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Situações conjugais dos jovens e idade média do primeiro casamento

1. Conjugalidades

1.1. Situações conjugais dos jovens e idade média do primeiro casamento

segundo ponto tratamos dos casamentos dissolvidos por divórcio. No terceiro ponto são levantadas as questões referentes ao nascimento de filhos de pais jovens. Por último, o quarto tenta abordar o âmbito da habitação onde reside a população juvenil.

1. Conjugalidades

1.1. Situações conjugais dos jovens e idade média do primeiro

casamento

Comecemos pela idade média de casamento dos jovens portugueses. Este indicador não se alterou significativamente entre 1960 e 1990. A partir de 1990 verificou- se um progressivo aumento da idade média no primeiro casamento em ambos os sexos. Os dados de 1990 dizem-nos que, em média, os homens casavam aos 26,2 anos. Em 2004, os jovens do sexo masculino esperam até aos 28,6 anos para casar. As mulheres também adiaram a idade de casamento dos 24,2 anos para os 26,9 anos.

Para além dos jovens casarem mais tarde, a diferença de idade entre sexos também diminuiu, com o retardamento da idade média de casamento mais significativo entre as mulheres. Enquanto os homens aumentaram a sua idade média de casamento 2,4 anos, as mulheres aumentaram 2,76 anos. Esta situação começa a evidenciar indícios de que, num futuro próximo, as idades médias de casamento dos jovens masculinos e femininos, se aproximem (Gráfico n.º1).

Podemos tentar explicar o retardamento da idade média de casamento através da interligação de vários factores. Um deles poderá ser o prolongamento dos estudos; um outro relaciona-se com as situações conjunturais de dificuldade económica que dificultam a inserção dos jovens no mercado de trabalho, ou tornam essa inserção precária e instável. Esta precariedade no emprego provoca situações de instabilidade económica, a nível pessoal e familiar, que dificultam e adiam a decisão dos jovens em se autonomizarem residencialmente e em constituir família. Por outro lado, é importante referir que muitos jovens já optam por viver em união de facto, podendo casar ou não posteriormente.

22 23 24 25 26 27 28 29 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Ano Idade

IDADE DO HOMEM IDADE DA MULHER

Gráfico n.º 1 – Idade média ao primeiro casamento, por ano, segundo o sexo: 1990-2004 Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal.

A observação dos dados sobre os estados civis da população jovem residente em Portugal veio confirmar esta situação (Gráfico n.º2). Como seria de esperar, os resultados dos censos de 1991 e 2001 indicam que, a maioria dos jovens com idades compreendidas entre 15 e 29 anos são solteiros, situação conjugal que aumentou nessa década (68% e 71,7%, respectivamente). Por outro lado, em consonância com o retardamento da idade de casamento, o número de jovens legalmente casados diminuiu 6%. Em 1991, 28% dos jovens encontravam-se legalmente casados. Em 2001, este valor desceu para 22,8%. No sentido inverso, as uniões de facto também assistiram a um assinalável aumento de 2,2% para 4,5%.

68,00 28,00 2,16 1,09 0,30 0,00 71,69 22,76 4,54 0,41 0,50 0,10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Solteiros Casados legalmente Casados "de facto"

Separados Divorciados Viúvos

Estado Civil

%

1991 2001

Gráfico n.º 2 – População jovem residente, por ano censitário, segundo o estado civil: 1991-2001 Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal.

Quanto ao estado civil por grupos etários juvenis, vemos que: no grupo etário entre os 15 e os 19 anos não se verificaram alterações relevantes. Como seria de esperar, a população deste grupo etário é maioritariamente solteira (97%). Nos restantes grupos etários observámos três tendências relevantes: o aumento significativo da percentagem de solteiros; uma diminuição dos jovens legalmente casados; e um aumento dos jovens em união de facto. Especificamente, o aumento dos solteiros foi de 71% para 78,2% entre os 20 e os 24 anos; e de 32% para 43,9% no grupo etário entre os 25 e os 29 anos. O estado de legalmente casado é mais significativo entre os jovens com 25 e 29 anos.

No entanto, este grupo também sentiu um considerável decréscimo na conjugalidade formal. De 61% jovens casados em 1991, passaram a ser 46,8%, em 2001. Na faixa etária dos 20-24 anos a diminuição da percentagem de casados foi menor (25% para 16,45%). Quanto às uniões de facto, entre os jovens de 20-24 anos a união de facto aumentou de 2,4% para 4,6%; e nos jovens com idades entre os 25- 29 anos, de 3,7% para 7,2%. Estes dados indicam-nos que, no grupo etário dos 25-29 anos, ocorreu um equilíbrio entre o peso relativo dos jovens solteiros e dos jovens legalmente casados.

Estes dados indicam que a faixa etária dos 25-29 anos tem sofrido grandes alterações. Foi a faixa etária em que mais decresceu a proporção de casados, a favor do aumento da proporção de solteiros. Significa isto que é este segmento de jovens que mais tem alterado os seus comportamentos da conjugais, no sentido de adiamento do casamento ou de uma opção definitiva ou temporária pela união de facto.

A distribuição destes dados por sexo mostra-nos que, embora a maioria dos jovens de ambos os sexos permaneçam solteiros (Gráfico n.º3), a proporção de homens solteiros é maior. Em 2004, 77,4% dos homens jovens eram solteiros, para 65,9% das mulheres. Em termos de evolução longitudinal, verificou-se, entre os dois censos, um crescimento de aproximadamente 3% no número de solteiros em ambos os sexos: no caso dos homens, passa de 75% em 1991 para 77,4% em 2001; no caso das mulheres, de 62% em 1991, para 65,9% em 2001. Com este movimento de subida, ocorreu também uma diminuição dos jovens casados e um aumento dos jovens em união de facto, em ambos os sexos.

75,00 77,39 22,00 18,10 62,00 65,85 33,00 27,52 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1991 2001 Ano %

Homens Solteiros Homens Casados

Mulheres Solteiras Mulheres Casadas Mulheres Casadas Mulheres em união "de facto"

Gráfico n.º 3 – População jovem residente, por ano censitário, segundo o estado civil e o sexo: 1991-2001 Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal.