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Tecidas as considerações gerais e necessárias a respeito do instituto da astreinte, bem como da conceituação de cadastro restritivo de crédito, impende analisá-la sob o enfoque da consequência da minoração da multa aplicada, fixada

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SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Agravo de instrumento n. 2012.006755-7. Relator: Des. Luiz Carlos Freyesleben. Florianópolis, 25 de abril 2012. Disponível em:

<http://app6.tjsc.jus.br/cposg/servlet/ServletArquivo?cdProcesso=01000L4UZ0000&nuSeqProcesso Mv=null&tipoDocumento=D&cdAcordaoDoc=null&nuDocumento=4394704&pdf=true>. Acesso em: 24 maio 2012.

na decisão que concedeu tutela antecipada, com o fito de exclusão do nome do autor dos cadastros restritivos de crédito.

A previsão de minoração ou majoração da multa aplicada encontra respaldo legal no § 6º do artigo 461 do CPC39, o qual prescreve que pode o juiz alterar o valor da astreinte, caso verificado seu excesso, situação em que provocaria o enriquecimento sem causa do autor ou a sua insuficiência, que venha a estimular o réu ao descumprimento voluntário, pautando a decisão nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, em virtude do valor irrisório arbitrado, raros são os casos, conforme se verá adiante, em que o juiz ou colegiado aumentam o valor respectivo da astreinte.

Não se pode olvidar no que se refere ao cabimento da multa, tratada no subitem 2.4.6, que plenamente cabível sua aplicação nas hipóteses de descumprimento de obrigação de fazer, alvo do presente estudo, com a finalidade de compelir o réu ao cumprimento da decisão exarada.

Sobre o dispositivo legal em comento, leciona Nery Junior:

A periodicidade e o aumento da multa se justificam pelo fato de ser a multa medida de execução indireta, destinada a forçar o devedor a cumprir a obrigação; a diminuição da multa é injustificável, porque a multa não é destinada a fazer com que o devedor a pague, mas que a não pague e cumpra a obrigação na forma específica40.

A questão que se insurge, neste caminhar, é que não são raras às vezes, em que pese o descumprimento injustificado dos comandos judiciais, as multas aplicadas vêm sendo reduzidas a patamares inferiores, baseando, a decisão que as minora, na impossibilidade de enriquecimento sem causa do autor.

Silva, em seu dicionário jurídico, conceitua o enriquecimento ilícito ou sem causa41 como sendo o que “promove empobrecendo injustamente outrem, sem

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BRASIL, Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, loc. cit. 40

NERY, Rosa Maria de Andrade; NERY JUNIOR, Nelson. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p. 674.

41“Em que pese o enriquecimento ilícito seja tratado como sinônimo do enriquecimento sem causa, prática esta difundida entre operadores do direito, doutrinas e dicionários jurídicos, há diferença substancial quanto ao seu significado dentro de um ramo. O enriquecimento ilícito trata-se, em verdade, de figura específica do direito administrativo, ligado aos atos de improbidade administrativa, previstos na Lei n. 8.429/92. O enriquecimento sem causa, foco do presente estudo, por sua vez, é um princípio informador de todo o direito privado, previsto nos artigos 884 à 886 do Código Civil, em que veda o enriquecimento de um pelo empobrecimento de outrem sem justa causa, ou seja, sem motivo aparente”. Cf. NANNI, Giovanni Ettore. Enriquecimento sem causa. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 100-106.

qualquer razão jurídica, isto é, sem ser fundado numa operação jurídica considerada lícita ou uma disposição legal”42

.

Para caracterização do instituto do enriquecimento sem causa, conforme prescreve o artigo 884 do CC43, há necessidade da ocorrência de: existência de um enriquecimento; que este enriquecimento seja à custa de outrem; e que haja ausência de justificativa para tal enriquecimento, ou seja, que não tenha causa aparente.

Assim, no caso em questão, caso haja fixação de multa para exclusão do nome do autor do rol de inadimplentes, vislumbra-se a possibilidade da execução da multa fixada, em virtude da verificação do inadimplemento do devedor, não ensejando, portanto, uma das causas de enriquecimento sem causa.

Nesse diapasão, é o entendimento do Desembargador João Henrique Blasi:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MULTA POR INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÃO. ALEGADO CERCEIO DE DEFESA. CONTROVÉRSIA QUE PODE SER SOLVIDA COM A PROVA ENCARTADA NOS AUTOS. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PATENTEADO. EXECUTADA QUE NÃO TROUXE À BAILA QUALQUER FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DA EXEQUENTE. DESCABIDA MINORAÇÃO DO QUANTUM FIXADO A TÍTULO DE ASTREINTE. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. [...]

"A legislação processual busca dar efetividade às decisões judiciais. Por isto, para evitar o descumprimento de ordens judiciais, as normas processuais estabeleceram a aplicação de multa. Entretanto, algumas partes, em especial grandes conglomerados econômicos, atuam de forma temerária, como em um cassino, realizando uma aposta. Ou seja, desrespeitam frontalmente uma decisão judicial, muitas vezes para pressionar a parte contrária, tendo plena consciência da multa fixada, mas na aposta de que, ao final, conseguirão a redução da multa, em nome da razoabilidade, da proporcionalidade e do enriquecimento ilícito. Não se pode olvidar que bastaria ter cumprido a decisão e nenhuma multa seria aplicada. O Poder Judiciário não pode atuar para estabelecer sua própria desmoralização pública. A parte que assume descumprir uma ordem judicial deve assumir as devidas consequências, não lhe sendo lícito pleitear

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SILVA, Plácido e. Vocabulário jurídico. Revista e atualizada por Nagib Slaibi Filho e Geraldo Magela Alves. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 309.

43 “Art. 884. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido”. Cf. BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:

redução da multa quando lhe deu causa por ação e/ou omissão ilícita44.

Salienta-se, neste particular, que o valor da multa deve ser observado no montante fixado na decisão interlocutória que deferiu a tutela antecipada, situação vivenciada no presente estudo, e não no valor final que será executado, ou seja, se a decisão que fixou as astreintes foi pautada nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, o valor culminante da desobediência do comando judicial, não há de se discutir acerca do enriquecimento sem causa do autor.

O valor da astreinte deve, assim, ser alto o suficiente para influir no ânimo do devedor, a fim de que cumpra a decisão judicial voluntariamente, temendo a violação do seu patrimônio, com o fito principal de minorar os prejuízos do autor advindos da inscrição.

Neste sentido, embora seja entendimento minoritário, vale citar as palavras do Desembargador substituto do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Altamiro de Oliveira, ao proferir o voto na apelação cível de n. 2011.079209-7, que guerreava pela minoração da astreinte fixada na decisão em que concedeu tutela antecipada para exclusão do nome do autor dos cadastros de inadimplentes. Veja- se:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO E DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDOS DE CONDENAÇÃO À INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E DE EXCLUSÃO DO NOME DO AUTOR DE ÓRGÃO RESTRITIVO DE CRÉDITO. RELAÇÃO JURÍDICA NÃO EVIDENCIADA. DÉBITO INSUBSISTENTE. PEDIDOS PROCEDENTES. MULTA COMINATÓRIA LIMINARMENTE FIXADA. PLEITO DE MINORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MEIO COERCITIVOINDIRETO DE CUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL. VALOR ARBITRADO QUE SE MOSTRA RAZOÁVEL PARA ATENDER AO FIM PRECÍPUO DO INSTITUTO E EVITAR A REITERAÇÃO DA CONDUTA QUE SE VISA COIBIR. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

[...]

A multa diária - astreinte - deve ser fixada em valor razoável, justamente para compelir a parte obrigada a cumprir a determinação judicial, e de outro norte, impedir que não volte a reincidir em atitude perniciosa. Conquanto a valoração da multa seja ato discricionário do Magistrado e não exista, a priori, limite para a sua fixação, o julgador, ao analisar as particularidades do caso concreto, a capacidade econômica das partes e a natureza da obrigação a ser cumprida, deverá estabelecer uma soma adequada a influir no ânimo do devedor, sem com isso importar a ruína deste ou a ineficiência

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SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Agravo de instrumento n. 2011.089333-7. Relator: Des. João Henrique Blasi. Florianópolis, 23 de março de 2011. Disponível em:

http://app6.tjsc.jus.br/cposg/servlet/ServletArquivo?cdProcesso=01000KK9T0000&nuSeqProcesso Mv=null&tipoDocumento=D&cdAcordaoDoc=null&nuDocumento=4283526&pdf=true. Acesso em: 24 maio 2012.

da medida. RECURSOS DE AGRAVO RETIDO E DE APELAÇÃO CÍVEL. CONHECIDOS E DESPROVIDOS45.

Para a aferição da razoabilidade e proporcionalidade, tanto mencionadas nos parágrafos antecedentes, não se deve utilizar como parâmetros o valor da multa diária e o valor da obrigação, em virtude da ausência de dependência entre as duas situações, haja vista que o que se deve aferir, realmente, é a indisposição do devedor em cumprir a decisão exarada pelo Judiciário, salientando que se reconhece, apenas, o excesso de multa “quando ultrapassasse o necessário para coagir o réu recalcitrante”46

.

Até porque, se fossem analisados o valor da multa e o valor da obrigação, como parâmetros para aferição da monta, dever-se-ia observar, de igual maneira, os dissabores vivenciados pelo autor, quando teve seu nome inscrito indevidamente nos cadastros restritivos de crédito, ou, alternativamente, seu nome mantido no rol de mal pagadores, mesmo após ordem judicial.

E nesse caminhar, colhe-se do excerto do voto proferido pela Ministra Nancy Andrighi, exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do Recurso Especial n. 1.192.197 – SC (2010/0082101-0):

Em primeiro lugar, rogo todas as vênias ao i. Min. Relator, mas não me parece que a confrontação por ele realizada – entre o valor da multa diária e o valor da obrigação principal – deva servir de parâmetro para aferimento da proporcionalidade e razoabilidade da sanção. O que se deve levar em consideração é a disposição da parte em cumprir a determinação judicial. Além disso, fosse o caso de confrontar o valor da multa diária com a expressão econômica envolvida na controvérsia, haveríamos de levar em conta também todos os prejuízos e dissabores decorrentes da manutenção indevida do nome do autor nos cadastros restritivos de crédito por mais de 08 meses, o que, com bem lembrou o i. Min. Relator, deve ser veiculado e ressarcido em ação própria e autônoma47.

Aliás, o valor da multa, como já dito, deve ser calcado em monta suficiente a influir no ânimo do devedor, para que este efetue o cumprimento

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SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Apelação cível n. 2011.079209-7. Relator: Des. Subst. Altamiro de Oliveira. Florianópolis, 28 de fevereiro de 2012. Disponível em:

<http://app6.tjsc.jus.br/cposg/servlet/ServletArquivo?cdProcesso=01000K6MK0000&nuSeqProcess oMv=null&tipoDocumento=D&cdAcordaoDoc=null&nuDocumento=4218783&pdf=true>. Acesso em: 16 maio 2012.

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AMARAL, 2004, p. 104. 47

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial n. 1.192.197-SC. Relatora: Min. Nancy Andrighi. Brasília, DF, 7 de fevereiro de 2012. Disponível em:

<https://ww2.stj.jus.br/processo/jsp/revista/abreDocumento.jsp?componente=COL&sequencial=202 68727&formato=PDF>. Acesso em: 18 maio 2012.

voluntário da obrigação. Assim, que efetividade terá a decisão que conceder a tutela antecipada se, transcorrido lapso considerável entre a determinação e o cumprimento, o autor arcar com os mais variados prejuízos advindos da renitência do réu e, na tentativa de executar, a multa for minorada, sob a alegação de que causará enriquecimento sem causa de sua parte?

A maioria dos descumprimentos verificados ocorre por parte de grandes empresas prestadoras de serviço, tais como de telefonia, fornecimento de energia elétrica e grandes instituições financeiras o que, por si só, já justificaria a fixação mais elevada da multa.

Ora, a minoração aqui tratada, com a devida vênia, serviria apenas para fomentar o descumprimento e a ineficácia dos comandos judiciais, em virtude da ausência de punição severa. Em razão disso, comumente nos deparamos com o descumprimento judicial injustificado, por parte do devedor, haja vista ser sabedor de que, quando se insurgir acerca do patamar atingido a titulo de astreintes, o que ocorrerá, provavelmente, na impugnação ao cumprimento de sentença, será a redução do patamar a ponto de, no mais das vezes, beneficiar a parte devedora da obrigação, qual seja, o réu.

Sobre o assunto, já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Resp de n. 1.026.191 – RS (2008/0022819-1):

Nos termos de precedente, se o único obstáculo ao cumprimento de determinação judicial para a qual havia incidência de multa diária foi o descaso do devedor, não é possível reduzi-la, pois a astreinte tem por objetivo, justamente, forçar o devedor renitente a cumprir sua obrigação. A conclusão que se retira do contexto fático é que foi realmente necessário o acúmulo de uma multa pesadíssima para que o agravante, finalmente, cedesse à ordem judicial.48.

Assim, não se faz justo, embora permitido por lei, que o juiz minore a astreinte anteriormente fixada, quando a multa atingir valor elevado, eis que o descumprimento injustificado da obrigação ocorreu por iniciativa exclusiva do réu, haja vista a necessidade em se manter a efetividade dos provimentos jurisdicionais, bem como evitar a desmoralização do Poder Judiciário.

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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial n. 1.026.191-RS. Relatora: Min. Nancy Andrighi. Brasília, DF, 23 de novembro de 2009. Disponível em:

<http://www.jusbrasil.com.br/filedown/dev2/files/JUS2/STJ/IT/AGRG- RESP_1026191_RS_1259812720967.pdf>. Acesso em: 18 maio 2012.

A justiça aqui tratada significa o respeito à igualdade de todos os cidadãos. Trata-se, em verdade, de um princípio básico, que visa na sua essência, manter a ordem social, através da preservação dos direitos, com a consequente pacificação social.

Devido à importância de tal princípio, é tratada como ponto nodal no discurso de juramento de conclusão do curso de Direito49, como sendo um dos principais objetivos pela busca do tratamento igualitário, bem como pelo respeito à integridade das partes.

Neste particular, salienta-se que, caso haja conflito entre direito e justiça, deve prevalecer esta última. Assim, embora o juiz esteja vinculado diretamente à letra fria da lei, poderá aplicar, ao caso concreto, sua interpretação com relação ao direito descrito, visando à prevalência, em todos os casos, da justiça, bem como a proteção da parte mais vulnerável do processo que, no presente estudo, trata-se do autor inscrito indevidamente.

Fica desta forma, sugestão tendente a manter as astreintes fixadas, independentemente dos patamares que elas possam atingir visando, sobretudo, garantir prestação efetiva e justa para as partes.

49

"Juro, como Bacharel em Direito, no exercício das minhas funções e do meu ofício, respeitar os princípios sobre os quais se assentam as leis, guiar-me à luz da ética, sempre em busca da justiça, e dos valores humanos, valendo-me do Direito como instrumento máximo para assegurar aos homens os seus direitos fundamentais e intocáveis, sem distinção de qualquer natureza. E, acima de tudo defender a liberdade, pois sem ela não há direito que sobreviva, nem paz que se

concretize". Cf. O EXAME de ordem. Disponível em:

5. CONCLUSÃO

À vista do elaborado ao longo deste trabalho, pode-se concluir que as astreintes foram criadas com o objetivo de constituir meio efetivo para forçar o devedor a cumprir voluntariamente as decisões judiciais, salientando que a multa aplicada ao caso perdurará até o cumprimento, por parte do réu, da obrigação imposta na decisão judicial.

Podem ser fixadas ao longo do trâmite processual, como no caso específico em estudo, nas decisões que concedem antecipação dos efeitos da tutela para exclusão do nome do autor dos cadastros restritivos de crédito, tendo sido criado, ta instituto, visando compelir a morosidade judicial existente, a fim de fornecer resposta rápida e eficaz, ainda que temporariamente, a parte litigante.

Frisaram-se, oportunamente, os efeitos advindos da inscrição ou manutenção indevida do nome do autor dos cadastros restritivos de crédito, defendendo-se a manutenção das astreintes como maneira coerciva a obrigar o devedor a cumprir voluntariamente a obrigação.

Entretanto, em que pese à finalidade primária da multa seja a coerção exercida sobre o devedor, percebe-se que, no mais das vezes, sua finalidade não é exercida, em virtude da minoração de sua monta a valores irrisórios os quais, como já visto, fomentam o descumprimento das ordens judiciais.

De outro turno, pôde-se perceber que os dispositivos atinentes a fixação da astreinte deixam amplo campo de aplicação do instituto ao juiz que, analisando o caso concreto, deverá aplicá-las na melhor maneira que convier ao caso analisado inclusive, de ofício.

Assim, conclui-se que as astreintes podem ser meios efetivos para o cumprimento das decisões judiciais, desde que sejam fixadas e mantidas nos valores originais, como forma de desestimular o descumprimento das ordens judiciais por parte dos devedores que, por simples renitência, deixam de cumprir os comandos judiciais, injustificavelmente.

REFERÊNCIAS

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