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O meio ambiente de trabalho saudável vem há muito tempo sendo foco de estudo e preocupação de toda a academia e da sociedade do século XXI. O homem precisa viver em sua plenitude, e o Estado, por sua vez, deve garantir esse mínimo existencial por meio da preservação do meio ambiente e da dignidade humana de seu cidadão.

O presente artigo tratou em específico do meio ambiente laboral como direito fundamental e humano, já que o homem passa a maior parte da sua vida desenvolvendo suas atividades laborativas na empresa, onde deve encontrar-se protegido, de modo que seja preservada sua saúde mental, física e psíquica. O meio ambiente seguro e sadio completa a qualidade de vida do empregado, que encontra guarida na Constituição de 88, no que tange ao direito social conjugado ao princípio do valor social do trabalho como dignidade humana.

Como foi dito alhures, há de haver um tratamento jurídico que promova a proteção e saúde do trabalhador. A própria Constituição Federal de 88 oferece instrumento para tanto, quando efetiva a promoção do meio ambiente laboral, mais especificamente o do trabalho em seu artigo 200, inciso VIII.

A liberdade, a igualdade e a solidariedade são inerentes à natureza humana e constituem um núcleo fundamental de necessidades que, caso não sejam atendidas, impedem o ser

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humano de desfrutar de uma vida saudável e plena. A dignidade é um valor universal e nada mais importante é considerado pelo ordenamento jurídico que o ser humano e, em relação à dignidade, implica na garantia da igualdade, da liberdade e da fraternidade.

Tais direitos também são reconhecidos em declarações advindas de movimentos revolucionários que emergiram em contraposição aos desrespeitos à dignidade humana, tal como na Revolução Americana, na Francesa, motivadas pela violação da liberdade e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, Organização Internacional do Trabalho que em sua essencialidade configuram a universalidade.

A preservação do ser humano é o que respalda a necessidade do reconhecimento dos direitos humanos, pois a evolução econômica promoveu entre os interesses capitalistas e a salvaguarda da dignidade humana, o direito ao trabalho como direito humano, de natureza social, atraindo como corolário, o direito a proteção ao meio ambiente laboral.

O empregado pela própria condição de subordinação em que se encontra, padece de condições adequadas que lhe permitam insurgir-se contra as agressões que se dirigem contra a intimidade e, justamente por isso, é que, no âmbito das relações de emprego, a violação do direito humano fundamental deve ser absolutamente vedada e sua fiscalização, reforçada para que se reprima esse tipo de conduta lesiva.

Não há poder de direção ou qualquer outra espécie de direito que justifique o empregador desprezar, negligenciar, omitir os direitos fundamentais e humanos dos empregados no ambiente laboral, seja dando suporte para que ele desempenhe suas funções, seja respeitando com base na igualdade o empregado como ser humano inerente a todos. Não garantir ao empregado um mínimo de direito que preserve sua dignidade e cidadania é reproduzir as arbitrariedades que aconteciam no passado; é negar que temos um ordenamento constitucional embasado nos direitos humanos fundamentais, e isto é negar a nossa própria Carta Magna.

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