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CONTENCIOSO ELEITORAL  Requerimento para registro de candidatura:

- requisitos:

- ser escolhido candidato em convenção partidária; - possuir nacionalidade brasileira;

- estar no pleno exercício dos direitos políticos; - estar alistado como eleitor;

- ter domicílio eleitoral na circunscrição pelo período mínimo de 6 (seis) meses133;

- estar filiado a partido político pelo período mínimo de 6 (seis) meses134; - é vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária;

- não estar presente nenhuma situação de inelegibilidade ou incompatibilidade que gere inelegibilidade135;

- idade mínima:

130 Embora a lei fale em 24 (vinte e quatro) horas, Resolução do TSE define o prazo em 1 (um) dia. 131

Não admitido tal recurso cabe agravo ao TSE no prazo de 3 (três) dias.

132 A competência para processamento e julgamento das representações por propaganda eleitoral em desacordo com a lei não exclui o poder de polícia sobre a propaganda eleitoral, que será exercido pelos juízes eleitorais, pelos membros dos tribunais eleitorais e pelos juízes auxiliares designados.

133

Nos termos do artigo 9º da Lei 9.504/97.

134 Caso o partido político estabeleça prazo maior de filiação, valerá o prazo do estatuto. 135

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VI - a idade mínima de136:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República

e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do

Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou

Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador. - número de cargos:

- cargo majoritário  1 (um) candidato por cargo;

- cargos proporcionais  até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de vagas existentes137;

- exceção:

- eleições municipais em município de até 100.000 eleitores138 = a coligação pode elevar a porcentagem para 200%139;

- eleições gerais nos estados nos quais o número de vagas não exceder a 12 (doze) vagas na Câmara Federal = partidos ou coligações 140 poderão apresentar até 200% das vagas de Deputados Federais e Estaduais;

- importante: a cota de gênero eleitoral determina que ao menos 30% (trinta por cento) das vagas devem ser reservadas para um sexo141;

- é possível utilizar a ação de investigação judicial eleitoral para verificar se o partido político ou coligação está cumprindo efetivamente a fração mínima da cota de gênero eleitoral;

- os percentuais de gênero devem ser observados no momento do registro da candidatura, em eventual preenchimento de vagas remanescentes

136 Deve ser considerada a data da posse (exceção: para se candidatar a vereador a reforma de 2.015 trouxe a regra da data limite para registro da candidatura – 15 de agosto).

137

Artigo 10 da Lei 9.504/97. 138 Eleitores – não são habitantes.

139 Regra aplicável unicamente à coligação – inaplicável ao partido político. 140

Neste caso a regra é aplicável para coligações e partidos. 141

No momento do cálculo desta porcentagem não pode haver desprezo de fração menor que 0,5 – qualquer fração resultante será igualada a um (como forma de possibilitar o cumprimento da cota mínima de 30%).

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ou na substituição de candidatos – entendimento do TSE;

- STF, ADI 5617  a corte entendeu inconstitucional o artigo 9º da Lei 13.165/15 que estabeleceu percentuais mínimos de 5% e máximo de 15% do Fundo Partidário às mulheres para as três eleições seguintes à vigência – a corte entendeu que a regra ofendia a igualdade e que deveria ser interpretada no sentido de que deve ser destinado 30% do Fundo Partidário (no mínimo) à promoção das candidaturas femininas142;

- procedimento:

- o partido político deve apresentar os formulários DRAP (Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários) + RRC (Requerimento de Registro de Candidatura) ou RRCI143 (Requerimento de Registro de Candidatura Individual);

- as apresentações são realizadas no sistema CANDex – Sistema de Candidaturas – módulo externo;

- a leitura e o registro dos documentos são feitos pelo sistema informatizado;

- o candidato pode escolher o próprio nome ou o apelido que ele é conhecido – desde que não o exponha ao ridículo nem ofenda o pudor ou estabeleça dúvida quanto à sua identidade;

- Súmula 4 do TSE  não havendo preferência entre candidatos que pretendam o registro da mesma variação nominal, defere-se o do que primeiro o tenha requerido;

- é vedado constar no nome menção a órgão público;

- entre os documentos a serem apresentados está a declaração contendo a relação de bens de propriedade do candidato144;

- quitação eleitoral145 = abrange a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de

142 Na verdade a distribuição das verbas e horário eleitoral gratuito deve ser proporcional à existência de candidaturas femininas (caso haja 45% de candidatas mulheres, deve necessariamente 45% do fundo eleitoral ser gasto com elas e também o tempo de horário eleitoral gratuito na rádio e TV ser 45% do disponibilizado ao partido/coligação). A regra é a aplicação da proporcionalidade em razão do gênero. 143

Idêntico ao RRC, mas apresentado pelo próprio candidato. 144

O TSE tem entendimento de que tal declaração não precisa corresponder fielmente àquela apresentada à Receita Federal.

145

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multas aplicadas146, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas e a apresentação de contas de campanha eleitoral;

- Súmula 50 do TSE  o pagamento de multa eleitoral pelo candidato ou a comprovação do cumprimento regular de seu parcelamento após o pedido de registro, mas antes do julgamento respectivo, afasta a ausência de quitação eleitoral; - Súmula 03 do TSE  no processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento cuja falta houver motivado o indeferimento ser juntado com o recurso ordinário; - com ou sem impugnação, após a conclusão dos autos o magistrado competente deve julgar o pedido de registro de candidatura em 3 (três) dias;

- candidato sub judice = candidato cujo registro esteja pendente de julgamento, podendo efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito na rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior;

- o TSE entende pela impossibilidade de cancelamento imediato da candidatura, com proibição de realização de atos de propaganda eleitoral, em virtude de decisão por órgão colegiado no processo de registro;

- a mesma regra é aplicada ao candidato cujo pedido foi realizado no prazo legal e ainda não foi apreciado pela Justiça Eleitoral;

 Ação de impugnação ao pedido de registro de candidatura: - introdução:

- compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as arguições de inelegibilidade;

- eleições presidenciais  TSE; - eleições gerais  TRE;

- eleições municipais  juiz eleitoral; - previsão legal:

- previsto nos artigos 3º e 16 da LC 60/90 – o procedimento é muito criticado por prever prazos muitos longos (causando prejuízo à celeridade); - legitimidade147:

146 O parcelamento da multa regulariza a situação eleitoral – caso, obviamente, não haja parcela vencida.

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- Ministério Público; - candidatos148; - partidos políticos149; - coligações;

- prazo:

- 5 (cinco) dias – contados da publicação do edital relativo ao pedido de registro;

- impugnação extemporânea: segundo o TSE a impugnação ajuizada antes da publicação do edital alusivo ao registro é tempestiva quando evidenciada a ciência prévia da candidatura pelo impugnante;

- observações importantes:

- Súmula 45 do TSE  nos processos de registro de candidatura o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa150;

- qualquer cidadão no gozo dos seus direitos políticos pode (em cinco dias contados da publicação do edital relativo ao pedido de registro) dar notícia da inelegibilidade ao Tribunal Eleitoral competente151 (mediante petição fundamentada);

- membro do Ministério Público que tenha realizado atividade político partidária ou disputado eleição nos últimos 2 (dois) anos não pode fazer impugnação ao pedido de registro de candidatura – e também não pode exercer função eleitoral;

- o Ministério Público pode agir como autor e também como custos legis; - o TSE entende não haver litisconsórcio passivo necessário entre o candidato e o partido ou coligação, sendo suficiente a ciência à agremiação política (que poderá atuar como assistente);

- Súmula 39 do TSE  não há formação de litisconsórcio necessário em processo de registro de candidaturas152;

147

A legitimação é concorrente (existe para todos ao mesmo tempo) e disjuntiva (cada parte legítima pode exercê-la de forma independente). Segundo o TSE há legitimidade do “terceiro juridicamente interessado” – candidato a outro cargo interessado na impugnação. O eleitor não tem mais legitimidade.

148 Tecnicamente, neste momento não se tratam de candidatos, mas de pré-candidatos.

149 Quando o partido político estiver coligado, a legitimidade é da coligação, não do partido. O diretório municipal de um partido não pode impugnar candidaturas em eleições estaduais e federais.

150 O simples fato das questões serem conhecíveis de ofício não dispensa o contraditório prévio e nem autorizam a decisão surpresa – neste sentido: nova sistemática do CPC/15.

151

A meu ver nada impede a comunicação a um candidato específico, a um partido ou coligação ou até mesmo ao Ministério Público – solicitando a tomada das medidas cabíveis.

152 Por dois motivos: o pedido de registro de candidatura é individual e não interferirá na órbita jurídica dos demais candidatos + o artigo 17 da Lei 8.504/97

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- Súmula 38 do TSE  nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária153;

- procedimento:

- durante o prazo de impugnação de 5 (cinco) dias deve ser apresentado o rol de testemunhas154 (prazo decadencial155);

- o impugnante especificará desde logo os meios de prova que pretende demonstrar o alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6 (seis);

- número de testemunhas = máximo de 6156;

- o ajuizamento e o trâmite da demanda se dão via processo judicial eletrônico;

- terminado o prazo da impugnação o candidato e o partido ou a coligação devem ser intimados para contestar em 7 (sete) dias157;

- decorrido o prazo acima mencionado o relator deve designar os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição das testemunhas – que comparecerão por iniciativa das partes que as tiver arrolado após notificação judicial realizada pelos advogados;

- as testemunhas são ouvidas em audiência una;

- encerrada a instrução, nos 5 (cinco) dias subsequentes o juiz deve proceder às diligências que determinar de ofício ou a requerimento das partes;

- encerrada a dilação probatória as partes poderão apresentar alegações finais158 no prazo comum159 de 5 (cinco) dias, sendo os autos conclusos no dia imediato para julgamento160;

- o julgamento deve ser realizado em 3 (três) dias;

153

Importante deixar claro que tal súmula não se aplica à impugnação do registro por inelegibilidade visto que tal condição possui caráter personalíssimo. Mesmo neste caso, se a decisão sair depois da eleição, ela prejudicará o vice, que também será atingido pelos efeitos da decisão (mesmo sendo facultativa sua participação no processo).

154

Lembrando que o prazo é contado da publicação do edital dos candidatos que requereram a inscrição. Tal prazo é peremptório e causa preclusão se não for proposta a impugnação. Não há intimação pessoal do Ministério Público.

155

Salvo em caso de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional.

156 O TSE entende não haver nulidade em apresentação de número maior caso não haja prejuízo demonstrado. Ademais, entende também pela inadmissibilidade de apresentação de rol de testemunha em momento distinto e posterior à petição inicial.

157 Nos termos do artigo 4º da LC 64/90. Neste momento deve ser apresentado o rol de testemunha e indicadas as provas a serem produzidas.

158

A apresentação é facultativa. 159

O prazo é comum inclusive para o Ministério Público.

160 Importante: as partes não são intimadas para alegações finais, correndo automaticamente tal prazo após o encerramento da dilação/instrução probatória.

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- o artigo 7º, § único da lei prevê que o “juiz ou Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu conhecimento”;

- o STF na ADI 1082 entendeu pela constitucionalidade da expressão “ainda que não alegados pelas partes”;

- tudo tem que estar julgado e decidido até 20 (vinte) dias antes da eleição161;

- julgamento procedente  será negado ou cancelado o registro ou declarado nulo o diploma, se já expedido;

- se houve exclusão o candidato pode ser substituído até 20 dias antes do pleito (salvo falecimento162);

- mantem-se os vices e suplentes, salvo má-fé comprovada; - Súmula 11 do TSE  no processo de registro de candidatos o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se cuidar de matéria constitucional;

- o Ministério Público possui legitimidade pare recorrer da decisão que defere o registro de candidatura ainda que não haja impugnação ao pedido inicial (entendimento do STF – tema de repercussão geral 680);

- recursos:

- eleições municipais:

- sentença  cabível Recurso Eleitoral para o TRE163;

- julgamento do TRE  pode caber Recurso Especial Eleitoral ao TSE164 – conforme o caso;

- incabível recurso ordinário ao TSE (por falta de previsão legal);

- eleições estaduais e federais165:

- acórdão do TRE em competência originária  cabível Recurso Especial Eleitoral – se a decisão versar sobre condições de elegibilidade OU Recurso Ordinário – se a decisão versar sobre causa de inelegibilidade;

- eleições presidenciais:

- acórdãos do TSE  cabível Recurso Extraordinário ao STF;  Abuso de poder166

:

161 Em 1º grau de jurisdição. 162

Caso haja falecimento a substituição poderá se dar após tal prazo. 163

Em 3 (três) dias.

164 Não sujeito ao juízo de admissibilidade pelo presidente do TRE. 165

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- espécies:

- abuso de poder econômico;

- utilização de recursos financeiros ou força financeira de forma a desequilibrar o pleito e as chances iguais entre os candidatos; - abuso de poder político ou de autoridade;

- utilização dos cargos públicos ou da estrutura administrativa para favorecer determinado candidato;

- uso indevido dos meios de comunicação;

- subespécie do abuso do poder econômico em que há o uso dos meios de comunicação para favorecer determinada candidatura;

- abuso de poder religioso;

- inovação surgida de construção jurisprudencial para caracterizar o abuso de poder em caso da prática de atos de propaganda por entidade religiosa que faça uso indevido dos meios de comunicação social para a difusão dos atos de promoção de candidaturas;

- Súmula 19 do TSE  o prazo de inelegibilidade decorrente de condenação por abuso de poder econômico ou político tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda no dia de igual número no oitavo ano seguinte;

- um mesmo ato pode configurar abuso de poder e outras infrações eleitorais, como captação ilícita de sufrágio, conduta vedada e captação ou gastos ilícitos de recurso;

- formas de apuração do abuso de poder:

- Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE); - Ação de Impugnação ao Mandato Eletivo (AIME); - Recurso Contra Expedição do Diploma (RCED); - Ação de Investigação Judicial Eleitoral:

- fundamento constitucional = artigo 14, §9º da CRFB/88;

- objetivo: apurar e julgar as condutas abusivas do poder econômico, do poder político e do poder de autoridade, desde que relacionadas com o processo eleitoral;

- consequências jurídicas:

- decretação da inelegibilidade do candidato direta ou indiretamente beneficiado e das demais pessoas que participaram do abuso;

166 Previsto atualmente no artigo 22 da LC 64/90 – levado ao Poder Judiciário por meio da Investigação Judicial Eleitoral (natureza de ação eleitoral).

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- produção de provas para a ação de impugnação de mandato eletivo167;

- cassação do registro da candidatura ou do diploma;

- origem na investigação do artigo 327, §3º do Código Eleitoral; - prazo final para propositura: até a data da diplomação168;

- termo inicial para ajuizamento: registro da candidatura (com a possibilidade de verificar fatos abusivos ocorridos antes deste período); - legitimidade ativa concorrente e disjuntiva: Ministério Público + partidos políticos e coligações + candidato;

- legitimidade passiva: candidatos beneficiados pelo abuso do poder econômico ou político ou pela utilização indevida dos meios de comunicação e transportes + qualquer pessoa, candidato ou não, que beneficie ilicitamente algum candidato, ou mesmo aspirante a candidato, pela prática dos atos vedados em lei, de modo a desequilibrar a disputa eleitoral169;

- litisconsórcio:

- necessário entre os candidatos e o agente público que o beneficiou;

- necessário entre o cabeça de chapa e o seu vice-candidato (vez que a decisão atingirá ambos);

- inexistência de litisconsórcio necessário entre o candidato e o partido político;

- indeferimento da investigação: cabível uma espécie de reclamação, recurso ou agravo (artigo 22, incisos II e III da LC 64/90);

- revelia: há quem entenda pela possibilidade – sem o efeito de presumir verdadeiros os fatos alegados (efeito material da revelia);

- julgamento antecipado da lide: incabível, considerando a necessidade de dilação probatória;

- procedimento:

- inicial em duas vias;

- magistrado despacha a inicial:

- notificando o representado para defesa em 5 dias – com apresentação do rol de testemunhas;

167 Normalmente não será necessária tal ação, visto que a cassação do diploma já é uma consequência possível da AIJE.

168

Exceto as do artigo 30-A (gastos indevidos e captação ilícitas de recursos) e 23 (doações acima do limite legal) da Lei 9.504/97, que poderão ser propostas, respectivamente, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação até 31 (trinta e um) de dezembro do ano posterior às eleições. Importante observar que o TSE possui uma decisão permitindo a propositura de ação de investigação judicial eleitoral fundada em abuso de poder político após a data da eleição.

169 Segundo o TSE não há impedimento para o julgamento da AIJE em razão do representado não ter sido eleito.

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- concedendo ou não a decisão liminar (antecipação de tutela);

- havendo requerimento o magistrado pode limitar o acesso aos autos apenas às partes, seus representantes e o Ministério Público;

- em caso de indeferimento (antecipação de tutela) cabe recurso inominado ou agravo em 3 dias ao tribunal superior – que tem 24 horas para decidir;

- prosseguindo, junta-se a notificação realizada;

- findo o prazo da notificação, havendo ou não defesa, é aberto o prazo para instrução, em 5 dias, ouvindo-se até 6 testemunhas de cada parte que comparecerão independente de intimação (audiência una)170;

- nos 3 dias seguintes o magistrado realiza todas as diligências171;

- encerrada a instrução: alegações finais no prazo comum de 2 dias;

- caso o Ministério Público não seja parte os autos serão remetidos à instituição para manifestação no prazo de 2 dias;

- terminado o prazo de alegações deverão os autos ser conclusos ao magistrado para julgamento em 3 dias;

- da sentença de procedência caberá recurso em 3 dias para o tribunal superior (recurso inominado);

- se a decisão for do TER (competência originária) caberá recurso ordinário ou especial para o TSE, do qual não caberá recurso, salvo se afrontar a CRFB/88 (caso de Recurso Extraordinário);

- consequências da procedência172:

- contra quem não se candidatou  inelegibilidade por oito anos a contar da data dos fatos;

- contra quem pediu o registro  inelegibilidade por outo anos e prejudicialidade do registro, que não poderá ser deferido; - contra quem teve o registro deferido  inelegibilidade por outo anos e cassação do registro deferido;

170 Havendo mais de um fato e com pedido da parte o juiz pode admitir número maior de testemunhas – limitado a seis testemunhas por fato.

171

A adoção de providências legais pelo magistrado não caracteriza a sua suspeição ou imparcialidade. 172 O que pode ser observado é que as consequências também vão variar de acordo com o momento da prolação da sentença.

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- contra quem foi diplomado  inelegibilidade por oito anos e cassação do diploma173;

- princípio da potencialidade lesiva174: somente será julgado procedente o processo por abuso de poder caso em que ele possuir nexo de causalidade com o resultado das eleições e se houver prova de potencial desequilíbrio entre as forças eleitorais em função do ato praticado (necessidade de prova da influência sobre os resultados das eleições);

- a LC 135/10 introduziu o inciso XVI no artigo 22 da LC 65/90 passando a prever que não se aplica o princípio da