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SEÇÃO 3 AS SINGULARIDADES DO CANTO INDÍGENA:

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS: CONSTRUINDO PONTES, CONECTANDO

Eis aí nosso ponto de resistência: fazer com que o ser humano descubra que cada um, independente de etnia, raça, cor, continente, é, no sentido de ancestral, um filho da Terra. Todos nós trazemos a presença de uma natureza dentro de nós, todos nós somos índios no sentido de conexão com matrizes culturais que fundam o mundo e se nos inserem diversos ecossistemas, que os transforma e que também é transformado por eles (WERÁ, 2019, p. 120).

Aqui eu começo a pensar nas últimas palavras que poderão servir de inspiração para um outro começo. Optei por finalizar refletindo sobre a concepção filosófica das culturas ancestrais no que diz respeito ao trato da “palavra”, já que, no decorrer deste trabalho, me debrucei sobre as palavras escritas das autoras indígenas e foi com palavras que perfiz o caminho até aqui. Talvez a reflexão que aqui faço tivesse sido mais adequado tê-la elaborado no início do itinerário, ou, quem sabe, faltava-me maturidade para isso.

De acordo com a percepção dos tupy-guarani, as palavras têm alma; sendo assim, não devem ser proferidas em vão, mas, sim, com a consciência de que elas são geradoras de realidades. A mesma importância que é dada às palavras também é dada ao silêncio, algo que parece até utópico numa sociedade tão barulhenta. Mas trato aqui do silêncio interior que permite o contato com o mundo interno. Em seu texto “Palavra de um homem-lua”, que está no livro intitulado Kaká Werá (2019), Werá explica:

Para o tupy-guarani, “ser” e “linguagem” é uma coisa só. A palavra que designa “ser” é a mesma que designa “palavra”: NHEEG. Alma e som. [...]

Nosso povo enxerga o ser como o tom de uma grande música cósmica, regida por um grande espírito criador, o qual chamou de Nhamandu-ru-etê, ou Tupã, que significa “o som que se expande”. É a partir daí que começa a relação do tupy-guarani com a palavra. Porque fala e alma é uma coisa só.

Você é o que você fala (2019, p. 37).

Merece destaque também a referência ao “ser como o tom de uma grande música cósmica”, pois, como foi abordado neste estudo, a canção é um elemento sagrado da cultura indígena, melodia produzida pelo Grande Espírito Criador, assim também é a palavra. Não é à toa que Potiguara e Graúna nomeiam seus poemas de cantos, canções, cantares, cantigas e músicas. E, reiterando essa concepção, uso o termo canto para me referir aos poemas, mesmo porque percebo que há uma relação de simbiose, não permitindo que haja separação entre um e outro.

A semelhança entre as concepções do conceito de “palavra” entre a cultura tupy-guarani e a cultura banto é instigante. Alexandre Von Saenger, em seu texto “A palavra na sabedoria banto”, fala sobre “a dimensão espiritual da palavra”:

Um verbo que dá ao homem um poder infinito, um verbo que é sagrado e cuja sabedoria banto recomenda não usar em demasia, durante a Palavra, quando não se tem nada a propor para o bem do grupo em geral de uma família ou de um indivíduo em particular. Aqui, falar não é considerado o simples fato de emitir sons para comunicar na vida cotidiana, para trocar mercadorias, notificar ordens ou expressar amor ou amizade. [...] É um som mágico, pois quando alguém pronuncia certas palavras, em público ou reservadamente, em certas condições, é levado com a potência do criador (2016, p. 57-58).

A palavra produz “um som mágico” que leva o sujeito com “a potência do criador”, assim como o poeta. Ao mesmo tempo que pode ser usada com a finalidade de construir realidades propícias ao bem da humanidade, pode traçar o caminho inverso. Quando não há nada de importante a ser proferido, deve reinar o silêncio. Proferir o som mágico de uma palavra é libertar a alma.

Penso que as poetas que li durante esta pesquisa, Potiguara e Graúna – e pelos textos que analisei –, compreendem o conceito de “palavra” de maneira semelhante a como é entendida pela cultura guarani e pela cultura banto, pois os cantos das autoras passam ao leitor essa carga energética e mágica. Foi por esse motivo que senti a necessidade de assim principiar a minha conclusão.

No que se refere ao percurso da pesquisa, tracei, na segunda seção, um panorama da literatura indígena brasileira contemporânea, fazendo uma abordagem dos principais conceitos, da função, além da construção de um quadro com os autores e as obras publicadas.

Ademais, apresentei os nomes de mulheres indígenas que se destacam na literatura pelo pioneirismo, pela qualidade estética de seus textos e pelo ativismo político. Ficou perceptível que a atuação das mulheres indígenas frente às produções literárias foi fundamental para a inauguração desse momento que é denominado literatura indígena brasileira contemporânea, porém são pouquíssimas as obras literárias publicadas. Algumas escritoras divulgam seus textos em sites e blogs pessoais ou, até mesmo, os guardam em gavetas esperando uma oportunidade para serem publicados.

Os conceitos de literatura indígena apresentados neste estudo foram construídos pelos próprios autores indígenas, de maneira a se evitar que este trabalho fosse pautado por um olhar alheio e para valorizar as epistemologias dos povos ancestrais. Afinal, quem mais

entende de indígena é o próprio indígena, e assim também ocorre com a literatura. São os escritores e pesquisadores indígenas que têm mais autoridade para teorizar essas produções acadêmicas, pois são eles os pensadores e construtores dessa arte.

Na terceira seção, por sua vez, analisei os poemas de Potiguara e Graúna, partindo do levantamento de aspectos estéticos e observando de que forma são utilizados para a representação e reafirmação das identidades e do reconhecimento das alteridades.

As singularidades nos cantos escritos por Potiguara e Graúna se constituem como elementos de fortalecimento da identidade e produção de alteridades, uma vez que os povos ancestrais deste país tiveram de negar suas identidades para evitar as diversas perseguições.

Com efeito, essas singularidades estéticas devem ser reconhecidas por permitirem ao leitor uma reconexão com sua identidade primeira, como elucida Werá na epígrafe desta conclusão.

Acredito que analisar os poemas nativos por meio de aspectos específicos é uma estratégia para reconhecer as singularidades de uma poética extraocidental ou etnopoética oriunda das raízes e memórias ancestrais, elucidando que a leitura desses textos deve ser guiada por um olhar que respeite as diferenças e acredite na coexistência de outros mundos. O caminho contrário seria fazer essas leituras tendo por parâmetros conceitos da poética ocidental, podendo desencadear concepções preconceituosas e distorcidas e impedindo o acesso ao verdadeiro sentido desses cantos.

Levar para os espaços da academia a discussão sobre uma literatura considerada subalternizada e de minorias é uma desobediência epistêmica que surge pelo contato entre o pensamento decolonial e uma resistência à colonialidade. Nesse contexto, conhecer, discutir, pesquisar e ensinar a literatura indígena torna-se uma ação de descatequização do olhar, de concepções e de práticas pedagógicas que sempre estiveram pautadas em fundamentos eurocêntricos.

Pensando por esse viés, esta pesquisa traz como contribuição para a área dos Estudos Literários a inclusão de uma literatura que até então está à margem das discussões acadêmicas, somando-se a outras investigações que vêm sendo realizadas. Acredito que discutir literatura indígena é afirmar a existência dos povos ancestrais deste país, tornando-os mais visíveis aos olhos da sociedade. Ademais, vale ressaltar a importância de se inaugurar uma discussão sobre a poética indígena no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Sergipe, de modo a porventura sensibilizar outros pesquisadores a inserir a literatura nativa em suas leituras.

Considerando que atingi o objetivo proposto, sinto-me encorajada em afirmar que os poemas de Potiguara e Graúna se configuram por meio de uma etnopoética da ruptura, do

autorretrato, da fronteira, do chamado, da convocação, da invocação, de reafirmação das etnicidades e do multilinguismo. São poemas constituídos por palavras-de-cantos e que perpassam uma etnopoética humanizada que fortalece as identidades e permite a convivência pacífica das alteridades.

Por fim, outras análises poderão ser feitas, outras categorias de análise, descobertas, ou, até mesmo, um aprofundamento dessas que já foram levantadas em outras obras literárias indígenas, podendo ser uma abordagem continuada em trabalhos posteriores. Na verdade, as pesquisas envolvendo literatura indígena ainda estão em seu estágio inicial. Há muito a se descobrir, estudar, entender, divulgar e publicizar sobre as produções literárias dos primeiros brasileiros. Trata-se, sobretudo, de cânticos que permitem a reconexão com a natureza humana primeira, cânticos fundados no amor e no respeito às diferenças.

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