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Capítulo 6 – Análise e Discussão de resultados

6.2. Temáticas abordadas e análise de dados

Ostentando a análise do estudo formulou-se um guião de entrevista (apêndice I), à merce

de doze questões, idealizando seis temáticas de observação, de forma aos entrevistados,

da área artesanal. darem a sua opinião mais concisa, perante a estabilidade do mercado

turístico, apresentado as seguintes temáticas:

Tabela 4 - Temáticas abordadas

Fonte: Elaboração própria

Temáticas

1 Segmentos relevantes de turismo

2 Valor do artesanato perante o mercado turístico

3 Consumidor artesanal/ perceção dos residentes

4 Vantagens competitiva do turismo criativo

5 Satisfação do mercado perante o marketing experiencial e turismo criativo

6 Lacunas e soluções para uma “Cidade Criativa”

As entrevistas foram dirigidas pessoalmente nos respetivos ateliês, demoraram cerca de

60 minutos. O guião de entrevista foi submetido a apreciação junto do professor

orientador, da qual resultou pequenas alterações, particularmente no que diz respeito à

sua dimensão e conteúdo.

Procedendo, para a questão do tipo de segmento do turismo relevante para o território de

Barcelos é apresentada a temática do segmento relevante de turismo, de modo a sintetizar

o estudo e apresentar as respostas mais importantes e significativas.

De forma a conhecer um pouco mais o artesanato e o seu valor perante o mercado turístico

foram organizadas três questões pertinentes, sendo: sente que o cliente valoriza/reconhece

o valor pelo facto de ser coprodutor de determinado bem ou serviço; se considera o

artesanato uma arte relevante e com peso económico no mercado turístico; e ainda, no

que concerne ao artesanato de Barcelos, que fatores considera determinantes na escolha

de decisão/escolha de compra do consumidor. Numa outra temática foi implementado o

tipo de consumidor artesanal e qual a perceção dos residentes, perante a dimensão do

artesanato para o território.

Numa vertente mais prática foi considerado o tema do turismo criativo, analisando as suas

vantagens competitivas perante o mercado envolvente, em benefício de obter um estudo

mais pormenorizado e autêntico.

Utilizando os conceitos em estudo, o marketing experiencial e o turismo criativo,

questionou-se aos entrevistados sobre a sua importância num contexto artesanal, o

favorecimento e satisfação do consumidor e a relação turista em conexão à cidade de

Barcelos.

Por fim, em fase de concussão foram analisadas as lacunas e possíveis soluções para

tornar a cidade de Barcelos numa cidade mais criativa, confrontando os entrevistados

perante a sua experiência profissional.

Em suma, para um melhor esclarecimento desta recolha de dados é apresentada, em forma

de tabelas, algumas frases ilustrativas, retiradas das entrevistas concretizadas, sendo:

Tabela 5 - Segmentos de turismo

Fonte: Elaboração própria

Temática 1: Segmentos relevantes de turismo

Entrevistado Frase ilustrativa

Diretor do

turismo em entidade

regional

“… no turing cultural e paisagístico, existem em Barcelos duas atividades

muito fortes, chamam-se o artesanato e feira semanal, que são alavancas de promoção

e de atração, não só para Barcelos, mas para toda a região, e de toda a região.”

Nesta primeira temática apenas o entrevistado 1 apresentava conhecimento concreto e

real para formular a sua opinião, foi possível analisar que Barcelos, antes de mais,

comunga do valor que é atribuído ao produto do Minho, não fosse Barcelos o coração do

Minho. No que diz respeito à atratividade e áquilo que é percecionado como argumentos

principais do produto, aqui comunga um pouco a questão de estarmos inseridos no meio

minhoto. Com atenção percebemos que os turings que operam no norte de Portugal,

grande parte opera no Minho, naturalmente tem Barcelos bem visível, precisamente pela

dinâmica da feira, do centro histórico e principalmente do artesanato. Claramente, este

território usufrui de um vasto leque de oferta muito apreciada pelos turistas, como a

cultura e paisagem envolvente…, mas, o artesanato, é sem dúvida, um dos grandes

suportes económicos no turismo barcelense.

Quando analisamos o reconhecimento do artesanato, foi possível obter diversas

apreciações perante os entrevistados, onde, de forma geral, todos se prenunciaram e

mostraram grande satisfação. Para um melhor esclarecimento foi criada uma tabela com

as frases mais ilustres, sendo:

Tabela 6 - Valor do artesanato

Fonte: Elaboração própria

Temática 2: Valor do artesanato perante o mercado turístico

Entrevistado Frases ilustrativas

Diretor do

turismo em entidade

regional

“Simplesmente o facto de eu dizer que comprei um galo de Barcelos,

igual a qualquer outro lado é banal, mas eu vir à região, contactar com os artesãos

ter a dimensão da experiência, do contato, do original e do exótico é

fundamental…”

Artesão de ferro

e derivados

“O turista valoriza e reconhece, mas para comprar não aparece muito

neste momento. Ao nível que os anos passam esta área tem vindo a cair

estrondosamente...”

Artesão de

cestaria e vime

“… turista á o que mais valoriza e atualmente, pela Internet também

estamos a ser valorizados, a nível internacional…”

Artesão de

figurado

“… o turista é igual a todos os outros, cada um tem a sua especificidade

e a sua cultura, a sua forma de ver e interpretar as coisas… a nível artesanal,

fundamentalmente quando procura algo, quer o que nos visita, quer mesmo nós

enquanto visitantes, procuramos colher a identificação do povo que visitamos,

acho que eles fazem isso… sinto que as pessoas me felicitam pelas minhas peças

e sentem amor nelas…eu trabalho para as lojas e por encomendas, acho que o

artesanato trabalha muito bem, eu profissionalmente vivo só disto.”

Artesão de

figurado

“Eu tenho um tipo de artesanato que se enquadra muito bem

com o tipo de turista que visita o nosso país, os temas são universais,

como o presépio e são imagem que não ofendem, não ferem e isso

enquadra-se no turista moderno, e creio que é um produto que esta

enquadrado com o momento que vivemos.”

Artesão de

bordados e crivo

“Sinto que o artesanato é muito valorizado, muito mesmo,

porque é perfeito, é feito à mão…”

Claramente o artesanato é um serviço muito apreciado no mercado turístico, não só pela

sua oferta autêntica, mas sobretudo pela qualidade apresentada no trabalho de cada

artesão, que, de uma forma rústica cada um representa peças diferentes e com marca no

mercado, e isso acaba por dar um maior certificado para os visitantes. Cada artesão, sem

exceção, é reconhecido por pormenores que o diferenciam, e são essas distinções que os

destacam para cada um dos visitantes, consoantes gostos ou apreciações.

Segundo o entrevistado 1 o artesanato ronda cerca de 8% da população ativa do concelho

de Barcelos, portanto, perante a economia depara-se sempre com um valor de faturação

de milhões de euros por ano. Diretamente, toda a dimensão do artesanato representa um

nível muito relevante em termos económicos, criando um grande potencial para o próprio

território. Contudo, muitas vezes isolamos o artesanato, como uma arte, algo quase

bonificado, mas, o artesanato é algo dinâmico e altamente propulsor a gastos no território.

Tem a vantagem de atrair um público de alta gama, que se desloca de grandes cidades

para vivenciar o artesanato. Isto potencia a dinâmica da viagem e é muito rica em termos

económicos e muito central para a economia local.

Após uma análise do valor do artesanato recaiu a necessidade de estudar um pouco o

público que este engloba, não só o externo, mas também os residentes, a sua perspetiva e

perceção perante o artesanato, e o que este requer para o mercado. Como tal, criou-se a

seguinte tabela:

Tabela 7 - Consumidor artesanal

Fonte: Elaboração própria

Entrevistado Frases ilustrativas

Artesão de

figurado

“… eu trabalho maioritariamente com a classe média, alta, pessoas na

casa dos 50, se bem que ultimamente tenho lidado muito com jovens, porque faço

caricaturas e obviamente para oferecer aos amigos, é muito bom”. “Eu trabalho

mais para colecionadores, espaços modernos e decorativos, publico jovem,

essencialmente”

Artesão de

bordados e crivo

“O meu público é maioritariamente para turistas franceses… quem vem

aqui fica encantado, trazem uma foto da internet, se eu não

fizer exatamente igual, eles não o pagam. O meu trabalho sai perfeito, sou

demorada, eu sei isso, mas o trabalho para ser perfeito precisa do seu tempo…”

Temática 3: Consumidor artesanal/ perceção dos residentes (cont.)

Nesta temática houve uma maior discórdia perante os entrevistados, partilham

diversificadas opiniões consoante o ramo artesanal que praticam. Para os entrevistados 3

e 4, os artesãos de figurado, o consumidor é uma classe média e alta, que gosta e compra

com mais frequência, mesmo os residentes, apesar de não consumirem muito, valorizam

e acarinham imenso esta arte. Para as restantes artes, perante os artesãos, existe um pouco

de esquecimento, pois a arte que praticam não é tão popular e apreciada no meio turístico.

Em contrapartida, os entrevistados 8 e 9 consideram os residentes bons compradores,

apesar de não despenderem muito dinheiro, consomem e usufruem dessa arte para seu

proveito.

Seguindo uma sequência na entrevista surgiu a oportunidade de inserir a temática do

turismo criativo, analisando a sua vantagem competitiva perante o mercado envolvente.

Retirando algumas ilações importantes, sendo:

Temática 3: Consumidor artesanal/ perceção dos residentes

Entrevistado Frases ilustrativas

Diretor do turismo

em entidade

regional

“… artesanato deve rondar os 8% da população ativa do concelho de Barcelos,

portanto, sendo assim estaremos sempre a falar de um valor de faturação de milhões

de euros por ano. As pessoas ao longo dos anos perceberam que o turismo é um

setor económico e uma alavanca de desenvolvimento. Porque dá emprego, aliás, se

analisar o número de empreendimentos que abriram nos últimos 7/8 anos percebe

isso…”

Artesão de ferro e

derivados

“… normalmente a classe média alta, são os que mais compram…”

“Os residentes não compram, e não valorizam muito. Somos um concelho ligado

ao artesanato em geral e à cerâmica em particular, mas isto vende alguns artesãos,

os de "nome", vendem bastante porque tem nome, os outros não vendem assim…”

Artesão de madeira “O meu público alvo é todo em geral, desde crianças a idosos. Eu na feira de

Barcelos era fazer e levar, vendo imenso…”

“Se me disser viver só mesmo do artesanato, é difícil…”

Artesão de cestaria

e vime

“O meu público é todo em geral, porque tenho fases do ano que produzimos um

certo artigo, consoante a ocasião, e durante outra época do ano, reproduzimos outro,

acabando por abranger todo o tipo de público.”

Tabela 8 - Vantagem do turismo criativo

Fonte: Elaboração própria

O turismo criativo, de uma forma generalizada, é um conceito que provoca interesse e

curiosidade perante os entrevistados. Os artesãos que estão mais ligados ao turismo

prenunciam-se com um maior interesse perante este novo conceito, até porque o este tipo

de turismo tem sempre a vertente da experiência, que é o grande paradigma do turismo

criativo. Neste momento é a experiência, ou seja, a vivência, a busca do autêntico, o

contacto com o local, com as dimensões patrimoniais e diferenciadores do território e

notoriamente, sendo assim, existindo capacidade de operação no terreno para

proporcionar esse tipo de experiências, está a ser criada uma nova linha de negócio, que

os territórios que melhor se capacitarem a este nível terão várias vantagens competitivas,

Temática 4: Vantagem competitiva do turismo criativo

Entrevistado Frases ilustrativas

Diretor do

turismo em entidade

regional

“…tem no artesanato uma faixa de art & craft lovers, gente que é

louca por artesanato e em Portugal centra-se nos grandes centros urbanos…

procuram os temas como a religião, os santos, os presépios e afins.

Valorizam muito a excelência da peça, a dimensão artística e o nome da

peça… esta dimensão, mas acima de tudo valoriza o artesanato, e

especialmente naquela que é a produção, neste momento, mais rica em

Portugal, tendo muita qualidade.”

Artesão de

figurado

“Além de querer ter contacto com o quotidiano, o turista procura a

identidade de um território, ou seja, algo que ele possa ter em casa e diga

assim: eu estive neste país, isto é este país”. “… é muito importante e

interessante, em vez de ficar na cidade, trazer os turistas às oficinas, é uma

ideia muito interessante. Eles mexerem no barro, e compram a sua própria

peça, é muito interessante”. “… a palavra criatividade é um bom motivo

para, em termos culturais, Barcelos tem muito por onde lhe pegar, o

artesanato aqui, ou em qualquer parte no mundo é bonito, podem não

consumir, mas gostam de ver como se faz.”

Artesão de

bordados e crivo

“… no que diz respeito aos bordados acho muito bem, seria muito

bom. Teria toda a disponibilidade para receber todo o tipo de turista…”.

“… não tenho mãos a medir, não tem problemas, eu gosto que os

turistas venham ver o meu trabalho, para eles verem como é feito.”

e vantagem comparativa com os demais territórios num curto e médio prazo, dos 3 a 5

anos.

Se perante os artesãos o turismo criativo é um benefício na competitividade com o

mercado envolvente, e consecutivamente um maior rendimento, perante o consumidor

existe a necessidade de reconhecer este conceito. Proporcionando o tema do marketing

experiencial foi questionada aos entrevistados, consoante o seu contacto com o mercado

turístico, como seria a satisfação do mercado perante o marketing experiencial e o turismo

criativo, no qual foi possível obter algumas ilações, apresentando na seguinte tabela.

Tabela 9 - Satisfação do mercado

Fonte: Elaboração própria

Temática 5: Satisfação do mercado perante o marketing experiencial e o turismo

criativo

Entrevistado Frases ilustrativas

Diretor do

turismo de entidade

regional

“… juntando o marketing experiencial ao marketing do território,

não há muitos territórios que tenham a dimensão criativa e a propagação do

que existe em Barcelos. Agora o marketing experiencial é importante que seja

trazido desde que o território tenha a noção que a criatividade pode ser uma

alavanca de desenvolvimento…”

Artesão de ferro

e derivados

“Acho que sim, é importante. Dirigem-se muitos turistas ao turismo

de Barcelos, se de lá começassem a indicar os pontos às pessoas, elas se calhar

até vinham…” “Isso é que era uma boa ideia, mas é muito difícil. Porque a

falta de acessibilidade em muitas zonas é um problema que seria necessário

resolver…”.

Temática 5: Satisfação do mercado perante o marketing experiencial e o turismo criativo

(cont.)

Numa fase mais conclusiva, os entrevistados analisaram o mercado com estes novos

conceitos, e, de um modo geral, consideram que estes conceitos são, sem dúvida, uma

mais valia para o artesanato. O facto de Barcelos ser o coração de experiência em termos

de turismo criativo, era interessante que o Porto e Norte olhasse para o território imenso

da região norte e cria-se alguns polos onde se utilizasse o marketing experiencial para

promover um conjunto de polos criativos em algumas áreas, como literatura, gastronomia,

artes e ofícios, música… e aqui, no seu todo, criar estes polos e criar aqui uma rota de

turismo experiencial e turismo criativo.

A participação de famílias em turismo criativo, por exemplo o pai, um supor, na mesma

mesa com dois filhos e a mãe, seja nacional ou internacional, é impossível durante aquelas

duas horas não se gerar circuitos de afetividade e interação. Isso é um património, em

termos de fidelização de clientes avassalador, neste processo em que o criador acaba por

ser um pedagogo, um criador de experiência, naturalmente, se existirem uns circuitos de

afetividade sugere uma dimensão de fidelização ao próprio território, e à arte que estão a

fazer, sendo uma experiência que marca, e este tipo de marca é fundamental.

Segundo o entrevistado 3 o marketing experiencial, ou seja, a promoção através da

experiência, seria uma mais valia económica, até como uma forma de divulgação. Isso

Entrevistado Frases ilustrativas

Artesão de

cestaria e vime

“… turismo criativo tem que ser promovido pela autarquia e pelos

centros turísticos. Já recebi turistas, mas não vale a pena, porque perco

tempo, e nem um cêntimo ganho, e isso não é possível. Se for remunerado

é um caso a pensar, aqui com umas obrazinhas, tem bem condições para

receber pessoas.”

Artesão de

figurado

“Marketing experiencial, ou seja, a promoção através da

experiência, sinceramente todas as ideias são interessantes, até porque para

alguns artesãos, para eles, até seria uma mais valia económica, até como

uma forma de divulgação. Isso acaba por ser bom para o próprio artesão,

acabando por haver uma divulgação…”

Artesão de

bordados e crivo

“… para valorizar o marketing experiencial é preciso tirar muita

gente dos certificados, selecionar aquelas pessoas que fazem o artesanato

puro, e o outro colocá-lo de lado.”

acaba por ser bom para o próprio artesão, acabando por haver uma maior promoção e

divulgação.

A junção destes dois conceitos é notoriamente uma mais valia para o artesanato, mas, na

perspetiva dos entrevistados, existem entraves para a sua implementação e

funcionamento. Assim sendo foi colocada uma questão para avaliar as lacunas existentes

no meio artesanal, e as suas possíveis soluções, à mercê de tornar o território de Barcelos

mais criativo.

Tabela 10 - Lacunas e Soluções

Fonte: Elaboração própria

Temática 6: Lacunas e soluções para a “Cidade Criativa”

Entrevistado Frases ilustrativas

Diretor do

turismo de entidade

regional

“… é necessária uma unidade de hoteleira com argumentos de

fixação … é necessário um reforço de sinalização… é necessária uma maior

consciencialização dos artesãos para um novo tempo, que é o tempo do

turismo criativo, em que o artesão não precisam de sair do ateliê para vender,

porque o turista está a chegar à porta dele… para Barcelos ser uma cidade

criativa, que a comunidade se envolva mais, que os artesãos percebam que

não vão vender só trabalhar para a loja, mas também para criar

experiências…”

Artesão de

madeira

“Tanta coisa que está mal. Foi o desemprego. Pessoas que vão para

o artesanato e não percebem nada. Não tem arte nenhuma, e quem esta

dentro do assunto consegue ver bem…”

Temática 6: Lacunas e soluções para a “Cidade Criativa” (cont.)

Finalizando as entrevistas foi possível analisar que existem muitas ideias que fomentam

um crescimento criativo no artesanato, contudo existem lacunas a ser combatidas. Além

de mais formação e inovação para os artesãos é necessária uma análise da autarquia,

perante as necessidades reais e atuais no artesanato. Agora, mais que nunca, é altura de

desenvolver a criatividade, não só pelo facto da UNESCO considerar o território de

Barcelos numa cidade criativa, mas também, pelas necessidades atuais do mercado, que,

cada vez mais, exigem autenticidade e isso o artesanato, de forma trabalhada, é a oferta

ideal. Distintamente, é necessário para Barcelos ser uma cidade mais criativa,

que a comunidade se envolva mais, que os artesãos tenham mais formação, conheçam

estes novos conceitos que impulsam um melhor posicionamento do mercado, e tenham

uma menta aberta e inovadora, de forma a acompanhar a necessidade real do mercado.

Nestas entrevistas realizadas é possível uma análise direta e autêntica da realidade do

mercado artesanal de Barcelos, apontando-o como um mercado com futuro promissor,

mas é necessária, como já referido, uma evolução e modernização por parte da oferta, de

forma a cativar e marcar a diferença o mercado, onde a procura destaque este território, e

Entrevistado Frases ilustrativas

Artesão de

cestaria e vime

“O que está mal no artesanato é a falta de diversidade, porque só se viram

para a cerâmica… se tivessem um salão para ter exposições em todos os ramos,

seria uma grande coisa…”

Artesão de

ferro e derivados

“Dar mais valor ao artesanato em geral. Em Barcelos tem espaços, na rua,

de venda e atendimento ao público, com o artesanato, embelezava a cidade, atendia

o turista a todo o momento, as pessoas responsabilizavam-se por cada um abrir o

seu espaço e já dinamizava muito a cidade e o artesanato…”

Artesão de

figurado

“… começo logo pela própria certificação do artesanato. Acho que

foi a pior coisa que fizeram, e acabaram por se aperceber disso quando realmente

tinham um projeto de promoção.” “Crescer, dinamizar era muito interessante, mas

isso é muito difícil, a autarquia não tem mostrado interesse em nos ajudar e

promover.” “Eu acho que Barcelos já e uma cidade criativa… à volta do artesanato

tem havido iniciativas. Fala-se de Barcelos e associa-se ao artesanato, e os eventos

vão aparecendo.”

Artesão de

bordados e crivo

“.. na minha forma artesanal eu tenho a capacidade de fazer consoante o

gosto dos clientes, eles dizem como querem, o que gostam e eu consigo moldar ao

cliente, mas o município podia dar muito mais apoio do que realmente dá, de resto

até acho que esta tudo bem…”

o recomende. As ferramentas e os benefícios estão todos presentes nesta temática, é

necessária uma consciencialização do povo para um turismo moderno e inovador.

Recordando a citação do entrevistado 1, onde expõem as palavras de Samberto Lomeu ao

Papa, dizia-lhe que se ele quisesse Padres, que não pecasse, ele arranjava alguns, mas era

de barro e eram da zona de Prado e Barcelos, já nesse tempo havia uma dimensão criativa

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