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3.3 Iniciativas e legislações

3.3.1 Situação no Brasil

3.3.1.2 Conselho Nacional do Meio Ambiente

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA e foi implementado em 1981 pela lei 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo ​Decreto 99.274/90​. A composição representativa do conselho é formada por cinco setores: órgãos federais, estaduais, municipais, setor empresarial e sociedade civil. Dessa forma, o CONAMA tem como responsabilidade atribuída estabelecer normas, critérios, deliberações e padrões relativos ao controle e manutenção da qualidade do meio ambiente. As deliberações realizadas pelo CONAMA visam a efetivação dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 2020).

As resoluções do CONAMA que atualmente norteiam e se aplicam aos resíduos eletroeletrônicos são:

​Resolução 401, de 04 de novembro de 2008

A Resolução 401 foi efetuada levando em consideração diversos aspectos sobre pilhas e baterias, tais como: a necessidade de minimização de impactos causados ao meio ambiente, o gerenciamento de materiais que contenham em sua composição chumbo, cádmio, mercúrio e respectivos compostos tóxicos, além da necessidade de diminuir a geração destes resíduos com coleta, reciclagem, tratamento e/ou disposição final adequada. Outro aspecto relevante trata da necessidade de conscientizar os produtores, para se atentarem às tecnologias de produção menos poluentes, e os consumidores sobre o risco destes resíduos à saúde (CONAMA, 2008).

Na resolução são estabelecidos limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio e os critérios e padrões para o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias, de acordo com suas respectivas finalidade e composição. Os produtores nacionais e importadores devem se manter regularizados nos órgãos competentes, exibir anualmente um laudo físico-químico ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA e apresentar um plano de gerenciamento de pilhas e baterias que contemplem uma destinação adequada desses resíduos. Para os estabelecimentos que comercializam estes produtos e assistências técnicas, cabe manter um sistema de recolhimento de pilhas e baterias dos usuários para repasse aos fabricantes e importadores (CONAMA, 2008).

A resolução também estabelece normas para a comercialização de embalagens e materiais de publicidade, que devem apresentar os símbolos adequados para destinação correta bem como as advertências com relação aos riscos ao meio ambiente e à saúde humana. No corpo das pilhas e baterias deve constar a identificação do fabricante e, caso o produto seja importado, a identificação correspondente do importador e do fabricante, além dos riscos à saúde humana e ao meio ambiente e a indicação da necessidade de devolução ao fim do uso para uma rede de assistência técnica autorizada ou um revendedor autorizado (CONAMA, 2008). Na Figura 6 observa-se as simbologias de uso obrigatório citadas.

Figura 6 - Simbologias adotadas para pilhas e baterias

Fonte: Resolução 401, CONAMA 2008.

Outro ponto importante da resolução é o estabelecimento de locais inadequados de descarte dos resíduos, de forma que não é permitida a disposição de pilhas e baterias da seguinte forma:

I - lançamento a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais, ou em aterro não licenciado;

II - queima a céu aberto ou incineração em instalações e equipamentos não licenciados;

III - lançamento em corpos d’água, praias, manguezais, pântanos, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, ou redes de eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação (CONAMA, 2008)

Ademais, a Resolução 401 foi alterada pela Resolução número 424 de 2010, revogando apenas o inciso 16, que trata das normas de importação de baterias chumbo-ácido, níquel-cádmio e óxido de mercúrio. Todas as demais diretrizes e normas da resolução 401 foram mantidas (CONAMA, 2010).

● Resolução 452, de 02 de julho de 2012

A Resolução 452 dispõe sobre a importação de resíduos perigosos e seu depósito, sistematizando procedimentos de controle conforme as normas existentes na Convenção da Basiléia e a lei 12305/2010 (CONAMA, 2012).

A resolução discorre sobre as proibições e procedimentos de controle no capítulo II, e também são apresentadas diversas exigências para importação de resíduos não perigoso, tais como:

I - regularidade perante o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF), gerenciado pelo IBAMA;

II - apresentação de licença ambiental do Destinador de Resíduos, expedida pelo órgão ambiental competente;

III - laudo técnico atestando a classificação da carga de resíduos que esteja sendo importada, exceto nos casos onde houver dispensa fundamentada do IBAMA;

IV - atendimento às normas nacionais e internacionais de acondicionamento e transporte, bem como observância dos cuidados especiais de manuseio em trânsito, inclusive interno, além da previsão de ações de emergência para cada tipo de resíduo;

V - cumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, estadual e municipal de controle ambiental pertinente quanto à armazenagem, manipulação, utilização e reprocessamento do resíduo importado, bem como de eventuais resíduos gerados nesta operação, inclusive quanto à sua disposição final (CONAMA 2012).

É válido salientar que essa resolução dispõe sobre os resíduos sólidos de uma forma geral, tendo uma grande abrangência, e não especificamente sobre os resíduos eletroeletrônicos, ou parte deles. Esta, no entanto, discorre sobre alguns compostos presentes nos REE em sua classificação dos resíduos perigosos classe I, como mostra o exemplo abaixo:

Resíduos que tenham como elementos constitutivos: Y19 Carbonilos metálicos

Y20 Berílio; composto de berílio Y21 Compostos de cromo hexavalentes Y22 Compostos de cobre

Y23 Compostos de zinco

Y24 Arsênico; compostos de arsênico Y25 Selênio; compostos de selênio Y26 Cádmio; compostos de cádmio Y27 Antimônio; compostos de antimônio Y28 Telúrio; compostos de telúrio

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