• Nenhum resultado encontrado

3° CAPÍTULO

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para Paloma Blanco, “a arte pública seria este local de negociação da

comunidade e de contestação de territórios urbanos” 167 onde é possível agenciar

relações através da arte. A dimensão espacial das práticas artísticas quando estendida ao espaço público, torna por ampliar a discussão sobre a especificidade do campo artístico, já que se desdobra em uma prática com a comunidade em uma espacialidade agregada à experiência.

Através do convívio com o universo das hortas, novas possibilidades de convívio se abriram, permitindo com que um olhar processual artístico fosse possível, causando uma descontinuidade em nossos dias. Os procedimentos de cura e de preservação ecológica foram compartilhados por benzedeiras, rezadeiras, curandeiras, médico homeopata, farmacêutico, cultivadores de hortas e a comunidade em geral. O cruzamento entre o mundo imaginário oferecido pelo conhecimento das ervas, assim como o poder de cura pelos alimentos orgânicos também trouxeram ao meu cotidiano novas possibilidades de pensar o espaço público.

Pensar a possibilidade da implantação de processos artísticos junto à comunidade promoveu mecanismos que favoreceram a criação e ampliação de novos espaços e situações de empoderamento. No que diz respeito às práticas artísticas desenvolvidas nesta comunidade, o empoderamento acontece enquanto a comunidade é consciente das atitudes que toma e as insere em seu convívio.

A proposição do projeto de pesquisa em arte coletiva promoveu encontros que geraram como produto uma série de relatos de experiências, promovendo o

167BLANCO, P. Explorando el terreno. In: BLANCO, Paloma (org). Modos de hacer: arte crítico, esfera

pública y acción directa. Salamanca: Universidad de Salamanca, 2001 p.23-50 .

118 deslocamento de um espaço institucional em arte para um espaço de convívio chamado “Aqui Horta Coletiva”, culminando na manutenção ou construção de algumas hortas com função comunitária.

No caso dos agenciamentos, foi fundamental ter iniciado a proposição de táticas colaborativas através da Escola Acácio Garibaldi. A receptividade da Professora Deise me fez acreditar que é possível realizar uma proposta em conjunto que reúna arte e ecologia mesmo quando incentivada por um membro externo à comunidade escolar. Neste tipo de agenciamento foi possível mostrar que o artista pode ocupar um papel de articulador entre os interesses da comunidade e seus espaços sociais. Os alunos puderam contar com trocas entre os campos de saber que uniram em uma só dinâmica as artes plásticas, ciências, culinária e física. Foram produzidos sabonetes, maquetes, papéis, mudas e desenhos. Como maior dificuldade, tivemos que enfrentar um calendário letivo recheado por greves, além do desinteresse pela proposta por grande parte dos professores e alunos.

No contato com Seu Landinho pude conhecer diferentes caminhos para uma vida natural, visando uma longevidade em contato com a natureza, sem perder o instinto de preservação do espaço público como maneira de garantir histórias de vida e suas origens. Aprendi com Seu Landinho sobre os diferentes cultivos em declive, assim como pude adquirir o aprendizado que a monocultura desgasta e prejudica o solo, sendo mais pertinente para o local, a proposição de uma biodiversidade. Nossa maior dificuldade foi a diferença de idade que tínhamos, assim como nossos horários. O dia para Seu Landinho começava às cinco horas da manhã e acabava antes das dez da noite. O que mais nos uniu foi a necessidade de pensarmos juntos novas formas de preservação do espaço público e ambiental para as futuras gerações de nativos.

Com Carlinhos estabeleci um convívio que me fez repensar o uso da terra que ficam na beira das estradas, pois aprendi a dar valor para qualquer espaço em que se possa desenvolver algum cultivo. Carlinhos demonstrava carinho pelas plantas e pelo outro quando deixava clara sua intenção em cultivar alimentos orgânicos. Minha maior dificuldade com Carlinhos foi também um grande aprendizado, pois sua disponibilidade era inconstante. Carlinhos não permitia que

119 fossem gravados relatos e imagens. Quando ele se deparou com um dos vídeos realizados, veio a destruir toda horta. Aprendi com ele que nem tudo pode ser documentado em uma relação que se propõe ao convívio, assim como percebi que o uso da imagem pode oferecer ameaça dependendo do ponto de vista como é percebida.

Valdir Agostinho foi responsável por deixar em mim a marca de um trabalho em arte que nunca deve parar, tendo em vista a preservação ambiental. As ações do artista revelam como é valioso um trabalho em arte que pense em sensibilizar a comunidade para a produção, coleta e seleção de lixo como um material reciclável e potente para novos usos. Valdir dá potência à lógica da família Agostinho quanto inventa novas formas de pensar a questão ambiental.

Ao conhecer Dona Benta vi o quanto é possível articular a distinção de tempos passado e futuro em um mesmo lugar. A necessidade de preservação do legado feminino é mantido através do universo de cura e pela confecção de rendas de bilro. Esta função social feminina que remete à preservação de hábitos de uma cultura local são rearticulados por Dona Benta ao ter que atualizar sua participação em um tempo presente de especulações imobiliárias que abatem a região. Neste sentido, Dona Benta tornou-se uma referência local tanto pelo cultivo de diferentes ervas medicinais, como por alugar ou vender algum imóvel na região.

A realização da Horta Vertical em minha casa foi muito importante pelo fato de dar sentido a uma plataforma de ação e colaboração que uniu, ao longo do tempo, as diferentes etapas do projeto, seus desejos ali representados através da construção de uma horta com fins comunitários. O encontro contou com a participação da comunidade, vizinhos, moradores em geral e do grupo de pesquisa Arte e Vida nos Limites da Representação do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (CEART/UDESC). A proposta de Hortas Verticais é um projeto de autoria e coordenação do Prof. José Kinceler (Zé) e tem sido compartilhado em diferentes comunidades da Ilha de Florianópolis. É possível afirmar que a horta foi um dispositivo que possibilitou a integração entre o espaço institucional e o comunitário em que possíveis afastamentos deixaram de existir.

120 Outras formas de convívio e expansão do projeto também foram vivenciadas durante esta pesquisa. No convívio com Marcelo e Ricardo Neki na Praia do Rosa, foi possível ver a aplicabilidade e acessibilidade de recursos e técnicas naturais para um modo holístico de vida que preveja desde a construção de moradias até a forma como se pensam as relações de convívio. As propostas em permacultura acabaram por estimular que eu levasse adiante estes procedimentos como forma de pensar o espaço para outras situações. As ações desenvolvidas em outras localidades, como as Hortas Urbanas em São Paulo, a proposta de Espaços Bioconstruídos para a Ilha do Valadares no Paraná e as Hortas Comunitárias em Alegrete foram iniciativas que também propiciaram processos de transformação na realidade das pessoas e dos lugares.

Durante o tempo que morei na Fortaleza da Barra da Lagoa foi possível estabelecer um salutar convívio com esta comunidade que muito bem me acolheu. Ao tentar articular uma proposta que pudesse nos envolver em um procedimento colaborativo, encontrei no cultivo das hortas com função comunitária a possibilidade de uma prática que também evidenciava as etapas de um processo artístico em arte pública de novo gênero. A prática artística desenvolvida me levou a algumas reflexões e fundamentações teóricas que me ajudaram a entender e a criar dispositivos para a configuração de novos espaços colaborativos abertos a esta comunidade.

.A presença do outro foi evidenciada pelo registro de imagens, escuta de relatos, proximidade física e construção de relações de afeto que se formaram na coleção de trajetórias e de convívios entre as pessoas, cúmplices destes caminhos. A partir deste convívio, fui interagindo cada vez mais com situações que me motivaram promover certos ativismos e colaborações junto com a comunidade sob o ponto de vista ambiental.

Uma colaboração se converte em participação pública quando os artistas passam a incluir a comunidade ou o público ao processo. Esta estratégia tem a virtude de converter-se em um catalisador critico para a troca e a capacidade de estimular de diferentes maneiras a consciência dos indivíduos ou comunidades participantes em seu entorno social (LACY, S. In: BLANCO. 2001; Tradução livre para o trecho)

121 Durante o processo de convívio desenvolvi uma metodologia própria de utilização do espaço comunitário, baseada no vínculo, o qual me propiciou coleta de dados, trocas de experiências e de saberes para a promoção de uma ação coletiva. Como agentes externos, estas ações tiveram como base:

a) A proposta metodológica a partir de Suely Rolnik tendo como base a leitura dos trabalhos em arte pública da dupla Maurício Dias e Walter Riedweg168.

b) Procedimentos metodológicos que devem ser seguidos por Antoni Remessar tendo como base o Observatório de Arte Pública de Barcelona para trabalhos em Arte Pública169:

As experiências sociais coletivas desenvolvidas na Fortaleza da Barra da Lagoa, a partir do cultivo de hortas, puderam modificar em algum sentido o olhar da comunidade sobre os problemas ambientais e do cuidado com o outro. A esfera pública é um lugar de experiência social geral, que sintetiza tudo que é real ou relevante para todos os membros da sociedade. Mesmo que persista a contradição entre a crescente socialização do ser humano junto à forma reduzida de sua vida privada, a esfera pública articulará uma necessidade social alimentada por espaços

168 Conforme citado na Introdução: 1) ir ao encontro do universo onde pretendem se inserir e deixar-

se impregnar pelo convívio; 2) selecionar os elementos que integrarão o dispositivo – pessoas, modos, lugares, bem como as dimensões a serem mobilizadas; 3) escolher as estratégias de interação com o grupo escolhido de modo a criar as condições de uma vivência compartilhada; 4) invenção de meios de comunicação circunscritos ao público da arte; 5) invenção de meios de comunicação para um público mais amplo e variado, em expansão e em muitas direções ao mesmo tempo.

169 Conforme citado no Capítulo 1: 1) participação: aumentar a participação dos cidadãos no que diz

respeito ao pensamento, moldando propostas para abordar o uso público, a partir de uma perspectiva local própria, possíveis desenvolvimentos e planos de ação no território da cidade; 2) informação: estabelecer um sistema de informação pública com base nas características de representação de seus componentes e em sua capacidade de disseminar informações em seus grupos de origem, como associações culturais, etc.; 3) treinamento: educar os participantes sobre temas, técnicas e habilidades analíticas em nível territorial e regional, assim como perceber as diferenças entre seus diferentes desejos, expectativas e a viabilidade dos resultados; 4) divulgação: feita pelos participantes, tendo a comunidade como foco, além de estar aberta para novos membros.

122 de circulação de idéias, espaços de lazer, entre outras divisões. É um meio para uma forma de expressão que relaciona todos os membros privados da sociedade de forma integrada com suas necessidades sociais. A esfera pública tem valor de uso quando a experiência social se organiza dentro dela.

A união entre as práticas populares da Fortaleza da Barra e a inserção de métodos artísticos possibilitou que fossem gerados vídeos e imagens que se configuraram como táticas junto ao cotidiano. A união destas práticas apontou para novos procedimentos, códigos, suportes e canais de circulação que também lhe deram a pertinência como um processo comum entre diferentes modos de fazer. Todos os procedimentos de encontro foram preferencialmente colaborativos, coletivos e processuais.

Tendo em vista minha participação como artista mediadora, tentei estabelecer o foco nas possibilidades de novas experiências estéticas através de ações não assistenciais, mas que facilitariam a inclusão da comunidade em uma prática artística onde eu mesma me incluiria. Diferentes experiências e processos coletivos em espaços abertos, como a horta comunitária, proporcionaram o desencadeamento de ações e fortaleceram outros aspectos comunitários, colaborando com questões locais que foram tomando forma ao longo do processo (preocupações ambientais, projetos ecológicos, plantio de orgânicos).

Durante a execução do projeto compreendi que as hortas eram mais do que um lugar de plantio, pois representaram um espaço colaborativo de idéias e de trocas a partir de relações que se tornaram afetivas.

No convívio com a comunidade me inseri como colaboradora em ações locais como encontros comunitários sobre as enchentes locais, a maré alta, e a conseqüente destruição de casas. Participei de reuniões abertas para chamar a atenção ao salvamento de tartarugas marinhas na beira da praia, e da conquista pelo aumento dos horários dos ônibus. Contribui com as festas religiosas e encontros comunitários sobre as decisões locais sobre saúde, distribuição de fichas para consultas e medicação gratuita. Estas participações em manifestações e lutas

123 por direitos, entre outras problemáticas, alimentaram nosso convívio facilitando a proposição de um projeto colaborativo em arte.

Após um ano de convívio foi possível estabelecer a mútua confiança comunitária e os encontros passaram a promover novas conversas. Desta forma percebi que o uso dos espaços públicos destinava-se não somente ao cultivo de hortas medicinais como sentimento de cura, mas também como forma de assegurar o cuidado sobre o uso sobre terras que poderiam ser futuramente comercializadas na clandestinidade.

A partir das relações de convívio com a comunidade, diferentes moradores se mobilizaram para uma participação e realização do projeto. A continuidade da proposta foi marcada por uma participação flutuante, característica comum em agenciamentos coletivos gerados por uma demanda voluntária. Esta flutuação pode ser considerada como um aspecto naquilo que M. Mafessoli170 define como uma forma de flexibilidade que possuem as novas tribos ao permitirem que seus integrantes tenham a liberdade de escolha em sua adesão e freqüência.

Para os antigos moradores do local, as suas participações sociais são marcadas através de um cotidiano que remonte seus conhecimentos ancestrais. A valorização destes antigos saberes aumenta o valor imaterial de ações como a pesca artesanal, a manufatura de redes e tarrafas, a manutenção dos barcos. Em uma micropolítica171 estas ações são movimentos de resistência ao afastamento da rotina local quanto aos sistemas hegemônicos que nos impõem trabalhos de menor valia. Apesar destas ações serem caracterizadas por seu primitivismo, ainda hoje continuam gerando diferentes sentidos às gerações atuais, assim como novas possibilidades dentro da comunidade como sistema econômico local. A preservação

170 MAFESSOLI, M. A transfiguração do político – A tribalização do mundo. 3ª. Edição. Porto Alegre:

Sulina. 2005, p. 203

171 Micropolítica foi um fundamento proposto por Felix Guattari e Suely Rolnik em 1986 e amplamente

divulgado a partir da publicação do livro Micropolíticas: cartografias do desejo, Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1986 em que os autores fazem referência às organizações inseridas dentro de uma macropolítica que desenvolvem movimentos de ocupação resistência dentro de um sistema maior, podendo alterar seus hábitos e costumes.

124 da cultura local e a atuação em um campo não específico podem fazer gerar a arte. Nestas brechas tornava-se possível a entrada de novas propostas como a proliferação de hortas comunitárias. Em outras palavras, a vida local, fruto deste convívio na comunidade, se desenvolve junto às grandes rupturas culturais, econômicas e sociais sem perder suas tradições locais, fazendo gerar assim, novos sentidos através de processos que são também artísticos.

O sentimento de solidariedade é algo primordial nas relações, assim como a necessidade de manifestações massivas de proximidade física em que se expressa o nível de socialização, cooperação, proteção recíproca, alcançado pelo processo de produção coletiva. Em princípio, esta necessidade da proximidade física é a forma inversa proposta ao afastamento dos indivíduos nos dias de hoje pela crescente individualização e automatização da vida cotidiana. No espaço colaborativo de uma horta as ações são de afastamento de uma sociedade que não vê o outro, assim como de proximidade de uma micropolítica que enxerga este outro em todas as suas etapas colaborativas.

A horta comunitária como experiência de convívio abriu novos canais de conexão com outras estruturas existentes em nosso campo de atuação. As conversas promoveram diálogos com diferentes moradores, assim como o uso de diferentes espaços comunitários como estruturas locais de convívio, entre eles: mercado do Seu Landinho, ponto 06 de ônibus da Rodovia Jornalista Manoel de Menezes, salão paroquial da Igreja São José, salão do Educandário Espírita Templo de Luz, casa da Alessandra, casa da Saula, casa da Dona Benta, casa do Valdir Agostinho, casa do Carlinhos, entre outros [figura 1c]

Figura 1c Valdir Benta escola Carlos Marina Landinho

125 O entendimento de uma estrutura rizomática172 é, sem dúvida, encontrado em um espaço em que novas vivências são desencadeadoras de múltiplos olhares, pois o artista como mediador promove práticas que criam sempre novas maneiras de fazer arte integrada ao contexto comunitário.

As narrativas coletivas tornaram acessíveis os mundos distantes que habitavam seus passados históricos, revelando as origens da comunidade. Durante nosso convívio fui testemunha do apego e orgulho que os nativos têm de sua origem portuguesa provindas da colonização açoriana ainda no século XVIII. Através da contação de muitas histórias173 – o que revela a potência da oralidade como fonte de conhecimento de uma história local - fui compreendendo as dinâmicas familiares que até hoje habitam a comunidade. Como no exemplo anteriormente citado quanto ao trabalho de Judith Baca em Great Wall of Los Angeles174

, quando o artista leva

adiante a investigação sobre a permanência de uma prática artística participativa, ele pode chegar a transformar o sentido de pertencimento de um contexto na visão coletiva de um lugar baseado em suas histórias. Práticas artísticas desenvolvidas por comunidades através de movimentos coletivos promovem maior pertencimento da comunidade às questões políticas e sociais, assim como aumentam o empoderamento local sobre estas questões.

A horta acabou sendo também um espaço de inclusão, pois reuniu diferentes histórias e pessoas, como pescadores, mulheres e crianças que desejavam estarem juntos uns com os outros. O convívio gerado através destes encontros fizeram durar estas diferentes histórias de vida.

172 O conceito de Rizoma proposto por Deleuze e Guattari, originalmente adotado na botânica e

transplantado para um contexto filosófico, emerge como uma oportunidade de compreensão da internet e do ciberespaço, cujas características comuns são um corpo sem órgãos, onde não existe nenhum centro, onde nada está predefinido e as ligações se fazem através de linhas que podem interligar qualquer ponto a outro.

173 Durante a pesquisa de campo pude ter algumas conversas com o contador de histórias Ingobert

Vargas, responsável pelo projeto de contação de histórias desenvolvido no ponto de cultura Barca do Livros , aberto à comunidade. Uma vez por semana o espaço de contação de histórias destinava-se ao resgate da cultura local.

174

126 O espaço da horta passou a ser o simultâneo espaço da arte e do convívio. A produção de uma horta comunitária como espaço de produção reafirma a condição da experiência de vida e deste espaço como condição presente para a produção e potencial da arte como transformadora deste espaço social e suas relações.

No Brasil, como no mundo, entre os anos 60 a 90, ocorreram mudanças significativas nos campos político, econômico e social. Em 1970 as discussões sobre micropolítica tornaram-se o foco como questões que envolvem os processos de subjetivação e sua relação com o político, o social e o cultural. A micropolítica, bem como articulação com a macropolítica, esteve presente nos embates entre as forças que permearam a produção da realidade em contraponto com a modernidade. O outro deixou de ser simplesmente objeto de projeções de imagens e passou se