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CONHECIMENTO COMO UM INSUMO E PRINCIPAL ATOR DA INOVAÇÃO

No documento Conteúdo nacional (páginas 33-36)

Segundo Takeuchi e Nonaka43, há diferença entre informação e conhecimento. Esta diferenciação ocorre porque a informação baseia-se em uma nova perspectiva sobre algo, ou também dá significado a algo antes imperceptível, e para tal é necessário para arquitetar o conhecimento. O conhecimento é firmado pela informação, sendo que “[...] a informação é um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado pelo mesmo fluxo de informação, ancorado nas crenças e no compromisso do seu portador”44

.

Neste contexto o conhecimento passou a ser analisado por diversos autores, e um exemplo é Peter Drucker. Este autor afirma que nessa nova sociedade em formação, o conhecimento é o elemento principal, sendo considerado

41 REIS, 2008, p. 37. 42 REIS, 2008, p. 2. 43

TAKEUCHI, Hirotaka, NONAKA, Ikujiro. Gestão do conhecimento. Porto Alegre. Bookman. 2008. 320 p.

44

o único recurso realmente significativo, se tornando a essência do poder financeiro, pois é caracterizado com maior qualidade45.

Empresas que possuem um capital intelectual mais elevado detém um poder econômico expressivo. Atualmente algumas empresas ainda não introduziram o valor do conhecimento, mas as que já inseriram esse valor e dominam o conhecimento em forma de pesquisa, desenvolvimento, design, processos de fabricação, marketing, entre outros, acabam terceirizando o serviço de fabricação por ser pouco lucrativo para a empresa. Essa desmaterialização faz do conhecimento o insumo mais rentável que o aparato material.

Segundo Reis,

O valor de produtos e serviços depende do modo de desenvolvimento dos fatores intangíveis com base no conhecimento, como por exemplo, o know- how tecnológico, a apresentação de marketing, a compreensão do cliente, a criatividade pessoal, a inovação etc. 46

A criação do conhecimento para Takeuchi e Nonaka47 (2008), é baseada em uma estrutura com duas dimensões denominadas de epistemologia e ontologia. Na visão ontológica o indivíduo cria o conhecimento, sendo que o papel da organização é apenas potencializar o conhecimento criado e torná-lo parte da gama de conhecimento da empresa. Já na visão epistemológica os autores se apoiam na definição de Michel Polanyi48, em que o conhecimento é dimensionado como tácito e explícito, onde o tácito é privado de cada indivíduo e difícil de transmitir e formalizar, ao passo que o conhecimento explícito é objetivo e de fácil transmissão e possui linguagem formal. A relação entre essas duas dimensões é chamada de conversão do conhecimento. As empresas que geram o conhecimento dissipando-o por toda a organização e introduzindo em seus produtos.

O conhecimento constitui um ativo intangível que se soma ao ativo tangível da empresa, e ambos constituem as principais causas da competitividade na empresa. O conhecimento depende da aprendizagem. A aprendizagem empresarial tem como propósito a frequente atualização da empresa, sendo responsável pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento das competências essenciais

45

REIS, op. cit.

46

REIS, 2008, p. 2.

47

TAKEUCHI, 2008.

48

da organização, com vias de tornar-se um subsídio para a estratégia competitiva da empresa49.

Assim como o conhecimento é base para a inovação para Drucker50 a inovação é uma das funções básicas de uma empresa, pois há sempre a necessidade de aprimorar o negócio. Segundo o mesmo autor, a inovação inicia com uma ideia até se tornar um produto ou um processo.

2.6 FORMAS DE APRENDIZAGEM

Em Tigre51 aprendizagem é concebida como um processo cumulativo. Com rotinas em que há repetição contínua, sucede em atividades elaboradas de forma mais rápida e com melhor qualidade. O conhecimento e a inovação são atributos centrais do aprendizado no setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC)52.

Para que haja a oportunidade de uma mudança dentro de uma organização, é preciso habilidade para constatar o momento desta mudança, bem como a forma com que ela acontecerá. O aprendizado então se torna essencial, e através de conhecimento acumulado ele torna possível o processo de desenvolvimento e o uso de uma nova tecnologia.53

A principal forma de aprendizado se dá através da pesquisa e desenvolvimento, pois, como sugere Marzano,

[...] seu objetivo o de criar conhecimento, requererá boa dose de criatividade, a qual poderá levar ou não à invenção – segundo o grau de inventividade e a qualificação dos pesquisadores -, a qual, por sua vez, chegará ou não a traduzir-se em aplicações práticas e concretas na vida de cada indivíduo. 54

49

FLEURY, Maria Tereza Leme; JÚNIOR, Moacir de Miranda Oliveira (organizadores). Gestão

estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São

Paulo, Editora Atlas. 2001.

50

Drucker, 1962, apud MONTEIRO, 2011.

51 Tigre, 2006. 52 MELO, 2008. 53 Ibid. 54

MARZANO, Fábio Mendes. Políticas de Inovação no Brasil e nos Estados Unidos: a busca da competitividade – oportunidades para a ação diplomática. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. 2011. p. 48.

Esse método de aprendizagem possui um custo elevado e os resultados não são imediatos, no entanto, é a tática de melhor efeito, segundo Reis. O autor continua afirmando que,

Quando um grupo de pesquisadores de dentro da empresa consegue criar um novo produto ou processo a partir de pesquisas próprias, ter-se-á o nível máximo de apropriação e o nível máximo de exclusividade na tecnologia desenvolvida. Como a empresa detém a tecnologia, poderá decidir se a explora ou se a vende, ou seja, de que modo ela pode usufruir melhor da vantagem competitiva conseguida ao dominar essa tecnologia.55

As vantagens comparativas de uma instituição, na conjuntura do século XXI, estão ligadas às frequentes modificações que expõe ao seu processo produtivo, onde o aprendizado se transforma no mecanismo através do qual as empresas preservam sua vantagem competitiva.

Isto posto, um país apresentaria vantagens em comparação a outros países, sobre determinados produtos. “Dessa forma, as nações devem procurar especializar-se na produção daqueles bens e serviços nos quais detêm vantagens comparativas”56

. Essa teoria de David Ricardo exemplifica um mercado desatualizado, pois atualmente mesmo os países que detém vantagem comparativas de determinados setores, concomitantemente apresentam índices baixos de desenvolvimento e alto nível de pobreza.

Nesse caso, diversos países acabam focando em suas vantagens comparativas – comumente associadas à setores primários, com baixa lucratividade – e deixam de investir em novos setores, especialmente à inovação alinhada à tecnologia, nicho em que as nações desenvolvidas se dedicam há décadas e, por conseguinte, levam vantagem frente à seus competidores.

2.7 DIFUSÃO DA TECNOLOGIA

A difusão tecnologia é compreendida pela adesão de uma tecnologia no mercado com características que condiz com a economia na qual será inserida. Ela causa impactos econômicos mais significativos do que os impactos inovativos. A velocidade da difusão é dada por sua aceitação pela sociedade (Tigre, 2006).

55

REIS, 2008, p. 96.

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No documento Conteúdo nacional (páginas 33-36)