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4.5 PROCEDIMENTOS

4.5.4 Cuidados Éticos

Esta pesquisa obedece às recomendações da Resolução nº 196 do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Conselho Nacional de Saúde, de 10 de outubro de 1996, e dos documentos citados em seu preâmbulo.

O projeto de pesquisa foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), sendo aprovado pelo parecer 031/2007, sob o registro 011/2007 datado em 14/09/2007, obedecendo a legislação em vigor (BRASIL – Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (MS).

No decorrer da pesquisa buscamos seguir e garantir os quatros referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, benevolência e justiça junto aos sujeitos entrevistados, a comunidade científica e ao Estado.

esclarecimentos a ECP em apresentação informal numa das reuniões semanais no ano de 2006, e a cada membro individualmente com a assinatura do TCLE. Seguiu todos os preceitos para resguardar a identidade dos entrevistados, bem como as informações fornecidas pelos mesmos para uso exclusivo deste trabalho.

O modelo de TCLE adotado nesta pesquisa segue o modelo de referência sugerido pelo CEP da Instituição (norma institucional) obedecendo à Resolução 196/96, sendo considerado apêndice já que foi adaptado do modelo já existente (Apêndice IV).

5 AS RELAÇÕES INTERSUBJETIVAS NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS

Descrever quer dizer tentar aproximações que sempre contêm algo um pouco mais perto daquilo que desejamos dizer, e ao mesmo tempo nos deixam sempre

um pouco insatisfeitos, de tal forma que temos que continuamente voltar a observar e a buscar como melhor expressar o que observamos.

Italo Calvino (1993).

Para analisar e discutir os dados recorreu-se a uma metodologia que abordasse a ciência da Saúde não como “um sistema contido e detido numa ordenação temporal de princípios estabelecidos e estabilizados” (MELO; SOUZA, 1987, p. 52), mas que, segundo Minayo (2000, p. 249-250), considerasse:

[...] que não existe nenhuma evidência nos fenômenos sociais do campo da saúde: nada é dado, tudo é construído, inconcluso e superável; que a realidade aí encontrada como todo o social é infinitamente mais rica, mais dinâmica, mais complexa do que qualquer discurso científico sobre ela; e que a ciência que a aborda não a captura, ela apenas indica a direção e a organização intelectual segundo a qual se pode ter maior certeza da aproximação do real.

Para se refletir sobre a experiência da amizade na vida profissional e as relações intersubjetivas frente à dor e à morte em uma ECP, foi preciso reconhecer a complexidade dinâmica dessas relações, para então, analisá-las cientificamente, entendendo que “qualquer ser humano, qualquer grupo ou classe social é uma multiplicidade de relações e de relações entre relações” (MINAYO, 2000, p.251). Desta forma recorreu-se a análise de conteúdo que possibilitou compreender nos dados coletados “o caráter contraditório, conflitivo e totalizante de qualquer relação social” (MINAYO, 2000, p.253).

A utilização da análise de conteúdo proposta por Bardin (1977) foi priorizada já que se vislumbrou uma via de encontro entre as ciências sociais e a filosofia. Esta escolha foi feita para que se pudesse entender as dimensões e dinâmica das relações humanas numa pesquisa que toma como objeto a experiência da amizade na vida profissional abrangendo suas múltiplas facetas: “concepções, política, administração, configuração institucional entre outra, enquanto representações

sociais e análise de relações (MINAYO, 2000, p. 199).

Desta forma os dados foram agrupados em quatro núcleos temáticos principais que formassem núcleos de sentido denominados:

(1) visão do trabalho em equipe

(2) descrição das relações interpessoais (3) características do processo de trabalho (4) formas de sociabilidade na equipe.

A partir desta categorização foi possível realizar a análise dos dados coletados interpretando as mensagens e criando redes de significado, o que possibilitou alcançar os objetivos propostos inicialmente. Para Minayo (2004, p. 98- 99) “descobrir núcleos de sentido que compõem a comunicação e cuja presença ou freqüência de aparição pode significar alguma coisa para o objetivo analítico escolhido”, nada mais é do que realizar uma análise semântica.

Para Schwartz e Durrive (apud SCHERER, 2006, p. 114) as categorias são recortes que nos auxiliam na análise, mas que podem nos limitar a visão, porque a atividade de trabalho não tem fronteiras, ela atravessa os recortes que fazemos e “descategoriza” parcialmente. Os conceitos são representações mentais – abstrações – que tem uma aplicação prática. Identifica-se determinado número de elementos ou características comuns a diferentes situações para efetuar uma generalização, faz-se uma abstração, mas a atividade de conceitualização não está ausente do agir concreto, os conceitos estão ali presentes em formação, à espera de serem trabalhados, circunscritos, o que possibilita que ao falar de saberes conceitualizados pelos saberes formalizados, reconhece-se também saberes em ação que não são o simples decalque dos primeiros.

Dos quatro núcleos temáticos, nos quais foram agrupados o conteúdo advindo das falas dos entrevistados e dos dados coletados durante o período de observação, estabeleceu-se as respectivas categorias que estão apresentadas no quadro a seguir, e que contemplam de forma minuciosa e singular os conteúdos expressos pelos participantes.

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Quadro 2 – Quadro referente aos núcleos temáticos e as categorias

NÚCLEO TEMÁTICO CATEGORIAS

1. Visão do trabalho em equipe 1.1 Definindo equipe 1.2 Entrada na equipe 1.3 Capacitação profissional

2. Descrição das relações

interpessoais 2.1 Hierarquia 2.2 Liderança

2.3 Pertencimento institucional

3. Características do

processo de trabalho 3.1 Discussão dos casos em conjunto 3.2 Transposição da discussão teórica para prática cotidiana 3.3 Ações em conjunto

3.4 Possibilidade de crescimento pessoal e profissional

4. Formas de

sociabilidade na equipe 4.1. Constituição da relação de trabalho 4.2. Manutenção da relação de trabalho 4.3. Permanência na equipe