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Condições a serem observadas para a correta regulação do setor de saneamento

4. A ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS EM MATÉRIA DE

4.2 Diretrizes para uma atuação mais efetiva das agências reguladoras em Santa

4.2.2 Condições a serem observadas para a correta regulação do setor de saneamento

Após explicar a importância do PMSB como viabilidade jurídica para a realização dos contratos, passa-se a relatar condições necessárias a serem enfrentadas por Santa Catarina a fim de buscar uma regulação efetiva por parte das agências reguladoras aqui já criadas.

Nessa quadra, passa-se a análise do percuciente estudo, datado de 2008, realizado pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 2008), o qual traz importantes condições a serem observadas para que a regulação do setor de saneamento básico do estado seja exitosa. Tal estudo organiza estas condições, em verdade, numa série de ações que os partícipes do processo de saneamento devem realizar. Assim, traz atitudes a serem implementadas pela(o): FECAM, Associações de municípios, Poder Executivo Federal, Poder Executivo Estadual, Poder Legislativo Estadual e Poder Legislativo Federal.

Nesse aspecto, a Federação Catarinense dos Municípios (FECAM) possui papel relevante no Estado de Santa Catarina, uma vez que foi criada com o intuito de atender os interesses comuns dos Municípios e tem como finalidade associar, integrar e representar os seus associados de acordo com diversos objetivos que vão ao encontro da valorização e o fortalecimento do municipalismo. Desta forma, caberá a FECAM e as associações de municípios: procurar formas

de sensibilizar os administradores públicos locais, para que estes priorizem investimentos e captem recursos econômicos a fim de utilizar na gestão no saneamento básico; visar promover e formular as políticas e planos de saneamento promovendo capacitações e subsídios técnicos aos Municípios; disponibilizar assessoria para que os Municípios criem consórcios públicos intermunicipais de prestação de serviços de saneamento básico, bem como de regulação e fiscalização desses serviços públicos.26

No que diz respeito ao âmbito Estadual de Santa Catarina, cabe ao Poder Executivo: regulamentar o Fundo Estadual de Saneamento Básico, segundo dispõe a Lei Estadual n. 13.517/05, para que sejam destinados recursos próprios a fim de cobrir a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico, e além disso, sejam custeados os estudos, projetos e obras para o setor; elaborar o Plano Estadual de Saneamento Básico, fundamentado nos planos regionais de saneamento, conforme a Lei Estadual n. 13.517/05; 27

26

De acordo com o mencionado estudo do MPSC, caberá a FECAM e as associações de municípios:

- Buscar meios de sensibilizar os administradores públicos locais para a priorização de investimentos e captação de recursos financeiros para aplicação na gestão do saneamento básico, inclusive para as emendas parlamentares do Orçamento Geral da União;

- Promover, capacitar e subsidiar tecnicamente os Municípios visando a formulação das políticas e planos de saneamento básico;

- Assessorar os Municípios para a criação de consórcios públicos intermunicipais de prestação de serviços de saneamento básico, e de regulação e fiscalização destes serviços públicos;

- Articular com as forças políticas, institucionais e governamentais a criação de condições de apoio e parceria aos Municípios por parte dos governos federal e estadual. (SANTA CATARINA, 2008, p. 08-09).

27

- Regulamentar o Fundo Estadual de Saneamento Básico, conforme previsto na Lei n. 13.517/2005, e destinar recursos próprios para custear a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico, bem como os estudos, projetos e obras para o setor;

- Instalar o Conselho Estadual de Saneamento Básico e as Comissões Regionais de Saneamento por região hidrográfica, conforme disposto na Lei n. 13.517/2005; articulados com os Comitês de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas.

- Elaborar o Plano Estadual de Saneamento Básico com base nos planos regionais de saneamento, de acordo com a Lei n. 13.517/2005, inclusive observando a Lei de Gerenciamento Costeiro e outras afins;

- Oferecer aos Municípios linhas de crédito facilitadas através dos bancos oficiais destinadas ao financiamento das ações de saneamento básico, com taxas de juros reduzidas e prazo de carência e de amortização estendidos.

- Implantar efetivamente as políticas de controle de poluição ambiental, com atenção especial à proteção das águas e do Aqüífero Guarani.

elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico, bem como os estudos, projetos e obras para o setor;

- Instalar o Conselho Estadual de Saneamento Básico e as Comissões Regionais de Saneamento por região hidrográfica, conforme disposto na Lei n. 13.517/2005; articulados com os Comitês de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas.

- Elaborar o Plano Estadual de Saneamento Básico com base nos planos regionais de saneamento, de acordo com a Lei n. 13.517/2005, inclusive observando a Lei de Gerenciamento Costeiro e outras afins;

- Oferecer aos Municípios linhas de crédito facilitadas através dos bancos oficiais destinadas ao financiamento das ações de saneamento básico, com taxas de juros reduzidas e prazo de carência e de amortização estendidos.

Ainda acerca das ações a serem implementadas na Esfera Estadual, entretanto sob a perspectiva do Poder Legislativo, acredita ser necessário: mobilizar e acompanhar o Poder Executivo a fim de que se regulamente a Política de Saneamento Básico no estado e estabeleça programas próprios de investimentos no setor; fiscalizar se os recurso do orçamento estadual destinados ao setor de saneamento estão sendo aplicados de forma correta e eficiente28.

Passa-se agora a dispor acerca das questões a serem elaborados na esfera Federal, sob a ótica do Poder Executivo, sendo assim, deve: regulamentar a Política Nacional de Saneamento Básico, por meio da Lei n. 11.445/07, inclusive para que seja determinado o tempo plausível a fim de que sejam elaboradas as políticas, bem como os planos de saneamento básico e ainda, estabeleça a definição da agência reguladora; destinar verbas financeiras não onerosas, com o intuito de aperfeiçoar a capacidade de gestão do saneamento básico nos Municípios, especialmente para promover o desenvolvimento institucional e a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico; disponibilizar aos Municípios linhas de crédito facilitadas.29

Ainda na Esfera Federal, entretanto sob a perspectiva do Congresso Nacional, acredita-se que este deve priorizar emendas ao orçamento da União com investimentos em saneamento básico, capazes de financiar a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico, bem como os estudos, projetos e obras para a área.30

do Aqüífero Guarani. (SANTA CATARINA, 2008, p. 09-10).

28 - Mobilizar e acompanhar o Poder Executivo para que proceda à regulamentação da Política Esta- dual de Saneamento Básico e defina programas próprios de investimentos no setor;

- Priorizar emendas ao orçamento do Estado para investimentos em saneamento básico, suficientes para custear a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico, bem como os estudos, projetos e obras para o setor;

- Fiscalizar a correta e eficiente aplicação de recursos do orçamento estadual destinados ao saneamento básico. (SANTA CATARINA, 2008, p. 10).

29

- Regulamentar a Política Nacional de Saneamento Básico (Lei n. 11.445/2007), inclusive para estabelecer prazos razoáveis para a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico e a definição da entidade reguladora;

- Destinar recursos financeiros não onerosos para a melhoria da capacidade de gestão do saneamento básico nos Municípios, principalmente para subsidiar o desenvolvimento institucional e a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico;

- Priorizar a destinação de recursos financeiros não onerosos aos pequenos Municípios com baixa capacidade de endividamento para custear a elaboração de estudos, projetos e a execução de obras para o saneamento básico; - Oferecer aos Municípios linhas de crédito faci- litadas através dos bancos oficiais destinadas ao financiamento das ações de saneamento básico, com taxas de juros reduzidas e prazo de carência e de amortização estendidos. (SANTA CATARINA, 2008, p. 10).

30

- Priorizar emendas ao orçamento da União para investimentos em saneamento básico, suficientes para custear a elaboração das políticas e planos municipais de saneamento básico, bem como os estudos, projetos e obras para o setor;

Diante da exposição de diversas frentes de atuação governamentais que devem ser mobilizadas para que se busquem condições para uma atuação efetiva na regulação do setor de saneamento básico, cumpre ressaltar que se tornam necessárias, ainda, importantes mobilizações no sentido da “[ ] ntes reguladores, na renovação de contratos de concessão31 e na aplicação sistêmica da nova Lei [ n. 11.445/07], mormente através da utilização de novas práticas contratuais32 como os consórcios públicos, os contratos de programa e as parcerias público-priv õ ú ” (CASTRO, 2009, p. 277-278, acrescido nosso). Cumpre ressaltar que estas formas de prestação foram analisadas no subitem 2.2 deste trabalho.

4.3 A regulação do saneamento básico (água e esgoto) nos municípios catarinenses