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3 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO DOS CURSOS DE

3.1 A CARACTERIZAÇÃO DOS CURSOS DE PEDAGOGIA

3.1.5 CURSO DE PEDAGOGIA E

O curso de Pedagogia E organiza o seu PPC com: justificativa; fundamentos epistemológicos; concepção do curso; objetivos do curso; perfil do egresso; matriz curricular e os seus componentes curriculares; concepção e o funcionamento do projeto integrador35, das atividades complementares, do estágio supervisionado; fundamentos pedagógicos; metodologia de ensino e avaliação da aprendizagem; critérios para a avaliação; a avaliação institucional; coordenação e corpo docente; perfil do coordenador; áreas do conhecimento/perfil docente e referências.

Segundo consta no PPC5 o curso foi criado e autorizado em dezembro de 1998 e, entrou em atividade no primeiro semestre do ano de 1999. No ano de 2003, obteve o reconhecimento para a oferta de três habilitações: Pedagogia na Empresa, magistério das séries iniciais do Ensino Fundamental e da Educação Infantil e tinha duração de três anos e meio, ou seja, sete semestres.

Nesse horizonte, a oferta da habilitação em Educação infantil foi justificada em concordância com a LDB de 1996, em seu Art. 22, quando da inserção da Educação Infantil na educação básica como sua primeira etapa, reconhecendo que a educação começa nos primeiros anos de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade. Esse reconhecimento, segundo o PPC5, gerou uma grande demanda por auxiliares de Educação Infantil para rede pública de ensino. Segundo o citado PPC:

Na educação infantil, a urgência da formação de profissionais qualificados deve-se a adaptação das Secretarias Municipais às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, quando essa modalidade escolar migrou da Secretária de Bem-Estar Social para a Educação, ocasionando uma grande demanda da qualificação das auxiliares de educação infantil. (PPC5, 2015, p.4)

35Tem como objetivo tratar os temas relevantes à formação profissional e integrar os componentes curriculares de cada semestre letivo, propiciando o desenvolvimento de trabalhos interdisciplinares por parte dos alunos, cujo foco seja a construção de significados que favoreçam o desenvolvimento de competências da área profissional. (PPC5, 2015, p.16)

A habilitação para as séries iniciais do Ensino Fundamental justificou-se pela demanda de pedagogos para atuar nas escolas estaduais organizadas por Ciclos de Formação Humana36 de MT, conforme exposto abaixo:

No ensino fundamental a qualidade da formação do pedagogo passa pela capacidade de compreender e atuar nos ciclos de formação, que vem sendo implantado nas escolas públicas de Mato desde 1999 e independentemente de qual seja a perspectiva que a educação atuar, pretende-se promover uma educação voltada para o futuro e acredita-se que esta será sempre uma educação contestadora, superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo Mercado de trabalho, portanto uma educação voltada para transformação social. (PPC5, 2015, p.4)

Por sua vez, a habilitação em Pedagogia Empresarial justificou-se no entendimento de que o pedagogo está apto a atuar em ambiente educativo para além da sala de aula e, ainda, na demanda de profissional para a área editorial de materiais pedagógicos, conforme consta no que segue:

Para além dos muros da escola, o cenário das empresas públicas e privadas, ligadas às atividades de atualização, desenvolvimento e avaliação de treinamento, colabora para que o sistema educacional seja analisado numa perspectiva dinâmica, diversa e crítica; recrutamento, seleção, ambientação, treinamento e avaliação de treinamento colabora para que o sistema educacional seja analisado numa perspectiva diversa e crítica [...] Outra possibilidade refere-se à área editorial, uma vez que a produção e avaliação de material pedagógico é uma necessidade da nossa região. (PPC5, 2015, p.4-5)

Com a instituição das DCNP, o curso denominado Licenciatura em Pedagogia reformula o seu PPC, extinguindo as habilitações e reunindo em uma só proposta curricular a formação para o magistério na Educação Infantil, para os anos iniciais do Ensino Fundamental e para a gestão em espaços não escolares, com a denominada ‘Pedagogia empresarial’. A partir de então, o objetivo geral desse curso é:

Formar educadores para exercer funções de magistério na educação infantil; nos anos iniciais do ensino fundamental; nos cursos de ensino médio (modalidade normal); nos cursos de ensino médio (educação profissional); na área de gestão de sistemas, de serviços e apoio escolar; e em outras áreas educativas não-escolares nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (PPC5, 2015, p.11)

Do objetivo exposto é possível assinalar que contempla uma ampla formação: para o magistério na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, no

36Os nove anos do Ensino Fundamental nas escolas estaduais estão organizados por Ciclos de Formação Humana compreendidos em três ciclos para atender a fases específicas de desenvolvimento: 1° Ciclo infância; 2° Ciclo- Pré-adolescência; 3° Ciclo- Adolescência. Essa forma de organização está regulamentada pela Lei nº 9394/96 - LDB, na Resolução 07/2010 CEB/CNE e na Resolução 262/02/CEE/MT e orientada pedagogicamente pelas Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso. (MATO-GROSSO, 2013).

ensino médio (modalidade normal e educação profissional), na gestão ‘e em outras áreas educativas’, não explicado ao longo do PPC quais seriam essas áreas.

Para operacionalizar o referido objetivo o curso organiza-se em três eixos curriculares. O Eixo 1: A complexidade da educação e da escola na construção do conhecimento humano e social, o Eixo 2: Educação e Gestão em espaços formais e não formais de ensino numa perspectiva inclusiva e o Eixo 3: Educação e avanço do conhecimento e da tecnologia voltada à atuação profissional. Segundo consta no PPC5:

Os componentes curriculares distribuem-se pelos eixos de forma a permitir o domínio dos fundamentos da educação, dos conteúdos e metodologias das ciências que compõem o currículo da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, da gestão e funcionamento das organizações na diversificação e amplitude dos espaços de atuação do profissional da educação. (PPC5, 2015, p.13, grifo meu)

O eixo 1, “A complexidade da educação e da escola na construção do conhecimento humano e social”, integraliza 1.120 horas, sendo 990 horas de atividades formativas científico-culturais; 90 horas de projetos integradores; e 40 horas de atividades complementares. O eixo referido corresponde:

[...] ao estudo crítico dos fundamentos da educação voltado para o desenvolvimento da prática docente imbricada na história e dinâmica da totalidade das relações sociais, econômicas, políticas, sociais e culturais em que as atividades educacionais ocorrem. (PPC5, 2015, p. 13)

Na matriz curricular, esse eixo corresponde às disciplinas distribuídas ao longo dos semestres: 1, 2 e 3, sendo elas: Produção de Leitura e de Texto (60h), Investigação Científica (60h), Filosofia da Educação (90h), História da Educação (60h), Formação Estética e Arte (60h), Pesquisa na educação (30h), Sociologia da Educação (60h), Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento (60h), Fundamentos Históricos, Pol. e Legais da Educação Infantil (60h), Fundamentos da Didática (60h), Currículo e Conhecimento (90h), Matrizes curriculares da Educação Básica (30h), Organização e Funcionamento da Educação Básica (60h).

E ainda: Educação e Processo de Formação Humana (90h), Fundamentos da Alfabetização (60h), Teoria e Prática Pedagógica na Educação Especial (60h), Relações étnicas e a diversidade cultural brasileira (60h), Práticas Pedagógicas interdisciplinares nos anos iniciais do ensino fundamental (30h) e minicursos, Seminários, Oficinas (40h).

O eixo 2, “Educação e gestão em espaços formais e não formais de ensino numa perspectiva inclusiva”, é composto por três semestres e integraliza 1.320 horas, sendo 990 horas de atividades formativas científico culturais; 90 horas de projetos integradores; 40 horas de atividades complementares; e 200 horas de Estágio

Supervisionado. Esse eixo “busca a aquisição de competências referentes à gestão dos processos educativos”, e “[...] Trata da capacitação para o exercício profissional através do aprofundamento dos princípios epistemológicos e metodológicos tanto das

ciências da educação, como da ciência da administração”. (PPC, 2015, p. 13, grifo

meu).

No eixo 2, os termos “capacitação” e “ciência da administração” remete à educação instrumental, destinada à preparação do pedagogo para empresa. Essa perspectiva remete à compreensão de um currículo instrumental, acrítico e desvinculado da luta pela superação das relações desiguais de poder. Essa proposta segundo Silva (2011) se assemelha ao currículo tecnocrático proposto por Bobbitt (1918) “as finalidades da educação estão dadas pelas exigências profissionais [...] o currículo se resume a uma questão de desenvolvimento, a uma questão técnica” (p.24).

O Eixo 3, “Educação e avanço do conhecimento e da tecnologia voltadas à atuação profissional”, é composto por dois semestres e integraliza 780h, sendo 660h de atividades de estudos científicos e dos fundamentos básicos da educação, 200 horas de atividades complementares e 100h de Estágio Supervisionado.

Nessa direção, para a formação para a Educação Infantil estão contempladas sete disciplinas, totalizando 460h, a saber: Fundamentos Históricos Políticos e Legais da Educação Infantil (60h), Ed. infantil e Educação e cuidado: organização do cotidiano na Ed. Infantil (60h), Teoria e prática das Ciências Naturais - Matemática37 (90h), Teoria e Prática das Ciências Humanas – História (60h)38, Teoria e prática das Ciências Naturais – Ciências (60h), Matrizes curriculares da Educação Básica39

(30h), e Estágio Supervisionado – Educação Infantil (100h).

A formação para o magistério nos anos iniciais do Ensino Fundamental compreende sete disciplinas, totalizando 300h, sendo elas: Práticas Pedagógicas interdisciplinares nos anos iniciais do ensino fundamental (30h), Teoria e prática das linguagens (60h), Teoria e prática das Ciências Humanas- História (60h), Teoria e prática das ciências Humanas Geografia (60h), Teoria e prática das Ciências Naturais (60h), Alfabetização e Letramento- Teorias e práticas (60h), e Estágio Supervisionado – anos iniciais do Ensino Fundamental (100h).

37 Disciplina voltada para a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

38

Disciplina para a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

39 Essa disciplina refere-se ao estudo das matrizes curriculares da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Para a gestão em ambiente escolar, o curso apresenta uma única disciplina: Gestão Educacional: Direção e coordenação pedagógica (30h). Isso indica que o curso não se propõe a formar o pedagogo para a gestão escolar.

A formação para a gestão em ambiente não escolar compõe-se de oito disciplinas, totalizando 430h, sendo elas: Educação e empreendedorismo (90h), Educação Popular, Movimentos Sociais e Direitos Humanos (60h), Ética nas organizações (60h), Metodologia e prática docente em espaços educativos não escolares (60h), Gestão em espaços formais e não formais de aprendizagem (90h), Gestão de projetos na Pedagogia empresarial (30h), Estágio Supervisionado- Espaço educativos não escolares (100h), Gestão de projetos sócio-educativos (30h).

Destarte, para justificar a formação do pedagogo na empresa, o curso articulou-se nas próprias DCNP, na medida em que esta contempla que o núcleo II “[...] de aprofundamento e diversificação de estudos voltados às áreas de atuação profissional, [...] oportunizará, entre outras possibilidades” (BRASIL, 2005, p. 11):

a) investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes situações institucionais: escolares, comunitárias, assistenciais, empresariais e outras; [...] (BRASIL, 2005)

Portanto, o perfil profissional do curso direciona-se, de igual modo, para a Educação Infantil e para a gestão não escolar, a chamada Pedagogia empresarial. Contudo, o curso também oferta disciplinas formativas para o ensino fundamental.

Em relação à noção de currículo, o curso define que: “O epicentro do currículo não é apenas a aquisição de informações e seu acúmulo, mas a aquisição de atitudes, competências e habilidades, a partir das quais o estudante possa aprender a aprender.” (PPC5, 2015, p.5-6). E prossegue:

[...] os currículos dos cursos contemplam a formação integral, na perspectiva humanística, social, técnica, ética e estética, a formação geral que permita variados itinerários formativos em um mesmo programa, a flexibilização, de forma a absorver as transformações ocorridas nas diferentes áreas do conhecimento; inclusão gradativa de atividades complementares à formação. (PPC5, 2015, p. 6, grifo meu).

A partir de Moreira e Silva (1997), compreendo que a noção de currículo empreendida pelo curso demonstra um alinhamento a noção de currículo tecnocrático proposto por Bobbitt (1918) e Tyler (1949). Nessa noção, a formação do pedagogo pautar-se no desenvolvimento de habilidades e competências, ou seja, o currículo está a serviço de uma formação voltada exclusivamente para o mercado de trabalho.

No que diz respeito ao trecho “competências e habilidades”, Lopes (2002) afirma que a organização curricular por competência não tem centralidade no conhecimento escolar e nas disciplinas escolares, já que esses são submissos às competências, às habilidades e às tecnologias a serem adquiridas e implementadas pelos alunos.

Nessa direção Macedo (2002) ressalta que a noção de competência como fator de redirecionamento dos documentos curriculares precisa ser compreendida como um processo híbrido, para o qual confluem diferentes tendências e orientações teórico-metodológicas.

A afirmação de que o currículo está pautado no diálogo entre a formação e o

mercado trabalho é contrário à perspectiva em que se configura o diálogo entre a

formação e o mundo do trabalho apresentado no trecho abaixo pelo PPC5:

Os currículos dos cursos contemplam a formação integral, na perspectiva humanística, social, técnica, ética e estética, [...] Deste modo, a interdisciplinaridade é estruturante. Marca, também, o Projeto Pedagógico de Curso o pleno diálogo entre formação e mundo do trabalho. (PPC5, 2015, p.6, grifo meu)

Além disso, pontua:

Marca, também, o Projeto Pedagógico de Curso seu diferencial formativo, nascido do debate acadêmico e do atendimento à sociedade, visando o pleno diálogo entre formação e mundo do trabalho. (PPC5, 2015, p.6, grifo meu)

O entendimento de que a formação deva estabelecer o diálogo entre a

formação e o mundo do trabalho remete a concepção crítica, socialmente

contextualizada e vinculada à produção de conhecimentos para além do atendimento ao mercado. Enquanto que a formação para o mercado de trabalho produz conhecimentos, habilidades e competências voltadas exclusivamente para o atendimento de demandas mercadológicas. Deste modo, há PPC5 discursos em disputas no que diz respeito às finalidades do perfil profissional, ora para o mercado ora para o mundo do trabalho.

Além disso, nesse mesmo contexto do texto está posto que uma das habilidades requeridas do pedagogo é:

Demonstrar consciência da diversidade, respeitando as diferenças de natureza ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões, necessidades especiais, escolhas sexuais, entre outras. (PPC5, 2015, p.33)

Em relação à materialização dessas habilidades, há na matriz curricular as disciplinas: educação ambiental (60h); relações étnicas e a diversidade cultural brasileira (60h); Teoria e prática Pedagógica na Educação Especial (60h), e Fundamentos das Línguas de Sinais – LIBRAS e BRAILE (60h). Portanto, as discussões “de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões, [...]escolhas sexuais, entre outras” (PPC5, p. 33) não se materializaram na matriz curricular por meio de disciplinas. No perfil profissional tem-se, ainda, que o pedagogo deverá:

a) Promover diálogo entre conhecimentos, valores, modos de vida, orientações filosóficas, políticas e religiosas próprias à cultura do povo indígena, ou populações afrodescendentes junto a quem atua e os provenientes da sociedade majoritária; (PPC5, p. 12, grifo meu) A partir do trecho exposto infiro que o curso se aproxima do que Mclaren (1997) nomeia de multiculturalismo conservador40. O multiculturalismo conservador acredita na inferioridade cognitiva, cultural e racial dos diversos grupos raciais, na medida em que são comparados aos grupos raciais brancos, por isso, defende uma unidade nacional baseada na assimilação das práticas culturais dominantes da cultura branca. Mesmo havendo o reconhecimento das diferenças, considera que é preciso “Promover diálogo” dessas diferenças com as “provenientes da sociedade majoritária.” (PPC5, 2015, p. 12).

Portanto, a noção de currículo concebida pelo curso traduz, ao mesmo tempo, duas perspectivas. A primeira refere-se a uma noção tecnocrática de currículo, pois recorrentemente a linguagem utilizada no PPC indica um contexto que tem como referência o mundo empresarial. Nesse sentido, o currículo está a serviço do mercado de trabalho, ou seja, desvinculado de relações conflituosas de poder. A segunda noção, apesar de evidenciar preocupação para com as desigualdades relacionadas à raça e a etnia, adota uma tendência do multiculturalismo conservador.

No que diz respeito ao significado de Pedagogia compreende-se que a identidade do curso está pautada em sala de aula e que a docência diz respeito ao magistério, pois a gestão não é mencionada como um dos elementos da docência. Esse entendimento está presente em dois trechos do PPC, conforme:

Considerando a docência tanto em processos educativos escolares como não-escolares; considerando a docência como ação educativa e processo

40

Nessa visão, o multiculturalismo é visto como um processo profundamente padronizador das sociedades, dos imaginários coletivos e das mentalidades. Suas propostas podem ser caracterizadas como “aquelas que negam a descrição multicultural, ou que, apesar de não negá-la, defendem uma cultura comum padrão.” (MACEDO, 2006, p. 334).

pedagógico metódico e intencional, construído nas relações sociais, étnico-raciais, o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, as políticas de educação ambiental e os direitos humanos, os quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia. (PPC5, 2015, p.10)

Em outros trechos do PPC essa compreensão reduzida de docência é reafirmada, pois a prática docente não envolve a gestão:

Desenvolver competências e habilidades que abranjam todas as dimensões da atuação profissional do pedagogo, para que possa, sem improvisação, saber enfrentar e superar certos preconceitos e práticas docentes e de gestão educacional que se constituem em obstáculos ao percurso escolar dos alunos, especialmente da educação infantil e do ensino fundamental; (PPC5, 2015, p.11 )

Além disso, em outro intervalo do PPC, o espaço escolar é compreendido por dois elementos distintos, sendo eles a gestão e a docência, conforme se visualiza a seguir:

Espaço Educativo Escolar: a- Gestão Escolar: análise dos processos e resultados que ocorrem dentro de espaços educativos formais. Identificando as variáveis que interferem positivamente ou não no processo ensino-aprendizagem. b- Docência: exercício da mediação do processo ensino aprendizagem na Educação Infantil e anos iniciais, possibilitando aos acadêmicos vivências praticando proporcionando a articulação teórica e prática (PPC5, 2015, p.26, grifo do autor)

Portanto, o significado de Pedagogia está alicerçado na docência entendida como atuação restrita à sala de aula. Ao mesmo tempo essa IES priorizou a formação do pedagogo para atuar na empresa. Isso se confirma ao se considerar o número de disciplinas da matriz curricular e a carga horária destinada a esse perfil profissional. Tal perspectiva figura a constituição de uma formação discursiva alicerçada pela demanda mercadológica.

Esse discurso mercadológico representa o corte antagônico aos dois discursos identificados nas DCNP, a saber, a defesa do curso de Pedagogia bacharelado (MAZZOTTI, 1996; PIMENTA, 1997; LIBÂNEO, 2006; FRANCO et al., 2007; SAVIANI, 2007; 2008) e a defesa da Pedagogia como um curso de Licenciatura (BRZEZINSKI, 2006; AGUIAR et al. 2006; SCHEIBE, 2007; SCHEIBE; DURLI, 2011; BERALDO; OLIVEIRA, 2010; DOURADO, 2013); (ANPED); (ANFOPE); (ANPAE); (CEDES); (FORUMDIR, 2005). Nos referidos discursos, apesar das divergências teóricas, conforme já discutido no capítulo I desta pesquisa, há uma articulação em defesa da escola e da sociedade democrática.

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