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Nesta secção, por um lado, descrevo o contexto em que se realizou a experiência de en- sino, referindo os agrupamentos de escolas e, em particular, as escolas escolhidas; por outro lado, caracterizo os participantes, isto é, as professoras e os alunos envolvidos.

3.2.1 Agrupamentos de escolas – As escolas

A experiência de ensino proposta nesta investigação é concretizada em duas escolas, com valência de lecionação no 2.º ciclo do ensino básico, pertencentes a um agrupamento de escolas do distrito de Portalegre e a um do distrito de Setúbal. Estes agrupamentos de escolas têm, ao longo dos tempos, colaborado com as Escolas Superiores de Educação dos Institutos Politécnicos das zonas respetivas, quer na formação inicial, quer na forma- ção contínua de professores dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico e de educadores de in- fância. Estas duas vertentes de colaboração permitem considerar que existe, da parte de alguns dos professores destes agrupamentos, um investimento profissional aberto a ino- vações e experiências pedagógicas, necessário a um estudo com estas características. Uma das escolas é sede do agrupamento e está inserida num meio de características ur- bano-rural, com acentuada tendência urbana. A população envolvente apresenta um nível socioeconómico e cultural muito heterogéneo e, em particular, grande parte dos encarre- gados de educação está empregada e tem como habilitações académicas a escolaridade básica (9.º ano).

A outra das escolas não é sede do agrupamento, mas insere-se num meio com caracterís- ticas urbanas. No que diz respeito à população envolvente, grande parte tem emprego e apresenta como habilitações académicas a escolaridade básica, ao nível do 1.º ciclo.

3.2.2 Participantes – As professoras e os alunos

Nesta experiência de ensino, nos seus dois ciclos, os participantes são as professoras e todos os alunos de duas turmas do 6.º ano de escolaridade e eu própria, como investiga- dora.

A escolha das professoras baseia-se nos seguintes critérios: (i) lecionar nos anos letivos 2015/16 e 2016/17 uma turma de 6.º ano de escolaridade; (ii) ter pelo menos 10 anos de prática de ensino; (iii) mostrar interesse e disponibilidade para se envolver num projeto de âmbito curricular na disciplina de Matemática.

O primeiro critério fundamenta-se pelo objetivo da investigação que pretendo realizar. O segundo e o terceiro justificam-se com o pressuposto de que alguma experiência profis- sional conjugada com disponibilidade e interesse é uma mais valia para o desenrolar de um projeto, tendo em consideração que o estudo assenta numa investigação com caracte- rísticas de experiência de ensino.

No primeiro ciclo da experiência, os participantes são a professora Sofia e os dezoito alunos (onze rapazes e sete raparigas) que frequentam a disciplina de Matemática, de uma turma do 6.º ano de escolaridade.

À data da recolha de dados, Sofia tem como habilitação académica uma licenciatura em Ensino dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, variante de Matemática e Ciências da Na- tureza. Ao longo dos seus dezassete anos de exercício da profissão docente, Sofia lecio- nou doze como professora de Matemática e Ciências da Natureza do 2.º ciclo do ensino básico e dois como professora do 1.º ciclo do ensino básico e integrou, durante três anos, uma equipa de Ensino Especial. O ano letivo 2015/16 é o primeiro em que Sofia leciona nesta escola e, como tal, os tempos iniciais foram também de adaptação a uma outra rea- lidade – novos colegas, espaços diferentes e, claro, alunos desconhecidos. Sofia é a pro- fessora da turma nas disciplinas de Matemática e Ciências da Natureza.

Todos os alunos desta turma estão pela primeira vez a frequentar o 6.º ano de escolari- dade, o que os coloca numa posição de igualdade perante a novidade dos temas a explorar. Apenas um aluno é abrangido pelo Regime Educativo Especial (DL n.º 3/2008, de 7 de janeiro, artigo 16.º, ponto 2, alíneas: a) Apoio pedagógico personalizado; d) Adequações no processo de avaliação) e um outro por Currículo Específico Individual. Este último

alunos que frequentam as aulas de Matemática têm todos onze anos de idade, com exce- ção de um que tem treze anos.

No segundo ciclo da experiência, os participantes são a professora Vera e os vinte alunos (dez rapazes e dez raparigas) que frequentam a disciplina de Matemática, de uma turma do 6.º ano de escolaridade.

À data da recolha de dados, Vera tem como habilitações académicas um mestrado em Didática da Matemática, uma licenciatura em Ensino dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Bá- sico, variante de Matemática e Ciências da Natureza e a parte curricular de um curso de especialização em Educação Especial. Ao longo dos seus vinte e oito anos de exercício da profissão docente, Vera lecionou vinte como professora de Matemática e Ciências da Natureza do 2.º ciclo do ensino básico e integrou durante oito anos uma equipa de Ensino Especial. Há já alguns anos que Vera pertence ao quadro desta escola e este ano leciona à turma as disciplinas de Matemática e de Ciências da Natureza, sendo também a diretora de turma.

Dos alunos desta turma, apenas um não está a frequentar o 6.º ano de escolaridade pela primeira vez, o que os coloca, na quase totalidade, numa posição de igualdade perante a novidade dos temas a explorar. Apenas um aluno é abrangido pelo Regime Educativo Especial (DL n.º 3/2008, de 7 de janeiro, artigo 16.º, ponto 2, alíneas: a) Apoio pedagó- gico personalizado; d) Adequações no processo de avaliação) e um outro por Currículo Específico Individual e, como tal, não participa nas aulas da disciplina de Matemática e não foi, por isso, contabilizado. Dos alunos que frequentam as aulas da disciplina de Ma- temática, quinze têm onze anos, quatro têm dez anos e um tem treze anos de idade. A opção por turmas de 6.º ano é legitimada pelo facto de os conteúdos programáticos terem a sua relevância curricular neste ano de escolaridade, de acordo com o PMCM em vigor. As turmas não são propriamente escolhidas, mas surgem antes pela preferência de cada uma das professoras perante o leque de turmas que lecionam, as características dos alunos que as compõem e as condições de compatibilidade de horários.