento e o Patrimônio Líquido apresenta o total de recursos aplicados pelos proprietários da organização, sendo aplicações constituídas de capital e lucros retidos.

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

A Demonstração do Resultado do Exercício demonstra a composição do resultado da entidade em determinado exercício social, onde eventualmente pode ser em outro período também, como o mensal, apresentando o resultado daquele mês,

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ou seja, ela fornece informações como receitas, despesas, ganhos, perdas, lucros e prejuízos líquidos (SANTOS, 2019).

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) na Demonstração do Resultado do Exercício pode ser opcionalmente incluída a denominada Demonstração do Resultado Abrangente.

Para Barros (2005) a DRE demonstra exclusivamente dados relativos à execução da entidade no período, normalmente em um ano, bem como apresenta os saldos acumulados das contas de receitas, custos e despesas denominadas de contas de resultado.

Ribeiro (2012) destaca o que compõe a estrutura da DRE sendo assim composta pela receita bruta, deduções e abatimentos, receita operacional líquida, custos operacionais, despesas operacionais, lucro ou prejuízo operacional, resultado do exercício antes do IR, provisões, resultado após o IR, participações e o lucro líquido do exercício ou prejuízo por ação do capital.

Conforme Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 316) a DRE é:

Concebida para demonstrar a formação do resultado final do exercício, ou seja, o lucro ou o prejuízo, a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devolução e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos, apurando-se o lucro operacional bruto.

Para Müller (2009) a DRE deve apresentar de forma dedutiva a composição do resultado do período (exercício social) junto dos detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e perdas e definindo de forma clara o lucro ou prejuízo líquido do exercício, além de mensurar o lucro e apresentar a situação patrimonial em determinados momentos, no qual ela está ligada principalmente ao Direito, à Economia e à Administração, por conta da necessidade de valer-se de definições emanados por essas áreas do conhecimento para conquistar sua evolução.

2.2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é um relatório contábil que indica as variações ocorridas em todas as contas que compõem o patrimônio líquido em determinado período, a Lei nº 6.404/1976 não determina um modelo de

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DMPL que deve ser usado pelas entidades, más menciona a permissão de inclusão da DLPA nela, se elaborada e publicada pela entidade, visto que as mesmas informações que a Lei estipula para a DLPA, devem estar na DMPL (RIBEIRO, 2012). Segundo Barros (2005) essa demonstração tem como objetivo apresentar as modificações realizadas durante o exercício em todas as contas que constam no grupo do patrimônio líquido.

A DMPL acompanha a movimentação que houve durante o exercício, nas várias contas que são componentes do Patrimônio Líquido, e ela também demonstra o que provocou cada aumento ou diminuição em cada conta que integra esse grupo (MÜLLER, 2012).

“Os dados para elaboração dessa demonstração são extraídos do livro Razão, bastando, portanto, consultar a movimentação ocorrida, durante o Exercício, em cada uma das contas do Patrimônio Líquido” (RIBEIRO, 2012, p. 362).

A estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta os saldos no início do período, os ajustes de exercícios anteriores, as reversões e transferências de reservas e lucros, os aumentos de capital, a redução de capital, as destinações do lucro líquido do período, as reavaliações de ativos e realização líquida do efeito dos impostos, o resultado líquido do período, as compensações de prejuízos, os lucros distribuídos e por fim os saldos no final do período (BASSO; BRIZOLLA; FILIPIN, 2017).

2.2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa apresenta de maneira resumida, as principais origens e aplicações dos recursos que passaram pelo Caixa e equivalente de Caixa da empresa no período referente às correspondentes demonstrações contábeis básicas, divididas em Operações, Financiamentos e Investimentos (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

A Demonstração dos Fluxos de Caixa é um relatório contábil que tem como propósito a evidenciação das transações ocorridas em um determinado período, onde provocaram modificações no saldo do caixa da entidade, no entanto essa demonstração engloba as contas classificadas no grupo das disponibilidades do ativo circulante e do balanço patrimonial (RIBEIRO, 2012).

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A demonstração de fluxo de caixa pode ser elaborada pelo método direto e indireto, no qual a legislação brasileira não determina qual deles deverá ser apresentado no conjunto das demonstrações financeiras, más também é comum à apresentação dos fluxos de caixa pelo método indireto. Essa demonstração deve ser segmentada em três partes, em que deve direcionar sua análise sem misturar elementos econômicos e financeiros que contemplam tomadas de decisão com focos distintos como o fluxo de caixa das atividades operacionais, de investimento e de financiamento (PADOVEZE, 2016).

Ribeiro (2012) menciona a classificação dos fatos que provocaram entradas e saídas de dinheiro no caixa, onde essas atividades são classificadas em três grupos como atividades operacionais que abrange os fatos que acontecem em função da atividade principal da organização, as atividades de investimento onde os fatos que provocam aumentos ou diminuições no caixa por razão de compras ou vendas de bens ou de direitos classificados no ativo não circulante e por fim as atividades de financiamento que abrange os fatos que englobam a captação de recursos financeiros derivados de terceiros e proprietários bem como o pagamento desses recursos.

2.2.5 Demonstração do Valor Adicionado

De acordo com Padoveze (2016) a Demonstração do Valor Adicionado é uma demonstração obrigatória somente para companhias de capital aberto, onde o objetivo dela, integrante do conceito de balanço social, é indicar o valor adicionado pela entidade para a riqueza do país, em que ela ainda mostra a contribuição da entidade na arrecadação de tributos e nos benefícios dados aos funcionários e investidores.

Ribeiro (2012) afirma que a Demonstração do Valor Adicionado é um relatório contábil que demonstra o quanto de riqueza uma entidade produziu, ou seja, o quanto ela somou de valor aos seus fatores de produção, e também o quanto e a forma que essa riqueza foi distribuída entre empregados, governo, acionistas, bem como a parcela que não foi distribuída, diante disso a DVA evidencia a origem da riqueza originada pela organização e como ela foi distribuída entre os vários setores que contribuíram, seja direta ou indiretamente, para a sua geração.

A Demonstração do Valor Adicionado é considerada a demonstração contábil mais importante de um balanço social. Este balanço, que não é obrigatório, é estabelecido pela Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) T 15 (CPC, 2004)

(22)

e tem por finalidade evidenciar um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada. O objetivo é divulgar a gestão econômico-social da empresa e seu relacionamento com a comunidade, apresentando o resultado de sua responsabilidade social (PADOVEZE, 2016, p. 96).

Algumas empresas há algum tempo já optaram em publicar a DVA, no qual ela busca informar aos usuários da informação contábil o quanto de riqueza a empresa aumentou aos insumos adquiridos no período, ou seja, como foi realizada sua distribuição aos elementos que contribuíram para essa adição (BASSO; BRIZOLLA; FILIPIN, 2017).

As Contas Patrimoniais das quais serão retiradas informações para a elaboração da DVA são as representativas das participações de terceiros, como por exemplo, os tributos sobre o Lucro Líquido, debenturistas, administradores, empregados etc., e também as representativas da remuneração dos acionistas pelo capital investido, como os juros e dividendos (RIBEIRO, 2012).

2.2.6 Notas Explicativas

Para Ribeiro (2012) as Notas Explicativas esclarecem e complementam as demonstrações financeiras, bem como informa os critérios contábeis usados pela organização, a composição dos saldos de determinadas contas, os métodos de depreciação e entre outros.

Conforme o CPC 26 (R1) a estrutura das notas explicativas devem apresentar informações acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas, devem divulgar também a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis e por fim prover informação adicional que também não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis, mas que seja importante para seu entendimento.

“Elas fornecem as informações adicionais para avaliar melhor as demonstrações citadas e podem ou não conter demonstrações financeiras, inclusive gráficas e tabelas” (MÜLLER, 2012, p. 10).

Segundo Barros (2005) as sociedades limitadas podem aderir as notas explicativas como forma de ajuda na análise das suas demonstrações financeiras por sócios, auditores, fornecedores, instituições financeiras etc., onde o autor ainda

(23)

menciona que se a entidade realizar demonstrações financeiras consolidadas, também deverão ser complementadas pelas notas explicativas, bem como por outros quadros analíticos fundamentais para o entendimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados.

2.3 ANÁLISE FINANCEIRA

De acordo com Herrmann Júnior (2004) a análise financeira visa o estudo da liquidez financeira do patrimônio, do qual o conhecimento interessa principalmente em casos de outorga de créditos e de operações de saneamento financeiro.

Silva (2008) afirma que na análise financeira de uma organização, são utilizadas informações obtidas das suas demonstrações contábeis, bem como todo o conhecimento existente sobre a empresa e o seu segmento atuante, com a intenção de entender e avaliar aspectos como: a capacidade de pagamento da entidade mediante a geração de caixa, capacidade de remunerar os investidores, nível de endividamento, motivo e qualidade do endividamento, políticas operacionais e os impactos na necessidade de capital de giro da entidade e impacto das decisões estratégicas relacionadas, por exemplo a investimentos e financiamentos.

Gitman (2004) define finanças como a ciência da gestão do dinheiro, em que quase todas as pessoas e organizações recebem ou levantam, gastam ou investem dinheiro, visto que a área das finanças se preocupa com os processos, instituições, mercados e instrumentos associados a transferência de dinheiro entre indivíduos, entidades e órgãos governamentais, sendo que muito indivíduos poderão se beneficiar da compreensão do campo de finanças, que permitirá tomar melhores decisões financeiras pessoais.

Resumidamente, podemos dizer que a análise financeira de uma empresa consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a empresa. Como dados financeiros disponíveis, podemos incluir demonstrações contábeis, programas de investimentos, projeções de vendas e projeção de fluxo de caixa, por exemplo. Como condições endógenas, podemos citar estrutura organizacional, capacidade gerencial e nível tecnológico da empresa. Como condições exógenas, temos os fatores de ordem política e econômica, concorrência e fenômenos naturais, entre outros (SILVA, 2008, p. 6).

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A análise econômico-financeira tem como finalidade medir o desempenho de uma entidade em determinado período, ou seja, o seu crescimento ao longo de vários anos, comparando-a com organizações do mesmo setor de atividade. O autor ainda ressalta que em qualquer entidade ou também negócio, a análise cria um requisito importante para sua manutenção e preparação futura, em que pequenas e médias empresas precisam avaliar seu desempenho em cada período, para constatar se aconteceu crescimento das vendas, controle dos custos e despesas, e nas grandes companhias abertas que são sociedades por ações com títulos negociados em bolsa de valores, necessitam também analisar seu desenvolvimento em períodos de tempo regulares, visando também avaliar liquidez, estrutura de financiamento, rentabilidade e capacidade de distribuição de dividendos aos acionistas (MARQUES; CARNEIRO JÚNIOR; KÜHL, 2015).

Silva (2008, p. 6) menciona que “a análise financeira avalia os resultados e possibilita a correção da rota da empresa, caso seja necessário.” O autor também inclui sobre as atividades que envolvem a análise financeira em uma entidade, portanto são elas: coletar, conferir, preparar, processar, analisar e concluir.

De acordo com Marques, Carneiro Júnior e Kühl (2015) a análise financeira pode ser estruturada de várias formas, sendo que uma delas diz respeito ao foco de interesse, se voltado ao curto prazo prioriza a utilização de medidas e indicadores de desempenho que medem a capacidade de pagamento e nível de risco associado ao negócio ou atividade e se voltado ao longo prazo considera os quocientes ligados à rentabilidade e lucratividade da organização ou empreendimento.

Se tratando sobre mercados financeiros, são fóruns que os fornecedores e os demandantes de fundos podem transacionar diretamente, no entanto os empréstimos e as aplicações pelas instituições financeiras são realizados sem o conhecimento direto dos fornecedores de fundos, sendo que nos mercados financeiros acontece o conhecimento do destino do empréstimo ou da aplicação, no qual os dois mercados financeiros básicos são o mercado monetário, sendo as transações que englobam instrumentos de dívida de curto prazo ou títulos negociáveis e o mercado de capitais que são os títulos de longo prazo, obrigações e ações (GITMAN, 2004).

Para Silva (2008) a análise financeira organiza as informações contábeis e adquire outras informações importantes para auxiliar os seus usuários na avaliação, tomada de decisões e orientação das suas ações, objetivando suprir cada usuário com o conjunto de informações que atenda da melhor forma as suas necessidades.

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O autor ainda comenta alguns dos usuários da análise financeira, que têm como parte de sua matéria-prima as informações contábeis, no qual são eles: a administração da empresa, acionistas e proprietários, investidores e analistas, bancos e instituições financeiras, fornecedores e clientes, governo, arrecadadores e reguladores oficiais, sindicatos e associações de classe e auditorias.

A análise financeira presume o conhecimento das várias ferramentas contábeis publicadas pelas empresas, como o relatório anual, as demonstrações trimestrais e as notas divulgadas nos jornais, visto que não basta somente esse conhecimento, ainda se exige a leitura regular de periódicos especializados, onde também no que diz respeito à avaliação econômica, setorial e conjuntural (MARQUES; CARNEIRO JÚNIOR; KÜHL, 2015).

2.3.1 Indicadores Econômicos e Financeiros

Os indicadores econômicos procuram mostrar a situação do desempenho dos negócios desenvolvidos pela entidade, sintetizado nos resultados obtidos, lucros ou prejuízos, comparados com as várias unidades de medidas, no qual normalmente contribuem de maneira positiva para a geração de resultados positivos a ampliação dos valores dos itens de receitas ou redução (ou estabilização) dos valores de itens de custos e despesas, apresentados na demonstração do resultado do exercício (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

Os indicadores financeiros compreendem o retorno sobre o patrimônio líquido e o fluxo de caixa descontado, como por exemplo, os indicadores relacionados aos clientes que estão incluídas as medidas relacionadas aos mercados que a entidade compete, e as medidas de desempenho das unidades organizacionais (SILVA, 2008). Os indicadores de análise de ações buscam avaliar os reflexos do desempenho da organização eminente sobre o valor de mercado das suas ações, no qual é bastante útil para os analistas de mercado, acionistas e investidores em geral, como indicadores de valor, sendo importante também como ferramenta de apoio na tomada de decisões financeiras pelos administradores das organizações. O desenvolvimento da cotação da ação no mercado, geralmente se apresenta associada a esses indicadores, possuindo seus preços elevados ou reduzidos de acordo com os comportamentos dos índices financeiros (ASSAF NETO; LIMA, 2014).

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De acordo com Silva (2008, p. 225) “os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações contábeis”.

Segundo Assaf Neto e Lima (2014, p. 109) “os indicadores básicos de análise estão classificados em quatro grupos: liquidez e atividade, endividamento e estrutura, rentabilidade e análise de ações”.

2.3.1.1 Índices de Liquidez

Os Índices de liquidez visam fornecer, um indicador da capacidade da entidade em pagar suas dívidas, a partir da comparação entre direitos realizáveis e as exigibilidades, geralmente a liquidez ocorre da capacidade da entidade em ser lucrativa, da administração do seu ciclo financeiro e das suas decisões estratégicas de investimento e financiamento. Diante disso, existem os principais índices que medem a liquidez da entidade (SILVA, 2008).

O Coeficiente de Liquidez Geral envolve os valores disponíveis, a receber, créditos diversos, estoques e contas a pagar de curto e longo prazo, sendo que para haver tranquilidade financeira da empresa, o índice de liquidez não pode ser inferior a 1,5, ou seja, a empresa precisa obter no mínimo uma vez e meia em disponibilidades, estoques e valores a receber de curto e de longo prazos para cada uma vez de dívidas de curto e de longo prazos, no qual se houver o contrário poderá no futuro ver os demais índices de liquidez prejudicados (BASSO; FILPIN; ENDERLI, 2015). Diante disso, utiliza-se a seguinte fórmula para esse índice:

CLG = Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo (2.1) O Coeficiente de Liquidez Corrente visa medir a relação existente entre o ativo circulante e o passivo circulante, isto é, de cada $ 1,00 aplicado em haveres e direitos circulantes (disponível, valores a receber e estoques), quanto a entidade deve também a curto prazo (duplicatas a pagar, dividendos, empréstimos, etc.) Se a liquidez corrente for superior a 1,0, indica a existência de um capital circulante (capital de giro) líquido positivo; se igual a 1,0, presume inexistência, e se inferior a 1,0, existência de capital de giro líquido negativo (ASSAF NETO; LIMA, 2014). A fórmula para aplicação desse índice é a seguinte:

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CLC = Ativo Circulante

Passivo Circulante (2.2)

O Capital Circulante Líquido ou Capital Corrente Líquido, como denominam alguns autores, expressa a quantidade em valor de: dinheiro, devedores e créditos diversos a curto prazo e de estoques que sobram para a entidade após ter liquidado suas dívidas de curto prazo, isto é, demonstra em valores aquilo que sobra ou falta, teoricamente, no Ativo Circulante caso liquidasse todo o Passivo Circulante naquele momento (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

Conforme Assaf Neto e Lima (2014) a fórmula do Capital Circulante Líquido (CCL) é a seguinte: CCL= Ativo Circulante - Passivo Circulante (2.3)

De acordo com Assaf Neto e Lima (2014) o Índice de Liquidez Seca é calculado pela relação dos ativos circulantes de maior liquidez com o total do passivo circulante, ou seja, ele indica o percentual das dívidas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez, como por exemplo, se o índice de liquidez seca for igual a 1,10, compreende-se que, para cada $ 1,00 de dívidas circulantes, a entidade mantém $ 1,10 de ativos monetários circulantes. Sendo a sua fórmula:

CLS = Ativo Circulante - Estoques

Passivo Circulante (2.4) Para Marques, Carneiro Júnior e Kühl (2015) o Coeficiente de Liquidez Imediata visa avaliar somente a garantia a partir dos recursos financeiros imediatamente disponíveis, isto é, caixa, bancos e aplicações prontamente conversíveis em dinheiro. A fórmula mais usada para o cálculo desse indicar é a seguinte:

CLI = Disponibilidades

Passivo Circulante (2.5)

2.3.1.2 Índices de Endividamento

Conforme Assaf Neto e Lima (2014) os Indicadores de Endividamento e Estrutura são usados, para aferir a composição das fontes passivas de recursos de uma entidade, visto que demonstram a quantidade de recursos próprios e de recursos de terceiros que são utilizados para financiar os ativos totais da entidade, onde, também fornecem elementos para avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa diante de seus credores.

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O segredo no sucesso financeiro das entidades está no estudo da atuação das dívidas diante seu capital próprio, sendo que é lógico que as entidades, em especial as empresas, têm de aproveitar as ofertas de capital de terceiros para aplicações nos seus ativos, no entanto, não devem se descuidar da necessidade de sedimentar suas bases financeiras, por meio do fortalecimento do seu capital próprio, em que algum dia os recursos de terceiros deverão ser devolvidos aos credores, visto que determinar um equilíbrio entre os valores do Passivo e do Patrimônio Líquido é um fator definitivo para o sucesso financeiro das organizações (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015) os coeficientes de endividamento são os cinco abaixo: o Coeficiente de Dívidas Circulantes que determina a relação entre as dívidas de curto prazo, ou seja, aquelas que vencem no decurso do exercício social seguinte, sendo para cada unidade monetária de patrimônio líquido da empresa, conforme demostrado na seguinte fórmula:

CDC =Passivo Circulante

Patrimônio Líquido (2.6) O Coeficiente de Dívidas Totais que busca saber das garantias que a empresa apresenta para suas dívidas totais, ou seja, de curto e de longo prazo, encontrados pela aplicação da seguinte fórmula:

CDT =Passivo Total (PC+PNC)

Patrimônio Líquido (2.7) O Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo que é considerado complementar no processo de análise das dívidas, onde ele busca comparar as dívidas de longo prazo, sendo sua fórmula para cálculo a seguinte:

CDLP = Passivo Exigível a Longo Prazo (PNC)

Capital Circulante Líquido (2.8) Os credores precisam saber qual a segurança máxima que a empresa lhes oferece caso venha, paralisar suas atividades e tenha de liquidar todo o seu ativo para pagar todo o seu passivo, onde é encontrada pela seguinte fórmula:

CSM = Passivo Total (PC+PNC)

Ativo Total (2.9) No estudo do endividamento também, é possível a utilização de outros indicadores complementares, sendo o Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros que retrata a posição relativa entre as duas grandes fontes de capitais e sua fórmula é composta por:

(29)

CPCT = Patrimônio Líquido

Patrimônio Líquido + Passivo Total (2.10) E o Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo que retrata a composição do endividamento de curto prazo no contexto do endividamento total da empresa, encontrada mediante a aplicação da seguinte fórmula:

CPDCP = Passivo Circulante

Passivo Total (2.11)

2.3.1.3 Índices de Atividade

Os Indicadores de Atividade envolvem as medidas de rotação (giro) por período, geralmente em um ano das contas operacionais, como contas a receber, estoques e contas a pagar, e também seus prazos de renovação em dias durante aquela unidade de tempo, onde esse indicador surge de relações entre itens patrimoniais e de resultado (MARQUES; CARNEIRO JÚNIOR; KÜHL, 2015).

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) existe outros indicadores de atividade que foram criados para evidenciar outros aspectos da análise econômica ou financeira da empresa, entre os mais comuns estão os cinco abaixo: o Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido que busca verificar o quanto de capital próprio está comprometido com o ativo permanente da entidade, isto é, quanto maior o percentual, pior é para a situação financeira. Sua fórmula é a seguinte:

GIPL = Ativo Permanente x 100

Patrimônio Líquido (2.12) O Exame de Rotação dos Estoques é importante para verificar qual o tempo médio de sua permanência na entidade, sendo que quanto mais cedo ou vezes ele “girar”, melhor será a qualidade. Sua fórmula mais comum é:

ERE = Vendas

Estoque (2.13) O Exame do Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas tem como objetivo demonstrar quanto tempo a entidade leva para receber seus créditos cedidos aos clientes, isto é, quanto menos tempo levar para receber os créditos e quanto maior a folga entre receber e a pagar, melhor é a situação das duplicatas a receber. A fórmula mais utilizada é:

PMCD = Valor Duplicatas a Receber x 365

(30)

O Exame do Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas segue o mesmo raciocínio, no entanto ao contrário do anterior, sendo quanto maior o prazo de pagamento em relação aos recebimentos, melhor será a situação das duplicatas a pagar, sendo a sua fórmula mais comum para aplicação do cálculo a seguinte:

PMPD = Valor Duplicatas a Pagar x 365

Valor Compras a Prazo (CMV) (2.15) E por fim, o Prazo Relativo das Duplicatas que mostra quantas vezes antes ou depois se recebe as duplicatas de clientes diante dos prazos de pagamentos aos fornecedores, no qual encontra-se o prazo relativo nas duplicatas na seguinte fórmula: PRD = Prazo Médio de Pagamento de Duplicata

Prazo Médio de Cobrança de Duplicata (2.16)

2.3.1.4 Índices de Lucratividade

Os Indicadores de Lucratividade visam medir a eficiência de uma entidade em produzir lucros por meio de suas vendas, onde pode ser apurado em termos operacionais e líquidos (ASSAF NETO; LIMA, 2014).

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) a Margem de Lucro Operacional Bruto evidencia o coeficiente de Lucro Operacional Bruto com que a empresa opera sobre sua receita operacional líquida e quando multiplicar por 100, tem-se a taxa no lugar do coeficiente, sendo que quanto maior e mais estável for o coeficiente, melhor será o desempenho da entidade em relação a si mesma. A fórmula para encontrar o coeficiente é a seguinte:

MLB = Lucro Operacional Bruto

Receita Operacional Líquida (2.17) A Margem de Lucro Operacional Líquido demonstra a margem de lucro com que a organização opera após absorver os custos (margem de lucro operacional bruto) e as despesas operacionais (líquidas), que evidencia a sua eficaz operacional. Através da aplicação na seguinte fórmula, encontra-se o indicador de lucro operacional líquido: MLOL = Lucro Operacional Líquido

Receita Operacional Líquida (2.18) A Margem de Lucro Líquido do Exercício visa a verificação da parcela de lucro líquido final que ficou para a empresa em proporção a suas vendas líquidas no

(31)

exercício, encontra-se o indicador de lucro líquido do exercício aplicando-se a fórmula seguinte:

MLLE = Lucro Líquido do Exercício

Receita Operacional Líquida (2.19)

2.3.1.5 Índices de Rentabilidade

Os Indicadores de Rentabilidade têm por objetivo constatar os percentuais de remuneração dos vários tipos de indicadores de capitais, de ativos e de outros aspectos do patrimônio da entidade, também é importante que a empresa tenha obtido lucro ao final dos seus períodos contábeis, caso contrário a rentabilidade fica prejudicada (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

Os autores também mencionam sobre os quatro indicadores de rentabilidade, onde são os seguintes: Rentabilidade do Capital Social que estabelece a proporção de lucro líquido do exercício com o capital social realizado da empresa, que visa identificar em quanto a empresa está remunerando o capital investido pelos seus sócios, sendo encontrado por meio da seguinte fórmula:

RCS = Lucro Líquido do Exercício

Capital Social (2.20) O indicador de Rentabilidade do Patrimônio Líquido busca evidenciar em quanto a empresa remunerou o seu capital próprio no período, a fórmula para o cálculo é a seguinte:

RPL =Lucro Líquido do Exercício

Patrimônio Líquido (2.21) O indicador de Remuneração do Ativo Total verifica em quanto a empresa conseguiu remunerar seus Ativos, utilizando-se da seguinte fórmula:

RAT = Lucro Líquido do Exercício

Ativo Total (2.22) E por fim, a Taxa de Retorno do Investimento Operacional que tem por finalidade verificar o tempo médio que os resultados operacionais levariam para que tivessem o retorno de 100% dos investimentos operacionais aplicados no empreendimento, utiliza-se a taxa de retorno do investimento operacional, mediante a aplicação da seguinte fórmula mais comum:

TRIO = Lucro Operacional Líquido x 100

(32)

2.4 GOVERNANÇA CORPORATIVA

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) foi fundado em 27 de novembro de 1995 em São Paulo, sendo uma associação de âmbito nacional, sem fins lucrativos, no qual é uma organização exclusivamente dedicada à promoção da governança corporativa no Brasil e o principal fomentador das práticas e discussões sobre o tema no país, onde alcançou reconhecimento nacional e internacional (IBGC, 2015).

De acordo com Blok (2017) a governança corporativa é o sistema no qual as sociedades são coordenadas e monitoradas, englobando os órgãos reguladores e fiscalizadores, como também os relacionamentos entre acionistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. A autora também argumenta sobre as boas práticas de governança corporativa que tem como propósito aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital, bem como contribuir para a sua perenidade.

Para Silva e Oliveira (2018) a governança corporativa remete ao governo das organizações, às estruturas e aos processos de gestão, como também à articulação do poder entre as partes com direitos de propriedade e controle sobre a empresa, remete também, a proprietários, conselhos e gestores, e grupos que têm as responsabilidades de definir e coordenar as ações de gestão.

O grande objetivo da governança corporativa é de orientar as entidades para que cumpram com a missão, e também para que tenham estabilidade, perenidade e que promovam o crescimento de todos os envolvidos, visto que a resolução ou mitigação dos conflitos de agência é o maior incentivador dos estudos em governança e precisa ser compreendido antes que as entidades tomem a decisão de implantar um sistema de governança corporativa, independente do modelo societário escolhido (SILVA; OLIVEIRA, 2018).

Os conflitos de agência – tanto os derivados do oportunismo de gestores face à dispersão e à ausência dos acionistas, quanto os associáveis a estruturas de propriedade acionária que ensejam a expropriação dos direitos de minoritários por ações oportunistas de majoritários – são as razões fundamentais do desenvolvimento da governança corporativa. Mas não são as únicas. Somaram-se a elas, desde a segunda metade dos anos 80, e mais fortemente na última década do século, dois diferentes conjuntos de fatores que levaram as companhias a aderirem a melhores práticas de governança. Uma boa parte desses fatores encontrava-se dentro das corporações – uns, relacionados a conflitos de agência; outros, porém, a novas condições que se

(33)

estabeleceram no mundo dos negócios e que exigiam mudanças nas práticas de alta gestão (ROSSETI; ANDRADE, 2012, p. 89).

Para Blok (2017) o compliance que significa cumprir ou estar em conformidade, é um dos pilares da governança corporativa que fortalece o ambiente de controles internos da instituição, monitorando a conformidade junto da regulação e das políticas internas, gerando legitimidade no mercado e assim aumentando a transparência, que melhora a vantagem competitiva e proporciona a sustentabilidade da organização.

Segundo Rossetti e Andrade (2012) em relação aos riscos corridos de sobreposição de funções e de ocorrência de conflitos de pontos de vista sobre matérias técnicas, as entidades contam com vários órgãos, internos e externos, que agem no ambiente de auditoria e fiscalização, sendo esses órgãos ao ambiente de governança nesta área o Conselho Fiscal, o Comitê de Auditoria, a Auditoria Independente e a Auditoria Interna, no qual uma das suas funções são de fiscalizar atos dos administradores, supervisionar a elaboração dos relatórios financeiros, auditar as demonstrações econômico-financeiras, organizar o ambiente interno de controle, denunciar irregularidades e fraudes etc.

Os princípios básicos de governança corporativa alinham interesses com a finalidade de preservar e aperfeiçoar o valor econômico de longo prazo da organização, onde facilita o acesso a recursos e contribui para a qualidade da gestão da organização, longevidade e o bem comum. Os princípios permeiam em maior ou menor grau, onde todas as práticas do Código, e sua adequada adoção resultam em clima de confiança (BLOK, 2017).

Conforme o IBGC (2015) os princípios básicos de governança corporativa são: Transparência que consiste na vontade de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu devido interesse e que não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos, onde não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando os demais fatores que orientam a ação gerencial e que também conduzem à preservação do valor da organização; Equidade que evidencia o tratamento justo e isonômico de todos os sócios e também demais partes interessadas como os stakeholders, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas; Prestação de Contas (accountability) onde os agentes de governança precisam prestar contas de sua atuação de maneira clara, concisa, compreensível e tempestivo; Responsabilidade Corporativa onde os agentes de governança devem zelar pela viabilidade

(34)

econômico-financeira das organizações, bem como reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, seu modelo de negócios, os diversos capitais como financeiro, intelectual, humano, social, ambiental etc., no curto, médio e longo prazos.

O IBGC (2015) define que o código de conduta tem como principal objetivo promover princípios éticos e refletir a identidade e a cultura organizacional, fundamentado em responsabilidade, respeito, ética e considerações de ordem social e ambiental, onde a criação e o cumprimento de um código de conduta elevam o nível de confiança interno e externo na organização, e também como resultado, o valor de dois de seus ativos mais relevantes, ou seja, sua reputação e imagem. A administração é responsável em dar exemplo no cumprimento do código de conduta, no qual o conselho de administração é o defensor dos princípios e valores da organização, entre as responsabilidades estão a de disseminar e cuidar, com apoio da diretoria, a incorporação de padrões de conduta em todos os níveis da organização. Os segmentos de listagem da B3 (Brasil Bolsa Balcão) foram criados em 2000, quando houve a percepção que, para desenvolver o mercado de capitais brasileiro, era necessário ter segmentos adequados aos diferentes perfis de empresas. Todos esses segmentos zelam por regras de governança corporativa diferenciadas, no qual essas regras vão além das obrigações que as companhias têm perante a Lei das Sociedades por Ações (Lei das S. As.) onde têm como finalidade melhorar a avaliação daquelas que decidem adquirir, voluntariamente, a um desses segmentos de listagem (B3, 2020).

Esses segmentos especiais de listagem foram criados com o intuito de oferecer um ambiente de negociação que estimule, ao mesmo tempo, o interesse dos investidores, a valorização das companhias com maior proteção e também uma maior presença do investidor minoritário no mercado. Os Níveis 1 e 2 são para empresas já negociadas no mercado tradicional que aderirem as condições estipuladas para a diferenciação e o Novo Mercado é mais voltado à listagem de empresas que venham a abrir o capital (ROSSETTI; ANDRADE, 2012).

Para serem classificadas no segmento Nível 1 são exigidas a adoção de práticas que favoreçam, transparência e o acesso as informações pelos investidores, a divulgação de informações adicionais exigidas em lei, como o calendário anual de eventos corporativos e manutenção em circulação de parcela mínima de ações, representando 25% do capital (B3, 2020).

(35)

De acordo com a B3 (2020) o segmento de listagem Nível 2 é parecido com o NM, más há algumas exceções, sendo que as empresas listadas têm o direito de manter ações preferenciais, como também em caso de venda de controle da empresa, é assegurado aos detentores de ações ordinárias e preferenciais o mesmo tratamento concedido ao acionista controlador, prevendo então, o direito de tag along de 100% do preço pago pelas ações ordinárias do acionista controlador e as ações preferencias dão o direito de voto aos acionistas em situações críticas, como a aprovação de fusões e incorporações da empresa.

O Novo Mercado é um padrão de governança corporativa altamente diferenciado, no qual em 2002 se tornou o padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas aberturas de capital, onde é recomendado para aquelas empresas que pretendem fazer ofertas grandes e direcionadas a qualquer tipo de investidor. A B3 (2020) também menciona algumas das regras do Novo Mercado como em no caso de alienação do controle, todos os acionistas têm direito a vender suas ações pelo mesmo preço, ou seja, tag along de 100% atribuídos às ações detidas pelo contador, divulgação mensal das negociações com valores mobiliários de emissão da empresa pelos acionistas controladores.

O segmento tradicional é o mais básico, no qual segue basicamente a legislação vigente e que não exige qualquer tipo de prática adicional ou diferenciada. Neste mercado não existem regras de percentual mínimo de ações em circulação e distribuições públicas, onde também são facultativos as reuniões públicas anuais e o calendário de eventos corporativos. No Mercado Tradicional são negociadas ações dos tipos ordinárias, preferenciais e ativos compostos, em que as demonstrações financeiras seguem a legislação, como também o conselho de administração, que terá composição mínima de três membros (NOTTAR, 2015).

Conforme Rossetti e Andrade (2012) o maior número de investidores, em princípio, é condição necessária para uma maior liquidez e também para a criação de círculos virtuosos que, a partir do mercado de capitais mais robusto, irá trazer benefícios para os próprios investidores, para as organizações e para a economia como um todo, além desta condição necessária, outras atuam, como transparência, prestação de contas e equanimidade no tratamento dos acionistas.

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