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4.2 MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO

4.3.2 Seção 2.1 Previsão de demanda

A seção define as bases sobre as quais as distribuidoras devem desenvolver os estudos de previsão da demanda, compreendendo periodicidade, horizontes de abrangência, coleta de informações e pontos de interesse para a realização das projeções. As regras dispostas nesta seção são aplicáveis às distribuidoras, as quais, para cumprimento das obrigações estabelecidas nesse módulo, necessitam das informações dos acessantes conectados em seus sistemas de distribuição.

Contido nesta seção, um ponto de destaque no Módulo 2 é o comando inovador para que as distribuidoras implantem sistema de georeferenciamento dos dados de seu sistema de distribuição. Assim, um destaque desse Módulo é o comando para que as distribuidoras mantenham, em Sistema de Informações Geográficas – SIG, as informações de parâmetros elétricos, estruturais e topologia dos sistemas de distribuição de alta, média e baixa tensão, bem como as informações de todos os acessantes, inclusive a localização em dados geográficos associados. Nesse sentido, para as informações que deverão ser disponibilizadas para a ANEEL, a Agência deve definir a forma de envio das informações, incluindo a formatação dos dados geoprocessados e os protocolos eletrônicos de comunicação. Entre essas informações, o PRODIST prevê a necessidade de vinculação dos dados aos sistemas de controle patrimonial e registros contábeis da distribuidora.

O SIG constitui ferramenta importante para a redução da assimetria de informação entre o Órgão Regulador e as distribuidoras. Por meio desse sistema, as áreas de fiscalização da Agência podem realizar inspeção de dados de modo mais seguro e consistente. O sistema georeferenciado viabiliza a determinação de informações precisas, que entre outros fins, são necessárias a processos de regulação realizados ANEEL, como, por exemplo, cálculo de perdas técnicas do sistema de distribuição, formação de conjuntos de unidades consumidoras e controle patrimonial. Já para as distribuidoras, o sistema de georeferenciamento aprimora a gerência das empresas e até mesmo operação da rede, se

Dentre os procedimentos gerais estabelecidos nesta seção, podem ser destacados os comandos para que a previsão de demanda seja compatível com os planos diretores municipais e os planos regionais de desenvolvimento e a previsão de demanda deve considerar as solicitações de acesso e os pedidos de fornecimento.

A seção 2.1 estabelece os procedimentos para elaboração dos estudos de previsão de demanda no Sistema de Distribuição de Alta Tensão – SDAT, que considera informações necessárias ao planejamento das linhas e subestações que têm uma interação direta com a rede básica, com as DITs, com outras distribuidoras, com geradores e com grandes consumidores. São estabelecidos requisitos para a elaboração dos estudos de previsão de demanda, citando o horizonte de previsão de dez anos, devendo um novo estudo ser realizado a cada ano. As estimativas de carga devem ser realizadas para um cenário de referência e a carga deve ser apresentada em patamares de carga leve, média e pesada.

Também são estabelecidos os procedimentos para elaboração dos estudos de previsão de demanda no Sistema de Distribuição de Média Tensão – SDMT, considerando as informações necessárias ao planejamento das redes e linhas de distribuição, além de permitir avaliar o volume de obras necessárias ao seu reforço, ampliações e correções. Neste caso deve ser considerado horizonte de previsão de cinco anos e a previsão deve ter caráter espacial, associada às áreas representativas. A carga deve ser caracterizada, em patamares, para os períodos de ponta e fora de ponta. Para os estudos em SDMT, a seção estabelece que a conexão de geração distribuída deve ser considerada.

Outra inovação deste módulo é que as previsões de demanda para os barramentos primários das subestações de distribuição devem levar em consideração cenários de evolução tecnológica, além de considerar programas específicos de eficiência energética da distribuidora.

Dentro dessa seção, uma subseção que merece destaque é ―Caracterização da carga e

do sistema elétrico‖. Nesta etapa do módulo é estabelecido que as distribuidoras devem

caracterizar a carga de suas unidades consumidoras e o carregamento de seus transformadores, por meio de informações oriundas de campanhas de medição.

Durante a elaboração do PRODIST, em minutas do Módulo 2, era determinado que as distribuidoras deveriam manter serviço permanente de caracterização da carga, em substituição às campanhas de medição. Também nas versões preliminares, os medidores permanentes seriam vinculados à monitoração de índices de qualidade, tais como harmônicos, desequilíbrio de tensão, flutuação de tensão e variação de tensão de curta duração, definidos no Módulo 8.

Devido às diversas contribuições recebidas, a exigência pela medição permanente foi abandonada, passando a ser regulamentada a realização de campanhas periódicas. Ademais, o disposto na versão final do módulo não vincula as campanhas de medição ao levantamento dos distúrbios de qualidade citados.

Destaca-se que a caracterização de carga e do carregamento é etapa constituinte do cálculo das Tarifas de Referência necessárias para a revisão das Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição - TUSD das distribuidoras em processo de revisão tarifária periódica. Ademais, os dados oriundos das campanhas podem ser informações auxiliares para cálculo de perdas técnicas.

Para a definição das campanhas, o Módulo estabelece que as amostras devam ter base estatística consolidada e o nível de erro aceitável. A definição das amostras por estrato deve obedecer à equação definida no próprio Módulo.

Conforme dispõe a Seção 2.1, para a caracterização da curva de carga, as distribuidoras devem realizar medições em todas as unidades consumidoras com instalações conectadas em tensão igual ou superior a 69 kV e por amostragem nos demais níveis de tensão. Ainda fica estabelecido que devem ser considerados os diversos segmentos de unidades consumidoras, conforme modalidades tarifárias, classes de unidades consumidoras e faixas de consumo. As medições realizadas em unidades consumidoras e em transformações deverão ser representadas por curvas de carga típicas.