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Ações intersetoriais são um desafio tanto para a educação quanto para a saúde; no entanto, essa aproximação é necessária para promoção da saúde mental no ambiente escolar. Apesar do estudo ter buscado essa parceria dentro de um programa já existente, o Programa Saúde na Escola, os laços que faziam ele acontecer estavam fragilizados, como apresentado no decorrer da tese, e isso impossibilitou que a ação coletiva construída abarcasse, além dos educadores, os profissionais de saúde.

Antes da equipe de saúde sair do estudo, durante a formação do grupo operativo, já era claro que não seria possível abarcar todos os modelos que tangem o desenvolvimento infantil (modelo de mudança pessoal, modelo contextual, modelo regulador e modelo de representação), como proposto por Sameroff na Teoria Unificada, porém vislumbrava-se a possibilidade de mobilizar dois eixos que tem forte intercessão do sistema ecológico biopsicossocial (a saúde e a educação).

Apesar disso, foi possível compreender a concepção dos educadores e dos profissionais de saúde quanto à dificuldade de aprendizagem e ao fracasso escolar. Os educadores atribuem significados similares à dificuldade de aprendizagem e ao fracasso escolar, algumas vezes definindo-os como sinônimos, ou sinônimos perfeitos, entendendo como um processo complexo que tem dimensões multifatoriais, envolvendo várias facetas políticas, econômicas e sociais, e apesar de muitas vezes buscar a causa no aluno, compreendem que as causas são multifatoriais. Já a equipe de saúde, apesar de ter uma compreensão melhor sobre os termos, não consegue modificar esta realidade, possivelmente porque as avaliações não saem do papel. Contudo, apesar de não sair do papel, o rótulo gerado ao preencher uma avaliação de saúde, ou buscar o problema no aluno, pode ser considerado “medicalização na educação”, pois apesar de se saber que o problema é bem mais amplo, isenta-se a responsabilidade de todo o contexto, inclusive do professor e da escola.

Os participantes apontam os eixos do sistema ecológico biopsicossocial proposto por Sameroff interferindo diretamente na construção de possibilidades para o aluno, além de identificarem a promoção da saúde mental como uma necessidade urgente de existir e/ou ser fortalecida, e reconhecem o professor como peça fundamental dentro do ambiente escolar, sem deixar de destacar a importância da família e da interação entre estas duas instituições (família- escola) de modo a possibilitar o desenvolvimento integral do aluno. Assim, apesar de ter fichas de rastreio para doença mental abordando a “dificuldade de aprendizagem”, e de na fala existir

uma confusão dos termos, todos compreendem que a problemática da medicalização na Educação advém do Fracasso Escolar, sobretudo diante de uma Política Educacional que busca indicadores, sem avaliar a qualidade de ensino, ou em parcerias que buscam números (muitos descartados em sacos pretos) para apresentar resultados, mas não avaliam nem constróem possibilidades para mudança de realidade.

E nesse contexto, a pesquisa-ação possibilitou que os atores compreendessem a problemática por meio dos resultados que foram produzidos, não resultados que vinham de outras realidades, mas das vivências daquele ambiente de educação, que eram, muitas vezes, questionados por todos, mas a correria do dia-a-dia impedia uma discussão coletiva; que o grupo se mobilizasse e buscasse soluções, essas factíveis com a realidade, porém que estão longe de resolver os problemas existentes, mas que constroem possibilidades, e com seus pequenos, porém grandes resultados, motivam o grupo a querer continuar.

O professor motivado (apesar de não resolver um problema social, político e econômico) pode criar mudanças com boas repercussões dentro do ambiente escolar, de forma a fomentar representações e regulações que promovam saúde. Somado a isso, a motivação pode funcionar como mola propulsora para saúde mental desse educador, que está inserido numa sociedade de tanta vulnerabilidade, que tem um dos trabalhos mais estressantes e que vive rodeado de cobranças e busca de resultados.

Assim, a ação implementada continuou, mesmo após minha saída do cenário, e soluções projetadas, mesmo não iniciadas após os encontros do grupo operativo, mobilizaram o ambiente escolar e estão fazendo parte da rotina da escola.

Ver a força do grupo em torno de objetivos traz sentido às pesquisas que tiveram origem na sociologia, como é o caso da pesquisa-ação, pois produzem resultados almejados pelo grupo e para o grupo, e não protocolos prontos, muitas vezes incompatíveis com a realidade daquele cenário, como foi apontado pelos educadores. Faz-me também olhar como pesquisadora e entender que estou ali apenas como uma facilitadora de diálogos, mas que a ação implementada e os resultados avaliados são do grupo e para o grupo.

Ao avaliar as ações realizadas, o grupo apontou suas potencialidades, sobretudo o Trabalho em Equipe e a Integração da Família, como apresentado nos Temas Específicos após avaliação do Grupo Focal um ano após a ação, mas estão cientes das limitações, sobretudo da desorganização do Sistema Educacional, pois a dependência da conformação política e o pouco interesse e investimento nas camadas sociais mais vulneráveis retrocedem muitas perspectivas, como o encaminhar aquela criança que necessita de uma avaliação do serviço de saúde, mas ele (o serviço) não existe na rede, logo, não é possível ter o número de encaminhamentos, se não

há um fluxo extra muros do ambiente escolar, e o Programa de Saúde na Escola, que deveria ser um elo de apoio, é um ponto de conflito, pois as ações que deveriam ser pactuadas são impostas ou restritas à avaliação global, porém essas avaliações não trazem um retorno diante da identificação de alguma problemática.

O referencial teórico de Sameroff possibilitou olhar para o ambiente da criança de forma a indagar todos os modelos e suas interações, assim como identificar a repercussão do modelo contextual como base de grande influência que interfere na forma de agir e de olhar o mundo dos indivíduos, devendo assim ser avaliado de forma dinâmica, visando não reduzir problemas do contexto histórico e social a problemas biológicos e restritos ao indivíduo.

Figura 7 - Fatores que interferem no processo de alfabetização da criança em desenvolvimento. Recife, 2018

Fonte: Autoria própria, adaptado de Sameroff (2010)

A implementação das soluções projetadas, por meio da ação, só foi possível pelo envolvimento e trabalho em grupo em todo processo e, apesar da equipe de saúde da família e seu núcleo de apoio não terem participado das atividades em grupo, os educadores desvelaram suas possibilidades e permitiram, mesmo diante das limitações, efetuar um trabalho em grupo, e isso só foi possível devido à metodologia da pesquisa-ação utilizada, que permite que os sujeitos sejam alavancas para o desenvolvimento do todo, e mais do que isso, faz com que a ação e a avaliação continuem, tendo como foco central os objetivos do grupo e para o grupo, e não mais os objetivos de pesquisa.

Por fim, a compreensão da problemática “Dificuldade de aprendizagem e fracasso escolar” entre os participantes do estudo é complexa, e mesmo quando se tenta reduzir a um fator individual e/ou biológico, há compreensão que todo o contexto no qual o aluno está imerso deve ser considerado para promoção da saúde mental. Dessa forma, apesar da confusão inicial dos termos (dificuldade de aprendizagem e fracasso escolar), sobretudo entre os educadores, todos entendem que a problemática da Medicalização na Educação é resultante do Fracasso

+ REPRESENTAÇÃO -

MUDANÇA

CONTEXTUAL

MUDANÇA

PESSOAL

REPRESENTAÇÃO

Escolar e não da dificuldade de aprendizagem, como induzido pelas fichas de avaliação, e, apesar do trabalho em grupo não ter sido intersetorial, como proposto no início da pesquisa, o processo de reflexão e problematização vivenciado pelo grupo proporcionou compreender, analisar e buscar estratégias considerando os múltiplos determinantes/condicionantes e assim, produziu (vem produzindo) mudanças factíveis, promovendo saúde mental no ambiente escolar.

OUTROS AUTORES, PRECISO AGRADECER _________________________________

Eles ajudaram a organizar meus pensamentos esclarecendo dúvidas e gerando outras; muitos nem estão presentes nas páginas que seguem, mas sem os “ensinamentos” apreendidos não seria possível chegar aqui.

"Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender"

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GERANDO DISCUSSÃO _____________________________________________________

Foi preciso encontrar caminhos para desvelar a realidade, e só por meio dela o grupo se identificou e trabalhou para um mesmo fim e/ou começo e/ou recomeço.

"A gente começa a perceber que precisa parar... pensar junto em busca de uma solução, tem que ouvir os problemas do grupo e não supervalorizar o meu ou o seu problema, pois todos são responsáveis pelas crianças”

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA (Educadores)

CARACTERÍSTICAS DOS SUJEITOS Nº da Entrevista:_____ Idade: ____ Anos de exercício profissional: _____ Na escola da pesquisa _____ Estado civil:

( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) união estável ( ) divorciado(a) ( )viúvo/viúva Escolaridade:

( ) Ensino superior ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Religião:

( ) católica ( ) protestante ( ) espírita ( ) outra___________________ Pratica a religião?

( ) Sim ( ) Não

Renda da família (salário mínimo): ( ) 1 - 2 ( ) 3 - 4 ( ) Acima de 5

QUESTÕES NORTEADORAS

1. O quê, para você, caracteriza uma criança com dificuldade de aprendizagem?

2. Você tem ou já teve alguma criança com dificuldade de aprendizagem em sua sala de aula? 3. O que você acha que dificulta o aprender dessas crianças?

4. O que você faz quando percebe que uma criança tem dificuldade de aprendizagem? 5. Para você há alguma diferença entre dificuldade de aprendizagem e fracasso escolar? 6. Como se dá a parceria da escola com a saúde em relação a essas crianças?

7. Se você fosse participar de uma ação/intervenção junto ao setor saúde para o enfrentamento dessas questões, como você gostaria que ela acontecesse?

APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA (Equipe de Saúde)

________________________________________________________________

CARACTERÍSTICAS DOS SUJEITOS Nº da Entrevista:_____ Idade: ____ Anos de exercício profissional: _____ Atuação na escola _____ Estado civil:

( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) união estável ( ) divorciado(a) ( )viúvo/viúva Escolaridade:

( ) Ensino superior ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Religião:

( ) católica ( ) protestante ( ) espírita ( ) outra___________________ Pratica a religião?

( ) Sim ( ) Não

Renda da família (salário mínimo): ( ) 1 - 2 ( ) 3 - 4 ( ) Acima de 5

QUESTÕES NORTEADORAS

1. Como se dá o seu trabalho junto à escola?

2. Quais as características das crianças encaminhadas como apresentando dificuldade na aprendizagem?

3. Para você há alguma diferença entre fracasso escolar e dificuldade de aprendizagem? 4. Como você percebe a participação do setor educação no cuidado a essas crianças? 5. Como você percebe a participação do setor saúde no cuidado a essas crianças? 6. Para você, qual(is) a(s) melhor(es) conduta(s) diante dessas questões?.

7. Se você fosse participar de uma ação/intervenção junto à escola para o enfrentamento dessas questões, como você gostaria que ela acontecesse?

APÊNDICE C – ROTEIRO DE GRUPO FOCAL

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Data: ___/___/ ______ Duração: ______ Nº de participantes Moderador: ____________________________________________________ Relator: ________________________________________________________

1. Como foi para vocês participar da construção e implementação da ação? 2. Para vocês, houve alguma mudança? Quais?

3. Como vocês avaliam o modelo de ação desenvolvido para a promoção da saúde da criança no ambiente escolar?

APÊNDICE D – CASO MODIFICADO PARA GRUPO OPERATIVO

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Maria, uma menina de 8 anos, estava no 3º ano do ensino fundamental, quando começou a ficar agitada na sala, não conseguir se concentrar e não acompanhar mais a turma.

A professora, verificando a mudança de Maria, avisou o ocorrido à coordenação, que fez uma avaliação da criança e viu que a mesma sabia reconhecer as letras e que pedagogicamente estava bem. A professora, preocupada com a avaliação, pois sabia que havia algum problema, disse a ela que queria falar com sua mãe.

Maria diz que a mãe a deixa na escola e vai trabalhar. Preocupada, a professora chega