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4.1 Conclusões

O propósito deste estudo foi o de identificar a percepção e a importância que atribuem os docentes e alunos do curso de Direto de uma universidade do Distrito Federal, acerca das disciplinas filosofia e filosofia do direito. Procurou-se também investigar junto aos professores e alunos dessa instituição se para eles há relação entre o estudo dessas disciplinas com a formação do bacharel em Direito e com o seu exercício profissional.

A literatura refere-se à existência de uma crise no ensino jurídico pátrio, desde há muito. Procurando esclarecer um pouco a questão dessa “crise no ensino jurídico”, solicitou- se aos professores que apontassem alguns dos possíveis motivos que estão concorrendo para a sua manutenção ou agravamento.

O resultado da pesquisa, entre os professores, apontou causas diversas como a falta de preparo dos alunos, deles próprios e a falta de relação entre o que é estudado e a realidade. Os alunos, por sua vez, apontaram para a falta de relação existente entre o que se aprende na universidade e a realidade, além do despreparo dos professores. Por último, mas nem por isso menos importante, professores e alunos alegaram que o rigor formalístico do ensino jurídico também contribui para as dificuldades encontradas ao longo do curso de Direito.

Percebe-se que não há sincronia entre o modo de percepção das causas do problema tanto do ponto de vista dos docentes, quanto dos alunos, o que confirma a afirmação de Fragale Filho (2003) a respeito das portarias que se referem à organização dos cursos jurídicos: “ora inclui, ora exclui disciplinas sem se buscar uma reproblematização do

cotidiano”. A questão da proliferação dos cursos jurídicos não foi mencionada por nenhum respondente.

Para Nunes (2001), a principal causa reside no fato do incentivo governamental ao crescimento acelerado do ensino superior. Já Faria e Menge (1979) afirmam que, desde o momento em que os cursos jurídicos foram instituídos no Brasil até os dias atuais, sua finalidade é atender às prioridades burocráticas do Estado e não às expectativas judiciais da sociedade. Mamede (2003) alerta para o risco do empobrecimento pedagógico de uma abordagem meramente técnica, que cria despachantes judiciários e não juristas e, pior, profissionais a quem se negou a oportunidade de raciocinar, de compreender a realidade em que irão atuar.

A respeito do ensino jurídico no Brasil observou-se que, desde logo, a classe dos bacharéis em leis obteve destaque na sociedade formando a elite pensante da nova nação. Com a proclamação da independência, foi essa classe preparada para atender às necessidades organizacionais da administração estatal. Os currículos dos cursos jurídicos passaram por inúmeras alterações sem, no entanto, se dar destaque às disciplinas Filosofia e Filosofia do Direito. Outras características a destacar foram: a desvinculação entre a instância educacional e a realidade social; a existência de forte influência positivista e a busca por um ensino profissional, com a exclusão das disciplinas de caráter doutrinário ou cultural.

Houve um maciço reconhecimento da importância das disciplinas filosofia e filosofia do direito na formação dos bacharéis quer por parte dos professores, quer por parte dos alunos. A justificativa presente em maior número entre os docentes foi o fato de essas disciplinas capacitarem os alunos a desenvolver uma reflexão radical, ou seja, crítica e consciente. Entre os alunos também é muito clara a percepção da importância do estudo das disciplinas filosóficas na sua formação. São a base de conhecimentos que lhes permitirá

compreender conceitos e institutos jurídicos, facilitar-lhes o desenvolvimento do raciocínio lógico e da consciência crítica do mundo onde vivem e atuam.

Buscou-se investigar, uma vez reconhecida a importância das referidas disciplinas na formação do bacharel, se os professores, em suas aulas, costumam promover discussões reflexivas acerca dos conceitos e fundamentos das disciplinas que lecionam. O resultado foi desanimador, visto que, apenas 31,8% dos docentes afirmaram praticar o debate reflexivo em sala de aula, sendo que a maioria utiliza tal recurso de forma esporádica.

As respostas dos alunos também confirmaram a pouca utilização de debates nas disciplinas cursadas, pois a maioria assinalou que tais debates são raros em seu cotidiano educacional.

Verificou-se que há uma enorme lacuna entre o discurso e a prática do docente do curso de Direito, embora, teoricamente, afirmem a importância das disciplinas filosóficas. Suas aulas continuam atreladas às disciplinas profissionalizantes que integram o currículo mínimo dos cursos de Direito fixado pelo MEC, mesmo por que são essas as elencadas para o Exame de Ordem.

É bem verdade que, além das disciplinas profissionalizantes, no Exame de Ordem há também questões sobre o Estatuto da Ordem, do Regulamento Geral e sobre o Código de Ética e Disciplina. Infelizmente, as questões versam especificamente sobre o Código de Ética e não sobre a Ética. A Ética refere-se ao estudo e explicação dos fatos sociais, as manifestações da consciência e valorização dos fatos sociais e atos humanos. O Código de Ética se limita a normatizar, positivar a conduta do advogado e não promover discussões acerca do comportamento do cidadão advogado, ou do profissional advogado.

Constata-se uma contradição: enquanto professores falam da necessidade do desenvolvimento do conhecimento reflexivo e crítico para o profissional jurídico, os alunos

sentem necessidade de uma fundamentação filosófica dos institutos jurídicos e a própria OAB fala em resgate da dignidade do profissional do Direito. Na realidade, perpetua-se a exigência da “decoreba” de códigos, de relações causais entre o fato e a norma, deixando de lado a discussão do fato gerador e motivador da criação daquela norma ou da tipificação do preceito.

Se, por um lado, encontra-se na literatura autores que defendem a implementação da filosofia, com seu campo específico de estudo e reflexão, por outro, se sabe que o Brasil não possui, ainda, uma tradição em pensar filosoficamente. Até mesmo, por questões históricas, os grandes movimentos revolucionários ocorridos entre nós, quer no campo da política (Proclamação da República), quer no campo da educação (Escolanovismo), envolveram sempre uma pequena “elite pensante” (pessoas que conhecem os fatos e são capazes de elaborar uma nova forma de pensar e, conseqüentemente, de agir).

A Filosofia e a Filosofia do Direito são duas disciplinas que fazem a reflexão acerca do conhecimento, de sua veracidade ou, pelo menos, de sua possibilidade. Também é na filosofia que se encontram as regras do pensamento - a lógica- para que este se desenvolva de forma sistemática, metódica e alcance verdades capazes de guiar o desenvolvimento do conhecimento, das ciências e da tecnologia.

4.2 Recomendações

Consideramos importante que se favoreça o debate reflexivo sobre as diversas disciplinas que compõem o currículo do Curso de Direito, pelo menos as de cunho teórico. Portanto, deve ser estimulada a investigação filosófica, buscando fundamentar os institutos jurídicos no contexto em que foram concebidos. Dessa forma, se oferece aos alunos condições

para uma formação ética e intelectualmente autônoma, por meio da reflexão e investigação filosófica, posto que a formação é duradoura, porquanto a informação é volátil.

Evidenciou-se que com essa pesquisa a suspeita de que sem uma formação especificamente filosófica não chegaremos a lugar algum, eis que a filosofia não pode ser reduzida a reflexões esporádicas acerca dos valores de determinados institutos jurídicos ou sobre os comportamentos sociais de alguns grupos. É imperioso que, primeiramente, o aluno conheça a disciplina filosofia, seu conteúdo, seu objeto, seus conceitos, pois é preciso saber o significado de valor para depois se discutir o valor de alguma coisa; é preciso entender o que é ética para só então estudar e discutir a ética profissional.

Recomendamos que o estudo do código de ética do advogado seja precedido por um embasamento de ética “geral” e outros conceitos necessários.

Os professores devem procurar incentivar os alunos a adotarem uma atitude reflexiva e, quem sabe, também eles próprios, para o desenvolvimento de um pensamento que se oponha à ideologia e à doutrinação.

Devem certificar-se da plena compreensão dos seus alunos quanto aos conceitos utilizados na disciplina, bem como seus anseios e preocupações. É importante ampliar-se o debate para buscar-se uma melhoria no ensino jurídico. Nunca é demais lembrar-lhes que a Filosofia desenvolve a capacidade de leitura, aqui entendida como capacidade de análise, de interpretação, de reconstrução racional e de crítica.

Ao se elaborar uma avaliação, nas provas dissertativas, deve-se estimular no aluno a capacidade de pensar múltiplas alternativas para serem aplicadas na solução do problema apresentado. É necessário estimular o bacharel em Direito a tomar decisões, a saber adaptar a lei ao caso concreto, para que esta adquira sentido em um mundo de constantes transformações.

Não foi possível nessa pesquisa precisar os temas filosóficos de maior interesse e relevância para o ensino jurídico, haja vista o desconhecimento dos contornos e limites da disciplina, os quais efetivamente, em alguns casos, são confundidas com a ciência política e a sociologia. Pela importância da questão, recomenda-se a realização de mais pesquisas do gênero, onde este aspecto seja enfocado com questões que evitem sobreposições.

Ficou clara a necessidade de uma formação específica do docente que trabalhará as disciplinas Filosofia e Filosofia do Direito. Acredito que devamos incluir também a disciplina ética. Embora não tenha sido objeto desta pesquisa, percebeu-se a enorme preocupação com ela, tanto da parte do corpo docente, quanto o corpo discente. A necessidade de formação específica deve-se ao fato de que o professor, além de transmitir informações, deverá transmitir também o respeito pelo livre pensar, pelo desenvolvimento de argumentações diversas, ainda que discordantes das suas. Para tanto não é suficiente apenas ler doutrinas filosóficas.

A discussão sobre o currículo a ser adotado nos cursos de Direito deve passar por uma ampla e profunda discussão envolvendo não só questões referentes às disciplinas a serem cursadas, mas também os valores que se deseja sejam incorporados pelo bacharel em Direito.

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