Em relação ao consumo de tabaco, os dados oficiais disponíveis derivam do Inquérito Nacional de Saúde de 1995/96 e 1998/99.
Numa primeira análise, sublinha-se uma estabilização quanto aos hábitos tabagísticos nos jovens fumadores, entre 1995/96 e 1998/99, atingindo cerca de 26% dos jovens entre os 15 e 29 anos. É, todavia, no grupo etário dos 25-29 anos que encontramos a maior proporção de fumadores, decrescendo o peso percentual de consumidores quanto menor o grupo etário (Gráficos n.º 12 e n.º 13). Por seu lado, entre os jovens, os indivíduos do sexo masculino representam a maior parte dos fumadores.
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TOTAL GERAL TOTAL 15-29 15-19 20-24 25-29
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Não fumadores actuais Fumadores actuais
Gráfico n.º 12: População inquirida de 10 e mais anos, por consumo de tabaco, segundo o grupo etário: 1995/96 Fonte: Departamento de Estudos e Planeamento da Saúde, Ministério da Saúde, Inquérito Nacional de Saúde 1995/96.
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TOTAL GERAL TOTAL 15-29 15-19 20-24 25-29
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Não fumadores actuais Fumadores actuais
Gráfico n.º 13: População inquirida de 10 e mais anos, por consumo de tabaco, segundo o grupo etário: 1998/99
Fonte: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge: Inquérito Nacional de Saúde 1998/99.
Tanto no inquérito de 1995/96, como no de 1998/99, quase metade dos fumadores (15 aos 29 anos) afirmou iniciar hábitos tabagísticos entre os 15 e os 17 anos contabilizando 46% dos inquiridos. O início de hábitos tabagísticos nos primeiros anos da juventude poderá dever-se a estratégias de afirmação, por processos de pertença e diferenciação identitária. Quiçá, o consumo de tabaco associado a representações de “autonomia etária”, e “maturidade”, ou de aceitação/integração em determinados grupos sociais e estilos de vida juvenis.
Outra conduta de risco analisada prende-se com os hábitos de consumo de bebidas alcoólicas. Para a população geral manteve-se, entre 1995/96 e 1998/99, o quadro de consumidores de bebidas alcoólicas (consumo nos 12 meses anteriores à inquirição), rondando os 50% dos inquiridos. Em relação aos jovens (15-29 anos) confirmou-se o panorama, com os jovens que afirmavam em 1995/96 terem bebido constituindo 50,3% e em 1998/99 45,8% (Gráficos n.º 14 e n.º 15).
Nos jovens com idades entre os 15 e os 19 anos mantém-se a minoria dos jovens que afirmaram ter bebido, de facto diminuindo de 32,9% em 1995/96 para 27,5% em 1998/99. Em relação aos indivíduos do grupo etário dos 20 aos 24 anos os jovens que afirmaram ter bebido contabilizavam 57,3% dos inquiridos em 1995/96, passando para 48,5% dos inquiridos em 1998/99. Quanto ao grupo etário dos 25-29 anos em 1995/96, 66,3% dos indivíduos afirmou ter bebido nos 12 meses anteriores, com uma ligeira diminuição para 63,8% em 1998/99.
Neste sentido, nos jovens, a proporção de indivíduos que consumiram bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses aumenta quanto maior o grupo etário em causa.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 TOTAL GERAL TOTAL 15-29 15-19 20-24 25-29 % Não bebeu Bebeu
Gráfico n.º 14: População inquirida pelo consumo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, segundo o grupo etário: 1995/96
Fonte: Departamento de Estudos e Planeamento da Saúde, Ministério da Saúde, Inquérito Nacional de Saúde 1995/96. Nota: * Vinho, cerveja, bagaço, aguardente, brandy, vinho do Porto, martini, whisky e gin.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 TOTAL GERAL TOTAL 15- 29 15-19 20-24 25-29 % Não bebeu Bebeu
Gráfico n.º 15: População inquirida pelo consumo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, segundo o grupo etário: 1998/99
Fonte: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge: Inquérito Nacional de Saúde 1998/99. Nota: * Vinho, cerveja, bagaço, aguardente, brandy, vinho do Porto, martini, whisky e gin.
Analisando os hábitos de consumo de álcool por relação ao sexo do inquirido, para o total da população como na população jovem, destaca-se o sexo masculino, em geral e em ambos os inquéritos, com maior incidência de indivíduos que afirmaram ter consumido bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses. Em 1998/99, dos jovens de sexo
masculino entre os 15 e 29 anos, 58,3% consumiram bebidas alcoólicas, para 32,3% no caso do sexo feminino.
No total da população como entre os jovens consumidores de bebidas alcoólicas, as bebidas que reúnem mais respostas afirmativas quanto ao seu consumo nos últimos 12 meses são a cerveja e o vinho. Assim, por exemplo, em 1998/99, de entre os jovens entre os 15 e 29 anos, 28,9% afirmou ter consumido vinho e 36,4% afirmou ter consumido cerveja, para 19,5% de consumo de vinho do Porto.
Destacam-se ainda algumas diferenças entre os sexos ao nível do consumo de bebidas alcoólicas por parte da população jovem (15-29 anos). Por exemplo, em 1998/99, os jovens do sexo masculino, consumidores de bebidas alcoólicas, tendem a preferir nitidamente a cerveja (52,8%) ao vinho (36,4%), seguindo-se o whisky e gin com 24,8% e o vinho do porto, martini e licores com 23%. Já entre os consumidores do sexo feminino, os consumos de cerveja e de vinho são mais equidistantes (20,7% para o vinho e 18,7% para a cerveja), seguindo-se o consumo de vinho do Porto, martini e licores, com 15,7%, e apenas 5,6% de whisky e gin.
Quanto aos consumidores de bebidas alcoólicas, e em relação às quantidades ingeridas, as maiores porções são, nos jovens, de cerveja. Por exemplo, a maioria dos jovens inquiridos entre os 15 e 29 anos, que se afirmaram consumidores de cerveja em 1998/99, revelou ter ingerido na semana anterior à inquirição quantidades maiores de 250 ml até 500 ml (61,4%), e 37% afirmaram ter bebido até 250 ml. Quanto ao vinho, de entre os jovens inquiridos entre os 15 e os 29 anos que afirmaram ter consumido vinho em 1998/99, 92,1% afirmaram ter ingerido na última semana até 250 ml e apenas 5,3% afirmaram ter ingerido na última semana quantidades maiores de 250 ml até 500 ml.
Entre os jovens consumidores de cerveja, foram em maior proporção os que afirmaram consumir várias vezes por semana, rondando, nos dois inquéritos, os 50%. Igual cenário surge nos consumidores de vinho. Por sua vez, entre os jovens consumidores destas bebidas, a proporção de indivíduos que afirma consumir várias vezes por semana aumenta quanto maior o grupo etário.