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2 O CORTE DA CANA-DE-AÇÚCAR E A MIGRAÇÃO: COMBINAÇÃO IDEAL PARA A

3.5 AS CONDIÇÕES DE VIDA E DE SAÚDE

No caso dos cortadores de cana, não se pode dizer que em algum momento eles tiveram condições dignas de trabalho e vida. As mudanças tecnológicas ocasionadas pelo processo de reestruturação produtiva no Brasil, em lugar de melhorar as suas condições de trabalho, afetam severamente a vida e a saúde dos trabalhadores migrantes sazonais.

Nesse sentido, perguntamos aos cortadores de cana como eles consideravam as suas condições de vida no corte da cana. Os trabalhadores disseram que vivem em condições precárias, mas ressaltaram não contar com outra opção.

Gráfico 11 – Condições de vida dos trabalhadores migrantes no corte da cana

Fonte: Pesquisa Direta, 2013 26%

58% 16%

137 Mais da metade dos trabalhadores respondeu que suas condições de vida são ruins, o que se traduz em falta de alimentação adequada, falta de saneamento básico, falta de higiene nas suas moradias, distância considerável do local de moradia para o centro da cidade e extenuante esforço físico. Nenhum cortador de cana disse que suas condições de vida durante a safra poderiam ser consideradas como ótimas. Podemos perceber, portanto, que além de a atividade do corte da cana ser uma das mais exigentes quando se trata de esforço físico, as usinas também não oferecem condições de vida adequadas aos trabalhadores migrantes.

“Ah, lá tudo é ruim. Num é só cortar cana não que é ruim, mas morar lá também é ruim. A casa é cheia de gente, vixe... Lá onde tem a casa, também num é bom não. Fica num lugar meio esquisito. Prefiro muito mais morar no sítio. Além do mais, ficar longe de todo mundo é ruim demais. Tava achando que ia entrar em depressão lá. Além de

tanta dor que tava sentindo, não tinha ninguém pra cuidar de mim”

(M. J. S., 20 anos).

Marx (2010, p. 79) afirma que, "[…] no final das contas, toda a sociedade tem de decompor-se nas duas classes: a dos proprietários72 e a dos trabalhadores sem propriedade" (grifos do autor). Percebemos claramente, nos depoimentos concedidos pelos trabalhadores, que eles são desprovidos de tudo, menos de sua força de trabalho.

A Pastoral dos Migrantes (2009) afirma que os trabalhadores migrantes representam uma dicotomia em relação a si mesmos, já que podem ser vistos como super-homens e como sub-homens. Os super-humanos que cortam mais de dez toneladas de cana por dia vivem um paradoxo a todo momento; produzem feito máquinas, mas vivem feito bichos.

Também perguntamos aos trabalhadores sobre as condições de sua família:

72

Segundo notas do tradutor Jesus Ranieri, foram mantidas as demarcações em itálico dos manuscritos originais. Assim, os grifos em itálico serão conservados para salientar as marcações realizadas por Marx.

138 Gráfico 12 – Condição de vida das famílias dos cortadores de cana

Fonte: Pesquisa Direta, 2013

Pelo gráfico, podemos perceber que a maioria dos trabalhadores considera a condição de sua família como boa − exatamente, 27 dos entrevistados. Em relação às considerações que eles fazem sobre suas próprias condições de vida, verificamos que a situação de suas famílias apresenta-se como mais bem avaliada: 29 trabalhadores afirmaram que suas condições no corte da cana-de-açúcar são ruins, ao passo que apenas oito disseram que seus familiares vivem na mesma situação.

Cabe o seguinte questionamento: se o cortador de cana considera suas condições de vida no período da safra como piores do que as de sua família, por que ele migra? Parece que o trabalhador está indo ao encontro de seu próprio sofrimento, de sua própria exploração. Mas ele não tem escolha quando decide migrar, pois tem de encontrar meios para sua reprodução e a de sua família, já que o município não oferece oportunidades de emprego nem de trabalho fixo e para sustentar-se, é necessário migrar para realizar a difícil tarefa de cortar cana.

Além disso, eles são culpabilizados por não conseguirem arranjar algo melhor; são tidos como incompetentes. Percebemos claramente o instituto voraz do capital, que nega as condições de sobrevivência ao trabalhador, mas o torna responsável pelo seu sucesso ou pelo seu fracasso. Dessa forma, “como expressão da realidade capitalista, da sociedade regida pelo valor da troca, tem-se a dialética

0 5 10 15 20 25 30

Ótima Boa Ruim Péssima

139 de riqueza e miséria, de acumulação e privação, do possuidor e do despossuído” (ANTUNES, 2005, p. 70).

Como exposto, o trabalho do corte da cana é extremamente precarizado. Dessa forma, tivemos o interesse de saber se havia outra atividade que lhes parecesse mais conveniente. Nove dos trabalhadores entrevistados responderam que não, e a grande maioria, exatamente 41, respondeu que sim. As atividades que os cortadores de cana tinham interesse em trabalhar eram pintura, construção civil, agricultura, emprego público, emprego em fábricas, motorista de caminhão ou trator. Os trabalhadores argumentaram que não conseguiam trabalhar em tais atividades “porque nessa atividade ganho pouco e o corte de cana paga mais”, “porque não tenho estudo para conseguir me empregar”, “porque aqui não tem essas oportunidades”. Por essa “falta de oportunidade”, quando não optam por ganhar pouco, têm de migrar para outros estados.

Fica evidente a impossibilidade de escolha dos trabalhadores. Isso remete à flexibilidade toyotista, que traz à tona alguns conceitos, dentre os quais podemos destacar a “autonomia” e a “liberdade”73. Estes podem parecer simples, mas escondem uma grande complexidade, desde que analisados tendo como referência a perspectiva marxista.

Considerados os sentidos desses termos, podemos afirmar que, no mínimo, sua aplicação é equivocada. “Autonomia” e “liberdade”, tal como usadas capitalisticamente, nada mais são que estratégias sutilmente impostas ao trabalhador pelo capital. Se para sobreviver o trabalhador precisa vender sua força de trabalho, ele não pode renunciar a isso, pois sejam quais forem as condições de trabalho, ele precisa produzir o suficiente para prover a si e a sua família das necessidades básicas.

A noção de “autonomia” e de “liberdade” acaba por atribuir responsabilidades aos trabalhadores por seu êxito ou fracasso. Esta atribuição não se sustenta teoricamente. A sociedade continua tendo o trabalho assalariado como a sua base, portanto, é sua obrigação criar postos de trabalho que garantam a sobrevivência daqueles cuja única mercadoria é a força de trabalho. Mas, se esse é o pacto da formação social capitalista, não é o que ocorre na prática. São gerados menos postos de trabalho formais e cada vez mais os trabalhadores ingressam no mercado

73 O uso das aspas é indicativo da crítica que fazemos a tais conceitos. Entendemos que, nesta

140 de trabalho pela via da informalidade74, modalidade que recebe diferentes denominações. O capital faz crer ao trabalhador que ele é dono do seu tempo, podendo usufruí-lo da maneira que quiser. Assim, a aparente liberdade do trabalhador quando pago por produção obscurece as formas de exploração do trabalho no corte da cana-de-açúcar.

Pelo evidente desgaste físico intrínseco a esse ramo produtivo, perguntamos também aos trabalhadores se o corte da cana afetava a sua saúde. O gráfico abaixo expressa os resultados:

Gráfico 13 – Consequências do corte da cana para a saúde dos cortadores de cana

Fonte: Pesquisa Direta, 2013

Verifica-se que 47 trabalhadores afirmaram que cortar cana afeta a saúde. Dentre estes, quatro já desenvolveram doenças crônicas, justamente aqueles mais velhos. Os demais disseram sofrer constantemente com dores no corpo, dores de cabeça, câimbras. Percebemos o quão degradante é essa atividade e o quanto ela degrada o trabalhador e sua saúde.

De acordo com Sant‟Ana (2012), o nível de exploração a que estão submetidos os trabalhadores que cortam cana chegou ao extremo, ao ponto de trabalhadores estarem morrendo ou restarem incapacitados para o trabalho após algum tempo.

74 Para um maior aprofundamento do assunto, ver Tavares (2004).

6% 91%

9% 94%

Não afeta a saúde

Doenças agudas (por ex: dores físicas, dores de cabeça, vômitos)

Doenças crônicas (por ex: hérnia de disco, problemas de coluna)

141 “Eu acho um serviço muito puxado, exige muito, muito da gente. Muitas vez, eu não consigo nem cumê direito, de tanta fraqueza. Só fico tomando água, água, água, e no fim do dia eu às vez passava mal. Mas disfarçava pra ninguém da usina brigar comigo. [...] Eu me lembro um dia que tava tão cansado que não conseguia acabá a cana. Mas tinha que acabá, né? Me sentei no meio das cana, fiquei

tomando fôigo. Aí o fiscal disse: „Deixa de moleza; veio do norte pra

trabaiá e vai ficar sentado?‟. Aí eu fui, né, mermo sem aguentá. Aí forcei tanto que quando cheguei no fim da rua [de cana], tudo ficou escuro. Aí eu caí. Dirmaei mermo. A cana é pesada, eu fui caindo,

tudo ficando escuro e dando cãibras e tudo” (A. J. A., 28 anos).

O trabalho do corte de cana-de-açúcar é realizado sob altas temperaturas, que variam entre 23°C e 36°C, devido ao clima quente do período de colheita. Há presença de poeira e fuligem, provenientes da terra e da queima da cana, bem como de animais peçonhentos. Além disso, os instrumentos usados são cortantes e podem ocasionar acidentes de trabalho (ROCHA; MARZIALE; ROBAZZI, 2007, on line).

No relato abaixo podemos perceber um fato real presenciado por um pesquisador, o qual demonstrou o quanto o corte da cana pode afetar a saúde de um trabalhador.

Um pai aflito amparava seu filho trazido do canavial com câibras. O braço retesado não se movia, e a dificuldade de locomoção era grande, o paciente reclamava de dores no estômago. Uma vez mais acompanhamos o atendimento, e logo fomos informados de que as câibras são frequentes pelo excesso de trabalho. Elas começam nas mãos, travando-as, e a dor é grande. A câibra é uma manifestação da fraqueza do corpo, dizem os trabalhadores. Geralmente a câibra acontece no período da tarde, quando o cansaço é maior. Das mãos, ela passa para as pernas, até tomar o corpo todo. A cada minuto que passa, a câibra vai aumentando e, se houver demora no atendimento, o trabalhador pode morrer (NOVAES, 2007, p. 107).

Silva (apud COVER, 2011) realizou pesquisas sobre o tema e acompanhou por seis meses um grupo de paraibanos que deixou o município de Tavares e foi para o município de Sales, no interior do estado de São Paulo. De acordo com os levantamentos, os cortadores de cana eram obrigados a conviver em periferias da cidade e a trabalhar em canaviais com alto índice de periculosidade e exploração. Há registro de duas mortes ocorridas nos canaviais do Sudeste, nos anos de 2006 e

142 2007, de trabalhadores procedentes de Tavares/PB. Em depoimentos à Pastoral do Migrante (2009), colhem-se relatos comoventes:

“A essas alturas da safra nosso salário tem quase a cor de nosso

sangue. Já gastamos quase todas nossas energias.”

“Sabe o que é ficar „borrado‟ no eito da cana? É perder o controle do próprio corpo, é sentir um quenturão doido, é como passar por uma

convulsão.”

De acordo com Alves (2007), o conjunto das atividades realizadas por um cortador de cana exige um desgaste de energia que pode ser comparado ao de um atleta profissional. Só que esses trabalhadores se alimentam muito mal e não passam por nenhum tipo de preparo físico ao ingressarem nessa atividade laboral.

Sabemos que o corte da cana-de-açúcar vem sendo realizado praticamente da mesma forma desde a colonização, consistindo o aumento da produtividade na mudança mais visível. Houve incremento de alguns equipamentos de proteção individual e o aumento de garantias trabalhistas. Os trabalhadores, porém, quando arguidos sobre o uso dos EPIs, responderam que eles não aliviam as dores no corpo nem evitam doenças decorrentes da atividade. O fornecimento dos EPIs por parte das empresas é tido como uma conquista.

É necessário considerar que esses “avanços” podem assegurar melhorias nas condições individuais do trabalho e, ao mesmo tempo, garantem um aumento da produtividade. A cada ano, a quantidade de cana cortada é maior. Isso agrava as condições de saúde e de vida dos trabalhadores.

Nesse contexto, alguns fatores aprofundam a subordinação do trabalho do cortador de cana ao capital. A constituição de uma superpopulação, cujo mercado tende a absorver cada vez menos − e ainda que o faça, será em condições mais precarizadas −, afeta duramente as condições de trabalho. Os cortadores de cana são obrigados a aceitar as miseráveis condições a que estão submetidos, pois “se eles não quiserem, há muitos que querem”. Além disso, convivem constantemente com uma redução de custos, que se expressa no rebaixamento de salários e numa maior exploração, tendo em vista a subordinação aos ditames do capital.

Por isso e pelos argumentos expostos acima, fica evidente que a produção canavieira é uma expressão do processo de controle e dominação do trabalho, fenômeno agravado quando se trata da relação do capital com o cortador de cana

143 migrante, o que justifica a nossa escolha por esse tema. As relações de produção da agroindústria canavieira explicitam essencialmente a intensa exploração e a precarização do trabalho, presentes no longo processo de expansão e desenvolvimento do capital.

144 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo, realizamos uma análise a respeito da dinâmica do capital, com o propósito de demonstrar que as mudanças fenomênicas não alteram a lógica capitalista. Mudam as formas, porém suas determinações permanecem as mesmas. Entre elas, destacamos a intensa exploração dos trabalhadores, pois a acumulação capitalista tem por meta estabelecer-se de forma contínua e progressiva, tendendo a desenvolver ao máximo a produtividade do trabalho.

A definição das relações de trabalho fica a critério do capitalista, que dispõe de variados artifícios para garantir o máximo de exploração dos trabalhadores. Se estes, na maioria das vezes, demonstram consenso com as imposições do capital ou agem contra o seu próprio interesse, não é porque assim o escolheram, mas porque suas necessidades mais primárias dependem disso. Se o trabalhador se acha despojado de tudo, dispondo apenas de sua força de trabalho, precisa vendê- la para poder sobreviver. Quando o faz, deve se submeter aos ditames dos capitalistas, que apenas enxergam nele a capacidade de produção. Para agravar essa situação, ainda têm de defender “o seu lugar”, já que se percebem em constante disputa com outros trabalhadores que não encontram compradores para sua força de trabalho – o denominado exército industrial de reserva.

Percebe-se assim a complexidade da lógica do capital, que ao mesmo tempo controla os trabalhadores, incentiva a competitividade entre eles, lhes atribui a responsabilidade pelo seu sucesso ou o seu fracasso, e ainda os faz crer que são livres para realizar escolhas. O atual modo de produção, sob o qual as relações sociais se desenvolvem, impõe esse caráter: a classe opressora explora a classe oprimida tão só para o seu próprio benefício. Mudar essa lógica implica mudar o sistema.

Nesse sentido, a agroindústria canavieira traduz-se em fiel expressão da contradição capital-trabalho, não escapando às determinações de exploração, acumulação e controle, já mencionadas anteriormente. Esse setor produtivo é visivelmente cheio de contradições, em especial no que se refere ao corte da cana- de-açúcar.

Assim, ao analisarmos essas relações de produção, percebemos que é cada vez maior o desenvolvimento da agroindústria canavieira, e cada vez pior a situação

145 individual dos trabalhadores, particularmente a dos cortadores de cana. Ocorre que a partir das bases em que essa sociedade se constitui, torna-se inviável sequer pensar na possibilidade de um consenso entre as classes antagônicas. Mas isso não pode se constituir em argumento válido, no sentido de ignorar o agravamento das condições de vida dos trabalhadores do corte da cana, tendo-a como algo natural. Pelo contrário, para que essa situação mude, é necessário que se a questione.

Tivemos a pretensão, neste trabalho, de analisar os aspectos da precarização e da exploração do trabalho, a que estão submetidos os cortadores de cana que migram do estado da Paraíba para outras regiões do país. As migrações internas no Brasil podem ser compreendidas por meio de uma série de fatores históricos, econômicos e conjunturais. Verifica-se uma relação direta entre a disponibilidade de trabalho em uma determinada região e as transformações que ocorrem no local de origem.

Diante das restritas possibilidades de inserção no mercado de trabalho e das escassas estratégias de sobrevivência e reprodução individual, os trabalhadores do sertão paraibano se veem compelidos a migrar até outras regiões do país, para cortar cana, atividade que exige baixa escolaridade e muita disposição física. Quem vai, procura tirar todas as vantagens possíveis da idade, do vigor da força física.

Viver no corte da cana consiste em estar a todo tempo enfrentando condições adversas: o trabalho “pesado” e “bruto”; os perigos; os acidentes de trabalho; a insalubridade; a alimentação insuficiente para repor as energias despendidas; as humilhações; o controle por parte dos usineiros; a separação, a distância e a saudade da família. Essas peculiaridades de tal atividade apresentam-se como fatores agravantes das condições de vida e de trabalho daqueles que deixam o seu local de origem e migram para outras regiões, em busca de meios de sobrevivência e reprodução.

Em termos práticos, asseveramos que existe uma produção significativa e qualificada sobre as relações de trabalho da agroindústria canavieira. É conveniente mencionar que as obras sobre o tema devem conter não apenas dados descritivos, mas precisam também aprofundar o debate, para que, além dos dados quantitativos e das descrições, os relatórios, dissertações e teses apreendam as mediações, apontem as contradições e recuperem a totalidade dessas relações. Há também produções científicas de reconhecido rigor teórico, às quais tivemos acesso.

146 Assim, o conhecimento produzido sob a perspectiva da totalidade pode contribuir para a reflexão sobre o trabalho nas suas expressões contemporâneas. A raiz de todos os problemas sociais está no modo como a produção se organiza nesta sociedade. Suprimir a questão social implica a supressão da ordem capitalista e de todas as instituições que dela advêm. Certamente, esta é uma tarefa que não pode ser atribuída a nenhuma profissão isoladamente. Em se tratando do Serviço Social, apesar da sua proximidade com a questão social, sua atuação também não escapa às determinações do capital.

Porém, ter essa clareza não significa conformar-se ou render-se ao capital, uma vez que não ignoramos as contradições presentes nesta sociedade. Concordamos com Netto (2001), quando contesta o que denomina de “imobilismo sócio-histórico” e propõe uma intervenção crítica, criativa e comprometida com os propósitos da classe trabalhadora.

A contestação da organização capitalista do trabalho exige a rejeição do conjunto do sistema. Apenas tornando explícita tal contestação é que serão obstadas as reformas hipócritas que tão somente mudam a roupagem das relações, mas em nada alteram suas bases.

147 REFERÊNCIAS

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BAENINGER, R. Rotatividade Migratória: um novo olhar para as migrações no século XXI. Departamento de Demografia e Núcleo de Estudos de

População/NEPO-UNICAMP. XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais.