• Nenhum resultado encontrado

3.1 Fase Planejamento

3.1.4 Instrumentos de Planejamento e Orçamento

Considerando que nenhuma obra poderá ser licitada caso o produto esperado não esteja contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual (PPA) de que trata o art. 165 da Constituição Federal conforme descrito no art. 7º, §2º, IV, Lei n. 8.666/93, acha-se necessário mencionar essas leis que compõe o planejamento orçamentário e a execução das políticas públicas dos entes federativos. O PPA, LDO e LOA são ferramentas que propiciarão o resguardo orçamentário para realização das obras. Dessa maneira, a confecção criteriosa desses instrumentos também representa importante etapa do planejamento. O papel do Engenheiro no processo de elaboração, principalmente do PPA, é fundamental, na medida em que define valores estimados às metas referentes às obras públicas a serem implementadas.

3.1.4.1 Plano Plurianual - PPA

O PPA é um plano de médio prazo que, de acordo com o art. 165, §1º da Constituição Federal, “estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.

De acordo com Vignoli e Funcia (2014, p.30-32) na elaboração do plano, o ponto de partida é a apresentação de diagnóstico da situação existente que permitirá ao gestor conhecer as condições materiais, operacionais e financeiras que condicionam a oferta de bens e serviços públicos à população e, com isso, avaliar as necessidades de reestruturação que deverão ser contempladas orçamentariamente durante a gestão. O levantamento das expectativas a serem atendidas durante a gestão e vigência do PPA configura-se em uma segunda fase que subsidiará a elaboração das

terceira fase será possível ajustar essas expectativas com a capacidade material, operacional e financeira de oferta de bens e serviços públicos para viabilizar a implementação dos programas e ações prioritários para contemplar as expectativas priorizadas para o período de vigência do PPA que são de quatro anos.

Nessas fases preliminares a população deverá ser sempre chamada a participar, seja porque a legislação obriga esta participação, seja pela visão que tem o gestor da importância de direcionar as ações do seu governo no sentido de satisfazer aos anseios e necessidades dos cidadãos.

Após a definição das várias metas sugeridas, seja pela administração pública, seja pela comunidade, muitas obras serão propostas. O papel do engenheiro será elaborar valores estimados para cada empreendimento proposto. Claro que não terá a precisão exigida no orçamento do projeto básico, mesmo porque nessa fase de elaboração do PPA não se tem os projetos básicos concluídos.

O PPA deve ser elaborado no primeiro ano de mandato e vigorará a partir do segundo ano de mandato por um período de quatro anos, findando no primeiro ano do mandato seguinte. O projeto de lei do PPA deverá ser apresentado em até 4 meses antes do encerramento do primeiro ano de mandato do chefe do Poder Executivo.

3.1.4.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

A LDO, de acordo com o art. 165, § 2º da Constituição Federal, compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. O prazo de entrega do projeto de lei ao Poder Legislativo ocorre anualmente até o final do primeiro semestre de cada ano, conforme cada ente da Federação União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

A LDO na sua concepção destina-se a estabelecer os parâmetros para a reserva dos recursos públicos no orçamento do ente, mas também as metas anuais e indica rumos a serem seguidos durante o exercício. Tem como finalidade primeira realizar o ajuste das previsões das ações de governo identificadas no PPA à realidade da estimativa de arrecadação do ente.

A LDO também deverá tratar sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; critérios e forma de limitação de empenho em caso de frustração da receita estimada; normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; demais condições e exigências para transferência de recursos a entidades públicas e privadas. É neste instrumento de planejamento que serão contempladas as vontades da população, pois durante as audiências públicas para sua elaboração o contingente populacional deverá ter a oportunidade de definir suas prioridades para a aplicação dos recursos públicos.

3.1.4.3 Lei Orçamentária Anual (LOA)

A Lei Orçamentária Anual tem como finalidade aprovar a previsão da receita e a fixação da despesa relativas a cada exercício financeiro. A Lei Orçamentária anual conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo; sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do governo; quadro demonstrativo da receita e despesa, segundo as categorias econômicas; quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação; quadro de dotações por órgãos do governo e da administração; quadros demonstrativos da despesa por programa de trabalho, detalhados em projetos e atividades, fontes de recursos, órgãos e funções, na forma dos anexos 6 a 9 da Lei e quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Em muitas ocasiões os engenheiros têm que consultar a LOA e seus anexos quando precisam preparar declarações de contrapartida para entrega em órgãos no ato da celebração de convênios ou contratos de repasse. A rubrica orçamentária que garantirá o pagamento dessa parcela referente ao município ou Estado está descrita nos anexos 6 a 9 da LOA. Essa garantia que os órgãos concedentes exigem, está descrita na Lei n. 8.666/93:

As obras e serviços somente poderão ser licitados quando houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras e serviços a serem executados no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma (Art. 7º, § 2º, inciso III da Lei n. 8.666/93) (BRASIL, 1993, não paginado).