2.1 CAMINHOS DA PESQUISA QUALITATIVA
2.1.4 Contexto histórico do Instituto Federal de Mato Grosso
Este breve histórico da rede federal foi realizado através de leitura de documentos no site do MEC – Ministério de Educação, nos sites dos institutos pesquisados, Decretos, Portarias e na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A história da rede federal de educação profissional começou em 1909, quando o presidente da República Nilo Peçanha criou 19 Escolas Federais de Aprendizes Artífices. Essas instituições foram criadas para atender as pessoas humildes e necessitadas da sociedade brasileira, ou seja, as classes desprovidas da sociedade. Os primeiros núcleos de formação profissional, eram conhecidos como “escolas-oficinas”, que funcionavam em colégios e residências de padres jesuítas espalhadas em alguns dos principais centros urbanos do Brasil Colônia.
O Decreto 4.127, de 25 de fevereiro, transforma os Liceus Industriais em Escolas Industriais e Técnicas, passando a ofertar a formação secundaria e técnica. Surgem nesse período uma série de Leis, conhecida somo a “Reforma Capanema”, que remodelam todo o ensino no país. Os principais pontos: o ensino profissional passa a ser considerado de nível médio; o ingresso nas escolas industriais passa a depender de exames de admissão; os cursos são divididos em dois níveis: curso básico industrial, artesanal, de aprendizagem e de mestria, e o segundo, curso técnico industrial.
Com o cenário da globalização, novas transformações mundiais atingem o Brasil. O uso das tecnologias associadas aos processos de produção intensifica e exige profundas mudanças na educação profissional. Nesse contexto histórico, a mudança no nome da instituição ocorre
em 1994 com a Lei 8.948, de 8 de dezembro institui o Sistema Nacional de Educação Tecnológica, transformando, gradativamente, as ETFs em CEFETs.
Devido a essas mudanças exigidas na Educação Profissional, foi criada a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 20 de dezembro de 1996. Sob o nº. 9.394, essa lei apresenta, em um capítulo próprio a Educação Profissional. Essa nova Lei ainda configura a identidade do ensino médio como uma etapa de consolidação da educação, que prepara o educando para o trabalho e para a cidadania. E, ainda, apresenta esse nível de ensino como a etapa final da educação básica. Os quatro artigos da Lei 9.394/96 que determinam a educação profissional no país são:
Art. 39 – A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional. Art. 40 – A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. Art. 41 – O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos. Parágrafo único. Os diplomas de cursos de educação profissional de nível médio, quando registrados, terão validade nacional. Art. 42 – As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade (BRASIL, 1996 apud EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, 2000, p. 53).
Para consolidar e fortalecer as novas orientações que a LDB apresentou, o governo assina o decreto 2.208 de 1997 que regulamenta a educação profissional e cria o Programa de Expansão Profissional (PROEP). Nesse mesmo período, retoma-se o processo de transformação das Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETS).
A Escola Técnica Federal de Mato Grosso foi transformada em CEFET no ano de 2002, por meio do decreto Presidencial de 16/08/2002, publicado no Diário Oficial de 19 de agosto de 2002, nos termos da Lei nº. 8.948/94. Esse foi um período de transição marcado por discussões entre o grupo que aceitava a transformação e o grupo que a rejeitava. Mesmo sem ter sido decretada a mudança pelo governo, foram tomadas algumas atitudes intempestivas nesse momento como colocar a placa de CEFET na frente da instituição e pintar as paredes com as cores azul e branco (comuns aos CEFETs em todo o Brasil).
Em 2007 é lançada a segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal com plano de criação de mais 354 unidades e o lançamento do Catálogo de Nacional de Cursos Técnicos.
Para fortalecer e dar subsídios a essa mudança na educação, é criado o decreto 6.302 que institui o Programa Brasil Profissionalizado.
E, no ano seguinte, 2008, houve toda uma discussão e articulação para criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia como é conhecida atualmente a rede federal de ensino que conta com 562 unidades em todo país sendo 17 em Mato Grosso - Campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva, Campus Cuiabá-Bela Vista, Campus São Vicente, Campus Cáceres, Campus Barra do Garças, Campus Campo Novo do Parecis, Campus Juína, Campus Pontes e Lacerda, Campus Rondonópolis, Campus Sorriso, Campus Sinop, Campus Avançado Diamantino, Campus Avançado Lucas do Rio Verde, Campus Várzea Grande, Campus Alta Floresta e Campus Primavera do Leste. Faz parte do corpus desta pesquisa cinco campi. O primeiro é o campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva muito importante, pois é o campus de fundação do Instituto Federal em Mato Grosso, Fundado em 1909 é o campus sede. O maior campus do estado, localizado no coração da capital Cuiabá, com vários cursos, inclui cursos técnicos e superiores e educação básica.
O segundo é o campus Cuiabá - Bela Vista, inaugurado em 13 de setembro de 2006 e teve o seu funcionamento autorizado pela Portaria Ministerial nº. 1.586, de 15 de setembro de 2006. Nesse período funcionava como uma extensão do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (CEFET-MT), que passou a ser denominado campus com a lei de criação dos institutos, Lei nº 11,892, de 29 de setembro de 2008.
O terceiro é o campus Várzea Grande criado através da Portaria nº 993, de 07 de outubro de 2013, fazendo parte da terceira fase do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. O Município de Várzea Grande doou uma área para a implantação do campus, localizada no bairro Chapéu do Sol, tendo a escritura do terreno sido registrada oficialmente em nome do IFMT em julho de 2013.
O quarto campus é o de Barra do Garças criado no Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Tecnológica – Fase II do MEC/SETEC em 2007. Em junho aquele ano foi firmado o Termo de Parceria entre as Prefeituras de Barra do Garças-MT, Aragarças- GO e Pontal do Araguaia-MT, implantando a unidade pólo da Rede de Educação Federal, para atender às demandas regionais do Médio Araguaia, constatando-se a necessidade de cursos voltados para o Agronegócio, Serviços e Indústria.
O quinto campus é o de Campo Novo do Parecis localizado a cerca de 400 km da capital do estado, o campus teve suas atividades iniciadas em 2008 com 35 acadêmicos no curso de Licenciatura em Matemática. A partir do ano seguinte vem ampliando a oferta de vagas e
diversidade de cursos, que reafirmam a importância do Instituto Federal na formação de profissionais capacitados para atender as demandas do município e região.