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4. Realização da Prática Profissional

4.1. Organização e Gestão do Processo Ensino-Aprendizagem 1 Conceção

4.2.2. Corta-Mato Escolar

Este evento é já uma tradição nas escolas da ilha, e relativamente à EBSTB também não é exceção. Aprovada pelo Conselho Pedagógico e da responsabilidade do departamento de educação física, esta prova integra alunos

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de todos os ciclos de ensino que integram esta unidade orgânica (1º,2º,3º ciclos e secundário da EBSTB e de outras escolas).

Como aluna já tinha participado em eventos do género e pela quantidade de alunos que participava já se previa que era necessário uma logística bem organizada para que tudo decorresse sem contratempos. No entanto, estando do outro lado, temos uma noção diferente e mais real de toda a preparação que é necessária. Antes do ano letivo começar, o departamento opta por formar grupos que irão estar responsáveis por organizar cada atividade realizada, sendo que os restantes docentes colaboram naquilo que for necessário. As etapas que precedem este evento são similares aos anos anteriores, no que diz respeito às inscrições nos diferentes escalões etários, percurso a realizar, material necessário, etc. O trajeto é percorrido dentro da escola, pelo que para a maioria dos alunos a deslocação está facilitada, assim como as questões de segurança.

Relativamente à minha participação neste evento, fiquei responsável por anotar a chegada e o tempo de cada um dos alunos. Dada a afluência de participantes e perante o material disponível foi decidido que apenas seriam anotados os tempos dos primeiros dez classificados, ficando os restantes com a posição anotada. Esta tarefa tem uma dimensão crucial neste evento, uma vez que é esta que irá traduzir os resultados dos alunos, que no final de contas é o que estes pretendem saber. Felizmente o departamento estava organizado no encaminhamento dos alunos para uma fila que os ordena por chegada, facilitando as anotações. O facto de os alunos terem dorsais facilitou, não sendo necessário anotar nomes. Quando a prova terminou, com a ajuda de um professor, foram verificadas as faltas de comparência uma vez que posteriormente é necessário justificar as faltas dos alunos que participaram.

Na minha opinião houve alguns contratempos nomeadamente na verificação de todos os participantes presentes e na atribuição dos dorsais que parece ter havido alguns problemas. No entanto, rapidamente foram criadas novas soluções que remediaram e permitiram que a prova retomasse o seu rumo natural. A planificação de todos os eventos tenta diminuir a possibilidade de

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ocorrência de imprevistos, no entanto, é importante estar preparado para ajudar e agir de forma rápida e eficiente. Relativamente ao feedback dos alunos, o sorriso e muitas “carinhas vermelhas” foram a imagem de marca desta edição, como tal penso que foi um sucesso. Os alunos estavam interessados nos resultados e em fazer uma boa prestação. O trabalho de equipa demonstrado pelo departamento, em que cada professor procurava desenvolver as suas competências da melhor forma possível, foi um ingrediente fundamental para o sucesso desta atividade. Em forma de sugestão, teria tentado recorrer a um sistema de som que permitisse tornar claro as partidas de cada um dos grupos, facilitando a organização dos grupos/alunos que faltavam ou transmitir alguma informação geral, assim como procurando dar um ambiente mais festivo e integrante à atividade (apelo à emoção, música em tempos “mortos”, etc.).

Foi uma experiência enriquecedora do ponto de vista profissional, na medida em que me permitiu observar de perto questões logísticas importantes para um evento desta dimensão. A nível pessoal esta atividade serviu como lembrete da importância do trabalho em equipa, a cooperação e o espírito de interajuda e todas as capacidades inerentes (comunicação, relação, etc.).

4.2.3. Reuniões

O ano letivo 2016/2017 começou com uma reunião geral no auditório da escola que reuniu alguns dos elementos da escola: professores, auxiliares, psicólogos, etc. Nesta reunião, que se traduziu sobretudo numa apresentação, foram abordados vários temas. Pela voz do Presidente do Conselho Executivo foram apresentados a constituição da escola, respetivos departamentos coordenadores e todos os integrantes dos projetos a desenvolver pela escola. Para além disso foram apresentados números referentes aos alunos matriculados em cada um dos anos/cursos existentes. Destaquei o facto de existir um curso profissionalizante de técnico de apoio à gestão desportiva, sendo que até então apenas havia um curso semelhante no outro conselho da ilha. Também foram apresentados os números referentes à questão financeira da escola. Neste momento, registei com interesse o apelo do Presidente ao

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elevado número de fotocópias realizadas pelos docentes. Considero que é nos pormenores que está a diferença e o que para alguns seria um aspeto pequeno, o locutor fez questão de demonstrar a diferença que pequenos gestos fazem no orçamento da escola. Foram apresentados os objetivos do Projeto Educativo que, na minha opinião, fazem muito sentido para a sociedade de amanhã, no que diz respeito aos valores da inclusão, sucesso social e pessoal, atitude ativa na sociedade, promoção do empreendorismo, trabalho de equipa através de projetos, competência e gestão/respeito pelo espaço. Também foram apresentados outros projetos como o ProSucesso e o Ensino Especializado em Desporto (projeto pioneiro a nível nacional).

Antes do início das aulas o departamento de educação física organizou uma reunião dirigida pelo seu coordenador, com o objetivo de preparar algumas questões logísticas para o ano letivo que se avizinhava. Iniciou-se com a apresentação de cada um dos professores, uma vez que existiam docentes novos na escola, que na minha opinião ajuda a “quebrar o gelo” nos primeiros dias. Foram decididos os grupos responsáveis pela organização de cada uma das atividades e sugeridas algumas datas provisórias para a realização das mesmas. Para além desta reunião, pontualmente eram agendados novos momentos de discussão acerca de problemas que iam surgindo ao longo do ano, como é o caso da alteração das rotações pelos espaços inicialmente previsto.

Relativamente às reuniões do conselho de turma, sendo a minha turma uma junção de duas, participei sempre em ambos os encontros, em cada um dos períodos letivos. Os momentos dirigidos pelos respetivos diretores de turma, procuram discutir assuntos pertinentes acerca de cada um dos alunos. Em alguns casos a psicóloga da escola estava presente para falar sobre casos específicos. Foi interessante verificar que alguns alunos possuem comportamentos completamente distintos nas diferentes disciplinas, levando-me por vezes a questionar se estaríamos a falar do mesmo aluno. Alguns alunos são maiores de idade e este facto faz com que alguns procedimentos, como o caso do número de níveis inferiores a 10 e o contacto com os encarregados de educação, tomem rumos diferentes e este foi um aspeto interessante de analisar. O papel dos diretores de turma é fundamental, fruto da relação privilegiada com

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os encarregados de educação, e senti esta importância quando estes informavam os restantes professores acerca de acontecimentos mais pessoais dos alunos, dos quais os docentes não tinham qualquer conhecimento. No meu caso tomei consciência de que há muito por de trás de cada sujeito, e fez com que tentasse estar mais atenta e a procurar olhar para lá do comportamento que os alunos demonstravam. Nestas reuniões fazia parte das minhas tarefas conferir as notas da disciplina de educação física e informar acerca da prestação do aluno nas respetivas aulas.

Em todos estes momentos senti que tinha espaço para dar a minha opinião e que era dada a atenção pelos restantes professores, no entanto, nas reuniões de conselho de turma, senti que as classificações de educação física eram alvo de pouca discussão ou até atenção. Talvez por serem turmas de artes e audiovisuais, ou pela importância relativa dada a esta disciplina senti que as outras unidades curriculares tinham um relevo mais significativo. Realço o ambiente informal e aberto que as reuniões apresentavam, tendo bolos trazidos por alguns docentes em época festiva (Natal, Carnaval, etc.). Havia uma relação de cumplicidade, amizade e respeito entre todos os professores, com espaço para debates interessantes. No departamento de educação física senti-me bem recebida pelos restantes docentes e que estavam dispostos a ajudar naquilo que fosse necessário. Senti sempre algum constrangimento, se é que lhe posso chamar, uma vez que alguns haviam sido meus professores, no entanto isto é uma sensação pessoal, uma vez que demonstraram sempre abertura para me envolver e ajudar.