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3.1 Fase Planejamento

3.1.6 Definição da descrição do Objeto (projeto Básico e projeto executivo) – fase

3.1.6.3 Elementos necessários que compõem o Projeto Básico

3.1.6.3.2 Custos Diretos

Os custos diretos estão diretamente relacionados a execução de uma quantidade específica de determinado serviço. O custo direto é obtido pela soma dos custos de materiais de construção, equipamentos de produção e mão de obra de operários necessários para executar a obra. A quantidade de material utilizado, de horas de equipamentos e também o número de horas de pessoal gastos para a execução de determinada unidade de serviço, multiplicado pelos respectivos valores de custos unitários de material, aluguel de equipamento e salário por hora dos trabalhadores acrescidos dos encargos sociais, formam as composições de custos unitários, também chamado de orçamento analítico. O orçamento de uma obra se inicia, portanto, com a elaboração da composição de custos unitários de todos os serviços necessários à execução do empreendimento.

2 INFRA ESTRUTURA

2.1 Escavação manual de cavas de fundação m³

comp x larg x prof x quant.

blocos 0,70 x 0,75 x 0,80 x 6 = 2,52

alicerce 46,25 x 0,30 x 0,55 x 1 = 7,63

base dos pórticos 1,50 x 2,00 x 0,75 x 2 = 4,50

14,65

2.2 Aterro apiloado manual em camadas de 20cm com material de empréstimo m³

comp larg alt

12,65

x 4,50 x 0,15 = 8,54 m³

2.3 Alvenaria de pedra p/alicerce cimento/barro 1:8 m³

2p = larg prof

46,25

x 0,30 x 0,40 = 5,55 m³

2.4 Alvenaria de pedra p/baldrame cimento/barro 1:8 m³

2p = larg alt

46,25

x 0,30 x 0,20 = 2,78 m³

2.5 Concreto armado fck=18mpa p/blocos e cintas inferiores m³

comp x larg x prof x quant.

cinta inferior 46,25 x 0,15 x 0,15 x 1 = 1,04

blocos 0,70 x 0,75 x 0,25 x 6 = 0,79

base dos pórticos 1,50 x 2,00 x 0,50 x 2 = 3,00

4,83

Quadro 11 – Exemplo de composição de custos diretos

Fonte: Composição de custo apresentada em certame licitatório.

O exemplo exposto acima mostra uma composição de custo unitário da proposta de uma determinada empresa. A segunda coluna contém os insumos utilizados na execução do serviço; a terceira coluna corresponde à unidade como cada insumo é adquirido, medido ou pago. A quarta coluna corresponde à quantidade de utilização de cada insumo, no caso de materiais ou ao coeficiente de produtividade de mão de obra ou equipamento utilizados para se obter uma unidade do serviço. Na quinta coluna estão descritos os custos unitários de todos os insumos. Esses custos são coletados a partir de cotação de preços junto ao mercado local e no caso da mão de obra utilizam-se os valores pactuados nas convenções coletivas de trabalho. O valor dos encargos sociais está discriminado e deve incidir somente sobre os custos de mão de obra. Nesse caso específico, as empresas privadas em sua maioria possuem suas composições de custos unitários com índices de produtividade aferidos por medições feitas em suas próprias obras. Já o orçamentista que irá elaborar a planilha orçamentária de referência para as licitações de obras públicas irá priorizar a utilização das composições de custos unitários contidos nos sistemas referenciais estabelecidos em Lei.

No plano da Administração Pública Federal deve ser observado o Decreto n. 7.983/2013 que estabelece regras e critérios para a elaboração de orçamentos de referência de obras e serviços

de engenharia, contratados e executados com recursos da União. Esse decreto torna obrigatório a utilização do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) para obtenção do custo global de referência de obras e serviços de engenharia. A pesquisa de preços do SINAPI é realizada mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todas as capitais Brasileiras, sendo a manutenção de sua base técnica de engenharia e base cadastral realizada pela Caixa Econômica Federal. No caso de obras de infraestrutura de transporte o sistema de referência utilizado será o SICRO, Sistema de Custos Referenciais de Obras mantido e divulgado pelo Departamento nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Contudo, a utilização de referências de preços para obras públicas diferentes daquelas do SINAPI e do SICRO tem previsão legal no Art. 8º do Decreto n. 7.983/2013, o qual permite que órgãos e entidades da administração pública adotem critérios de preços diferenciados em função de especificidades locais ou de projeto, desde que demonstrada e justificado em relatório técnico elaborado por profissional habilitado.

O Art. 6º do mesmo Decreto prevê ainda que, no caso de inviabilidade de definição dos custos utilizando a adoção do SINAPI e do SICRO, a estimativa de custos poderá ser apurada por meio da utilização de dados contidos em tabelas de referências aprovadas por órgãos ou entidades da administração pública federal, em publicações técnicas especializadas, em sistema específico instituído para o setor ou em pesquisa de mercado. O decreto em seu Art. 10 instituiu a obrigatoriedade da apresentação da ART do orçamento da obra e esta deve integrar o edital de licitação. Importante frisar também, para efeito de análise e aceitabilidade dos preços e em casos de adoção dos regimes de empreitada de preço global e integral, que o preço global e o preço de cada uma das etapas previstas no orçamento de referência não podem ser superados pelos preços praticados nas propostas dos licitantes. Portanto, orçamentos de obras públicas construídas com recursos federais está condicionado aos limites de preços constantes nesses sistemas referenciais. Preços contratados superiores aos preços utilizados como referência pode caracterizar sobrepreço.

A apresentação da planilha orçamentária de referência elaborada utilizando os sistemas referenciais SINAPI e SICRO, contará com mais uma coluna onde serão inseridos os códigos das composições de custos unitários sendo, portanto, dispensada a apresentação detalhada dessas composições, uma vez que os sistemas estão disponíveis na internet e suas composições podem ser verificadas facilmente. A data de referência da tabela SINAPI ou SICRO deve estar indicada na planilha.