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CAPÍTULO III – ANÁLISE, DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÕES

3.2. Conclusões

A partir da revisão bibliográfica realizada, foi possível identificar a importância que o Marketing Interno tem nas organizações, na medida em que representa uma ferramenta valiosa, capaz de elevar a capacidade competitiva, e cocomitantemente melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. Neste contexto, o principal objetivo desta dissertação foi atingido, que foi o de saber se as empresas de sucesso em Portugal estariam a aplicar o Marketing interno, mais concretamente, de que forma é que as práticas do Marketing Interno seriam ou não determinantes na vida das próprias empresas.

Apesar da diversidade de abordagens metodológicas possíveis, em virtude da natureza da investigação e dos objetivos inicialmente definidos, a opção por uma investigação exploratória com recurso ao método qualitativo, revelaram-se opções naturais quer para a recolha de dados quer para a análise de conteúdo, onde os modelos teóricos referenciados, que serviram de enquadramento a este estudo, contribuíram de forma decisiva para a compreensão do fenómeno. O investigador, fez uso de métodos complementares como a observação de pessoas e ambientes be como leitura de documentação facultada pelos entrevistados, que lhe permitiu conhecer mais e melhor as realidades em estudo.

Por outro lado, a diversidade de áreas de atividade e a heterogeneidade das empresas que consitituiram a amostra deste estudo vieram contribuir para o

apuramento de múltiplas formas de atuação, em termos de políticas de Marketing Interno, as quais foram devidamente analisadas de forma objetiva e alvo do melhor tratamento em proveito do estudo. Também as diferentes funções e cargos dos entrevistados, desde a direção de recursos humanos ao operations manager, da direção de comunicação à direção de marketing, ofereceram uma partilha multidisciplinar e uma complementariedade de experiências profícuas ao estudo, tocando nas áreas perentórias do Marketing Interno. O Investigador arriscaria mesmo: as funções ideais para o Departamento de Marketing Interno.

A posição no ranking destas empresas, prova que, quem não utilize, hoje, as ferramentas do Marketing Interno, ou não saiba como as usar, obviamente que não terá sucesso. Nas empresas estudadas, a existência desse sucesso é principalmente confirmada pela quantidade de galardões atribuídos pelas respetivas entidades certificadoras.

A expressão massiva de respostas favoráveis relativamente à importância da Comunicação Interna validou a tendência verificada na literatura, que indicava este instrumento como crucial para a eficácia do Marketing interno. Ficou provado, através do estudo empírico que o grande fator agregador de sucesso do Marketing Interno, em prol das empresas, é, sem dúvida, a Comunicação Interna pelo poder que traz à gestão das informações aliado à promoção da motivação e capitalização dos colaboradores, obtendo o seu comprometimento com as metas das empresas, na geração de produtividade e crescimento, reflectindo-se, por sua vez no lucro e nos resultados positivos. Assim sendo, e como foi sustentado empiricamente, as organizações, para terem sucesso devem-se preocupar em motivar os seus colaboradores, atenderem às suas necessidades e aspirações, dando-lhes benefícios e incentivos, darem-lhes espaço e liberdade. Só assim eles estarão em condições de vestirem a camisola da empresa, sentirem orgulho dela fazerem parte e tornarem-se verdadeiros veículos, fãs, embaixadores ecoando externamente o nome da organização.

Mas para que esses resultados sejam efetivamente alcançados, é necessário implantar programas de Marketing Interno bem fundamentados e direcionados, de acordo com as necessidades e as metas de cada empresa, utilizando as ferramentas mais adequadas. Isto porque, como se verificou no estudo empírico, cada organização é única e o contexto ou o ciclo que atravessa também o é. O seu momento é aquele e não um outro e também não é o de outra empresa. Daí a

importância também revelada da Cultura Organizacional, que é o que lhe permite ser única e ter colaboradores únicos que a respiram e que por ela sentem paixão. No seguimento da análise e discussão dos resultados realizados, no capítulo anterior, retornou-se à questão de partida inicialmente definida, bem como aos objetivos propostos para esta investigação. Conforme se fez notar, durante a análise dos dados e discussão dos resultados, foi possível retirar conclusões bem interessantes para a compreensão do fenómeno das práticas do Marketing Interno nas empresas estudadas, nomeadamente a contextualização do grau de importância das categorias e subcategorias que lhe dão forma, discutíveis de acordo com as caraterísticas próprias de cada empresa, assim como as categorias emergentes e que vêm dar novos contornos ao Marketing Interno, acrescentando valor à revisão da literatura: i) “O capital humano formado na empresa como mais- valia para o mercado em que a empresa se insere”; ii) “O perfil do colaborador como reflexo do posicionamento e da imagem da empresa”; iii) “Qualidade”; iv) “O desempenho do colaborador como motor de sucesso da empresa”; v) “Liberdade”; vi) “Organização e gestão do espaço e local de trabalho”; vii) “Simplificação”; viii) “A empresa como reflexo do colaborador”; ix) “Autonomia na gestão do tempo”; x) “O colaborador como veículo promocional e como imagem institucional”; xi) “Competição interna”; xii) “Capacidade de reestruturação e adaptação a novos contextos”; xiii) “Felicidade organizacional”; xiv) “Expetativas e aspirações”; e xv) “O colaborador como apoio.”

Poder-se-á dizer que as empregas portuguesas de sucesso, estão a utilizar as práticas do Marketing Interno. Foi provado no terreno que o Marketing Interno beneficia tanto a organização como os seus colaboradores. É extremamente necessário tê-los como aliados, munindo-os com informações acerca da organização. Ao mesmo tempo que se desenvolve o sentimento coletivo entre todos, demonstrando a sua importância para a organização, devem desenvolver-se estratégias para aproximá-los da empresa, para treiná-los, motivá-los e torná-los verdadeiros profissionais de marketing. Isso possibilita que a organização também ganhe, já que terá pessoas mais motivados, mais conhecedores das estratégias da organização o que vai possibilitar um melhor desempenho organizacional e uma melhor orientação para serviços.

Pelo que foi possível recolher no estudo torna-se essencial que as organizações olhem mais para os seus clientes internos, investindo em políticas e estratégias para satisfazê-los. É importante que as direções assumem esse desafio e consigam

transmitir essa ideia a todos os níveis da empresa. Para obter o êxito que pretendem é estritamente necessário que as organizações apostem no trabalho conjunto entre o marketing, a comunicação e agestão de pessoas, criando mesmo uma cultura de Marketing Interno. É urgente que esta área de atuação do Marketing ganhe espaço nas organizações, servindo como suporte estratégico da direção para unir os funcionários em prol dos objetivos da organização. Desta forma as empresas podem mesmo antecipar possíveis problemas que possam surgir e mesmo evitá-los, procurarem também soluções rápidas, tornarem-se mais ágeis e flexíveis e conquistarem o tal sucesso desejado. Empresas bem sucedidas geram colaboradores bem sucedidos, e colaboradores bem sucedidos geram empresas de sucesso. O processo é recíproco.

Almeja-se que este trabalho tenha contribuído para o imenso leque de empresas portuguesas pois apresenta, no seu corpo, abordagens que auxiliam a implementação do Marketing Interno. Além disso, o estudo contribui para as organizações, no sentido de fundamentar conhecimentos que subsidiem futuros processos e aperfeiçoamentos no seu Marketing Interno, o que repercutirá favoravelmente nas suas ações e estratégias.