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Capítulo 7 - Conclusões Finais

7.4. Considerações finais

O artesanato de Barcelos é uma das vertentes mais apreciadas pelos visitantes, por ser

original e criativo, valorizando-se o símbolo do “Galo de Barcelos” pela sua dimensão

nacional e internacional. Estas atrações etnográficas são acontecimentos especiais, que

constituem atrações que geram importantes movimentos turísticos, ajudando a criar uma

boa imagem do destino. Depois de analisar todos os benefícios do artesanato, articula-se

a necessidade de investir no turismo no concelho e dinamizar a componente artesanal.

Como tal, é necessária uma aposta no conhecimento e na aprendizagem, a criação de

escolas, formações, workshops na área do artesanato para poder haver sangue novo a

entrar. Nota-se que a maior parte dos artesãos já estão a terminar as suas carreiras, e não

tem quem siga os seus passos. É necessário não deixar morrer esta arte, e quando o

artesanato deixar de ter esta ideia de excelência, qualidade e rigor artístico vai perder uma

faixa de público muito grande.

De uma geral os artesãos consideram a criatividade no artesanato algo importante e

fundamental, mas não têm condições para dispensarem gratuitamente tempo e espaço

para este tipo de atividades. Como todas as atividades profissionais, os artesãos utilizam

a sua sabedoria e arte como forma de sustento, ou seja, necessitam que a sua atividade

seja remunerada para poderem expor aos clientes o seu serviço completo e diferente.

Assim é crucial a ajuda municipal, de forma a interagir com o meio artesanal e combater

as lacunas existentes na oferta, ou seja, perante os artesãos. Para, perante o mercado,

apresentar uma oferta dinâmica e única. Cor, movimento, vida e cultura, são estas as

palavras que melhor descrevem o que é um exemplo de proatividade e uma combinação

perfeita entre tradição, inovação e modernidade. Barcelos é detentor de uma beleza única,

a arte, a história, e, sobretudo, as pessoas fazem de Barcelos um espaço ímpar e único que

se destaca por isso mesmo do contexto minhoto onde se insere.

APÊNDICES

Apêndice I – Guião da Entrevista

Questões:

1. Quais os tipos/ segmentos de turismo que considera relevantes em

Barcelos?

2. Sente que o cliente valoriza/reconhece o valor pelo facto de ser

co-produtor de determinado bem ou serviço? (exemplo: aprender a fazer o galo de

Barcelos)

3. Considera o Artesanato uma arte relevante e com peso económico no

mercado turístico?

4. No que concerne ao Artesanato de Barcelos, que fatores considera

determinantes na escolha de decisão/escolha de compra do consumidor?

5. Quem é o consumidor tipo deste mercado? Segmento de mercado?

6. Sendo Barcelos a capital do artesanato, qual é a perceção dos residentes

perante o mercado turístico existente?

7. Sendo o turismo uma atividade multifacetada, e feita de pessoas, considera

que o turismo criativo pode representar uma vantagem competitiva para Barcelos?

(esclarecer o que é o Turismo Criativo)

8. Que importância dá ao marketing experiencial no contexto do artesanato

em Barcelos? Pode falar um pouco sobre isso?

9. Considera que o Marketing Experiencial e o turismo criativo poderão

favorecer a satisfação do consumidor e fomentar uma maior fidelização?

(recomendação ou revistas)

10. É de opinião que o marketing experiencial e o turismo criativo pode

favorecer o sentimento de pertença (attachement/afetividade) do visitante – turista

em relação à cidade de Barcelos?

11. Que lacunas acha que existem na oferta turística de Barcelos?

12. Por fim, tendo em conta a sua experiência profissional, o que deveria ser

feita para tornar a cidade de Barcelos numa “cidade criativa”.

Apêndice II – Entrevista a Diretor regional de Turismo

Entrevista ao Diretor do turismo

Entrevista a 7 de maio de 2017 no Posto de Turismo Regional

Questão: Quais os tipos/ segmentos de turismo que considera relevantes em

Barcelos?

Inquirido: Barcelos, antes de mais, comunga do que é o normal atribuído ao produto do

Minho, não fosse Barcelos o coração do Minho. Em termos geográficos, obviamente que

tudo o que tem haver com o turismo gastronómico, o turing cultural e paisagístico, e o

turismo religioso são de facto as grandes bandeiras. No que diz respeito à atratividade e

aquilo que é percecionado como argumentos principais do produto, aqui comunga um

pouco a questão do Minho. Naturalmente, aqui não podemos dissociar outros produtos,

como as festas e romarias, os próprios eventos, são de facto as marcas maiores.

Naturalmente neste contexto do turing cultural e paisagístico, existem em Barcelos duas

atividades muito fortes, chamam-se o artesanato e feira semanal, que são alavancas de

promoção e de atração, não só para Barcelos, mas para toda a região, e de toda a região.

Com atenção percebemos que os turings que operam no norte de Portugal, grande parte

opera no Minho, naturalmente tem Barcelos bem visível, precisamente por esta dinâmica,

quer da feira, quer do centro histórico, quer do artesanato… Permita-me só acrescentar

que, naturalmente em escalas menores, mas em crescimento, há outros tipos e turismo, e

eu estava-me a lembrar do turismo de natureza, que o concelho tem uma enorme vocação,

e tem vindo a crescer, muito ligado à questão do turismo desportivo, tendo vindo a obter

um franco crescimento, consecutivamente por alguns eventos que se tem desenvolvido

nessa área, tendo potencial para desenvolver este tipo de turismo, e a procura é cada vez

maior. É importante que também tenhamos essa noção, depois há aqui uma faixa, que tem

haver com o seu trabalho, que tem um fraquíssimo desenvolvimento nos últimos 5anos,

que é o turismo criativo. Nós temos ateliês já com o número de fluência muito próximo

de 1 milhão de turistas por ano, o que dá aqui alguma margem de crescimento. Grande

parte do turismo organizado que se vai fazendo, nomeadamente ao turismo por território,

tem a vertente do turismo criativo. Só para concluir, outro patamar que está em

desenvolvimento dos últimos tempos, 4 a 5 anos, é o turismo infantojuvenil, cada vez

mais o território e as suas unidades são procuradas por este tipo de público,

nomeadamente na perspetiva do turismo organizado, em que junta a parte criativa e as

próprias condições de acessibilidade e de facilidade de acesso da cidade ao público do

turismo infantojuvenil.

Questão: Sendo o turismo uma atividade multifacetada, e feita de pessoas, considera

que o turismo criativo pode representar uma vantagem competitiva para Barcelos?

Inquirido: Sim, naturalmente que sim, até porque o turismo criativo tem a vertente

sempre da experiência, que é o grande paradigma do turismo criativo. Neste momento é

a experiência, ou seja, eu estive lá, a busca do autentico, o contacto com o local, com as

dimensões patrimoniais e diferenciadores do território e obviamente, sendo assim,

existindo capacidade de operação no terreno para proporcionar esse tipo de experiências,

obviamente que estamos a criar uma nova linha de negócio, que os territórios que melhor

se capacitarem a este nível terão varias vantagens competitivas, e vantagem comprativa

com os demais territórios no tal curto e médio prazo dos 3 a 5 anos.

Questão: Sente que o cliente valoriza/reconhece o valor pelo facto de ser co-produtor

de determinado bem ou serviço? (exemplo: aprender a fazer o galo de Barcelos)

Inquirido: É a tal dimensão criativa da experiência, e dizer: “eu fiz o galo de Barcelos”,

“eu pintei o galo de Barcelos”, “eu modelei o Santo António…”, essa dimensão tem um

valor competitivo brutal no contexto do que é o turismo de experiências, e nomeadamente

o turismo criativo. Porque? Proporciona, ou seja, eu venho a Barcelos, posso comprar um

galo, mas o pintar o meu galo vai ser sempre uma dimensão de experiência de mais

profunda, que existe muito mais capaz. Simplesmente o facto de eu dizer que comprei um

galo de Barcelos, igual a qualquer outro lado é banal, mas eu vir aqui, contactar com os

artesãos ter a dimensão da experiência, do contato, do original e do exótico é fundamental.

Damos ao cliente o contacto com a realidade cultural do território, que tem ação com os

locais e deixa valor com a unidade, porque pagou aquele serviço. Portanto, há esta

dimensão que é competitiva e muito reconfortável, relativamente aos territórios que não

se estão a preparar. Quando estamos a falar do turismo criativo não podemos focar só no

artesanato, ou na gastronomia, o próprio caminho de Santiago, a própria agricultura, é

suscetível de criar experiências a este nível. A vantagem do turismo criativo é que tu

envolves a pessoa no teu contexto, e a OMT diz exatamente isso, que o turismo criativo

é de facto o caminho para valorização dos territórios de baixa densidade e para

diferenciação dos territórios no âmbito deste mundo, cada vez mais competitivo, onde o

marketing dos territórios e das cidades e cada vez mais agressivo.

Questão: Considera o Artesanato uma arte relevante e com peso económico no

mercado turístico?

Inquirido: Sim, naturalmente que sim. Eu estou convencido que o artesanato deve rondar

os 8% da população ativa do concelho de Barcelos, portanto, sendo assim estaremos

sempre a falar de um valor de faturação de milhões de euros por ano. Diretamente, toda

a dimensão do artesanato representa esse nível e muito relevante em termos económicos,

criando o efeito do tal potencial para o próprio território, porque eu se vejo uma peça do

Mistério numa loja do porto e tiver a possibilidade de ir conhecer a oficina, de estar com

o artesão, eu a seguir vou comer, eu posso dormir, portanto a economia acaba por

aumentar. É importante que você diga isso no seu trabalho, muitas vezes isolamos o

artesanato, como uma arte, algo quase bonificado, o artesanato é algo dinâmico e

altamente propulsor a gastos no território. Depois tem a vantagem de atrair um público

de alta gama, que se desloca de lisboa, estou a dar um caso concreto, para viver a

inauguração de uma exposição, para viver e ir ao artesanato. Isto potencia a dinâmica da

viagem e é muito rica em termos económicos e muito central para a economia local. Só

para ter ideia, aqui e ali na torre entraram por ano 100mil pessoas, em que o motivo

central, nomeadamente na torre, e sempre o artesanato ganha a dimensão económica

enorme. Depois aqui temos o setor da feira que e outro fator altamente proporcional que

liga identidade, profissão, artes e ofícios e comércio.

Questão: No que concerne ao Artesanato de Barcelos, que fatores considera

determinantes na escolha de decisão/escolha de compra do consumidor?

Inquirido: O artesanato de Barcelos curiosamente tem muitos contextos, porque repare,

você tem no artesanato uma faixa de art & craft lovers, gente que é louca por artesanato

e em Portugal centra-se nos grandes centros urbanos, nomeadamente nos mais bem

formados. Procuram os temas como a religião, os santos, os presépios e afins. Valorizam

muito a excelência da peça, a dimensão artística e o nome da peça. Depois há uma

dimensão do turista, que vai e compra, para dizer que esteve em Barcelos e tem a prova,

tem uma peça autêntica. Portanto, há esta dimensão, mas acima de tudo valoriza o

artesanato, e especialmente naquela que é a produção, neste momento, mais rica em

Portugal, tendo muita qualidade. No dia que o Artesanato se deixar de ter esta ideia de

excelência, qualidade e rigor artístico vai perder uma faixa de publico muito grande.

Questão: Quem é o consumidor tipo deste mercado? Segmento de mercado?

Inquirido: É assim, é um bocado plural, como lhe digo. Há um segmento primeiro onde

estão os colecionadores e os art & craft lovers, depois temos, a nível do turismo, o

chamado mercado de segundas e terceiras gerações de Portugal, brasileiros, franceses,

que compram porque aqui era a terra dos avós e lhes lembra a família e fins. E depois

temos os espanhóis que gostam muito do artesanato e que compram. Por fim, temos o

turista nórdico que compra mais por circunstância ou porque gostou. Obviamente que

aqui o cliente português, cliente brasileiro compra muito mais. E generalizando estamos

a falar de uma gama media e alta e numa faixa etária na meia idade, não há muito mais.

Depois há outra questão, que é dimensão criativa de cada artesão que entronca em

públicos distintos. O Carlos Dias tem uma linha jovem enquadrada em ambientes

urbanos, mas a Conceição Sapateiro tem linhas mais formais e pesadas, mas enquadrado

numa linha mais formal e mais tradicional. E isso e que dá vida ao artesanato.

Questão: Sendo Barcelos a capital do artesanato, qual é a perceção dos residentes

perante o mercado turístico existente?

Inquirido: As pessoas ao longo dos anos, apesar de tudo, perceberam que o turismo é um

setor económico e uma alavanca de desenvolvimento. Porque dá emprego, aliás, se

analisar o número de empreendimentos que abriram nos últimos 7/8 anos percebe isso. A

restauração é um setor perfeitamente crucial no turismo, onde a grande parte dos clientes

decorre do setor turismo. Hoje em dia começamos a ver que as pessoas olham para o

desenvolvimento da cidade já na perspetiva do turismo, e sentem quando o turismo não

está ao nível do que eles se habituaram, ainda que inconsciente revela uma tendência para

uma perceção mais capaz do impacto do turismo na atividade económica. Eu vou lhe dar

um exemplo, as unidades de restauração até não valorizam muito isto, mas quando tem

os fins de semana temáticos, que movimenta a tal massa de 4mil pessoas do turismo

gastronómico, elas querem estar, querem ir buscar receitas extras, nomeadamente em

época baixa. Isto induz a uma receção mais capaz no efeito que o turismo tem nos seus

negócios em particular, quer em si mesmo e no todo como um conjunto, portanto isto é

muito importante. O barcelense em si começa a perceber que é fundamental a ligação ao

turismo para a sustentabilidade dos negócios que a cidade disponibiliza, nomeadamente

na área do comercio tradicional. As escolas do concelho aqui têm um plano fundamental

porque vão discutindo esse tema, o próprio IPCA vai levando que na base comece a existir

uma consciência mais capaz.

Questão: Que lacunas acha que existem na oferta turística de Barcelos?

Inquirido: Na oferta turística de Barcelos continua a haver uma lacuna estrutural, que é

inexistência de uma unidade na hotelaria, que apesar de estarem em franco

desenvolvimento, é necessária uma unidade de hoteleira com argumentos de fixação,

nomeadamente um hotel de 3 estralas, com piscina, com miniténis… isso é uma lacuna.

Uma outra que eu identificava é a falta de organização no setor do paisagismo, que me

parece que o concelho tem um potencial enormíssimo, os montes panorâmicos, tem que

haver aí desenvolvimento a esse nível, bem como, numa maior e melhor capitalização no

que diz respeito aos rios, ao que eles podem trazer o concelho, nomeadamente para a

animação turística. Ao nível do artesanato parece-me que é necessário um reforço de

sinalização, é necessária uma maior consciencialização dos artesãos para um novo tempo,

que é o tempo do turismo criativo, em que o artesão não precisa sair do ateliê para vender,

porque o turista está a chegar à porta dele. Mas o artesão não está preparado para essa

realidade. No município temos reduzido isso e não perdido a ligação aos operadores,

trazendo-os para os nossos espaços, dando várias formações. Mas é importante o plano

de internacionalização, pode ser que esteja para breve, mas são fatores que não podemos

perder de vista, até por causa da sustentabilidade destas questões.

Questão: Que importância dá ao marketing experiencial no contexto do artesanato

em Barcelos? Pode falar um pouco sobre isso?

Inquirido: Acima de tudo eu acho que juntando o marketing experiencial ao marketing

do território, não há muitos territórios que tenham a dimensão criativa e a propagação do

que existe em Barcelos. Agora o marketing experiencial é importante que seja trazido

desde que o território tenha a noção que a criatividade pode ser uma alavanca de

desenvolvimento, que as escolas, as instituições, pegam neste contexto e o levem para

novos contextos. Por exemplo o contexto de multimédia e o ligam com o artesanato no

sentido que as pessoas que chegam a Barcelos sintam uma cidade criativa, viva e intensa.

Questão: Considera que o Marketing Experiencial e o turismo criativo poderão

favorecer a satisfação do consumidor e fomentar uma maior fidelização?

(recomendação ou revistas)

Inquirido: Sim claramente que sim, a junção destes dois pode provocar que Barcelos seja

um território que provoca fidelização, não só em Barcelos, mas no âmbito da experiencia

do que é Minho, Barcelos ser o coração de experiencia em termos de turismo criativo, e

era interessante que o Porto e Norte olhar para o território imenso da região norte e criar

alguns polos onde se utilizasse o marketing experiencial para promover um conjunto de

polos criativos em algumas áreas, como literatura, gastronomia, artes e ofícios, musica…

e aqui, no seu todo, criar estes polos e criar aqui uma rota de turismo experiencial e

turismo criativo. Acho que o caminho tem que ser esse e vai ser esse.

Questão: É de opinião que o marketing experiencial e o turismo criativo pode

favorecer o sentimento de pertença (attachement/afetividade) do visitante – turista

em relação à cidade de Barcelos?

Inquirido: É impossível participar, em turismo criativo, por exemplo de famílias, onde

está, por exemplo o Mário Coutinho, um supor, na mesma mesa com dois filhos, um pai

e uma mãe, seja nacional ou internacional, é impossível durante aquelas duas horas não

se gerar circuitos de afetividade e interação. Isso é um património, em termos de

fidelização de clientes avassalador, é o mesmo que tu teres um hotel de estrelas com uma

estrutura enorme e na entrada tens um rececionista que não vale nada, arrebentas com

tudo. Agora se tu estiveres neste processo em que o criador acaba por ser um pedagogo,

um criador de experiência, naturalmente se criar uns circuitos de afetividade e sugere uma

dimensão de fidelização ao próprio território, e à arte que estão a fazer, sendo uma

experiencia que marca, e uma experiencia que marca é fundamental. Gerindo a

multiplicação de experiência, como nos temos verificado, por circuitos de familiares, de

amigos, transacionais…

Questão: Por fim, tendo em conta a sua experiência profissional, o que deveria ser

feita para tornar a cidade de Barcelos numa “cidade criativa”.

Inquirido: Essa pergunta até é pertinente, porque nos neste momento estamos num

processo que é a tentativa de inscrever Barcelos na rede mundial da UNESCO de cidades

criativas, porque Barcelos já é, por definição e por contextos históricos, segundo os

critérios da UNESCO, uma cidade criativa, porque me nenhum território em Portugal e

em poucos na Europa você vai encontrar uma realidade criativa tao vasta, plural e tão

histórica. Recordava-lhe só as palavras de Samberto Lomeu no sec. XVI, ao Papa,

dizia-lhe que se ele quisesse Padres, que não pecasse, ele arranjava alguns, mas era de barro e

eram da zona de Prado e Barcelos, já nesse tempo havia uma dimensão criativa

importante. E obviamente que agora é preciso, para Barcelos ser uma cidade criativa, que

a comunidade se envolva mais, que os artesãos percebam que não vão vender só trabalhar

para a loja, mas também para criar experiências. Isso e fundamental, porque nenhum

processo turístico se consegue fazer o que que seja se não tens os próprios, a comunidades,

os autores do processo. Acho que este processo esta a correr bem, e este conceito do

turismo criativo tem entrado, e eles próprios estão a perceber. Ainda a dias me diziam:”

Isto devia haver autocarros de turismo e virem para aqui e não sei o que”, mas e preciso

haver preparação, sem matar o espírito local, para que os artesãos tenham capacidade e o

marketing experiencial elenque nessa atividade criativa.

Apêndice III – Entrevista ao Artesão de Ferro e derivados

Entrevista a 7 de agosto na Feira de Artesanato regional

Questão: Considera relevante a implementação do Turismo criativo no meio

artesanal?

Inquirido – Isso depende da área que for. A minha área é o cobre, ou seja, existem outros

artesãos do barro, do vime, do ferro, do linho, que para o turista acaba por ter mais

interesse.

Questão: Como é que é realizado a arte do cobre? Onde tem origem as suas peças?

Inquirido: Eu começo as minhas peças a partir de uma simples chapa, tudo dependendo

da peça que for pretendida, mas tudo começa na chapa. Existem chapas que tem de ser

cravejadas, outras não. No caso de um simples tacho, apenas é cravejado o rabo, porque

uma taça já tem todo o cravejo embutido na peça. Existindo ainda algumas que tem de

ser soldadas para se poder trabalhar. Isso varia imenso da peça pretendida, mas a maioria

dá muito trabalho e dedicação a estrutura-las. Muitas ainda levam uma solva, para

emendar o cobre e vai dar precisamente um tacho do género dos que tenho exposto.

Questão: Habitualmente o seu local de trabalho é onde? Numa oficina mecanizada,

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