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A elaboração das normas e procedimentos relacionados à regulamentação dos serviços de eletricidade se constitui em etapa fundamental para a coordenação do histórico do setor elétrico. O prosseguimento desse processo de construção regulatória sugere aperfeiçoamento adequado e contínuo das regras ora estabelecidas. É nesse contexto que a elaboração do PRODIST se enquadra.

Conforme sugerido pelo Anexo H do Relatório Consolidado do Projeto RESEB, os procedimentos do setor elétrico nacional deveriam ser editados de forma que cada documento contemplasse segmentos distintos. Com isso, o RESEB apresentou proposições para os documentos regulatórios necessários para implementar o mercado

de energia elétrica no Brasil. Nesse sentido, a reestruturação do setor deveria ser balizada pela edição de ―Procedimentos para Comercialização Competitiva, Procedimentos de Rede e Procedimentos de Distribuição‖.

Assim, com relação aos sistemas de transmissão, o ONS publicou, em 2002, com a participação dos agentes e homologação pela ANEEL, o documento intitulado Procedimentos de Rede, que estabelece os procedimentos e requisitos técnicos para o planejamento, a implantação, o uso e a operação do Sistema Interligado Nacional. Já os Procedimentos de Comercialização foram editados pela CCEE e, do mesmo modo, foram homologados pela ANEEL. Para seguir as recomendações do RESEB e consolidar a regulamentação do setor, restava a edição dos Procedimentos de Distribuição.

Diante desse cenário, o PRODIST foi editado e esse foi o tema do presente trabalho. O Capitulo 2 mostrou informações sobre o setor elétrico nacional, com destaque para a apresentação do histórico, das atuais instituições, atos legais e regulamentação pertinente. O objetivo do Capitulo 2, além de se constituir em referência bibliográfica sobre o histórico do setor, era relacionar o conteúdo apresentado no texto com a aplicabilidade do PRODIST, comentando sobre a inserção do documento no setor elétrico nacional.

Após a contextualização, o Capitulo 3 destacou as principais fases de elaboração do PRODIST. Conforme ilustrado, a ANEEL iniciou ainda em 2000 a contratação do CEPEL para elaboração da versão preliminar, a partir do Anexo H do Relatório Final da Coopers & Lybrand e da documentação disponível no âmbito do GCPS, GCOI e ABRADEE. O Capítulo 3 mostrou que a elaboração do PRODIST passou por diversas fases e foi tema de várias reuniões que proporcionaram a incorporação de contribuições para aperfeiçoamento dos Módulos. Por fim, a primeira versão do PRODIST foi aprovada pela Resolução Normativa nº 345/2008.

disponibilizadas informações sobre os Procedimentos. Assim, conclui-se que, diante da abertura para o recebimento de contribuições e diante da publicidade adotada, o PRODIST, antes mesmo da aprovação final pela diretoria Colegiada da ANEEL, já era um documento conhecido por grande parte dos agentes do setor elétrico.

Todo o processo de elaboração do PRODIST baseou-se nos princípios de modicidade tarifária, direitos e deveres equilibrados, função da distribuição de energia, tratamento isonômico para usuários da rede e um sistema de informações sistemáticas de modo a auxiliar nos processos de regulação, fiscalização e mediação da ANEEL.

Diante do exposto no Capítulo 4, conclui-se que os Procedimentos de Distribuição são documentos técnicos que objetivam disciplinar as atividades de distribuição de energia elétrica no país. Conforme destacado, o Documento disciplina o relacionamento entre os agentes setoriais no que se refere aos sistemas elétricos de distribuição de propriedade das distribuidoras, que incluem as redes e linhas de distribuição de energia elétrica em tensão inferior a 230 kV, seja em baixa, média ou alta tensão.

Os oito módulos que compõem o PRODIST - amplamente discutidos no Capitulo 4 - são documentos regulatórios que padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Assim, o PRODIST compõe-se de documentos que estabelecem os requisitos técnicos mínimos necessários ao planejamento, acesso, operação, medição, perdas e qualidade da energia nos sistemas elétricos de distribuição.

Conforme defendido no Capítulo 5, entende-se que o PRODIST deve ser implantado e atualizado de modo a não permitir a cristalização de todos os conceitos atualmente utilizados na distribuição de energia elétrica. Ao contrário, deve ter não apenas a capacidade de antecipar tendências, mas de induzir o mercado de distribuição de energia elétrica na direção de práticas mais eficientes, complementando de forma harmônica os demais regulamentos da Agência, assegurando tratamento não discriminatório entre os agentes, estabelecendo um fluxo de informações adequadas à ANEEL e buscando modicidade tarifária.

Apesar dos avanços trazidos pelo Documento, constatou-se ainda que existem alguns pontos passiveis de melhoria. Diferentemente da idéia inicial defendida durante a elaboração, a Resolução Normativa nº 345/2008, que aprovou a primeira versão do PRODIST, não revogou resoluções já existentes. Assim, a primeira versão do PRODIST, em algumas partes do texto, contemplou aspectos já regulamentados em outras Resoluções da ANEEL, constituindo-se em uma situação de duplicidade. Tal fato ocorreu notadamente no Módulo 8, mas também é presente em pontos específicos de outros Módulos. Ainda que a primeira revisão do PRODIST tenha resolvido esse problema para o Módulo 8, há necessidade de sanar esse problema em alguns outros itens do documento, conforme mostrado no Capítulo 5.

Nessa linha, também foi mostrado no Capítulo 5 a importância da consolidação do PRODIST no sentido de estruturar o Código da Distribuição. Foram apresentadas constatações sobre a interface com as Condições Gerais de Fornecimento e sobre a necessidade de revisão da regulamentação das condições de acesso na distribuição e na transmissão. Assim, foi defendida a necessidade de evitar o sombreamento entre regulamentos e a necessidade de desvincular regulamentação do acesso – compreendendo o uso e a conexão - para transmissão e distribuição.

O Capitulo 5 ainda apresentou propostas para atualização e ampliação do PRODIST, com destaque para temas relacionados ao acesso entre distribuidoras, medição eletrônica, qualidade do produto energia elétrica e ressarcimento de danos elétricos.