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APRESENTAÇÃO: Acompanhe o meu trabalho nas redes sociais: FACEBOOK: DaniloPMeneses

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Academic year: 2021

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para colaborar com os (assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no processo de aprovação do tão sonhado concurso público. O foco da apostila são os concursos públicos para ingresso nos cargos de juiz de direito e promotor de justiça.

As apostilas utilizaram como base o curso do G7 Jurídico (Ministério Público e Magistratura) do ano de 2.020 e podem vir a sofrer atualizações para se adequar à legislação superveniente. Não houve cópia de nenhum material fornecido pelo referido curso, razão pela qual não há violação de nenhum direito autoral.

As notas de rodapé muitas vezes trazem comentários feitos exclusivamente pelo autor da presente apostila como forma de chamar atenção para alguns pontos de reflexão.

Caso este material tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de preparação cobrarei como retribuição o relato sobre o seu êxito no tão sonhado concurso. A melhor forma de “me pagar” é com a sua aprovação.

Qualquer sugestão buscando o aprimoramento deste material será muito bem-vinda: e sinta-se à vontade para encaminhar por e-mail. Sucesso na empreitada e bons estudos. Aguardo o convite para o churrasco da posse. Como diria o saudoso e inspirador mestre Luiz Flávio Gomes: AVANTE!

Atenciosamente, DANILO MENESES.

Acompanhe o meu trabalho nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br

INSTAGRAM: @danilopmeneses FACEBOOK: DaniloPMeneses Email: contato@danilomeneses.com.br

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DIREITOS POLÍTICOS  Noções essenciais:

- conceito de direitos políticos: conjunto de normas que cuida da soberania popular; - aspecto objetivo  constitui as regras de atuação da soberania popular; - aspecto subjetivo  direito do cidadão de participar do governo (da administração da pólis);

- conceito de política: vem da palavra grega politikós, adjetivo da palavra pólis (cidade-Estado grega) – designa o que se refere à cidade, inclusive seu governo;

- soberania popular:

- princípio previsto na CRFB/88 (artigo 1º, §º único e artigo 14, caput); - exercício  sufrágio universal (voto secreto1, direto2 e igualitário3) + plebiscito + referendo + iniciativa popular;

- STF, ADI 5.889  o voto impresso e depositado de forma automática em urna (para conferência) foi considerado inconstitucional pelo STF por ofensa ao sigilo da votação (foi suspenso o artigo 59-A da Lei 9.504/97);

- STF, ADI 4.467 MC  decidiu a Corte que apenas a ausência de documento oficial de identidade com foto impede o exercício do direito de voto4;

- STF, ADI 1.057/MC  entendeu a Corte Suprema que as deliberações parlamentares são regidas pelo princípio da publicidade, sendo a votação pública e ostensiva nas Casas Legislativas5 um dos instrumentos mais significativos de controle do poder estatal pela sociedade civil;

- STF, AI 133.468 AgR  foi decidido que não ofende o princípio do sufrágio universal a decisão que entende nula a cédula assinalada de modo a poder identificar o eleitor;

- restrição  capacidade político-eleitoral6;

- capacidade eleitoral ativa: capacidade de votar, adquirida aos 16 (dezesseis anos) de forma facultativa e aos 18 (dezoito) anos de forma obrigatória7;

1 Não pode haver ciência por parte de terceiros quanto à opção de voto do eleitor.

2 A votação é direcionada de forma direta ao candidato a ser escolhido. Importante saber que já existiu o instituto do voto indireto da história do Brasil. Nos EUA ainda existe o sistema de votação indireta. 3 One man, one vote.

4 Logicamente, deve o eleitor comparecer ao local correto para votação. 5

O parlamentar tem obrigação de transparência e prestação de contas para o povo, vez que é representante deste.

6 Somente os detentores de tal capacidade podem exercer a soberania popular. 7

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- capacidade eleitoral passiva: capacidade de ser eleito – submeter o seu nome ao sufrágio;

- no Brasil tal capacidade é gradativa, atingindo sua plenitude aos 35 (trinta e cinco) anos – quando o cidadão passa a ter capacidade para concorrer a qualquer cargo eletivo;

- 18 anos  vereador;

- 21 anos  prefeito + deputado; - 30 anos  governador e vice;

- 35 anos  presidente e vice + senador;

- atributo da cidadania  apenas os cidadãos podem exercer a soberania; - Direito Político Positivo: conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participar no processo político e nos órgãos governamentais;

- Direito Político Negativo: determinações constitucionais que privam o cidadão do direito de participação no processo político e nos órgãos governamentais;

- são negativos porque são regras que negam ao cidadão o direito de eleger ou de ser eleito, de exercer atividade político-partidária ou de exercer função pública, estabelecendo os pressupostos ou condições de elegibilidade, as inelegibilidades, as incompatibilidades, a alistabilidade, a inabilitação, a perda e a suspensão dos direitos políticos;

 Condições de elegibilidade:

- condições de elegibilidade VS pressupostos de elegibilidade:

- a maioria da doutrina entende que as expressões são equivalentes;

- elas constituem os requisitos gerais a serem preenchidos para que o eleitor possa ser elegível8;

- as condições de elegibilidade também devem ser cumpridas nas eleições indiretas;

STF, ADI 1.057 MC  as condições e elegibilidade e as hipóteses de inelegibilidade, inclusive as decorrentes de legislação complementar, aplicam-se de pleno direito, independentemente de sua expressa previsão na lei local, à eleição indireta para governador e vice do Estado, realizada pela Assembleia Legislativa em caso de dupla vacância desses cargos executivos no último biênio do período do governo; - previsão constitucional:

- artigo 14, §3º da CRFB/88;

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- o professor Adriano Soares da Costa entende que o legislador infraconstitucional pode criar outras condições9:

- condições de elegibilidade próprias (previstas na CRFB/88); - próprias porque são assim denominadas na CRFB/88;

- condições de elegibilidade impróprias (não são denominadas como condições de elegibilidade, mas na verdade atuam como verdadeiras condições de elegibilidade);

- de ordem constitucional;

- exemplo: alfabetização + regras

especiais para militares +

desincompatibilização10; - de ordem infraconstitucional;

- exemplo: indicação em convenção partidária + tempo de filiação partidária11 + desincompatibilização; STF, ADI 2.938  a fixação por lei estadual de condições de elegibilidade em relação aos candidatos a juiz de paz além das constitucionalmente previstas no artigo 14, §3º da CRFB/88 invade a competência da União para legislar sobre Direito Eleitoral;

TSE, ED-REsp. 38.875 e REsp. 190.323  a certidão de quitação

eleitoral é uma das condições de elegibilidade (artigo 11, §1º

da Lei 9.504/97);

TSE, REsp. 442.363  a apresentação das contas da companha é suficiente para se obter a quitação eleitoral – sendo

desnecessária a aprovação das contas;

- condições de elegibilidade constitucionais (artigo 14, §3º da CRFB/88): § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição12;

9 Nos termos do §9º do artigo 14 da CRFB/88 a criação de novas condições de inelegibilidade depende de Lei Complementar (LC 64/90 – alterada pela LC 135/10). Não há nada na CRFB/88 tratando das novas condições de elegibilidade – em função disto o professor citado entende pela possibilidade de criação de novas condições. Importante lembrar que cabe à União legislar sobre Direito Eleitoral.

10

Situações em que o indivíduo para ser candidato deve pedir exoneração ou licença de determinado cargo, função ou ocupação pública. Existem hipóteses de desincompatibilização na CRFB/88 e em Lei Complementar.

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V - a filiação partidária13;

VI - a idade mínima de14:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,

Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

- o STF entendeu na ADI 1.063/MC que o domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária revelam-se passíveis de disciplina por meio de lei ordinária com o argumento de que os requisitos de elegibilidade não se confundem com as hipóteses de inelegibilidade (previstas no texto constitucional ou em Lei Complementar);

- o STF entende que as condições de elegibilidade podem ser regulamentadas em lei ordinária – mas elas não podem ser confundidas com as hipóteses de inelegibilidade (artigo 14, §9º da CRFB/88) que somente podem ser tratadas em lei complementar;

- inelegibilidades  são obstáculos ou impedimentos – previstos pela CRFB/88 ou mediante Lei Complementar – ao exercício da cidadania passiva (capacidade eleitoral passiva), ou seja, à capacidade de ser votado. Traduzem limitações à capacidade de ser representante dos cidadãos em função de certas condições ou circunstâncias;

- possibilidades de sentido da expressão = sentido amplíssimo + sentido amplo + sentido estrito;

- sentido amplíssimo: abrange a falta de condições de elegibilidade, as inelegibilidades propriamente ditas e as incompatibilidades (alínea j, inciso I do artigo 22 do Código Eleitoral15 + artigo 13 da Lei 9.504/9716);

- sentido amplo: integra as inelegibilidades propriamente ditas e ora pelas incompatibilidades, ora ainda pela falta de condições de elegibilidade,

12 Prazo da exigência  6 (seis) meses. O prazo, por ser previsto em lei, é uma condição de elegibilidade imprópria infraconstitucional.

13 Prazo da exigência  6 (seis) meses. O prazo, por ser previsto em lei, é uma condição de elegibilidade imprópria infraconstitucional.

14

Deve ser considerada a data da posse (exceção: para se candidatar a vereador a reforma de 2.015 trouxe a regra da data limite para registro da candidatura – 15 de agosto).

15 Ação rescisória eleitoral em caso de inelegibilidade. 16

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conforme o caso (artigo 1º da LC 64/9017 + artigo 262, inciso I do Código Eleitoral18);

- sentido estrito: não se confunde com as condições de elegibilidade nem com as incompatibilidades, sendo apenas os casos de embaraço incontornável à elegibilidade (artigo 14, §7º da CRFB/8819);

- fundamentos e finalidades das inelegibilidades (artigo 14, §9º da CRFB/88):

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de

sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) - fundamento central = princípio da moralidade eleitoral;

- finalidade da previsão = evitar a influência do abuso do poder econômico, abuso do poder político e a o abuso de autoridade no processo eleitoral;

- Súmula 13 do TSE: entende o enunciado sumulado que o dispositivo (§9º) acima não é autoaplicável;

- reserva de Lei Complementar: somente Lei Complementar pode estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos da sua cessação; - LC 64/90 (Lei das Inelegibilidades): sofreu alteração com a Lei da Ficha Lima (LC 135/10);

- classificação das inelegibilidades:

- quanto à origem normativa:

- inelegibilidades constitucionais  previstas expressamente na CRFB/88 e não sujeitas à preclusão;

- inelegibilidades infraconstitucionais  previstas em Lei Complementar editada pela União e sujeitas à preclusão;

- quanto à abrangência:

- amplas  também conhecidas como gerais, totais ou absolutas, aplicam-se a todos os cargos em disputa;

- restritas  também conhecidas como parciais, especiais ou relativas, referem-se a um cargo ou alguns dos cargos, com limitação apenas territorial;

- quanto à duração:

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Incompatibilidade para a Presidência.

18 Revogado em 2.013, trazia a possibilidade de recurso contra a expedição de diploma eleitoral. 19

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- inelegibilidades temporárias  também conhecidas como transitórias, cuidam de uma situação de tempo ou da permanência de uma situação temporal superável pelo desaparecimento do óbice à inelegibilidade;

- exemplo: conscritos + condenação penal + suspensão dos direitos políticos;

- inelegibilidades permanentes  também conhecida como duradouras, cuida de situação que se prolonga no tempo de forma indeterminada;

- exemplo: perda dos direitos políticos; - quanto ao conteúdo:

- inelegibilidades próprias  inelegibilidades em sentido estrito ou propriamente ditas;

- inelegibilidades impróprias  condições de elegibilidade; - quanto à origem:

- inelegibilidades inatas  também conhecida como original, é comum a todos os nacionais e decorrem da ausência de elegibilidade;

- não pressupõe nenhuma conduta da pessoa, que, no caso, já nasce inelegível;

- exemplo: analfabeto + não filiado a partido político;

- inelegibilidades cominadas  aplicada como sanção, após regular processo judicial, ao nacional, fazendo com que ele fique impossibilitado de obter a elegibilidade, ou se já a tiver, para que a perca, podendo ser:

- cominada simples: aplicada na eleição em que o fato ilícito ocorreu;

- cominada futura ou potenciada: aplicável nas próximas eleições;

- quanto à produção:

- inelegibilidade endógena  oriunda do processo eleitoral (nasce dentro dele) e é decorrente do abuso do poder econômico ou político;

- natureza jurídica = sanção;

- inelegibilidade exógena  nasce fora do processo eleitoral, mas repercute na capacidade do cidadão de ser eleito (capacidade eleitoral passiva);

- são todas as demais hipóteses não incluídas na classificação anterior (não endógenas);

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- exemplos: rejeição de contas + condenação por improbidade administrativa;

- neste caso o juiz eleitoral apenas verifica a situação de inelegibilidade, não podendo contrariar a decisão que foi produzida externamente – decisão originária da inelegibilidade;

- quanto ao modo de incidir:

- inelegibilidade direta  tem como consequência o impedimento do próprio envolvido no fato que a produz; - inelegibilidade indireta ou reflexa  causa o impedimento de terceiros que não o envolvido no fato que a produz – como cônjuges e parentes;

- Lei Complementar 64/90 e Lei da Ficha Limpa (LC 135/10):

- em 2.006 surgiu o questionamento que havia candidatos no Rio de Janeiro que estavam envolvidos na criminalidade (crime organizado + milícias);

- o TRE-RJ começou então a aplicar a Teoria da Ficha Limpa para barrar candidaturas baseando-se na ausência do atendimento ao requisito vida pregressa do candidato;

- o Tribunal carioca buscou então vetar as candidaturas em que o candidato possuía condenação criminal – embora ainda não transitada em julgado;

- o TSE analisou o posicionamento do TRE-RJ e no Recurso

Ordinário 1.069 entendeu que o artigo 14, §9º da CRFB/88 –

que trata da idoneidade moral para candidatura – não é autoaplicável20;

- o entendimento adotado foi de que a análise da vida pregressa do candidato exigiria lei

complementar prevendo as hipóteses de

inelegibilidade;

- entendeu ainda que continuava em vigor a Súmula 13 do TSE – que adverte não ser autoaplicável o artigo 14, §9º da CRFB/88;

- a Lei Complementar 135/10 (Lei da Ficha Limpa) rompeu com uma tradição do Direito Brasileiro de somente permitir a existência de uma situação jurídica consolidada e impeditiva da fruição de direitos após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

- impedir a candidatura sem o trânsito em julgado poderia soar como ofensa à razoabilidade, tendo em vista a possibilidade de reversão da situação sub judice (através do uso dos recursos);

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- natureza da decisão judicial para incidência da nova lei = decisão judicial proferida por órgão colegiado;

- as ADC´s 29 e 30 e ADI 4.578 questionaram a constitucionalidade da nova regra;

- o STF entendeu que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e pode alcançar atos e fatos ocorridos antes da sua vigência;

- em momento posterior o STF chegou a decidir que as hipóteses de inelegibilidade por abuso de poder não poderiam alcançar situações anteriores a 2.010 – contrariando a própria jurisprudência;

- em 2.017 (RE 929.670) decidiu o STF (regime de repercussão geral reconhecido) que é possível a aplicação da alínea d do inciso I do artigo 1º da Lei de Inelegibilidades – com redação dada pela LC 135/10 – aos fatos anteriores à lei, suspendendo-se o julgamento final para a análise da proposta de modulação da decisão;

- o STF voltou a se reunir e entendeu desnecessário modular os efeitos da decisão tomada no RE 929.670  foi reafirmada a possibilidade da retroação da Lei da Ficha Limpa (a fatos anteriores à sua vigência);

- atualmente todas as inelegibilidades cominadas (inelegibilidades decorrentes de condenação) preveem o mesmo prazo  8 (oito) anos;

- exceção: alínea i, inciso I, artigo 1º da LC 64/90  inelegibilidade de quem, em estabelecimento de crédito, financiamento ou seguro, tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial e hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade21;

- as inelegibilidades dependentes de condenações judiciais incidem com o trânsito em julgado ou com decisões proferidas por órgãos colegiados22;

Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se

referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da

21 Há quem critique o dispositivo por se tratar de responsabilidade objetiva. 22

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Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 11 interposição do recurso. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas corpus. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) § 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso, acarretará a revogação do efeito suspensivo. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

- órgão colegiado  geralmente é órgão de tribunal, mas não necessariamente é órgão de tribunal;

- exemplo de órgão colegiado de primeiro grau: Tribunal do Júri23;

- pedido de suspensão da inelegibilidade em grau recurso  nos termos do caput do artigo 26-C da LC 64/90, é possível o pedido de suspensão da inelegibilidade na ocasião de interposição de recurso (tal pedido é analisado pelo órgão responsável por julgar o recurso gerador de inelegibilidade e não pela Justiça Eleitoral24);

- revogada a suspensão ou mantida a condenação serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedido ao recorrente;

- atos protelatórios praticados pela defesa = revogação do efeito suspensivo;

- Súmulas do TSE aplicáveis às inelegibilidades25:

- Súmula 33 do TSE  somente é cabível ação rescisória de decisões do TSE que versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade;

- o TSE entende que a somente é cabível ações rescisórias das suas decisões caso elas versem sobre causas de inelegibilidades;

- Súmula 36 do TSE  cabe recurso ordinário de acórdão do TRE que decida sobre inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais e estaduais;

23

As decisões do Tribunal do Júri ensejarão a inelegibilidade.

24 Salvo no caso em que a decisão que gerou a inelegibilidade seja oriunda da própria Justiça Eleitoral. 25

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- Súmula 41 do TSE  não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões preferidas por outros órgãos judiciários ou pelo Tribunal de Contas que configurem causa de inelegibilidade;

- Súmula 44 do TSE  o disposto no artigo 26-C da LC 64/9026 não afasta o poder geral de cautela conferido ao magistrado pelo Código de Processo Civil;

- Súmula 45 do TSE  nos processos de registro de candidatura o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício a existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e ampla defesa;

- possibilidade de conhecimento de ofício pelo magistrado de causa de inelegibilidade ou de ausência de condição de elegibilidade (respeitado o contraditório e a ampla defesa) em caso de pedido de registro de candidatura (mesmo não havendo a impugnação ao registro de candidatura);

- Súmula 47 do TSE  a inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra a expedição de diploma, fundado no artigo 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao registro de candidatura e que surge até a data do pleito;

- o recurso contra expedição do diploma é interposto em 3 (três) dias após a diplomação;

- pode ser alegada nesta demanda = inelegibilidade constitucional + inelegibilidade infraconstitucional superveniente ao registro de candidatura e que surge até o pleito;

- não sendo nenhuma das duas hipóteses o tema encontra-se precluso; - Súmula 66 do TSE  a incidência do §2º do artigo 26-C da LC 64/90 não acarreta o imediato indeferimento do registro ou cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitos essenciais à configuração da inelegibilidade, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa;

- Súmula 70 do TSE  o encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do artigo 11, §10 da Lei 9.504/97;

- afastamento da inelegibilidade um dia antes das eleições = candidato elegível;

- a minirreforma realizada pela Lei 13.877/19 introduziu outro caso para a inelegibilidade superveniente, fixando o prazo da

26 Possibilidade da suspensão cautelar da inelegibilidade pelo tribunal que vai conhecer do recurso interposto pela parte.

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diplomação  tal intenção foi vetada pelo Presidente da República27;

- Súmula 62 do TSE  os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, dos quais a parte se defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor;

- Súmula 43 do TSE  as alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos termos da parte final do artigo 11, §10 da Lei 9.504/97 também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade;

 Incompatibilidades:

- conceito: situações decorrentes do exercício de certas funções que, permanecendo, colocariam em risco o equilíbrio das eleições. Elas são superadas com o afastamento oportuno dos interessados das funções indicadas no texto constitucional ou legal (desincompatibilização);

- exemplo de desincompatibilização: artigo 14, §6º da CRFB/88;

 Alistamento:

- conceito: ato pelo qual as pessoas que não tiverem vedação legal, em caráter obrigatório ou facultativo, se inscrevem no corpo eleitoral, adquirindo a condição de eleitor, mediante o recebimento da inscrição e do título eleitoral28;

 Condições de elegibilidade em espécie: - nacionalidade brasileira:

- condição de elegibilidade própria;

- brasileiro nato  todo aquele nascido no Brasil, salvo se filho de estrangeiros que estão a serviço do país de origem ou aquele nascido no exterior, mas tendo pai ou mãe brasileiros, desde que estejam a serviço do Brasil ou qualquer pessoa nascida, vindo a residir no Brasil, opte pela nacionalidade brasileira (ver artigo 12 da CRFB/88);

- brasileiro naturalizado  é o estrangeiro que cumpre as formalidades previstas na Lei 13.445/17 e tem sua naturalização deferida pela Justiça Federal;

- o brasileiro naturalizado pode votar e ser votado;

- exceção: cargos privativos (artigo 12, §3º da CRFB/8829);

27

Atualmente as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro de candidatura, ressalvadas as alterações fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.

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- caso o brasileiro naturalizado não se alistar em até um ano depois de adquirida a naturalidade brasileira, incorrerá em multa imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrado no ato da inscrição, tal qual o brasileiro nato que não se alistar até os 19 (dezenove) anos – (neste sentido: TSE – Resolução 21.538/13 – artigo 15); - pleno exercício dos direitos políticos:

- o artigo 15 da CRFB/88 trata das causas de perda e suspensão dos direitos políticos – perdido os direitos políticos a pessoa não pode votar nem ser votada;

- pleno exercício dos direitos políticos = plena capacidade de votar e ser votado;

- STF, AI 231.917 AgR  o indeferimento de registro de candidato por deficiência de documentação exigida por lei não implica a suspensão dos direitos políticos, vez que negar o registro por falta de prova oportuna deste pressuposto não equivale, obviamente, a negar-lhe a realidade, mas apenas a afirmá-la não comprovada;

- negativa do registro por falta de prova da condição de plenitude do exercício dos direitos políticos não é afirmação de suspensão dos direitos políticos;

- TSE, ED-REsp. 13273  a suspensão dos direitos políticos decorrente de decisão transitada em julgado é apta para impedir a diplomação de candidato eleito;

- com possibilidade de determinação do cumprimento imediato da decisão pelo órgão competente;

- hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos: - cancelamento da naturalização  perda;

- o brasileiro naturalizado realiza atividade nociva ao interesse nacional;

- brasileiro nato que perder sua condição de nacional deixa de ter direitos políticos30;

- incapacidade civil absoluta  suspensão;

- os declarados absolutamente incapazes (em ação de interdição) estarão com seus direitos políticos suspensos;

- o Estatuto da Pessoa com Deficiência31 alterou o CC/02 e absolutamente incapaz passou a ser unicamente o menor de 16 (dezesseis) anos;

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Exemplo: Presidente da República + Presidente da Câmara dos Deputados. 30 Estrangeiro não pode exercer direitos políticos.

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- atualmente a causa transitória ou permanente que impede a manifestação de vontade é causa de incapacidade relativa;

- o artigo 85, §1º do Estatuto da Pessoa com Deficiência é expresso em dizer que não pode haver restrição ao direito de voto;

- o TSE (respondendo a um questionamento da Corregedoria Regional Eleitoral da Bahia) entendeu que a aplicabilidade do Estatuto da Pessoa com Deficiência deve ser integral – somente o menor de 16 (dezesseis) anos é absolutamente incapaz;

- condenação criminal transitada em julgado  suspensão; - efeito automático = não é necessário haver menção expressa na sentença;

- cumprida ou extinta a pena (ou a punibilidade) há o reestabelecimento dos direitos políticos – sem necessidade de reabilitação32;

- em caso de prescrição da pretensão executória o efeito secundário (suspensão dos direitos políticos enquanto estivesse de perdurar a pena) continuará existindo;

- entendimento atual = o dispositivo é aplicado a todas as condenações criminais33 (até mesmo absolvição imprópria – com aplicação de medida de segurança);

- não confundir: o artigo 1º, inciso I, alínea “e” da LC 64/90 traz causa de inelegibilidade em caso de sentença transitada em julgado34 pelo prazo de 8 (oito) anos35;

- escusa de consciência  suspensão/perda36;

- trata-se da recusa em cumprir obrigação a todos imposta;

32

Súmula 9 do TSE.

33 Independente da espécie de crime (doloso, culposo) e natureza da pena (privativa de liberdade, restritiva de direito).

34

Em relação aos crimes mencionados no dispositivo. 35

A suspensão dos direitos políticos é distinta da causa de inelegibilidade.

36 Alguns autores entendem tratar-se de suspensão enquanto outros autores entendem tratar-se de perda dos direitos políticos.

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- somente há incidência do dispositivo se a pessoa se recusar a cumprir obrigação alternativa (prevista em lei)37;

- exemplo: serviço militar obrigatório (há lei disciplinando a obrigação alternativa);

- condenação por improbidade administrativa  suspensão; - previsão constitucional: artigo 37, §4º da CRFB/88; - previsão legal: Lei 8.429/9238 (LIA);

- necessidade de declaração expressa na decisão judicial = neste caso não se trata de efeito automático, devendo o magistrado prever expressamente na sentença que condena o réu em improbidade administrativa o prazo de suspensão dos direitos políticos;

- não confundir: importante não confundir tal hipótese com a declaração de inelegibilidade decorrente de condenação por improbidade administrativa (o artigo 1º, inciso I, alínea “l” da LC 64/90);

- incidência da inelegibilidade =

condenação por ato doloso de

improbidade administrativa que importe em enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário;

l) os que forem condenados à suspensão

dos direitos políticos, em decisão transitada

em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em

julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;

- alistamento eleitoral:

- conceito: ato de integração do indivíduo ao corpo de eleitores quando estão preenchidos os requisitos constitucionais – viabiliza o exercício efetivo da soberania popular e consagra a cidadania;

- comprovação: título eleitoral39 ou certidão emitida pela Justiça Eleitoral;

37

Os direitos se reestabelecem se cumprida a obrigação alternativa ou o serviço militar obrigatório. 38

Artigos 9, 10 e 11 com sanções previstas no artigo 12.

39 Lembrando que para exercício do direito de voto é necessária a apresentação de documento oficial de identidade com fotografia – o título eleitoral não possui foto.

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- procedimento obrigatório para os maiores de 18 (dezoito) anos; - procedimento facultativo para:

- analfabetos;

- TSE – Resolução 21.538/03  assim que alfabetizado, o alistamento passa a ser obrigatório40;

- maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos; - maiores de 70 (setenta) anos;

- indígenas:

- possuem proteção especial (artigo 231 da CRFB/88);

- não estão excluídos do alistamento (artigo 14, §2º da CRFB/88);

- Estatuto do Índio (Lei 6.001/73): - 18 anos;

- conhecimento da língua portuguesa;

- razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional;

- observação: é possível a emancipação por reconhecimento da FUNAI desde que homologado judicialmente ou por decreto presidencial;

- Resolução 7.919/66 do TSE  se o indígena estiver integrado na sociedade brasileira ele é obrigado a se alistar41 – não sendo em caso negativo42;

- indígena integrado = são aplicadas as mesmas condições dos brasileiros em geral (incluindo o serviço militar obrigatório ou prestação alternativa); - estão impedidos de se alistar:

- estrangeiros:

- exceção aos portugueses, que podem se alistar eleitores desde que tenham residência habitual no Brasil e o requeira ao Ministério da Justiça43;

- conscritos:

- aqueles que estão prestando serviço militar obrigatório sem se integrar às Forças Armadas profissionalmente;

40

Neste caso ele não está sujeito à multa por alistamento tardio. 41

O indígena está isento da multa relativa ao alistamento extemporâneo. 42 Neste último caso é mera faculdade.

43

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- a expressão abrange os matriculados nos órgãos de formação de reserva, além dos médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório;

- o TSE entende que o eleitor já inscrito, quando passa a ser incorporado ao serviço militar obrigatório deverá ter sua inscrição mantida, ficando então impedido de votar;

- policiais militares = são funcionários de carreira e são alistáveis;

- domicílio eleitoral na circunscrição:

- regra inserida no Código Eleitoral de 1.950 com a finalidade e impedir candidaturas simultâneas44;

- inadmissão da pluralidade domiciliar: ao contrário do sistema de domicílio civil, não é admitida a pluralidade de domicílios eleitorais;

- prazo mínimo: 6 (seis) meses antes da eleição (Lei 13.488/1745);

- o TSE entende que para definição de domicílio eleitoral46 basta a demonstração de vínculos políticos, sociais, afetivos, patrimoniais ou de negócios;

- transferência VS revisão:

- transferência: realizada de um Município para outro e aplicável aos casos de desvinculação do domicílio eleitoral em relação aos domicílios civis do eleitor;

- revisão: desvinculação ocorrida dentro do Município, contudo com alteração da seção eleitoral (em muitos casos);

- falsidade de declaração de domicílio eleitoral: configura a falsidade ideológica ou material eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral);

- filiação partidária:

- prazo: 6 (seis) meses;

- importante saber que o prazo de seis meses é uma condição de elegibilidade imprópria, no entanto a filiação em si é uma condição de elegibilidade própria – inadmissão das candidaturas avulsas;

- a vedação à candidatura avulsa está sendo questionada no STF47 – julgamento pendente;

44 Era possível a candidatura a cargo legislativo em mais de um estado da federação. 45

Antes da lei o prazo era de 1 (um) ano – atualmente o prazo é o mesmo da filiação partidária, de forma mais lógica e unificada (seis meses).

46 Conceito elástico e amplo. 47

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- Lei 13.488/17: introduziu o §14 ao artigo 11 da Lei 9.304/97 prevendo expressamente a vedação das candidaturas avulsas;

- entendimento do TSE  impossibilidade de candidatura avulsa (sem filiação partidária);

- para a filiação é necessário o pleno gozo dos direitos políticos;

- para concorrer à eleição a filiação deve se dar pelo menos há 6 (seis) meses antes das eleições – o partido pode fixar prazo maior em seu estatuto, mas não menor;

- Súmula 02 do TSE  assinada e recebida a ficha de filiação partidário até

o termo final do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita a correspondente condição e elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de impugnação48;

- Súmula 20 do TSE  a prova de filiação partidária daquele cujo nome não

constou na lista de filiados pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública;

- modificação pela Lei 13.877/19  mudou a regra aplicável ao instituir o sistema de filiação direta comunicado à Justiça Eleitoral49;

- idade mínima:

- aferida na ocasião na posse – salvo o caso do vereador em que a idade mínima de 18 (dezoito) anos deve se dar até o prazo para registro de candidatura50;

- a idade mínima é gradativa e tem vinculação com as responsabilidades e abrangência do cargo pleiteado;

 Condições de elegibilidade impróprias constitucionais: - alfabetização;

- o analfabeto é inelegível, assim ser alfabetizado é uma condição de elegibilidade imprópria constitucional;

- Súmula 15 do TSE  o exercício do mandato eletivo não é circunstância capaz de, por si só, comprovar a condição de alfabetizado do candidato; - Súmula 55 do TSE  o fato da pessoa ter Carteira Nacional de Habilitação gera uma presunção de alfabetização;

- prova da alfabetização: as Resoluções do TSE trazem pontos sobre o tema;

48

Prazo de três dias para impugnar a filiação partidária. 49

A filiação é automaticamente feita no sistema de registros da Justiça Eleitoral.

50 Norma importante para evitar que um adolescente participe da campanha eleitoral – considerando sua inimputabilidade penal.

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- a prova pode ser suprida por declaração do interessado (preenchida de próprio punho em ambiente individual e reservado na presença de servidor da Justiça Eleitoral) caso o eleitor não tenha CNH ou por diploma expedido por instituição de ensino credenciada;

- o exame da causa de inelegibilidade deve respeitar os valores constitucionais consagrados não podendo o analfabetismo de natureza educacional ser confundido com o analfabetismo na vida política;

- a inelegibilidade dos analfabetos é de legalidade estrita, sendo vedada a interpretação extensiva (exigência de que o candidato saiba apenas ler e escrever minimamente);

- regras especiais para militares;

- prevista no artigo 14, §8º da CRFB/88;

- menos de 10 anos de serviço  deve afastar-se da atividade para disputa eleitoral;

- mais de 10 anos de serviço  deve ser agregado pela autoridade superior e se eleitor for, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade;

- agregação51 = permanência na corporação, mas sem ocupar vaga na escala hierárquica;

- desincompatibilização;

- há quem a considere condição de elegibilidade imprópria, já que o eleitor se afasta para poder concorrer, mas a maioria considera como espécie diferenciada das condições de inelegibilidade52;

 Condições de elegibilidade impróprias infraconstitucionais: - indicação em convenção partidária;

- escolha dos candidatos pelo partido = convenção realizada entre 20 (vinte) de julho e 5 (cinco) de agosto do ano das eleições;

- a regra de que aqueles que já tenham mandato sejam automaticamente considerados escolhidos está suspensa pelo STF (ADI 2.530);

- deve haver solicitação à Justiça Eleitoral do registro dos candidatos até as 19:00 horas do dia 15 (quinze) de agosto do ano das eleições53;

- tempo de filiação partidária (pelo menos seis meses da data do pleito); - 6 (seis) meses da data do pleito;

51

Muito parecida com a licença e no ato da diplomação ele deve ser passado automaticamente para a inatividade (aposentadoria).

52 O tema será melhor aprofundado oportunamente – considerando sua complexidade. 53

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- desincompatibilização (prevista na lei); - registro da candidatura54:

- há quem a considere uma condição de elegibilidade imprópria, visto que mesmo preenchidas as demais condições, caso o registro não seja realizado, a candidatura não é possível;

 Inelegibilidades constitucionais: - absolutas:

- analfabetos; - inalistáveis; - relativas:

- reeleição para um único período subsequente;

- em caso de reeleição para outro cargo deve ser observada a desincompatibilização pelo prazo de 6 (seis) meses;

- por força da reeleição o vice pode disputar o mesmo cargo sem necessidade de desincompatibilização;

- o vice pode disputar outro cargo caso renuncie ao mandato 6 (seis) meses antes da eleição;

- o vice pode disputar outro cargo, sem renunciar, mas não pode vir a substituir o titular;

- STF, RE 637.485  a proibição da segunda reeleição é absoluta e torna inelegível para determinado cargo o chefe do Poder Executivo o cidadão que já tenha exercido dois mandatos consecutivos e sido reeleito uma única vez em cargo da mesma natureza, ainda que em ente da Federação diverso;

- o TSE entende que a inelegibilidade de chefe do Poder Executivo para o exercício do terceiro mandato se estende a todos os níveis da Federação;

- 3º mandato do chefe do Poder Executivo = não permitida em nenhuma hipótese (direta ou reflexa55);

- cada grupo familiar ou cada pessoa desse grupo somente pode exercer dois mandatos consecutivos – é impossível ir para o terceiro ou quarto mandato; - no caso de vice somente a sucessão caracteriza exercício do cargo – a mera substituição não caracteriza (exemplo: vice que sucedeu o titular apenas no último mandato pode se candidatar a reeleição);

- o cônjuge56 e os parentes até o segundo grau ou por adoção do Chefe do Executivo ou quem os tenha substituído nos 6 (seis) meses antes da eleição

54 Artigos 10 a 16-B da Lei 9.504/97. 55

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são inelegíveis, salvo se já titular de mandato e candidato à reeleição, no território do mandato do titular e se na mesma esfera federativa;

- Tema 678 do STF  a Súmula Vinculante 18 do STF57 não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges;

 Inelegibilidades:

- conceito: obstáculos ou impedimentos postos pela CRFB/88 ou por lei complementar ao exercício da cidadania passiva (capacidade eleitoral passiva) – tratam de limitações à capacidade de ser representante dos cidadãos em razão de certas condições ou circunstâncias;

- sentidos da inelegibilidade:

- sentido amplíssimo  abrange a falta de condições e elegibilidade, as inelegibilidades propriamente ditas e as incompatibilidades, sendo utilizada neste sentido pela alínea j do inciso I do artigo 22 do Código Eleitoral (ação rescisória eleitoral em caso de inelegibilidade) e também pelo artigo 13 da Lei das Eleições (Lei 9.504/97) no que tange à substituição de candidato considerado inelegível pelo partido;

- sentido amplo  é integrado pelas inelegibilidades propriamente ditas e ora pelas incompatibilidades, ora ainda pela falta de condições de elegibilidade, como no inciso II do artigo 1º da LC 64/90 90;

- sentido estrito  caracteriza-se como embaraço incontornável à elegibilidade, como no caso do §7º do artigo 14 da CRFB/88 (inelegibilidade por parentesco)58;

- fundamento e finalidade: dar concretude ao princípio da moralidade eleitoral, protegendo a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato considerando a vida pregressa do candidato;

- ainda é objetivo a manutenção da normalidade das eleições e a repressão ao abuso do poder econômico no pleito, além do abuso do exercício da função, cargo e emprego;

- com exceção das inelegibilidades constitucionais, as demais devem estar necessariamente previstas em lei complementar (segundo a Súmula 13 do TSE o dispositivo que traz as inelegibilidades na Constituição deve estar regulamentado por Lei Complementar – não é autoaplicável);

- classificação:

- quanto à origem:

- constitucionais  não estão sujeitas à preclusão; - infraconstitucionais  estão sujeitas à preclusão;

56

Aplicável à união estável e uniões homoafetivas. 57

Segundo a súmula “a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no §7º do artigo 14 da Constituição Federal”.

58

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- quanto à abrangência:

- amplas  também conhecidas como gerais, totais ou absolutas, aplicáveis a todos os cargos em disputa;

- restritas  também conhecidas como parciais, especiais ou relativas, aplicáveis a um cargo ou alguns cargos, com limitação apenas territorial;

- quanto à duração:

- temporárias  também conhecidas como transitórias, referem-se a uma situação de tempo ou a permanência de uma situação temporal superável pelo desaparecimento do óbice à inelegibilidade;

- duradouras  são permanentes, como no caso da perda dos direitos políticos;

- quanto ao conteúdo:

- próprias  inelegibilidades em sentido estrito; - impróprias  condições de elegibilidade; - quanto à origem (2ª classificação):

- inata ou original  é comum a todos os nacionais e decorre da ausência de elegibilidade, não pressupondo nenhuma conduta da pessoa – exemplo: analfabeto59, não filiado a partido político;

- cominada é aplicada como sanção, após regular processo judicial, ao nacional para que ele fique impossibilitado de obter a elegibilidade, ou se já a tiver, para que a perca, podendo ser:

- cominada simples: aplicável na eleição em que o fato ilícito ocorreu;

- cominada futura ou potenciada: aplicável nas próximas eleições;

- mista: aplicável na eleição em que o fato ilícito ocorreu e nas próximas eleições;

- quanto à produção:

- endógenas  nasce no e do processo eleitoral e decorre do abuso de poder econômico ou político eleitoral (natureza de sanção)60;

- exógenas  todas as demais hipóteses, pois nascem fora do processo eleitoral, mas repercutem na capacidade eleitoral passiva do cidadão61;

59

Todo mundo nasce analfabeto.

60Exemplo: condenações da Justiça Eleitoral que vão gerar inelegibilidade eleitoral. 61

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- quanto ao modo de incidir:

- diretas  causa o impedimento do próprio envolvido na situação que gera a inelegibilidade;

- indiretas ou reflexas  causa o impedimento de terceiros não envolvidos na situação geradora da inelegibilidade, como no caso de cônjuges e parentes;

 Incompatibilidades:

- conceito: situações decorrentes do exercício de certas funções que, permanecendo, colocariam em risco o equilíbrio das eleições – são superadas com o afastamento oportuno dos interessados das funções indicadas no texto constitucional ou legal (desincompatibilização);

- espécies de incompatibilidade:

- para o exercício do mandato  impede o mandato, sendo posterior à eleição e não estando ligada ao Direito Eleitoral, sendo na verdade matéria constitucional (exemplo: artigo 54 da CRFB/88 – várias vedações, incluindo a vedação dos Deputados e Senadores de serem titulares de mais de um mandato eletivo após a diplomação);

- para concorrer ao mandato  impede a candidatura, possuindo natureza relativa porque pode ser evitada no caso de haver prévia desincompatibilização;

 Alistamento:

- conceito: é o ato pelo qual as pessoas que não tiverem vedação legal, em caráter obrigatório ou facultativo, se inscrevem no corpo eleitoral, adquirindo a condição de eleitor, mediante recebimento da inscrição e do título eleitoral;

 Inabilitação:

- conceito: inaptidão para o exercício de cargos ou funções públicas, podendo estar ou não inserida no Direito Eleitoral, já que a função pública pode se originar de eleição ou de forma distinta de provimento;

- mais abrangente que a inelegibilidade, visto que não permite o exercício de nenhum cargo público (mesmo que não tenha natureza de mandato eletivo);

- pode surgir como resultado da prática de ato de improbidade administrativa ou de crimes de responsabilidade – já que resultam em implicações aos direitos políticos do cidadão (natureza de sanção);

 Teoria da Ficha Limpa:

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- antes da LC 135/10 (Lei da Ficha Limpa): o entendimento do TSE62 era de que na ausência de lei complementar estabelecendo os casos em que a vida pregressa do candidato implicará inelegibilidade, não pode o julgador, em substituição ao legislador, definir os casos que entender pertinente;

- o entendimento foi de que a Teoria da Ficha Limpa não era aplicável sem regulamentação em Lei Complementar vez que o artigo 14, §9º da CRFB/88 não é autoaplicável;

- em função deste entendimento houve um movimento popular de cobrança de mobilização legislativa neste sentido, acabando por gerar a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010);

- constitucionalidade da LC 135/10: segundo o STF63 a lei não apenas é constitucional, como também pode retroagir para alcançar atos e fatos ocorridos antes de sua vigência, devendo logicamente respeitar a regra da anualidade da lei eleitoral (aplicabilidade somente para as próximas eleições);

- inicialmente, no RE 129.392/DF o STF entendeu que não seria necessária a obediência ao princípio da anualidade (artigo 16 da CRFB/88), podendo a LC 64/90 ser aplicada imediatamente;

- na ocasião da Lei Complementar 135/10 o STF já entendeu em sentido contrário – era preciso respeitar o princípio da anualidade;

- em 2.017, por 6 votos a 5 o STF (pleno) decidiu que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e alcançaria fatos anteriores à sua vigência mesmo na hipótese de condenações prévias por abuso de poder econômico e abuso de poder político;

- prazo de inelegibilidade: atualmente a Lei de Ficha Limpa estabelece o prazo de inelegibilidade único, sendo ele de 8 (oito) anos – dando maior coesão ao sistema de inelegibilidade;

- exceção: os que em estabelecimento de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade (crédito + financiamento + seguro + liquidação com apuração de responsabilidade pendente);

- inelegibilidades em condenações judiciais: o sistema de inelegibilidades estabelece que todas que decorrerem e condenações judiciais incidem com o trânsito em julgado ou com decisões proferidas por órgãos colegiados;

Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso64 contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a

62

Decisão tomada por 4 votos a 3. 63

Decisão de 2.012.

64 A competência é do órgão colegiado do tribunal vinculado ao magistrado prolator da decisão, não da Justiça Eleitoral.

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inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas

corpus. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso, acarretará a revogação do efeito suspensivo. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

- súmulas aplicáveis à Lei da Ficha Limpa:

- Súmula 33 do TSE  somente é cabível ação rescisória66 de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre a incidência de causa de inelegibilidade;

- Súmula 36 do TSE  cabe recurso ordinário de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral que decida sobre inelegibilidade, expedição ou anulação de diploma ou perda de mandato eletivo nas eleições federais ou estaduais (artigo 121, §4º, incisos III e IV da CRFB/88);

- Súmula 41 do TSE  não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou desacerto das decisões proferidas por outros órgãos do Judiciário ou dos Tribunais de Contas que configurem causa de inelegibilidade;

- Súmula 44 do TSE  o disposto no artigo 26-C da LC 64/90 não afasta o poder geral de cautela conferido ao magistrado pelo Código de Processo Civil;

- Súmula 45 do TSE  nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa;

- Súmula 47 do TSE  a inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de recurso contra expedição de diploma, fundada no artigo 262 do Código Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao registro da candidatura e que surge até a data do pleito67;

- Súmula 66 do TSE  a incidência do §2º do artigo 26-C da LC 64/90 não acarreta o imediato indeferimento do registro ou cancelamento do diploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitos

65

A meu ver trata-se de uma forma de antecipação da tutela recursal. 66 Artigo 22 do Código Eleitoral.

67

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essenciais à configuração da inelegibilidade, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa;

- Súmula 70 do TSE  o encerramento do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do artigo 11, §10 da Lei 9.504/97;

- em 2.019 a Lei 13.877/2019 buscou mudar alguns marcos temporais das inelegibilidades e condições de elegibilidade, porém os dispositivos foram vetados pelo Presidente da República;

- regra atual = momento da aferição = registro da candidatura (devendo ser consideradas as alterações fáticas e jurídicas supervenientes);

- Súmula 43 do TSE  as alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o candidato, nos termos da parte final do artigo 11, §10 da Lei 9.504/97 também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade;

- Súmula 62 do TSE  os limites do pedido são demarcados pelos fatos imputados na inicial, das quais a parte se defende, e não pela capitulação legal atribuída pelo autor;

 Inelegibilidades infraconstitucionais ou legais absolutas: - inalistáveis;

- são aqueles que não puderam se alistar eleitores (para ser candidato é condição necessária ser eleitor);

- exemplo: conscritos (serviço militar obrigatório); - analfabetos;

- os analfabetos não podem ser candidatos, mas podem ser eleitores; - Súmula 15 do TSE: o exercício do mandato eletivo não é circunstância capaz de por si só comprovar a condição de alfabetizado do candidato; - Súmula 55 do TSE: a Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao deferimento do registro de candidatura;

- a prova da alfabetização pode ser suprida por declaração de próprio punho preenchida pelo interessado, em ambiente individual e reservado, na presença de servidor da Justiça Eleitoral;

- nas hipóteses de dúvida fundada a aferição da alfabetização se fará individualmente, sem constrangimentos – o exame ou teste não pode ser realizado em audiência pública por afrontar a dignidade humana;

- não é possível a realização de teste de alfabetização, mesmo que individual, vez que traz constrangimento ao candidato (“provinhas” de alfabetização são vedadas);

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- a aferição da alfabetização deve ser realizada com o menor rigor possível, sendo satisfeita a condição em caso de alfabetização rudimentar e capacidade mínima de escrita e leitura68;

- alistamento eleitoral:

- trata-se de ato de integração do indivíduo ao corpo de eleitores de forma a viabilizar o exercício efetivo da soberania popular;

- forma de comprovação = título eleitoral ou certidão da Justiça Eleitoral; - obrigatório:

- maiores de 18 (dezoito) anos; - facultativo:

- analfabetos;

- maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos de idade;

- maiores de 70 (setenta) anos de idade; - impedidos de se alistar:

- estrangeiros69; - conscritos70;

- inelegibilidade decorrente da perda de mandato legislativo: - previsão legal: artigo 1º, alínea “b” da LC 64/90;

- duração: tempo remanescente do mandato acrescido de oito anos71; - exemplo de aplicabilidade: quebra de decoro parlamentar;

- inelegibilidade decorrente da perda de mandato executivo: - aplicabilidade: governadores, prefeitos e vices;

- não se aplica ao presidente72, vez que este somente sofre a inabilitação73 (artigo 85 da CRFB/88) – sujeito ao procedimento dos crimes de responsabilidade74;

- Caso Dilma  foi aplicada unicamente a sanção de perda do mandato, não sendo aplicada a inabilitação;

68 O TSE entendeu que pessoa alfabetizada que posteriormente se tornou deficiente visual poderia realizar por próprio punho declaração de alfabetização.

69

Com a ressalva de que os portugueses, pela regra da reciprocidade, podem alistar-se eleitores (devem abrir mão da capacidade eleitoral no país de origem).

70 Prestam serviço militar obrigatório sem integrar as Forças Armadas profissionalmente. 71

O prazo de oito anos começa a contar do término do mandato em que o parlamentar foi excluído. O prazo era de 3 (três) anos, sendo alterado pela LC 81/94. Segundo o TSE é aplicável este novo prazo àqueles que perderam o mandato antes da vigência da LC 81/94.

72

O Presidente possui estatuto próprio. 73

A inabilitação se aplica à qualquer função pública.

74 Sanção prevista para os crimes de responsabilidade: perda do mandato e inabilitação para até 8 (oito) anos.

(29)

Elaborado e distribuído gratuitamente por Danilo Meneses. Gostou? Contribua nos seguindo nas redes sociais: www.danilomeneses.com.br – Instagram: @danilopmeneses – Facebook: danilopmeneses Página 29

- previsão legal: artigo 1º, alínea “c” da LC 64/90;

- duração: tempo remanescente do mandato acrescido de oito anos;

- inelegibilidade dos militares declarados indignos do oficialato ou com ele incompatíveis:

- prazo: 8 anos – contados da decisão irrecorrível;

- importante ter em mente que as hipóteses de indignidade ou incompatibilidade com o oficialato são penas acessórias na legislação militar75 e pressupõem processo próprio, com trânsito em julgado, de competência da Justiça Militar;

- inelegibilidade decorrente da rejeição de contas do Administrador Público:

- a rejeição de contas deve se dar por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa;

- rejeição de contas  irregularidade insanável  ato doloso de improbidade administrativa;

- deve haver decisão irrecorrível do órgão competente;

- caso haja decisão judicial suspendendo os efeitos da decisão tomada administrativamente ou anulando a rejeição das contas o efeito de inelegibilidade não deve ser produzido (suspensão dos efeitos da inelegibilidade);

- até 2.016 entendia-se que a decisão dos Tribunais de Contas nas contas de gestão já tornaria o indivíduo inelegível, não sendo aplicado o mesmo entendimento para as contas de

governo;

- em 2.016, ao julgar o RE 848.826 e RE 729.744 o STF (por 6x5) decidiu que todas as contas do Poder Executivo76 precisam ser avaliadas pelo Poder Legislativo, não bastando a decisão dos Tribunais de Contas para produção do efeito;

- TEMA 157  o parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamentos das contas anuais do Chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo; - TEMA 835  a apreciação das contas de prefeitos, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com o auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer

75 Código Penal Militar, incisos II e III do artigo 98. 76

Referências

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