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A ANEEL, nos termos da Lei n. º 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas complementares pertinentes, expediu o Edital de concorrência do tipo técnica e preço nº 003/2002, publicado no Diário Oficial da União do dia 20 de dezembro de 2002. Tal edital foi viabilizado pela contratação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE para elaboração do Termo de Referência e Edital de Licitação na modalidade de técnica e preço (ANEEL, 2002).

O objetivo do Edital era, por meio de recursos da própria Agência, a contratação de empresa especializada em consultoria para elaboração dos Procedimentos de Distribuição. Somente poderiam participar da concorrência, as empresas que tivessem ramo de atividade compatível com o objeto da licitação e cumprissem as exigências estabelecidas no Edital. Poderiam participar da concorrência instituições e empresas brasileiras, isoladamente ou organizadas sob a forma de consórcio.

Como de praxe, o Edital 003/2002 apresentava os procedimentos do certame, tais como as informações sobre o objeto a ser contratado, condições de participação na licitação, documentação de habilitação, proposta técnica (equipe técnica, experiência da proponente e plano de trabalho), proposta de preços e demais trâmites para o processamento da licitação.

vigentes à época e que regulassem a distribuição de energia elétrica do sistema elétrico nacional, bem como as normas técnicas da ABNT e os documentos técnicos editados pelos grupos GCPS e GCOI.

A Contratada deveria ainda apoiar-se na consolidação das normas e documentos realizada pelo CEPEL, devendo propor, em caráter preliminar, complementações e/ou ajustes aos atos normativos vigentes que entendesse necessários ao alcance dos objetivos dos serviços que executaria, além de fornecer à ANEEL os produtos obtidos, inclusive digitalizados em meio magnético.

Conforme estabelecido no próprio edital, a elaboração dos Procedimentos de Distribuição visa que sejam alcançados de forma plena os objetivos traçados no início da reforma do setor elétrico, em 1995, relacionados à expansão da oferta de energia em escala necessária para atender ao aumento da demanda e ao uso eficiente dos recursos disponíveis para garantir um suprimento confiável ao menor custo possível.

Foram adotadas como premissas para a concretização de tais objetivos a introdução de competição nos segmentos de geração e comercialização, e a adoção da regulação por incentivos nas atividades de transmissão e distribuição. A competição nos segmentos de geração e comercialização, no entanto, para se tornar efetiva, depende da implantação do regime de livre acesso às redes de transmissão e de distribuição.

Coube ao ONS, dentro dos parâmetros legais, elaborar os Procedimentos de Rede para posterior aprovação da ANEEL, preservando a qualidade e a eficiência no livre acesso às redes de transmissão de energia elétrica.

Restava à ANEEL, com o auxílio de consultoria especializada, a elaboração dos Procedimentos de Distribuição, que interagindo harmonicamente com os Procedimentos de Rede, teriam por escopo definir os procedimentos para o livre acesso às redes de distribuição de energia elétrica, possibilitando aos usuários a conexão elétrica aos sistemas de distribuição, sem prescindir, no entanto, de indicadores de desempenho ou de qualidade do serviço de distribuição de energia elétrica que preservem, entre outros aspectos, a segurança, a eficiência e a confiabilidade dos sistemas elétricos.

Para tanto, constava no Edital que o PRODIST deveria ser dividido em oito módulos, devendo disciplinar os aspectos técnicos relativos às condições para conexão ao sistema de distribuição, ao planejamento da expansão do sistema de distribuição, aos procedimentos operativos do sistema de distribuição, à medição e qualidade de energia elétrica, e às trocas de informações necessárias entre os agentes envolvidos.

Para a consecução dos Procedimentos de Distribuição, a Contratada deveria elaborar o conteúdo dos módulos especificados no Edital, bem como a Cartilha de Acesso ao Sistema de Distribuição de Energia Elétrica, que deveria, em linguagem acessível ao público em geral, sintetizar os conceitos básicos relativos aos processos de acesso ao sistema de distribuição descritos na legislação e normas vigentes e, em especial, no Módulo 3 – Acesso aos Sistemas de Distribuição.

A Contratada deveria contemplar, necessariamente, todos os módulos e seções previstas no Edital, identificando, em conjunto com a ANEEL, os grupos interessados em obter informações sobre os Procedimentos de Distribuição, para a realização, com estes, de reuniões de esclarecimentos.

Deveria ainda realizar um workshop, com a presença de um consultor estrangeiro renomado que não tenha integrado a equipe técnica da Contratada. Neste workshop, a Contratada deveria proceder a uma exposição dos serviços realizados, justificando, de forma sucinta, as principais soluções adotadas. O consultor estrangeiro deveria realizar uma análise crítica da exposição da Contratada, solicitando-lhe esclarecimentos e podendo fazer, se for o caso, eventuais sugestões para o futuro aprimoramento dos Procedimentos de Distribuição. O nome do consultor estrangeiro deveria ser indicado pela Contratada e aprovado pela ANEEL.

Ainda para a consecução do serviço, a Contratada deveria auxiliar a ANEEL na análise das propostas que lhe forem enviadas, acerca dos Procedimentos de Distribuição, em decorrência da realização de Audiência Pública após a entrega final, pela Contratada, dos Módulos dos Procedimentos de Distribuição. Na hipótese de não acolhimento de

O Edital estabelecia que a Contratada deveria prestar auxílio na implementação dos Procedimentos de Distribuição, indicando as normas vigentes que ficarão revogadas com a entrada em vigor dos Procedimentos de Distribuição e as disposições transitórias que se fizerem pertinentes.

Em um anexo específico do Edital era apresentado o detalhamento de cada um dos oito módulos constituintes do PRODIST, sendo apresentados o conteúdo básico e seções do Documento. Assim, as etapas e produtos que deveriam ser realizadas e entregues pelo vencedor da concorrência são:

Análise Preliminar de Normas Vigentes e de Documentos Técnicos; Elaboração dos Módulos dos Procedimentos de Distribuição;

Auxílio à ANEEL no exame das propostas surgidas na Audiência Pública; Auxílio na Implementação dos Procedimentos de Distribuição.

Porém, depois de seguidos adiamentos das datas de abertura do certame e do prazo para entrega dos envelopes, a concorrência foi revogada. Conforme publicado no Diário Oficial da União do dia 10 de março de 2003, a ANEEL, por meio da Comissão Permanente de Licitação, informou aos interessados que a Concorrência nº 03/2002 foi revogada por razões de interesse público, com fulcro no art. 49 da Lei nº 8666/1993 e consoante justificativa da área técnica solicitante.

Assim, ficava interrompido o processo para contratação de empresa especializada para elaboração dos Procedimentos de Distribuição.