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A PCA foi desenvolvida na Unidade Neonatal da Maternidade Darcy Vargas (MDV), localizada no município de Joinville-SC, de fevereiro a junho de 2009. Esta instituição foi fundada em 1947, sendo

que na época era administrada por um médico e um provedor, subsidiados e nomeados pelo Estado, enquanto os serviços internos eram realizados pelas irmãs franciscanas. A enfermeira Hilda Anna Krisch foi pioneira em seu trabalho na maternidade, ministrando cursos de orientação específica e cuidados de higiene para as parteiras da época (FONTOURA; SILVA, 1997).

Integrando a rede de hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde, a MDV faz parte do programa nacional de humanização da assistência hospitalar. Um grupo de profissionais trabalha, empenhando- se no processo de humanização da maternidade, desenvolvendo estudos e projetos para implementação das ações. É uma instituição pública que atua na área de saúde materno-infantil, administrada pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina. É considerada referência para a Região Norte e Nordeste de Santa Catarina na especialidade obstétrica e neonatal, envolvendo a tríade gestante/recém-nascido/família (SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE, 2008).

Por fazer parte da história da cidade e de muitas gestantes e crianças que nasceram nesta instituição, a MDV é reconhecida por suas ações e serviços prestados, salientando-se diversos programas e campanhas de humanização, como por exemplo, o programa “Qualivida”, que contempla processos de modernização e avaliação dos serviços prestados pela maternidade, o “Mãe coruja”, orientado para o incentivo ao aleitamento materno, o programa denominado “Amor Perfeito”, que é voltado ao atendimento das pacientes de alto risco, além do programa denominado “O natural é ter normal”, para o estímulo ao parto vaginal, bem como o “Método Canguru”, onde o recém-nascido pré-termo fica em contato pele a pele com a mãe, aumentando o vínculo, os estímulos dos sentidos do bebê, além de incentivar o aleitamento materno (SANTA CATARINA, 2008).

A MDV teve seu reconhecimento não somente pela comunidade, mas também por órgãos nacionais e internacionais responsáveis pela área da saúde. Assim, em 1994, a instituição foi credenciada pelo Ministério da Saúde e Ministério de Educação e Cultura brasileiros como Hospital Auxiliar de Ensino através do Fundo de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e Pesquisa em Saúde (FIDEPS). Ainda neste mesmo ano recebeu o título “Hospital Amigo da Criança”, concedido pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e OMS (Organização Mundial de Saúde).

Em 1996 recebeu o título de Maternidade Segura, concedido pelo Ministério da Saúde, UNICEF, OMS e Federação Brasileira de

Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Em 1997 foi reconhecida como centro de referência docente-assistencial à saúde da mulher; e em 1999, o Banco de Leite foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como serviço de referência estadual. No ano de 2003, a instituição foi umas das homenageadas pela Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, com o troféu Antonieta de Barros, pelos anos de prestação de serviços excelentes à comunidade. E, por último, mais recentemente, no ano de 2005, recebeu o Prêmio Professor Galba de Araújo, concedido pelo Ministério da Saúde, como reconhecimento pela atenção humanizada ao parto e nascimento. Em 2006 tornou-se uma instituição 100% SUS, com o cumprimento de todas as políticas e diretrizes emanadas do SUS, consolidando-se assim como hospital de ensino (SANTA CATARINA, 2008).

Atualmente a MDV dispõe de 132 leitos, sendo 96 obstétricos, distribuídos em leitos de puerpério, nas unidades de Alojamento Conjunto (Setores A, B e C), e 36 para recém-nascidos. A estrutura da maternidade abrange os seguintes setores: Admissão, Centro Obstétrico, Centro Cirúrgico, Unidade Neonatal, três enfermarias de Alojamento Conjunto, sendo que uma destas é uma enfermaria para gestantes de alto risco, Banco de Leite Humano, Centro de Material e Esterilização, Ambulatório para Gestação de Alto Risco, Emergência Obstétrica, além de Serviços de Apoio como Psicologia, Psiquiatria, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Assistência Social, Nutrição e Dietética, Administração e Engenharia Biomédica. Também conta com os serviços de Radiologia e Ultrassonografia. A instituição ainda possui o “Quarto Mãe Acompanhante”, conforme descrito na introdução, destinado para as mães que permanecem alojadas, após sua alta hospitalar, para acompanhar os filhos que permanecem internados na Unidade Neonatal. Segundo o relatório estatístico da instituição, do ano de 2007, o quadro funcional da MDV era de 416 servidores públicos. Conta, atualmente, com quadro de 27 enfermeiras, 89 técnicos de atividade de saúde, 59 médicos nas especialidades de ginecologia e obstetrícia, anestesia, pediatria, cardiologia, oftalmologia e radiologia, duas nutricionistas, duas fonoaudiólogas, duas terapeutas ocupacionais, uma assistente social, dois psicólogos, três fisioterapeutas, um bioquímico e um administrador. Ainda conta com 45 funcionários da área administrativa, sendo trinta e nove agentes de serviços gerais, dez artífices, que compreendem auxiliar de cozinha, costureira, cozinheira, encanador, marceneiro, pintor e telefonista, além, de quatro motoristas, três técnicos de radiologia e um capelão. Além destes, também prestam serviços terceirizados à instituição trinta e três agentes de serviços

gerais, oito vigilantes e três técnicos de atividades administrativas, num total de 44 funcionários. Atualmente, a MDV dispõe também de serviço de residência médica em ginecologia e obstetrícia e neonatologia (VIEIRA, 2007).

No ano de 2007 a maternidade fez 85 mil consultas/atendimentos à população, nas diversas áreas, destacando principalmente as emergências obstétricas (24.164 atendimentos), gestantes de alto risco (7.317 atendimentos), neonatos (2.147 atendimentos) e procedimentos no banco de leite (14.065), sendo este número significativamente alto por ser referência estadual. Teve, ainda, um número de 5.690 partos, com uma média de 478 nascimentos/mês, (VIEIRA, 2007).

Quando as parturientes são encaminhadas ao Centro Obstétrico, elas têm a liberdade de escolherem o (a) acompanhante que desejarem para o acompanhamento durante o processo de nascimento. O Programa de Humanização do Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), quando se refere à assistência prestada à gestante durante o pré-natal, parto e puerpério, enfatiza a importância da presença do acompanhante no momento do parto, em um ambiente agradável, em que a gestante sinta apoio e conforto emocional na companhia do esposo ou familiar por ela escolhido (BRASIL, 2001). Baseado nisso, o Ministério da Saúde, através da portaria 2.418, que regulamenta a lei nº 11.108, diz que toda a parturiente tem direito a um acompanhante durante o trabalho de parto. Esta resolução surgiu com objetivo de humanizar o trabalho de parto, tornando as gestantes mais seguras, principalmente no que se refere ao parto vaginal (BRASIL, 2005). Desta forma, a MDV por ser uma instituição humanizada, cumpre esta resolução e o acompanhante é integrado em todas as etapas do processo do nascimento.

O Centro Obstétrico, atualmente, contempla sete leitos de pré- parto, local este onde a parturiente permanece durante todo o processo de evolução do parto. Possui ainda três salas de parto, onde as parturientes são encaminhadas em período expulsivo. Eventualmente, quando não há possibilidade do bebê nascer naturalmente, estas são encaminhadas ao Centro Cirúrgico, para a realização de cesareana. Assim que os bebês nascem, são imediatamente atendidos e avaliados pelo pediatra de plantão e pela equipe de enfermagem. Após o atendimento, caso tudo transcorra bem e com condições clínicas favoráveis, mãe, bebê e acompanhante são encaminhados às unidades de Alojamento Conjunto.

Se após o nascimento a puérpera apresentar complicações, é transferida para UTIs de atendimento a adultos na cidade, onde há

recursos tecnológicos mais específicos. Os recém-nascidos, por sua vez, são levados para a Unidade Neonatal, onde são imediatamente assistidos por uma equipe neonatal especializada.

A Unidade Neonatal é o setor destinado ao atendimento aos recém-nascidos de risco, sendo, na sua maioria, os que nascem prematuramente, necessitando de aparato tecnológico com procedimentos complexos para manutenção da vida. Todas as atividades desenvolvidas pela equipe de saúde estão centradas para o cuidado especializado, responsável e ético a estes bebês, visando à recuperação, com o mínimo de seqüelas possível (BRASIL, 1998). Esta unidade engloba três ambientes e atualmente possui 28 leitos, distribuídos da seguinte maneira:

Cuidados intensivos (10 leitos): internam recém-nascidos com problemas graves de saúde, necessitando de aparato tecnológico complexo e atendimentos que dão suporte à vida.

Cuidados semi-intensivos (06 leitos): internam recém-nascidos que apresentam instabilidade das funções vitais, com risco de agravamento do seu estado clínico, necessitando permanentemente de cuidados médicos e de enfermagem.

Cuidados intermediários (10 leitos): internam recém-nascidos que apresentam patologias ou alterações que podem surgir nas primeiras horas de vida, sem risco iminente de vida, mas que necessitam avaliações médicas e de enfermagem constantes.

Isolamento (02 leitos): internam recém-nascidos que apresentam alguma patologia infecto-contagiosa, conforme normas da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH).

Este setor tem uma taxa de ocupação que gira em torno dos 98%, com uma média de 40 internações/mês, tendo como principais causas de internação a prematuridade, o desconforto respiratório, a asfixia neonatal, entre outras. O tempo de internação pode variar de dias até meses.

O procedimento de instalação do CCIP é realizado dentro da Unidade Neonatal, mais especificamente dentro da UTIN, onde se encontram os bebês mais graves e que necessitam de cuidados e procedimentos mais especializados, pois dependendo das suas condições clínicas, ficam muito tempo internados e necessitam de terapêutica intravenosa prolongada. É realizada uma média de 20 procedimentos/mês do CCIP e esta instalação é feita especialmente pela enfermeira, à beira do leito do RN, em qualquer momento do dia.

A Unidade Neonatal possui uma equipe multiprofissional para a assistência ao RN, formada de 26 neonatologistas, 10 enfermeiras, 56

técnicos de enfermagem, 02 fonoaudiólogos, 03 fisioterapeutas, 01 psicóloga, 01 assistente social e 01 terapeuta ocupacional. O pessoal de enfermagem que trabalha nesta unidade possui uma escala de 12 horas de trabalho por 48 horas de folga, exceto as enfermeiras, que trabalham com uma escala de 6 horas diárias nos turnos matutino e vespertino.

Atualmente minha função na unidade é de enfermeira coordenadora, realizando diversas atividades, desde treinamento e acompanhamento de funcionários recém-admitidos, até cuidados assistenciais diretos aos recém-nascidos e suas famílias.

A unidade possui um fluxo constante de profissionais que ali atuam, principalmente no período diurno, onde a movimentação e circulação de pessoas são mais intensas. Entretanto, no que se refere ao fluxo dos familiares dos recém-nascidos na unidade, tanto o pai, a mãe ou mesmo outro familiar responsável pelo bebê tem acesso livre durante as 24 horas. A equipe de saúde está sempre incentivando que esta família esteja presente, participando da evolução clínica e, quando possível, dos cuidados com o recém-nascido, considerando que o vínculo afetivo é de extrema importância, pois tanto o bebê quanto sua família, necessitam de atenção e cuidados neste período especial de suas vidas. As visitas dos avós e irmãos dos bebês na unidade acontecem sempre uma vez por semana, a fim de conhecerem o novo integrante familiar e acompanharem sua evolução clínica.